Autor Tópico: Trabalhar ocmo Free Lancer sem curso? É possível?  (Lida 9215 vezes)

thiagobeleza

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Online: 23 de Outubro de 2009, 18:09:18
Possuo alguns conhecimentos em fotografia e um equipamento razoavel. Com um pouco de criatividade da pra fazer um trbalho legal. Gostaria de saber se é possível conseguir trabalho em sites, revistas, agencias pra fazer eventos, ou trabalhos específicos como fotógrafo, mesmo não tendo formação.

Todo conhecimento que adquiri foi através da internet.

Eu penso em estudar, fazer cursos e oficinas, mas tudo isso custa muuuuuuuuiiito caro e, no momento é impossível. Pensei em me desenvolver praticando.

Rola?


stephansolon

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Resposta #1 Online: 23 de Outubro de 2009, 19:29:40
Fala Thiago!

Bom, primeiramente queria deixar claro que o que eu penso não é direcionado à ninguém, tãopouco para você, mas na situação geral do mercado.

Pergunta/situação espinhosa que você colocou no seu post, e sabe porquê? Porque hoje o mercado está saturadissimo, tem muita gente curiosa entrando sem noção de mercado fotográfico. Existe o fotógrafo e existe o apertador de botão.

Sei que é legal tirar uma grana extra nos finais de semana, fazer upgrades no equipo com esses serviços, mas com isso, pode estar tirando serviços de profissionais qualificados que eu chamo de full-time. Eu por exemplo, não tenho renda extra, não tenho outro emprego, sou fotógrafo e trabalho exclusivamente com isso. Tenho formação em comunicação, estudei muito e sempre estudo para não ficar atrás, faço investimentos pesados em corpo/lentes/flash, etc.

Obvio que se vou numa festinha infantil e lá tem um iniciante, não o vejo como alguém que me tirou um job, até porque esse não é meu ramo, mas hoje, com os orçamentos apertados das empresas, a gente se vira pra conseguir justificar o quanto vale nosso trabalho. O próprio mercado faz uma seleção natural dos profissionais. Por exemplo, se você der uma corrida atrás de quem faz fotos de produtos, olhe a estrutura que existe por trás de uma foto (cameras, lentes, estúdio, flashes, sombrinhas, girafas, horas de edição, etc).

Uma conhecida vai ser casar ano que vem, perguntou quanto eu cobrava. Achou caro e me questionou se eu não chegava no valor que ela tinha (até me mandou o orçamento). Disse que não tinha como, pois em seu casamento eu estaria levando minha experiência, mais ou menos 40K de equipamento, assistente, etc. Ela acabou fechando com uma pessoa que vende Herbalife e nos finais de semana, faz foto. Obvio que não tenho como chegar no valor que me foi passado, pois o que essa pessoa cobrou pra fazer um casamento, eu cobro pra fazer 2 shows. E isso mostra falta de experiência... Além disso, metade do valor fechado vai ser pago nos produtos que ela vende, estou louco pra ver o resultado!

Procurando, sempre aparece algo pra fazer, mas eu lhe peço, para o bem geral do mercado, que se aparecer para você um job grande e importante, peça uns dias e pesquise valores. Essa de "ah, quanto você cobra pra tal coisa, fala aí" não existe.

Abraços e boa sorte!
Stephan



« Última modificação: 23 de Outubro de 2009, 19:30:19 por stephansolon »
Stephan Solon
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thiagobeleza

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Resposta #2 Online: 23 de Outubro de 2009, 20:09:33
Oi Stephan, muito interessante a sua avaliação. Sou profissional da área da informática e entendo bem o seu ponto de vista. Pode acreditr, não é só o mercado da fotografia que ta saturado...Muita gente inexperiente, aprendendo tudo pelo google, e fazendo o trabalho que eu levei muito tempo pra aprender.
Se por um lado, isso me desvaloriza como profissional, por outro lado mostra que o meu trabalho não é tão importante assim, que exija a formação específica. O profissional escolhido depende sempre da necessidade do cliente. Um garoto de 16 anos, curioso, pode executar por 50 mangos, enquanto eu o faria pelo triplo do valor. Isso significa que o trabalho será ruim? Nem sempre!

