Autor Tópico: Realidade ou melhor efeito?  (Lida 8531 vezes)

Leandro Rodrigues

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Online: 30 de Novembro de 2009, 18:28:11
Vendo meus álbuns de infância notei como as fotos eram bonitas e gostosas de ver mesmo não tendo cores e temperatura perfeitas. Por exemplo, as fotos tiradas dentro de casa eram super amareladas, com paredes amarelas, mesmo elas sendo brancas, obviamente devido a luz amarela dos cômodos, o que seria "natural" acontecer. Outras não tem céu azul como vemos nas fotos digitais.

Como minha experiência fotográfica era com reflex de filme, fotografia pra mim se resumia apenas a abertura, iso e exposição. Sempre gostava do resultado do laboratório que eu mandava pra revelar. E me preocupava mais com composição e enquadramento.

Agora, com digital, o pós-edição virou quase que 50% da fotografia (posso estar enganado, mas esse é meu sentimento do momento) e estou "apanhando" horrores pra conseguir cores que mais me agradam, pois ou repasso na edição o sentimento do momento da captura ou faço a foto mais agradável e supostamente perfeita do ponto de vista técnico.

Com a digital, minhas fotos dentro de casa tiradas a noite continuam sendo amareladas, inclusive pessoas e paredes, por causa da luz ambiente, mas com controle de temperatura no pós-edição consigo com a maior facilidade deixar minhas paredes brancas, como elas são, mas que não estavam brancas naquele momento.

Morando em São Paulo é muito raro ver um céu azul mesmo, daqueles que dá gosto de estar na praia ou curtindo uma piscina, porém no pós-edição é possível consegui-lo com a maior facilidade e a maior naturalidade possível.

Minha dúvida é:
Ao editar suas fotos, vocês priorizam o que estavam vendo no momento do clique ou a cor que mais agrada?? Vocês priorizam a realidade ou o melhor efeito?


Santiago

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Resposta #1 Online: 30 de Novembro de 2009, 19:04:51
Eu não edito uma foto, mas minha mulher dá o maior valor editar, filtros e outras coisas no Photoshop. Também gosto de ver fotos da minha infância e ver priorizado o momento e a realidade das cores.
Acho que vai do momento e que fim levará a foto :)
Canon EOS 5 | EF 35-70 - Zenit 122 | 58mm - Samsung s630<br />


Marcelo Favero

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Resposta #2 Online: 30 de Novembro de 2009, 22:12:26
É difícil definir onde o processo de uma fotografia começa e onde ele acaba.

Pode começar num sonho, pode começar numa referência, pode começar num briefing, pode começar no clique.
 
Também pode acabar no clique. Pode acabar em um longo período de Photoshop assim como algumas acabavam em cuidadosos trabalhos com máscaras, retoques e revelações pelo sistema de zonas nos químicos dentro da sala escura. Também pode acabar muito antes de ser clicada, se for feita por quem não sabe bem o que quer ou faz.

Assim como é muito difícil determinar o que é uma edição suficiente e o que é uma edição exagerada. Acho que existem coisas que apenas o nosso senso e nossa cultura podem determinar ou a necessidade decidir. A única coisa que é certa, é que fotografar não precisa ser apenasmente o instante decisivo.

Abraços
Marcelo dos Santos

Associado Fototech


BBear

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Resposta #3 Online: 30 de Novembro de 2009, 23:41:38
Vendo meus álbuns de infância notei como as fotos eram bonitas e gostosas de ver mesmo não tendo cores e temperatura perfeitas. Por exemplo, as fotos tiradas dentro de casa eram super amareladas, com paredes amarelas, mesmo elas sendo brancas, obviamente devido a luz amarela dos cômodos, o que seria "natural" acontecer. Outras não tem céu azul como vemos nas fotos digitais.

Como minha experiência fotográfica era com reflex de filme, fotografia pra mim se resumia apenas a abertura, iso e exposição. Sempre gostava do resultado do laboratório que eu mandava pra revelar. E me preocupava mais com composição e enquadramento.

Agora, com digital, o pós-edição virou quase que 50% da fotografia (posso estar enganado, mas esse é meu sentimento do momento) e estou "apanhando" horrores pra conseguir cores que mais me agradam, pois ou repasso na edição o sentimento do momento da captura ou faço a foto mais agradável e supostamente perfeita do ponto de vista técnico.

