Autor Tópico: Foto no modo M também não é automática?  (Lida 4082 vezes)

arievilo

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Online: 21 de Setembro de 2009, 12:59:42
A dúvida que surgiu pra mim é que a câmera faz a leitura da luz pois não tenho fotômetro.

Até aí tudo bem.

Então de noite por exemplo, eu vou lá meço a luz com o P, depois jogo no M às vezes dando uma ajustada no iso pra maior e melhorando a velocidade que fica baixa demais.

Mas no automático sempre a velocidade está muito mais alta.

Sei que existe uma relação de distância focal, abertura e velocidade que combinam e deixam passar a mesma luz, o automático faz isso lá da forma que o engenheiro quis, mas eu sempre fico grilado pois se usar o M na mesma configuração do automático a foto fica subexposta e aquela setinha não fica no meio.

Se eu seguir a setinha no M baseado na configuração mostrada no P não estou fazendo foto no automático do mesmo jeito?

É possível saber qual ambiente pede qual configuração?

Existem macetes para decorar esses setups?


Ivan de Almeida

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Resposta #1 Online: 21 de Setembro de 2009, 13:04:30
A foto no modo M, se tudo o que você faz é centralizar o fotômetro, pode não ser automática no método, mas é automática no espírito.

Porém o modo M usado de forma analítica não é só isso, ele implica em medir a  luz dentro do que você quer, não apenas para o resultado centrado.


arievilo

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Resposta #2 Online: 21 de Setembro de 2009, 13:12:42
Ivan descasca mais esse lance aí que entrei num emaranhado metafísico com sua resposta, rsrsr


Leo Terra

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Resposta #3 Online: 21 de Setembro de 2009, 14:30:05
Simples, vocÊ copiar o modo automático no M é usar o modo automático. Quem tomou a decisão foi a câmera, você apenas copiou.

Sua dúvida provavelmente se deve a diferença de como o fotômetro funciona em cada condição. No modo M ele provavelmente estará em modo spot (lendo uma pequena parte da cena), enquanto em auto ele deverá estar em algum tipo de modo matricial (que le a cena toda).

Minha sugestão é que você procure um curso ou um livro que inclua elementos da exposição, principalmente os mais avançados, porque é impossível destrinchar o mundo da exposição em um tópico de fórum rs. Em um fórum rolam mais discussões direcionadas, sobre questões específicias, porque é difícil alguém se propor a escrever um tratado de pelo menos umas 60 páginas de conteúdo sobre exposição, que seria o necessário para expor os elementos básicos da dinâmica da exposição. :/
« Última modificação: 21 de Setembro de 2009, 14:31:45 por Leo Terra »
Leo Terra

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Ivan de Almeida

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Resposta #4 Online: 21 de Setembro de 2009, 14:31:04
Ivan descasca mais esse lance aí que entrei num emaranhado metafísico com sua resposta, rsrsr
Emaranhado metafísico é uma m* -risos. Desde Platão que a humanidade está nessa situação... Deixe-me tentar resgatá-lo deste...

Mas vamos lá. Você pode "obedecer ao fotômetro". Mede matrix, centra o fotômetro, tudo o que você sabe é que a média da luminosidade vai dar cinza 18%. Isso aí é fazer manualmente o que o automático faz.

Mas, digamos que você resolve que o rosto de alguém no primeiro plano deve ficar clarinho mas não branco, e lá atra´s tudo deve ficar estourado... Aí ao invés de centrar o fotômetro, você mede o rosto da pessoa pountualmente e o coloca, digamos, em +1. Você não "obedeceu ao fotômetro", você o usou para prever um efeito que queria.


arievilo

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Resposta #5 Online: 21 de Setembro de 2009, 14:49:49
Leo Terra eu sei que a composição e a luz e a inspiração são fenômenos também filosóficos, tudo é possível, e tentar interpretar isso aqui seria como discutir a criação e a evolução, não estou aqui tentando que alguem compreenda como quero expor pois isso vem de mim está dentro de mim e como o Ivan mencionou têm um lance espiritual que beira o ritualismo, ou seja têm que estar dentro do surto do doido pra entender sua loucura que pra ele é um barato.

Eu gostaria sim de vamos dizer assim "dicas e macetes" odeio assumir mas é isso que busco para ir entendendo como fazer isso que o Ivan disse acima de uma forma mais natural e criativa, acho que é possível sim se formos colocando exemplos.