Por outro lado, penso que elitizar a profissão não é algo mto justo, afinal, os clientes tem necessidades diferentes. Eu mesmo, me caso em dezembro e não estou disposto a pagar um fotógrafo profissional (que iria cobrar o que eu vou gastar na festa toda) e estou buscando alguém que saiba operar uma camera pra fazer as fotos com meu próprio equipamento. Agora, se eu buscasse um trabalho profissional, ai seria diferente.

O investimento inicial para a carreira de fotógrafo é bem alto (com um curso do SENAC e uma camera digital com uma única lente, calculei uns 8 mil). De onde viria esse dinheiro? E depois do investimento, em quanto tempo viria o retorno? A minha idéia é entrar no mercado e me profissionalizar posteriormente. Não o contrário. Nem todos tem a oportunidade de estudar aquilo que gostam e optam por fazer o necessário e, assim buscar condições pra fazer a própria vontade.

Então, penso que este tipo de opnião (não se ofenda por favor) é clássica de pessoas que super-estimam sua importãncia no mercado.

Entendo todas as questões técnicas relacionadas a fotografia, experiência, talento e tudo o mais. Mas nas condições que vc sugere, a fotografia não é para pessoas de baixa renda, que precisam trabalhar pra se sustentar (devido aos fatos que eu coloquei no início: investimento inicial, dificuldades de achar trabalho e o atendimento a necessidades basicas de sobrevivência), o que é uma visão bastante limitada para tempos em que a informação deixou de ser limitada aos que podem pagar por ela.

Penso que sua opnião pode levantar um debate interessante sobre o assunto, mas acaba desviando o objetivo do post, que é idéias de como entrar nessa.

Agradeço a opnião...

Abraços



Francisco

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Resposta #3 Online: 23 de Outubro de 2009, 20:11:43
Eu acho que há trabalhos e trabalhos. Eu conheço bem como é a falta de regulamentação no setor de TI, minha área de atuação. Geralmente isso não me incomoda, pois sou contra qualquer reserva de mercado, mesmo aquelas "intocáveis", como engenharia, medicina e direito. Hoje, os conselhos protegem mais a própria categoria  - puxando para si todas as prerrogativas que encontram - do que defendem os interesses da sociedade. Essa parcialidade é fácil de entender, pois não somos nós quem pagamos o CREA, o CRM ou a OAB, são os engenheiros, os médicos e os advogados.

Os favoráveis aos conselhos argumentam que o modelo onde as atividades são reguladas de forma liberal, ou seja, pelo mercado, podem trazer danos à sociedade, uma vez que entra muito "picareta" no ramo. Até pode ser, mas mesmo no modelo de conselhos temos prédios caindo e médicos indicando cirurgias sem necessidade. Enfim, ética é algo que vai além de um curso superior e é o calcanhar de aquiles de qualquer profissão. Alguns podem argumentar "ah, mas eu estudei ética no meu curso". Ok, ética é uma disciplina entre outras trinta desses cursos, mal da para absorver um rudimento de ética - e apenas da teoria.

Bom, na verdade eu queria falar sobre reserva de mercado e não é bem o assunto do tópico (ainda que tenha muito a ver). No mercado de fotografia, exigir formação superior talvez trouxesse uma garantia de qualidade nos trabalhos no início, que seria altamente lucrativo para os poucos diplomados. Depois, as pessoas aprenderiam o caminho das pedras e iríamos voltar para o problema inicial, com faculdades de fundo de quintal formando clicadores.

Outro ponto é se realmente alguém precisa, obrigatoriamente, conhecer história da arte, conhecimentos avançados de fotografia de estúdio, desenho, teoria das cores, estética, etc, para cobrir um casamento. Claro que um profissional tão especializado traria um trabalho de alto nível - mas que ainda assim poderia não ser compreendido pelo cliente. Quem pode pagar 5, 6 mil por uma cobertura de casamento não vai arriscar o Joãozinho que cobrou trezentinhos e tem o portfólio vazio. E, se quiser arriscar, então é porque fotografia não é algo importante para ele. Eu tenho amigos que levam as suas Sony superzoom em modo Auto para "cobrir" a formatura do irmão, namorada, etc. E no final gostam! O que tem de errado nisso?

