Autor Tópico: Projeto de lei na França quer advertência sobre fotos retocadas por softwares  (Lida 11949 vezes)

dondon

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Resposta #45 Online: 30 de Setembro de 2009, 15:18:02
HEHEHEHE Já virou piada! rs


Quanto à anorexia e afins, são doenças beeeem antigas mas que de alguns anos para cá ficou "vendável". Sim, dá dinheiro para falar em anorexia, basta assistir Globo e afins. Não estou dizendo a mídia e o "ideal de beleza" não têm participação no surgimento da doença em algumas pessoas, elas colaboram com isso, mas os doentes têm pré-disposição a tal.

Outro dia estava vendo num documentário, na Idade Média existiam muitas anoréxicas por motivos religiosos, com a pressão de não cometer gula, algumas pessoas desenvolviam anorexia!  :o

Parece ser uma doença tão antiga quanto a humanidade...

Abraços.
« Última modificação: 30 de Setembro de 2009, 15:18:54 por dondon »


Ana Adams

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Resposta #46 Online: 30 de Setembro de 2009, 15:18:41
Algumas afirmações bastante fortes por aqui não ?
Gente, não estamos falando de camadas sociais e nem de pessoas " imbecis" . Somos todos, TODOS, sujeitos `a sedução da propaganda.
Se você é homem, não tem filhos, não tem contato com  o mundo da moda nem se interessa, talvez realmente não esteja conseguindo enxergar o efeito negativo que a manipulação fotográfica pode trazer psicologicamente para algumas pessoas mais facilmente atingidas.
A bulimia e a anorexia, apesar de nnao serem causadas apenas por esta questão toda, são largamente amplificadas por toda a estética da " magra bonita" . Retoques feitos em Photoshop tornam pessoas reais, que tem estrias, bunda caída, celulite, em pessoas absolutamente perfeitas. Pessoas irreais. Meninas em todo o mundo estão sendo bombardeadas com a idéia de que isso que está na revista ee o certo, é o bonito, é o que todo mundo tem que ser. Os pais podem e devem ajudar sim, mas os próprios pais podem estar caindo na mesma lorota publicitária. Nem sempre conseguem sair da mesma sedução, e quando se dão conta, é tarde demais.
Por favor não digam que quem tem bulimia ou anorexia tem porque é " imbecil"  ou porque quer. São meninas de 11, 12 anos, são crianças ainda, estão vivendo em um sonho irreal, e tudo `a volta delas diz que o sonho é o certo. São problemas sérios, globais, não dependem de classe social nem nível cultural. E pode terminar em morte.
Outra coisa : a proposta não é colocar uma tarja preta como se fosse uma marca d' água ou uma caixa de remédio controlado. É uma nota ao pé da matéria, mas visível. Estando ali, quem ler vai saber que houve retoque sim.
Cá comigo imagino que , se isso realmente passar e começar a ser adotado, vamos ver um movimento contrário : o da revista que faz questão de dizer  SEM RETOQUE.
Retoque, neste caso, não quer dizer curvas, saturação, etc. É retoque local mesmo, que muda a forma da pessoa.
Aprovo a medida, e não consigo enxergar como alguns enxergam, de isso ser prejudicial ao fotógrafo.
Uma porque no mercado editorial  não é o fotógrafo quem retoca as fotos. E duas porque a execução da foto vai apenas exigir melhor qualidade do fotógrafo, e vamos ver terminar aquela frasezinha : deixa assim, a gente corrige no PS. Será uma seleção natural prá tirar do mercado os apertadores de botão e valorizar quem realmente consegue produzir uma boa fotografia saída do cartão de memória.
Todos deveríamos ficar felizes com as possíveis consequencias de ações como esta.  :ok:


rafaelfrota

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Resposta #47 Online: 30 de Setembro de 2009, 15:21:09
Pois é, mas eu não consigo ver nada além de piada nisso tudo.
Até me lembrei de uma cena clássica do filme "um dia de fúria", onde o cara reclama do seu sanduíche em contrapartida ao que está na foto:

http://www.youtube.com/watch?v=oNlZIjRqLzE


Francisco

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Resposta #48 Online: 30 de Setembro de 2009, 15:23:32
Algumas afirmações bastante fortes por aqui não ?
Gente, não estamos falando de camadas sociais e nem de pessoas " imbecis" . Somos todos, TODOS, sujeitos `a sedução da propaganda.
Se você é homem, não tem filhos, não tem contato com  o mundo da moda nem se interessa, talvez realmente não esteja conseguindo enxergar o efeito negativo que a manipulação fotográfica pode trazer psicologicamente para algumas pessoas mais facilmente atingidas.
A bulimia e a anorexia, apesar de nnao serem causadas apenas por esta questão toda, são largamente amplificadas por toda a estética da " magra bonita" . Retoques feitos em Photoshop tornam pessoas reais, que tem estrias, bunda caída, celulite, em pessoas absolutamente perfeitas. Pessoas irreais. Meninas em todo o mundo estão sendo bombardeadas com a idéia de que isso que está na revista ee o certo, é o bonito, é o que todo mundo tem que ser. Os pais podem e devem ajudar sim, mas os próprios pais podem estar caindo na mesma lorota publicitária. Nem sempre conseguem sair da mesma sedução, e quando se dão conta, é tarde demais.
Por favor não digam que quem tem bulimia ou anorexia tem porque é " imbecil"  ou porque quer. São meninas de 11, 12 anos, são crianças ainda, estão vivendo em um sonho irreal, e tudo `a volta delas diz que o sonho é o certo. São problemas sérios, globais, não dependem de classe social nem nível cultural. E pode terminar em morte.
Outra coisa : a proposta não é colocar uma tarja preta como se fosse uma marca d' água ou uma caixa de remédio controlado. É uma nota ao pé da matéria, mas visível. Estando ali, quem ler vai saber que houve retoque sim.
Cá comigo imagino que , se isso realmente passar e começar a ser adotado, vamos ver um movimento contrário : o da revista que faz questão de dizer  SEM RETOQUE.
Retoque, neste caso, não quer dizer curvas, saturação, etc. É retoque local mesmo, que muda a forma da pessoa.
Aprovo a medida, e não consigo enxergar como alguns enxergam, de isso ser prejudicial ao fotógrafo.
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Todos deveríamos ficar felizes com as possíveis consequencias de ações como esta.  :ok:

Eu não vejo como uma medida dessas estilo "apaga-incêndio" pode trazer algum benefício. É como a mensagem com foto atrás das embalagens de cigarros. Alguém parou de fumar pelo cigarro causar impotência? O buraco é bem mais embaixo e esse tipo de mensagem é mera gastação de tinta, é até antiecológica :P

Sério mesmo, não é uma mensagem avisando que a foto foi retocada que produzirá efeitos sociais, até porque toda a foto terá de conter essa mensagem, simplesmente porque a saída da câmera digital é sempre retocada, seja pelo processamento in-camera (modo jpeg) ou off-camera (modo raw).
« Última modificação: 30 de Setembro de 2009, 15:23:59 por Francisco »
Francisco Amorim
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Leo Terra

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Resposta #49 Online: 30 de Setembro de 2009, 15:25:36
rafaelfrota a pergunta é: Onde isso que os franceses estão propondo se configura em punição para alguém?
Eu não entendo que mal uma frase VERDADEIRA, colocada do lado da foto pode trazer para o fotógrafo ou para a fotografia em si.
Sem contar outra coisa sem sentido desta discussão. Não é porque existem problemas mais importantes que este não precisa ser tratado. A publicidade como um todo é sim um fator que precisa ser tratado e diferente do que muitos pregam é extremamente relevante. Na verdade a maioria esmagadora dos problemas de violência urbana e boa parte dos problemas de saúde da atualidade, inclusive a fome do mundo, é causada pelo mau uso da publicidade.
Honestamente a maioria do que foi falado até aqui para criticar o projeto de lei proposto são argumentos que apontam para algo que simplesmente inverso.

Sem contar que informar não se trata de punição ou nivelar por baixo e sim de não pressupor que as pessoas devam ser como nós (este é o princípio essencial do preconceito). Não se deve nivelar a humanidade por baixo e nem tão pouco por cima. A sociedade simplesmente não deve ser nivelada. Se temos algo que podemos fazer por pessoas que não são como nós, sem prejudicar a outras pessoas devemos fazer, independente de importância ou qualquer outra coisa.
No caso em questão existe uma consideração ainda mais importante, a CULPA é dos outros e não dos pais. Pesquisas recentes mostram que a maior parte dos casos do tipo ocorrem em famílias estruturadas e bem instruídas, exatamente aquelas cujas crianças são alvos deste tipo de mídia.
Ninguém está 100% do tempo disponível para acompanhar o que os filhos estão vendo, o que estão conversando e assim por diante. As manobra psicológicas adotadas pela mídia são crueis e passam despercebidas a muitos mais. Faço aqui uma pergunta, quem aqui proibe os filhos de assistir aos desenhos animados que passam na globo pela manhã? Se não proibe está sugeito a ter problemas, porque todos seguem os mesmos preceitos.

