Tiago existem uma infinidade de trabalhos científicos na área social que colocam sim a publicidade como grande vilã. Em diversos países do mundo é perfeitamente comum que as empresas de publicidade e propaganda utilizem manipulações psicológicas sofisticadas para atrair o público. Não é uma questão de família, pois a própria estrutura criada pela sociedade de consumo destruiu a base familiar. Muitos pais não possuem estrutura para enfrentar tais manobras, até mesmo por não deterem o conhecimento necessário para tal. Existm empresas trabalhando com psicólogos para desenvolverem desejos em crianças, para se tornarem consumidores no futuro, consumidores de imagens e coisas que não são necessárias para suas vidas.
Estas crianças e jovens também estarão imersas no meio social, sendo expostas a pessoas sob tal influência. Olhar para o problema por cima, de uma família instruída e estruturada, nos faz olhar como parte da classe dominadora, sem pensar que as classes dominadas só o são por terem certos tipos de limitações.
É importante perceber que não só no caso em questão, como em diversos outros, a publicidade e a mídia funcionam como instrumentos de dominação, muito eficientes, a maioria das técnicas usadas hoje na publicidade são fruto de teorias de dominação desenvolvidas pela propaganda Nazista (que fez com que milhões de pessoas bem instruídas comprassem as idéias absurdas daquela época).
Também é importante perceber que a legislação francesa não atrapalha ou interrompe em nada o trabalho do fotógrafo. O fotógrafo poderia fazer suas imagens da forma que achasse melhor, sem carimbos, ou qualquer outra coisa. A única coisa que precisaria ser colocado é um aviso junto aos créditos.
Honestamente não vejo porque não fazer, uma vez que só trás benefícios sociais. Os únicos prejudicados neste caso seriam os donos de grifes, que perderiam força ao impor ideais de beleza que não existem. As fotografias continuariam preservadas (não teriam proibições), o fotógrafo não mudaria nada em sua forma de trabalhar, e assim por diante. As pessoas apenas seriam menos enganadas do que são hoje, o que em hipótese alguma poderia ser considerado negativo, a não ser que você concorde com manipular e ludibriar as pessoas à sua volta. Neste caso a conversa pode até parar por aqui.
Formel uma estátua não passa por uma representação da realidade (não estou dizendo que fotografia seja uma, mas certamente é encarada pela maioria esmagadora como tal). Neste caso uma estátua é com referencial encarado como abstrato, diferente de uma imagem fotográfica. Veja que a idéia Francesa não é proibir a manipulação, é apenas deixar claro através de um aviso (que não precisa ficar sobre a foto) se uma imagem é editada ou não, já que isso nem sempre é passível de distinção para olhos leigos (diferente de uma estátua, que qualquer um encara diretamente como uma representação real).
Eu manipulo algumas imagens e continuarei manipulando, mesmo que uma lei dessas passe por aqui, mas não me incomodaria em nada de dizer que uma imagem sofreu manipulação alterando o corpo dos modelos.
Só imagine os danos à saúde, os danos psicológicos (a maioria das mulheres são muito sensíveis a isso) e os gastos de uma mulher que tentasse ficar como a Juliana Paes na foto da direita.