Claro que há quem se arrependa de ter contratado um profissional fraco, mas tudo é aprendizado. Não existe, a rigor, garantia de que um diploma traga resultados melhores ao trabalho. Não é porque sabemos que uma BMW é muito melhor que um Gol que todos devemos comprar uma BMW, mesmo sem poder sequer comprar o Gol à vista :P

Então, a minha resposta é: Sim, você pode trocar o seu trabalho por dinheiro, mesmo que você não tenha experiência. O importante é você ser honesto, não colocar fotos dos outros para engordar o seu portfólio, não tentar inventar que você tem cacife para tomar um serviço maior do que a sua experiência. Não tente cobrar mais do que vale o seu trabalho. O cliente precisa saber onde está se metendo.
« Última modificação: 23 de Outubro de 2009, 20:13:02 por Francisco »
Francisco Amorim
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Formel

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Resposta #4 Online: 23 de Outubro de 2009, 20:54:29
Não tente cobrar mais do que vale o seu trabalho.

No ramo de fotografia acho que no geral é justamente o oposto que acontece. Eu diria: Não cobre menos do que o seu trabalho vale.

Muitos dos que estão começando acabam cobrando pouco e com o tempo acabam por abandonar a área. Quer dizer, o cara até pode cobrar R$300,00 por um casamento, mas duvido que esse cara fique mais de um ano no ramo e ainda vai jogar o seu próprio dinheiro fora, sem contar com o estrago que essas pragas fazem no mercado.

Esse seu argumento da festa é algo que eu vejo por outro lado, sei como foi a festa de casamento dos meus pais graças ao trabalho de um bom profissional, a festa acaba o que vai ficar são as fotos e sinceramente esse registro é no mínimo tão importante quanto a festa. Você pensar diferente no papel de cliente até dá para entender, mas a partir do momento que tem o desejo de se profissionalizar é preciso ter outra mentalidade.

Também sou da área de informática, mas não vou competir com esses caras que estão começando agora. Se fosse assim eu morreria de fome, na minha área eu procurei um nicho, na fotografia é a mesma coisa. Meu interesse na fotografia é um cliente, que, quem está começando geralmente não tem acesso. Em qualquer área é necessário buscar algum tipo de diferencial, ou competir com esses adolescentezinhos que aprendem PHP no Google. Acho que o melhor que vc pode fazer é procurar alguém com experiência e tentar ser ajudante deste cara. É a melhor maneira de começar em fotografia.  :ok:

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Formel


Guto Marc

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Resposta #5 Online: 23 de Outubro de 2009, 21:49:41
Se você pretende fazer freelance, aconselho procurar um fotógrafo e ser freelancer dele. Vou explicar: você fica com menos responsabilidade, tem oportunidade de aprender mais e evita se queimar no mercado por apresentar um trabalho aquém do esperado. E o ganho será praticamente igual ao que você cobraria sendo fotógrafo eventual. Se der certo, ocê investe mais em equipamento e passa a ser o fotógrafo ue cotrata os freelancers. Comigo aconteceu isso.... comecei como freelancer de um fotógrafo e hoje fotografo profissionalmente muita coisa.
Um fotógrafo que só escreve e não mostra suas fotos está na profissão errada


thiagobeleza

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Resposta #6 Online: 23 de Outubro de 2009, 21:52:01
Acho que busquei a informação no lugar errado.

Penso que cobrar um baixo preço pra fotografar um casamento, é uma ótima oportunidade pra aprender (desde que a pessoa saiba o serviço qeu esta contratando) e adquirir experiência. Ao invés de fazer um casamento por 3 mil reais em um mês, posso fazer 10 por 300. Talvez, quando me tornar profissional, passe a cobrar o valor de mercado, ou talvez não. Desisti de trabalhar como free lancer na informática justamente por achar injusto cobrar 100 reais em uma taxa de visita. è algo que beira o abuso.
Vc tem razão quando diz que eu penso como cliente. O fato é que é preciso se colocar no lugar dos outros. Talvez, quando um pintor faça um orçamento, vc o ache caro demais.

Pessoalmente. não vejo problemas em me profissionalizar fazendo trablhos pequenos e cobrando um baixo preço.