Volto a afirmar. Não há como dizer que um aviso colocado no rodapé da foto afeta a fotografia ou muda o status da imagem como arte ou qualquer outra coisa. Não há nenhum dano neste sentido (como alguns estão tentando passar), pelo menos nenhum que tenha sido justificado até o momento. E se este aviso salvar 1% das garotas e garotos de se sacrificarem por algo que não existe já terá valido a pena.

E mais, seus exemplos, como o do super homem,  ilustram ainda mais a importância deste tipo de instrução. Na verdade corroboram o argumento de que este tipo de mídia pode sim levar às pessoas à provocarem danos a si mesmos e a terceiros. Levanta até mesmo a necessidade de buscar por instruir e informar cada vez mais os mais jovens sobre estas questões. E tornar a mídia como um todo responsável por tal.

Francisco hoje vivemos sobre o império do quarto poder. A Lei perdeu força devido à burocracia envolvida, mas as coisas não estão melhores, muito pelo contrário, estão muito piores. Hoje quem comanda são as vendas, uma percepção altamente liberal do mercado (ultrapassada a pelo menos uns 20 anos). A falta de regulação fez com que a mídia assumisse um papel ainda mais importante. Os problemas que você citou não são resolvidos por negociação. Eles foram jogados na mídia, exatamente porque a negociação não deu certo. Problemas mais sérios, como nos mercados monopolistas (telefonia, por exemplo), dão um poder tão grande às coorporações que elas se sentem donas do mundo, como no caso Speedy, e pouco importam os clientes.
Eu já usei o referido site, mas nunca consegui exatamente o que eu buscava, salvo de uma empresa que estava começando em um determinado mercado.
Também já vi várias empresas procurando a equipe de moderação do fórum para remover críticas feitas por aqui, pois estavam prejudicando as vendas. Ou seja, não é questão de negociação, as pessoas que usam estes recursos estão na verdade usando o quarto poder (mídia) para tentar assumir o controle sobre certas questões. Mas como sabemos ainda assim é um poder limitado. A maioria esmagadora das reclamações feitas no reclameaqui acaba sendo solucionada por questões legais, relacionadas ao código de defesa do consumidor.

Infelizmente em negociação (falo pois esta é uma das minhas áreas de pesquisa em ADM), existe um jogo enorme de poderes (leia Martinelli, 1997), no qual um dos poucos que está do lado do consumidor é exatamente a regulação, pois sem isso as coorperações levariam enorme vantagem sobre eles (já que a maioria esmagadora dos poderes encontra-se do lado das coorporações).

Infelizmente não dá para pensar em um mundo desregulado hoje, muito pelo contrário, é preciso um mundo onde haja um equilíbrio apropriado entre regulação e liberalismo. Mesmo porque as coorperações não podem ser punidas de fato por seus atos e possuem um enorme poder para persuadir as pessoas, o que as leva a agir como verdadeiros psicopatas (existem diversos estudos onde as organizações são classificadas pelo manual de disturbios psiquiátricos e praticamente a totalidade delas acaba classificada como psicopatas) e lugar de psicopata é na cadeia, infelizmente estes são psicopadas muito fortes e que acabam por dominar e prejudicar sem sentir nenhum tipo de culpa. Se a pouca regulação que existe for removida o pouco de sociedade que nos resta acabaria ruíndo por terra. Infelizmente ainda não estamos nem um pouco preparados para uma anarquia.

Quanto à seu último questionamento o retoque tem o sentido de aprimorar, de esforçar-se para atingir a perfeição. No caso em questão a saída da câmera não é aprimoramento, assim como a saída de uma conversão RAW. Mesmo porque o produto final não existe até aquele momento. O retoque, por definição do próprio termo, consiste em aprimoramento sobre algo que já existe e não a formação do original que se utilizará como base para este aprimoramento. Neste caso o termo retoque é perfeitamente claro e se refere a aprimoramentoe de trabalhos posteriores ao nascimento da fotografia como tal e não a própria concepção do trabalho fotográfico.