Eu ontem fotografei minha esposa em P&B, com a luz da tv e com uma lâmpada florescente que fiz em pedestal de madeira, daí a câmera no automático dava x e fx.x e no manual eu tinha de setar com muito menos para poder fazer a foto até ficou boa mas senti que sairia a mesma coisa se deixasse o engenheiro me dizer o que fazer.

A gente se sente uma bosta (desculpe) por não entender e é exatamente nessa vontade entender que começa o surto do doido.



Ivan de Almeida

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Resposta #6 Online: 21 de Setembro de 2009, 15:29:54
Coloque o fotômetro em Pontual (spot ou central).

Depois dê uma olhada nisso aqui:

http://ivandealmeida.multiply.com/journal/item/136

Ou seja, para esta cena, apontando o fotômetro pontual (spot) ou central, para cada tom que você aponta a posição do ponteiro do fotômetro vai corresponder a uma dessas posições mostradas.

Qualquer cena é assim.

A graça é que você pode escolher se algo vai ficar mais escuro ou mais claro, e aí coloca o ponteiro do fotômetro, quando apontado para esse algo, numa posição que correponda ao mais escuro ou mais claro.


Leo Terra

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Resposta #7 Online: 21 de Setembro de 2009, 15:39:14
arievilo, minhas colocações são exatamente neste sentido, não do de dicas e macetes (porque um macete meu só serve para o tipo de fotografia que eu faço), mas sim no sentido de buscar entender como funciona a exposição para que você mesmo possa desenvolver alternativas coerentes com o trabalho que você espera fazer.
Leo Terra

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arievilo

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Resposta #8 Online: 21 de Setembro de 2009, 16:37:37
Muito obrigado a ambos, eu tenho sido muito respeitado nesse fórum.
Mais que em todos os outros que já participei.
Me preocupo em me tornar eficiente e profissional.
Isso incluir perguntar coisas que não vivi e que muitas vezes podem ser simples para quem está mais ativo.
Não posto "fotenhas" atoa nem fico babando as de ninguém.
Quero saber como as coisas são pois aqui na roça onde vivo não há nada então busco na internet.
É necessário ter humildade para perguntar e mais ainda para ouvir as respostas muitas delas desagradáveis e carregadas de arrogância o que não encontrei nos companheiros desse fórum.
E tenho tido o prazer de ouvir grandes respostas de poucas pessoas e porcarias de um monte de gente.
Considero aprender um empenho tão grande quanto ensinar, das duas partes é necessária a entrega.

Muito obrigado a todos.


dondon

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Resposta #9 Online: 21 de Setembro de 2009, 19:03:12
Interessante a questão.

Vejo da seguinte maneira, fotometria nenhuma é manual, todo e qualquer processo de fotometria é mediado por um instrumento fotomecânico, fotoelétrico ou fotoquímico. Usar o modo "manual" da sua câmera não garante que a fotometria será melhor avaliada que nos modos semi-automáticos (P, TV, AV, etc). Em qualquer um desses modos o importante é saber o que está fazendo, saber usar os modos spot ou matriciais em função da situação e da intenção, de forma consciente. O mesmo acontece com o fotêmetro de mão (externo), simplesmente usá-lo é diferente de saber usá-lo a fim de atingir objetivos específicos na imagem.

Portanto, considero que não devemos ficar "presos" a esse ou aquele meio de fotometrar uma cena, mas devemos estar atentos e saber fazê-lo, em qualquer modo, em função do que é importante diante de cada situação.

Abraços.


Natão

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Resposta #10 Online: 21 de Setembro de 2009, 20:20:56
Emaranhado metafísico é uma m* -risos. Desde Platão que a humanidade está nessa situação... Deixe-me tentar resgatá-lo deste...


Isso está me soando meio nietzschiano, ou talvez heideggeriano, se bem que o Heidegger não faz uma crítica explícita ao Platão como faz Nietzsche e sim faz ele à metafísica como a uniteralidade de horizonte dos eventos na história do Ocidente. Talvez fossemos menos científicos e técnicos hoje e mais homens, caso Sócrates, Platão e Aristóteles não tivessem existido... se bem que o Bacon e o Descartes contribuiram para a coisa toda, e o Kant chuta o pau da barraca num desenrolar da historicidade humana. O Oriente é outra história que começa a se confundir com a do Ocidente a partir da 'planificação da técnica' por todo o mundo. No final, desta forma ou de outra, tamo f* mesmo! hauahaauaha
« Última modificação: 21 de Setembro de 2009, 20:25:28 por Natão »