Mas na verdade, o que mais me atrai é o fotojornalismo. Penso em iniciar com sites de mídia independente, vender algumas fotos.

MAs a opnião de todos aqui foi extremamente válida. Muito obrigado.


thiagobeleza

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Resposta #7 Online: 23 de Outubro de 2009, 21:52:53
Se você pretende fazer freelance, aconselho procurar um fotógrafo e ser freelancer dele. 

Show....seria uma ótima maneira de começar. Conhece alguém que esteja procurando?


Guto Marc

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Resposta #8 Online: 23 de Outubro de 2009, 22:05:32
Ao invés de fazer um casamento por 3 mil reais em um mês, posso fazer 10 por 300.
Você tem que pensar como admistrador, empresário ou o que for precido com isso. Como ?
Você estudou fotografia ( ok, pela internet, mas gastou tempo lendo )
Comprou equipamento, que não é barato
Para seguro
Gasta gasolina e estacionamento para ir aos casamentos fotografar
Tem que fazer a manutenção dos equipamentos ( uma limpeza de sensor = R$30; troca de obturador no minimo R$ 400; flat cable de lente no mínimo R$ 180 )
Tem que comprar HD e micro decente para editar e armazenar as fotos
Tem que comprar HD externo para o BKP das fotos
Tem que comprar mídia e gravar DVD de bkp extra de cada casamento
Tem que atualizar o equipamento pelo menos a cada 2 anos

Veja, se você computar tudo isso acaba vendo que R$ 300 é muito barato para fotografar um casamento. Mas tem uma coisa que você não está levando em consideração e que é de extrema importância: O casamento é O DIA MAIS IMPORTANTE DA VIDA DOS NOIVOS. Você justifica o fato de cobrar barato porque não acha justo com os clientes conrar caro. Supondo que deu algum problema e você de alguma forma não tenha as fotos do casamento para entregar aos noivos. Posso te garantir que o processo que você vai receber por Danos Morais será muito, mas absurdamente muito maior que R$ 300. Para se ter uma idéia está rolando um caso ue até foi noticiado no jornal que os noivos estão processando a empresa de foto/filmagem em R$ 800 mil !!! 800 mil !!! Então pense: apesar de ser "apenas esporádico" ou freelancer, se você não for tratar o evento como um profissional, pule fora..... será melhor para você e para os noivos.
Você pode cobrar menos por não ter experiencia, por não ter um bom portifólio ou porque quer atender uma classe menos abastada. Mas independente disso, profissionalismo total... sempre.
Um fotógrafo que só escreve e não mostra suas fotos está na profissão errada


Marcelo Favero

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Resposta #9 Online: 23 de Outubro de 2009, 22:34:29
Acho que busquei a informação no lugar errado.

Penso que cobrar um baixo preço pra fotografar um casamento, é uma ótima oportunidade pra aprender (desde que a pessoa saiba o serviço qeu esta contratando) e adquirir experiência. Ao invés de fazer um casamento por 3 mil reais em um mês, posso fazer 10 por 300. Talvez, quando me tornar profissional, passe a cobrar o valor de mercado, ou talvez não. Desisti de trabalhar como free lancer na informática justamente por achar injusto cobrar 100 reais em uma taxa de visita. è algo que beira o abuso.
Vc tem razão quando diz que eu penso como cliente. O fato é que é preciso se colocar no lugar dos outros. Talvez, quando um pintor faça um orçamento, vc o ache caro demais.

Pessoalmente. não vejo problemas em me profissionalizar fazendo trablhos pequenos e cobrando um baixo preço.

Mas na verdade, o que mais me atrai é o fotojornalismo. Penso em iniciar com sites de mídia independente, vender algumas fotos.

MAs a opnião de todos aqui foi extremamente válida. Muito obrigado.


Thiago,

Você procurou a resposta no lugar certo.
Todas as respostas que obteve são a pura realidade (discordo um pouquinho do Stephan, mas não vem ao caso no seu post, e compreendo perfeitamente o posicionamento dele).