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Resposta #50 Online: 30 de Setembro de 2009, 15:32:07
Ah, e essa história de separar o ajuste de curvas, sharpening do ajuste localizado é mero preconceito, não há nada de científico nisso. Até porque a objetiva faz ajustes localizados. O que é uma vinheta senão um retoque localizado? O que é uma distorção de perspectiva senão um ajuste localizado? A LX3 ajusta a perspectiva in-camera. Isso é retoque? Enfim, estaremos criando arbitrariedades absurdas na fotografia. Teremos de criar regras tão específicas para definir o que é retoque e o que não é que teremos processos judiciais simplesmente absurdos.

E uma lei abrangente do tipo "retoques localizados devem ser notificados" sempre abre margem a recursos. Uma lei genérica está fadada à ridicularização ou a uma tramitação desnecessária no espaço judiciário, simplesmente porque o conflito poderia ser resolvido de outra forma.
« Última modificação: 30 de Setembro de 2009, 15:34:07 por Francisco »
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Resposta #51 Online: 30 de Setembro de 2009, 15:37:27
Leo, o que você propõe é o bom senso para definir o que é retoque e eu estou de acordo com o teu bom senso. Falando em termos de senso comum, retoque é usar o dedinho do photoshop ou um dodge-burn para retocar uma região. Mas certamente isso não é uma definição muito formal e genérica. E, entre ficar com o bom senso de uma lei mal especificada e com o bom senso da não-regulamentação, fico com o último.
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Resposta #52 Online: 30 de Setembro de 2009, 15:37:43
Algumas afirmações bastante fortes por aqui não ?
Gente, não estamos falando de camadas sociais e nem de pessoas " imbecis" . Somos todos, TODOS, sujeitos `a sedução da propaganda.
Se você é homem, não tem filhos, não tem contato com  o mundo da moda nem se interessa, talvez realmente não esteja conseguindo enxergar o efeito negativo que a manipulação fotográfica pode trazer psicologicamente para algumas pessoas mais facilmente atingidas.
A bulimia e a anorexia, apesar de nnao serem causadas apenas por esta questão toda, são largamente amplificadas por toda a estética da " magra bonita" . Retoques feitos em Photoshop tornam pessoas reais, que tem estrias, bunda caída, celulite, em pessoas absolutamente perfeitas. Pessoas irreais. Meninas em todo o mundo estão sendo bombardeadas com a idéia de que isso que está na revista ee o certo, é o bonito, é o que todo mundo tem que ser. Os pais podem e devem ajudar sim, mas os próprios pais podem estar caindo na mesma lorota publicitária. Nem sempre conseguem sair da mesma sedução, e quando se dão conta, é tarde demais.
Por favor não digam que quem tem bulimia ou anorexia tem porque é " imbecil"  ou porque quer. São meninas de 11, 12 anos, são crianças ainda, estão vivendo em um sonho irreal, e tudo `a volta delas diz que o sonho é o certo. São problemas sérios, globais, não dependem de classe social nem nível cultural. E pode terminar em morte.
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:clap: :clap: :clap:
Na verdade acho que essa sua última colocação resume o problema do porque isso se tornou polêmico. Muitos dos fotógrafos da atualidade na verdade são altamente dependentes do PS, trabalham com um domínio limitado da fotografia e da cenografia, mas amparados por bons profissionais de manipulação. Pode ser que o medo seja exatamente este, de que as revistas passem a buscar uma fotografia mais limpa e desmascarem a maioria destes fotógrafos mais dependentes dos retoques..
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Resposta #53 Online: 30 de Setembro de 2009, 15:43:44
Leo, o que você propõe é o bom senso para definir o que é retoque e eu estou de acordo com o teu bom senso. Falando em termos de senso comum, retoque é usar o dedinho do photoshop ou um dodge-burn para retocar uma região. Mas certamente isso não é uma definição muito formal e genérica. E, entre ficar com o bom senso de uma lei mal especificada e com o bom senso da não-regulamentação, fico com o último.