Ivan de Almeida

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Resposta #11 Online: 21 de Setembro de 2009, 20:43:50
Isso está me soando meio nietzschiano, ou talvez heideggeriano, se bem que o Heidegger não faz uma crítica explícita ao Platão como faz Nietzsche e sim faz ele à metafísica como a uniteralidade de horizonte dos eventos na história do Ocidente. Talvez fossemos menos científicos e técnicos hoje e mais homens, caso Sócrates, Platão e Aristóteles não tivessem existido... se bem que o Bacon e o Descartes contribuiram para a coisa toda, e o Kant chuta o pau da barraca num desenrolar da historicidade humana. O Oriente é outra história que começa a se confundir com a do Ocidente a partir da 'planificação da técnica' por todo o mundo. No final, desta forma ou de outra, tamo f* mesmo! hauahaauaha

Sem dúvida este é o ponto de vista do Nietzsche, e ele tem certa razão.

O problema não é a metafísica, mas o fato do homem ter ficado viciado em metafísica a tal ponto que torna suas meditações do gênero superiores à observação da vida.


Natão

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Resposta #12 Online: 21 de Setembro de 2009, 20:48:51
Sem dúvida este é o ponto de vista do Nietzsche, e ele tem certa razão.

O problema não é a metafísica, mas o fato do homem ter ficado viciado em metafísica a tal ponto que torna suas meditações do gênero superiores à observação da vida.

É Ivan, entendo, eu estudo isso há muito... na verdade é a minha primeira profissão, se bem que se pode dizer da filosofia como profissão.
Esquecer a vida! Que grande equívoco...


arievilo

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Resposta #13 Online: 22 de Setembro de 2009, 09:53:00
Eu sou fã do Descartes (decár).

Que bom que o tópico foi válido isso é motivo de alegria.

Queria comentar que ontem me empenhei em testar lendo o manual da câmera e fazendo empenho em cima do que foi dito pelo Ivan.

Fiz um bom avanço no meu entendimento.

Por exemplo na minha quitinete tenho uma meia parede que escurece o lado de cá e atraz dela uma luz da cozinha faz o dezenho de um triangulo de sombra.

Na ponta do triangulo formado pela sombra tenho uma medição, fora dele outra, no meio dele outra, na parte de cima perto da luz outra.

Liguei o histograma e fiquei observando qual parte estourava e fotometrei pela parte que estava mais na média.

Travei a exposição e fotografei próximo a luz, depois fiz o contrário fotometrei apontando para próximo da luz, travei e fotografei a parte mais escura.

Fui trabalhando nisso e vendo os resultados, gostei muito do exercício e em breve vou fazer umas duas fotos reais com o objetivo de exemplificar a minha prática e postar aqui para receber opiniões.

Abração a todos


Ivan de Almeida

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Resposta #14 Online: 22 de Setembro de 2009, 10:05:15
Eu sou fã do Descartes (decár).

Que bom que o tópico foi válido isso é motivo de alegria.

Queria comentar que ontem me empenhei em testar lendo o manual da câmera e fazendo empenho em cima do que foi dito pelo Ivan.

Fiz um bom avanço no meu entendimento.

Por exemplo na minha quitinete tenho uma meia parede que escurece o lado de cá e atraz dela uma luz da cozinha faz o dezenho de um triangulo de sombra.

Na ponta do triangulo formado pela sombra tenho uma medição, fora dele outra, no meio dele outra, na parte de cima perto da luz outra.

Liguei o histograma e fiquei observando qual parte estourava e fotometrei pela parte que estava mais na média.

Travei a exposição e fotografei próximo a luz, depois fiz o contrário fotometrei apontando para próximo da luz, travei e fotografei a parte mais escura.

Fui trabalhando nisso e vendo os resultados, gostei muito do exercício e em breve vou fazer umas duas fotos reais com o objetivo de exemplificar a minha prática e postar aqui para receber opiniões.

Abração a todos

Você está fazendo a única coisa que de fato esclarece a questão. Experimentar e meditar sobre o resultado.

Agora pense no seguinte... ao invés de centralizar o fotômetro, você pode apontar para a parte clara e colocar o ponteiro à direita, quase perto do fim. O que isso significa? Singifica ter colocado o tom claro na zona clara do fotômetro. Se concebemos que um determinado tom deve ficar mais claro ou mais escuro, podemos colocá-lo na zona desejada diretamente.