Com a digital, minhas fotos dentro de casa tiradas a noite continuam sendo amareladas, inclusive pessoas e paredes, por causa da luz ambiente, mas com controle de temperatura no pós-edição consigo com a maior facilidade deixar minhas paredes brancas, como elas são, mas que não estavam brancas naquele momento.

Morando em São Paulo é muito raro ver um céu azul mesmo, daqueles que dá gosto de estar na praia ou curtindo uma piscina, porém no pós-edição é possível consegui-lo com a maior facilidade e a maior naturalidade possível.

Minha dúvida é:
Ao editar suas fotos, vocês priorizam o que estavam vendo no momento do clique ou a cor que mais agrada?? Vocês priorizam a realidade ou o melhor efeito?

Cara,

O teu texto me enquadrou perfeitamente... ja tive exatamente essas duvidas tuas, mas nem me passou na cabeca que poderia ser algo comum com outros fotografos e por para ser discutido.

Ao ler o teu texto, realmente parecia que eu estava a falar comigo.

Enfim, eu acho que a tua colocacao eh muito valida, e vc ja meio que desvendou tudo, pelo menos ate aonde eu enxergo.


Eu nao acho que tenho muito a adcionar sobre a escolha "realidade x melhor efeito" por que eu acredito ser uma escolha totalmente pessoal, sem certo ou errado.

Mas quero comentar sim sobre a fotografia digital, por que o que vc disse sobre isso eu achei interessante:

"Agora, com digital, o pós-edição virou quase que 50% da fotografia (posso estar enganado, mas esse é meu sentimento do momento) e estou "apanhando" horrores pra conseguir cores que mais me agradam, pois ou repasso na edição o sentimento do momento da captura ou faço a foto mais agradável e supostamente perfeita do ponto de vista técnico"


Tb concordo com o sentimento criado... e chego ate a pensar que fotografia digital tem um custo implicito que eh o mais caro de todos: tempo!

Se o caboclo nao prestar atencao, sem duvida ele acaba passando 3/4 da foto em selecionamento e edicao de fotos ou seja, atras do PC! Inclusive o proprio exercicio de reduzir a quantidade de fotos tiradas em digital, eh uma tarefa ardua. A fotografia digital eh muito mais "comoda" nesse aspecto e ate viciante.



joseazevedo

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Resposta #4 Online: 01 de Dezembro de 2009, 01:11:24
Oi Leandro,

eu de novo. Bom, eu ainda uso filme em pelo menos 90% das fotos que faço. Fotografo há anos - desde a década de 70 -, sou auto-didata, já li e pratiquei muito, tive laboratório PB - saudades...

Sou muito Old School por ser a Real School, onde você aprendia a fotografar e via os resultados disso sem alteração nenhuma no cromo. Ali você via o que estava acertando e o que estava errando. E aprendia a concertar os erros ou aproveitar-se deles para atingir um efeito tal.

Eu acho que com o digital houve uma divisão na fotografia, entre os que sabem fotografar e sabem ou não usar o computador e os que fotografam e sabem usar muito bem o computador. Muita gente acaba deixando para arrumar as coisas no pós produção e passam mais tempo na frente do computador do que fotografando efetivamente.
No meu modo de ver a coisa, isso é uma distorção da idéia original. Assim como encher um cartão de 4 GB num ensaio. Uma das melhores fotos que eu tenho na minha pasta foi feita pelo Luis Crispino. Nós chegamos ao estúdio, após reunião de pré, coisa e tal. Olhamos o cenário, ele perguntou se queríamos mudar algo na produção, demos o OK, ele fez um Polaroid para checar a luz, demos o OK e ele clicou um cromo 4x5. Só. Quem sabe o que está fazendo, faz. Ponto.
Mas isso vem do que os moderninhos chamam de Old School. Eu chamo de Real School pois ali nada é virtual, é tudo real, especialmente o conhecimento adquirido.

Tudo isso para responder a sua pergunta: "Ao editar suas fotos, vocês priorizam o que estavam vendo no momento do clique ou a cor que mais agrada?? Vocês priorizam a realidade ou o melhor efeito?"
Eu vou de Ansel Adams. Vale o que você visualizou na hora. Se, por exemplo, você estava num luau e queria capturar o clima dos amigos ao redor da fogueira, valeria sub expor um pouco para saturar as cores quentes do fogo nos seus rostos. Pra isso você precisa conhecer a técnica básica, não necessariamente de um computador. Mesmo com digital.