Francisco, mas ai a discussão não é se a lei é útil ou pertinente, a idéia é trabalhar com uma lei bem elaborada. Ai cabe uma crítica aos maus legisladores (assim como na idéia estapafúrdia de colocar uma marca d´agua dizendo que uma foto foi editada). O problema ai seria então discutir o quão bem elaborada esta lei seria. Para mim é bastante claro, a palavra retoque possui um sentido semântico extremamente bem definido. Acabei de consultar 3 dicionários para verificar e todos definem esta palavra no sentido que coloquei acima. Ou seja, o uso desta palavra, para definir, atingiria tanto filme como digital e estaria definindo bem o problema ao qual se refere. Agora se nossos legisladores ou nosso judiciário não possuem a capacidade de ler e entender (nem com a ajuda de um dicionário), ai eu te garanto que qualquer problema ficará muito pequeno diante deste rs.
Sem contar que mesmo que seja mal interpretada é uma lei que não prejudica a fotografia em si, pois consite apenas em um aviso de rodapé, então mesmo que mal interpretada não causaria danos.
« Última modificação: 30 de Setembro de 2009, 15:46:56 por Leo Terra »
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Resposta #54 Online: 30 de Setembro de 2009, 15:51:33
Na verdade, a semântica só é cristalizada quando trata-se de semântica formal, estudada em linguística, matemática e ciência da computação. É a semântica das linguagens de programação, onde um termo if-then-else é tão preciso que se comporta apenas de uma forma. As linguagens naturais são ambíguas e mutáveis por natureza, sensíveis a um contexto complexo de muitas variáveis, e o judiciário sofre com isso, pois as leis não são formuladas com termos da semântica formal.

O que acaba acontecendo na justiça é que as leis servem apenas de inspiração para decisões sensíveis ao contexto atual. Uma interpretação da lei é impossível de ser cristalizada e está sempre mudando à luz de novas leis, emendas constitucionais e o próprio contexto social. Vejam casos de ampla repercussão onde a própria opinião pública exerce influência sobre decisões judiciais (esse seria um caso extremo onde o contexto exerce clara influência).

Bom, eu acho que deveriam existir mecanismos que tornassem a discussão judicial um recurso último; antes, o tema deveria ser esgotado no âmbito da comunidade, depois administrativamente e por último, procurando a justiça.
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Marcelo Favero

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Resposta #55 Online: 30 de Setembro de 2009, 16:05:18
Não sei, mas me parece que, falando em realidade, a discussão evoluiu para algo que não é real. Ao contrário do que entendi antes de ver a reportagem (e corrigí depois), não se trata de uma caça às bruxas feiticeiras do PS, apenas um aviso discreto de que algo ali foi editado, num caso específico, pontual, como hoje em TODOS os empreendimentos imobiliários somos (sou publicitário da área) obrigados a colocar: Imagens meramente ilustrativas (como se qquer imagem não fosse ilustrativa), mobiliário e paisagísmo não fazem parte dos ítens inclusos no imóvel e blá, blá, blá.... É chamado erroneamente de texto jurídico, e não serve pra nada, pois se o cara quiser meter um processo dizendo que isto estava em letras muito pequenas ele vai lá e ganha.
Por isso acho a intenção boa e não acho que vá trazer prejuízo para o mercado publicitário de moda e afins, menos ainda para a fotografia. Mas também acho desnecessário e ineficaz. Primeiro, com já disse, o mercado está começando aos poucos a exigir mais realidade e menos fantasia, então é questão de tempo para o retoque começar a perder um pouco a razão de "iludir". Segundo, porque se a imagem seduz, assim como nas plantas e perspectivas de imóveis "enfeitadinhas", não vai ser uma legenda corpo 5 que vai trazer as adolescentes para a realidade, apenas vai tirar o peso da consciência (e a culpabilidade) dos empresários do setor. Mas, qui est si. Não vai ter efeito algum também.

abç
Marcelo dos Santos

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Leo Terra

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Resposta #56 Online: 30 de Setembro de 2009, 16:08:20
Sim Francisco eu entendo e mesmo a semântica formal é variável com o decorrer do tempo, mas demora-se mais tempo para tal. Agora na lei deve-se usar esta semântica formal, até como meio de garantir que o entendimento seja o mais preciso possível.
Sob a perspectiva da Fenomenologia Hermenêutica esta influência dos valores pessoais de quem decide deveria ser sempre levada em conta e com isso estaria-se considerando os valores históricos e pessoais das decisões, mas é muito complicado rs.

