Beleza, Ivan. Ainda bem que concordamos em alguma coisa!
Figura!
Mas exprime certa verdade, Elmo. Estamos todos aqui, nessa luta maluca para explicar para nós mesmos a razão de fotografarmos (pois nem você nem eu ganhamos dinheiro com isso, ao contrário, gastamos), e para fazer algo que seja minimamente significativo.
Não é fácil. Nem com lentes, nem com objetivas, nem com filme, nem com digital. Por vezes vejo um lampejo e acho que estou vendo a luz, mas por algum motivo aquele caminho não prossegue nem se desdobra, o brilho é vaga-lume, pisca aqui e depois ali. Há eventos, fotos que achamos terem algo, que achamos conterem algo que queremos saber, e nos debruçamos sobre elas para tentarmos entender o que nelas nos atraiu.
Uma delas é esta aqui, ó:
Torta, errada, cortada, mas gosto. Gosto porque ela me interessa, ela fala alguma coisa comigo (esse cara aí sou eu mesmo).
Gosto mais do que outras, mais certas, escorreitas.
Sei lá. Às vezes penso que me falta pura e simplesmente coragem. Coragem para fazer livremente aquilo que parece muito errado mas que gosto. Sinto-me preso a uma caretice que nunca achei ser coisa boa.