Na maioria dos casos a eletronica dura bem mais que a mecanica, e isso pode ser melhor entendido avaliando os atritos internos e temperatura de trabalho.
Então... não... eletrônica também é sujeita a problemas não só de temperatura — por exemplo, a famosa 'solda fria', onde um monitor, ainda bem mecanicamente, pára de funcionar porque os ciclos de ligar e desligar aqueceram e esfriaram os circuitos eletroeletrônicos, causando defeitos prematuros e irreparáveis, dependendo do componente afetado e sua disponibilidade.
Além disso, a eletrônica é bem vulnerável à umidade, com casos catastróficos de câmeras eletrônicas mortas por serem molhadas em circunstâncias que qualquer câmera mecânica resistiria.
A eletrônica pode sofrer até com pó, se este causar aquecimento ou curto-circuito.
Uma Olympus OM-3T(i), por exemplo, vale bem mais que uma OM-4T(i); uma OM-3(T(i)), assim como uma OM-1(n), pode ser reparada ad infinitum, enquanto uma OM-4(T(i)), como uma OM-2(n|sp), depende da disponibilidade de circuitos integrados dos quais o John da Zuiko.com tem estoque limitado, e que simplesmente não existem no Brasil.
Se não me engano os componentes que mais sofrem com durabilidade numa câmera são mecânicos.
O obturador costuma ser a medida da durabilidade duma câmera digital profissional, selada contra o pó e contra o tempo. Mas o obturador pode ser substituído, e provavelmente estará disponível por muito mais tempo que o sensor, a tela ou o processador, por exemplo.
O que ocorre é que, geralmente, quando o obturador chega a falhar, a câmera já está obsoleta. As lentes, não, a não ser que sejam (por exemplo) autofoco das gerações mais antigas ou pseudo-APS num sistema que se encaminha para 24x36mm.
Vide que a Zeiss e a Leica continuam produzindo e desenvolvendo lentes de foco manual — o que, aliás, é o que faz falta no Quatro Terços, e o Micro Quatro Terços tem com os adaptadores para lentes Leica M.
Essa câmera Ricoh pode ser qualquer câmera, basta a Ricoh lançar adaptadores pra ela, inclusive dizem que o primeiro seria um adaptador para o sistema Pentax e que consiga aproveitar AF e medição.
O grande problema que vejo nela e que pra mim é o maior de todos problemas, o preço. O corpo mais a lente com zoom (sensor 1/1.7”) sai por quase U$1000,00 e no futuro um adaptador pra lentes Nikon deverá sair por uns U$300,00, ou seja, precisaria gastar U$1300,00 pra unificar minha compacta e minha reflex em um único corpo.
Ou seja, começa a ficar complicado, caro, ocupar um baita espaço... não vale mais a pena adaptar lentes, por exemplo Nikon, em um corpo Quatro Terços? O problema de fazer a engenharia reversa do protocolo de autofoco e abertura continua existindo, o que é o complicador para o reuso de lentes Canon autofoco, por exemplo.
Me parece uma idéia interessante, sim — só não consigo entender quais as vantagens práticas reais, se comparadas ao reuso de lentes praticamente eternas em corpos com obsolescência programada.