Eu concordo que o recurso jurídico deveria ser sempre a última opção (na verdade para mim seria uma maravilha rs). Mas ele na verdade é o recurso que dá força a quem não tem força em uma determinada negociação. Quando o desequilibrio de forças é muito grande é difícil chegar-se a um acordo que seja aceitável para ambas as partes, porque a parte mais forte assume posições rígidas, amparada por seu poder. Até mesmo com a justiça envolvida algumas empresas se colocam como superiores (participei de um caso recente com a Embratel, onde nem mesmo uma ordem judicial foi cumprida, mesmo com a empresa reconhecendo abertamente que não tinha como invalidar as provas que o telefone havia sido clonado).
Apesar de muito problemática a justiça ainda serve para dar força àqueles que não possuem. :(
No caso em questão serve para dar força às pessoas que se vêem invadidas por mecanismos de lavagem cerebral, que entram em suas casas mascarados dentro de pacotes de informações úteis ou de entretenimento. Quando aplicados em crianças, que estão em estágio de formação, estes mecanismos se tornam ainda mais sérios.
Achei a vitória do telemarketing (a lei que proibe o telemarketing ativo para quem não quiser receber) uma grande vitória, só acho que o processo deveria ter sido inverso, ele deveria ser proibido por padrão e você deveria liberar se quisesse, mas de qualquer forma o direito de bolquear este tipo de invasão por seu telefone já é uma conquista (remetendo à questão dos poderes, eu mesmo já havia solicitado a retirada de meu telefone dos bancos de dados de várias empresas e nunca havia sido atendido), assim como seria bem vindo o direito de bloquear o envio de malas diretas e SPAM e mesmo o direito de saber quando algo que é mostrado em uma novela trata-se de um comercial pago, ou uma foto trata-se de uma imagem irreal sendo usada para vender algo que não existe. Atualmente eu ando meio farto da liberdade dada aos meios de comunicação para invadir nossas vidas e acima de tudo a liberdade que estes meios de comunicação possuem para ludibriar as pessoas.
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Resposta #57 Online: 30 de Setembro de 2009, 16:10:29
O negócio é tirar foto PB com filtro verde.  :hysterical:

Falar de lei aqui no Brasil chega a ser ridículo. Nem a constituição é respeitada. Está escrito lá que todo cidadão (chamaram a gente de cidadão ao invés de consumidor) tem direito a saúde, educação, direito de ir e vir e blábláblá. E daí? Para que serve esse papel idiota? Para nada, nem o básico é feito pela lei (por isso escrevo lei com "l" minúsculo). Essa lei da legenda, aqui, seria algo apenas bonitinho, politicamente correto e inócuo. Até matar é permitido, se vc pensar na punição ridícula.

A sociedade não desmorona pq, dentre outras coisas, a própria mídia impõe alguma moralidade. Mostrando na novela o maniqueísmo do bonzinho ficar bem no final, mostrando que moralmente correto é trabalhar e ser honesto, etc. Aqui no Brasil ser honesto é balela, é muito mais vantajoso roubar, mesmo sendo pego se vc tiver bastante dinheiro nada vai acontecer com vc e exemplos para isso não faltam. Onde a lei entra nisso tudo? Se nem nestas questões tão mais sérias ela é eficiente, imagina nisso da foto. Colocar um aviso vai salvar vidas? Duvido.

Também não vejo nada de mais em se colocar o aviso, desde que não seja por força de lei. Pois a lei não tem como decidir onde este aviso seria cabível. O que provavelmente aconteceria é que tudo quanto é foto acabasse tendo o tal aviso, pois as revistas teriam medo de multa (ou seja lá o que resolvam fazer) e mais uma vez ele seria inócuo. Ou seria o oposto e ninguém cumpriria a tal lei e mais uma vez a palavra inócuo vem em minha mente.  :assobi:

[ ]s

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Resposta #58 Online: 30 de Setembro de 2009, 16:22:15
Citar
pergunta é: Onde isso que os franceses estão propondo se configura em punição para alguém?
Eu não entendo que mal uma frase VERDADEIRA, colocada do lado da foto pode trazer para o fotógrafo ou para a fotografia em si.