Sim, você pode entrar na atividade profissional aos poucos, sem torrar as economias familiares de uma vez. Mas precisa entrar pela porta certa. Freela, sim, mas como assistente, como auxiliar, como aprendiz. Acompanhando alguém (falei isso num outro post recente, as empresas de reportagem e produtoras aceitam 3º, 4º fotógrafo em eventos como aprendiz sem remuneração). Não vá fechar contratos por R$ 300,00 que você vai ficar conhecido como o "Thiago das 300 pratas", e vão te indicar pro resto da vida como "o cara que cobrou baratinho". E vou te falar, todo trabalho tem que ter planilha de custo, com itens como os citados pelo Guto, e um casamento vai muuuuuito além dos R$ 300,00 só de custos logísticos e operacionais.
Então, se não pode pagar cursos e ter todo o set de equipamentos necessários para um trabalho completo, seja cara-de-pau e se ofereça como aprendiz. Isso funciona! Só então você vai ter uma idéia precisa do que é o mercado. Quer ser repórter fotográfico? Ok! Faça eventos como aprendiz para ter domínio das adversidades, depois procure pequenas publicações para acompanhar a equipe de rua.

Ah, e quando começar a receber por isso, invista em você e no equipamento, nessa ordem!

Abraço
Marcelo dos Santos

Associado Fototech


Formel

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Resposta #10 Online: 23 de Outubro de 2009, 22:50:00
Dez casamentos por 300 não é a mesma coisa que um por 3000. É como o Guto explicou, é necessário agir como empresário, se vc fizer as contas verá que cobrando 300, na verdade vc está pagando para trabalhar. E pior estará se queimando. A melhor coisa é procurar algum fotógrafo já estabelecido e trabalhar com ele.

Fotojornalismo é talvez a pior área para se trabalhar hoje em dia, além de exigir um equipamento caríssimo paga pouco e se trabalha muito. Já vi empresa oferecer salário de R$1.500,00 e querer que o fotografo use câmera top dele! A empresa colocava como exigência que o cara tinha que ter uma Canon 1D ou Nikon D3! Um absurdo total! Mas o pior é que eles conseguem gente para trabalhar.  :doh:

Quer dizer o otário vai andar por aí com um equipamento de R$30.000,00 dele, para ganhar R$1.500,00. Esse merece ser roubado logo no primeiro dia de trabalho.

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Formel


thiagobeleza

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Resposta #11 Online: 24 de Outubro de 2009, 13:33:58
Galera, não havia pensado nos pontos de custo levantados pelo Guto. E o valor de 300 reais para um casamento, eu chutei, sinceramente não sei quanto vale. fotografo a uns 3 anos, mas sempre como amador, usando cameras compactas.

Depois de entrar nesse fórum e ter uma idéia de como funciona o mercado, passei a buscar informações sobre como me profissionalizar.

A graduação é fora de questão (900 reais pelo curso, ganhando o que eu ganho, sem chance). Mas o tecnólogo do Senac tem uma boa grade a um preço dentro da minha realidade. Como o curso só abre em setembro do ano que vem, me inscrevi num curso de fotografia básicana ABRA. Penso que o contato com outros profissionais pode ser importante pro inicio da carreira.

Sobre trabalhar como assistente de alguém sem remuneração, é fora de questão. Meu ritmo de trabalho atual não permite. Preciso me sustentar, e vou ter de arranjar um jto de conciliar as duas coisas.

Enfim, graças a opnião de vc's decidi entrar na área do jto certo.

Muito obrigado a todos...

PS: Formel, gastei 30 mil pra construir minha casa e levei 4 anos pra isso. Logo, um equipamento fotográfico que custe tudo isso esta fora de cogitação pra mim. Um salário de 1500 com o meu equipamento atual (sony h50) seria perfeito, mesmo que tivesse de trabalhar mto. Afinal, se for pra trabalhar pouco, viro funcionário público.

Abrçs


Formel

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Resposta #12 Online: 24 de Outubro de 2009, 14:14:29
SENAC é ótimo, vale muito a pena. Para trabalhar como assistente não é necessário ficar lá oito horas todos os dias, das vezes em que trabalhei como segundo fotógrafo eu aparecia lá fazia o serviço e pronto. Claro que isso depende muito, mas para quem não tem tempo fazer isso é melhor que nada.

Acho que o melhor é ser paciente, com calma vc acha o seu caminho na fotografia, sem atropelos.  :ok:

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Formel


GuiCastro

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Resposta #13 Online: 24 de Outubro de 2009, 14:17:27
SENAC é ótimo, vale muito a pena. Para trabalhar como assistente não é necessário ficar lá oito horas todos os dias, das vezes em que trabalhei como segundo fotógrafo eu aparecia lá fazia o serviço e pronto. Claro que isso depende muito, mas para quem não tem tempo fazer isso é melhor que nada.

Acho que o melhor é ser paciente, com calma vc acha o seu caminho na fotografia, sem atropelos.  :ok:

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Eu estou na batalha com o tempo. Tenho que estudar o que estou fazendo nesse momento (trabalho na área de telecomunicações) e quero muito iniciar na fotografia, mas o começo é bem difícil, não dá dinheiro. De vento fica difícil sobreviver..


stephansolon

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Resposta #14 Online: 24 de Outubro de 2009, 15:03:08
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Por outro lado, penso que elitizar a profissão não é algo mto justo, afinal, os clientes tem necessidades diferentes.
Fala Thiago, tudo bom?

Acho que a questão não é elitizar, se passei essa imagem, me desculpe. Eu também comecei fazendo coisas pequenas e quando achei que era hora, larguei emprego estável, estabilidade e me enfiei de cara na fotografia. Peguei muita coisa furada, bati cabeça. Não tenho nenhum curso do SENAC, sempre achei salgado o preço que eles pedem, mas na minha formação tive dois anos de fotografia, me deu uma base legal pra algo que eu já curtia e conhecia. Até eu me formar, trabalhava em escritórios pois eu que pagava as mensalidades.


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Então, penso que este tipo de opnião (não se ofenda por favor) é clássica de pessoas que super-estimam sua importãncia no mercado.
Pelo contrário, quem me conhece, sabe que eu sou um cara bem sossegado e pé no chão. O problema, como em qualquer outro ramo, é manter um nível sadio do mercado, e eu defendo isso, lógico, é meu sustento. Tive que rebolar muito no último contrato, pois me questionaram se eu não chegava no valor dos dois outros orçamentos. Fui dar uma olhada e não eram nem profissionais da área, tinham outros empregos, mas pra "pegar o job", ofereceram qualquer coisa.

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Entendo todas as questões técnicas relacionadas a fotografia, experiência, talento e tudo o mais. Mas nas condições que vc sugere, a fotografia não é para pessoas de baixa renda, que precisam trabalhar pra se sustentar (devido aos fatos que eu coloquei no início: investimento inicial, dificuldades de achar trabalho e o atendimento a necessidades basicas de sobrevivência), o que é uma visão bastante limitada para tempos em que a informação deixou de ser limitada aos que podem pagar por ela.
Mas em nenhum momento eu quis dizer que a fotografia não é pra pessoas de baixa renda. Deixei de comprar coisas para mim pra poder investir em equipamento.
Eu também preciso trabalhar pra me sustentar, como havia dito na minha resposta anterior, não tenho outra fonte de renda além da fotografia, por isso defendo meus interesses na área. Um amigo me pediu várias dicas e contatos pra começar a fotografar especificamente nos ramos que eu atuo. Pensei: é falta de noção, oportunismo ou esperteza? Como lidar com isso?
É a mesma coisa de eu chegar pra você, que trabalha com informática, e perguntar: Thiago, me passa quem são seus clientes, os contatos lá dentro e dicas de como trabalhar na área? Já me perguntaram também se não podiam me acompanhar num local onde eu trabalho para aprender a fotografar...

Resumindo, sou sim a favor de pessoas entranto no mercado, desde que tenha um pouquinho de noção de valores dos serviços, pois conhecimento está ai pra todo mundo ir atrás. Como você mesmo questionou, em quanto tempo vem o retorno do investimento? Posso te afirmar que esse prazo é cada vez maior...

E acho corretíssimo o que o Marcelo disse: jogando o preço muito baixo, você depois tem dificuldade em cobrar mais, pois em fotografia, o que vale é a indicação, o famoso boca-a-boca.

Mas é isso ai, post interessante  :ok:
Abraços
Stephan
« Última modificação: 24 de Outubro de 2009, 15:06:10 por stephansolon »
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