Punição é qualquer intervenção do Estado em assuntos que não dizem respeito a ele. Proibir uma atitude a qual que posso me dar o direito de ignorar é um ato de castração. É uma privação da liberdade.
Prever um problema pra fotografia ou para o fotógrafo é uma coisa. Agora prever os prejuizos para o ser humano e sua liberdade, isso já é evidente.
Minha idéia não é exatamente contra advertir. Quem quiser que o faça...não precisa de uma lei para isso. Mas por favor, não imponham quem não quer, porque isso é um estupro, um ato forçado.
Eu tenho total direito de não querer advertir nada, principalmente se meu trabalho não está vinculado a esse assunto. Mas que falatamente, pela lei ser de espectro geral, acaba inteferindo. Todo ser humano tem direito de se importar com aquilo que bem entender e não ser obrigado a se importar com algo que não lhe diz respeito.
A coisa mais simples e bacana de se fazer é criar um movimento pela apreciação da idéia. Quem quiser, que faça..quem não quiser que não faça.
Repito: se o Estado está preocupado, que façam campanhas, promovam a conscientização, façam propagandas (a própria Dove com a real beleza fez isso), existem milhões de mecanismos que não sãop necessários de imposição passível de multa.

Citar
Não é porque existem problemas mais importantes que este não precisa ser tratados.

Exato, você tem toda razão. Mas então porque as coisas mais importantes não estão no mesmo patamar de importância?

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Na verdade a maioria esmagadora dos problemas de violência urbana e boa parte dos problemas de saúde da atualidade, inclusive a fome do mundo, é causada pelo mau uso da publicidade.

Isso tudo é causado pelo mau uso do cérebro. A propaganda é só um parasita - se alimenta da essência alheia. Fala-se que a televisão emburrece o ser humano, mas é o ser humano que emburrece a televisão. O ser humano que é um produto de si mesmo e tudo a sua volta é uma consequencia da sua própria bobagem.
Aí criam-se medidas desesperadas para medicar o sintoma, e não o problema.

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A sociedade simplesmente não deve ser nivelada. Se temos algo que podemos fazer por pessoas que não são como nós, sem prejudicar a outras pessoas devemos fazer, independente de importância ou qualquer outra coisa.

Como eu disse: quem quiser que faça, mas que não seja obrigado a fazer.

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Pesquisas recentes mostram que a maior parte dos casos do tipo ocorrem em famílias estruturadas e bem instruídas, exatamente aquelas cujas crianças são alvos deste tipo de mídia.

Assism como grande parte de aidéticos também. Tende-se a pensar nas pessoas como vítimas. Eu, particularmente, não vejo ninguém como vítima de nada a não ser da própria ignorância. E não digo isso só de pessoas com problemas sociais como bulimia, anorexia, psicopatia ou o que seja. Falo do ser humano em geral, me incluindo (e muito) na lista.

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E mais, seus exemplos, como o do super homem,  ilustram ainda mais a importância deste tipo de instrução.

Ilustram bem a importância da instrução intelectual em casa. Não é função da mídia educar. Acredito que você nunca tenha tentado pular de um telhado para voar nem tenha atirado em alguem dentro do cinema quando tinha 11 anos de idade. O que o torna diferente dos que o fizeram?

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E tornar a mídia como um todo responsável por tal.

A mídia é tão responsável pelos problemas da humanidade quanto um bastão de baseball é responsável por um traumatismo craniano. Tudo depende de como se usa.
fala-se em politicamente correto, mas na minha época Seu Madruga espancava o Chaves, Booke Shields aparecia pelada em Lagoa Azul, o Jaspion arrancava a cabeça de monstros do espaço, os pais davam lambada na bunda dos filhos como corretivo a uma travessura...e a grande parte das pessoas não matou as outras por isso. E se fez, não foi culpa do chaves.

Volto aqui a falar que o problema não é especificamente para a fotografia. É um conceito bem maior que atinge a liberdade do ser humano. Eu sou contra qualquer ato que interfira na minha liberdade.


Clayton Batista

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Resposta #59 Online: 30 de Setembro de 2009, 16:42:28
Rafael, isso de QUEM quiser que faça seria no caso de um QUEM. Estamos falando de empresas publicitárias, e nao de uma pessoa (um fotógrafo, por exemplo). O serviço do fotografo termina quando entrega sua foto a agencia, e permite sua utilização e direitos autorais e tudo isso. Depois, já nao pode reclamar de nada.

Já o fato de advertencias no cigarro nao fez com que as pessoas parassem de fumar. Vejam bem: propagandas de cigarro, sao de mulheres ou homens bonitos que fumam num paraiso. Ninguém fala que o cigarro mata!!! É errado colocar depois: o  ministerio da saude informa que fumar pode blablabla?! 
Pode ser que nao existam menos fumantes, mas o que importa é que os fumantes que existem agora sabem tudo o que estao consumindo, e consomem por que querem. Já nao estao sendo mais tao enganados, pois lhes foram advertidos.