Abraços,

José Azevedo


agalons

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Resposta #5 Online: 01 de Dezembro de 2009, 08:47:34
Oi Leandro,

eu de novo. Bom, eu ainda uso filme em pelo menos 90% das fotos que faço. Fotografo há anos - desde a década de 70 -, sou auto-didata, já li e pratiquei muito, tive laboratório PB - saudades...

Sou muito Old School por ser a Real School, onde você aprendia a fotografar e via os resultados disso sem alteração nenhuma no cromo. Ali você via o que estava acertando e o que estava errando. E aprendia a concertar os erros ou aproveitar-se deles para atingir um efeito tal.

Eu acho que com o digital houve uma divisão na fotografia, entre os que sabem fotografar e sabem ou não usar o computador e os que fotografam e sabem usar muito bem o computador. Muita gente acaba deixando para arrumar as coisas no pós produção e passam mais tempo na frente do computador do que fotografando efetivamente.
No meu modo de ver a coisa, isso é uma distorção da idéia original. Assim como encher um cartão de 4 GB num ensaio. Uma das melhores fotos que eu tenho na minha pasta foi feita pelo Luis Crispino. Nós chegamos ao estúdio, após reunião de pré, coisa e tal. Olhamos o cenário, ele perguntou se queríamos mudar algo na produção, demos o OK, ele fez um Polaroid para checar a luz, demos o OK e ele clicou um cromo 4x5. Só. Quem sabe o que está fazendo, faz. Ponto.
Mas isso vem do que os moderninhos chamam de Old School. Eu chamo de Real School pois ali nada é virtual, é tudo real, especialmente o conhecimento adquirido.

Tudo isso para responder a sua pergunta: "Ao editar suas fotos, vocês priorizam o que estavam vendo no momento do clique ou a cor que mais agrada?? Vocês priorizam a realidade ou o melhor efeito?"
Eu vou de Ansel Adams. Vale o que você visualizou na hora. Se, por exemplo, você estava num luau e queria capturar o clima dos amigos ao redor da fogueira, valeria sub expor um pouco para saturar as cores quentes do fogo nos seus rostos. Pra isso você precisa conhecer a técnica básica, não necessariamente de um computador. Mesmo com digital.

Abraços,

José Azevedo
Alo Jose
nao sabia dessa bobagem da "old school"
Sou profissional faz 20 anos,
comecei como amador fanatico um pouco antes.
Sempre fiz cromo ate começar com eventos onde se priorizava c-41.
Tua colocaçao e muito boa
e REAL,
como minha vida e real, e nao virtual,
continuo com minha bagagem,
o micro e so para fazer algum ajuste, e nao para transformar uma foto em ilustraçao.
Sigo o que me ensinou meu mestre Cartier Bresson, :hysterical:
Grande abraço
Angelo


rodrigophoto

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Resposta #6 Online: 01 de Dezembro de 2009, 09:48:58
acho que existe a OLD school sim (ou real school), e é aonde mora a fotografia artística, com emoção, aonde o fotógrafo retrata fielmente o que vê, ou ainda coloca um efeito ou outro - puramente artesanal - e consegue um resultado artístico, é aonde o fotógrafo é o artista. Porém o mercado mudou de 20 anos pra cá e ficar limitado ao "seu olhar" e a "sua arte" é para poucos. Quando uma empresa contrata um fotografo na maioria das vezes não quer ver o ensaio feito sob a visão do fotógrafo, mas de forma definida pelo pessoal de marketing para ganhar mercado. Ou seja, se o cliente precisa que a foto seja transformada em ilustração, devemos trabalhar para que isso seja atendido. E, a não ser que seja um fotógrafo conhecido, o cliente de eventos na maioria das vezes também vai preferir fotos técnicamente corretas do que fiéis ao "clima" do local (sub-expostas, ou com efeitos de luzes).

Em resposta ao topico, eu acho que o importante é saber quando as fotos devem ser artísticas, puramente reais ou quando elas devem ser manipuladas. Depende do motivo da foto, de quem a pediu, do "porque" voce está fazendo a foto.


Randal.Junior

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Resposta #7 Online: 01 de Dezembro de 2009, 11:00:15
Pessoal desculpem mas não concordo.

O processo artístico começa e termina onde o autor acha que deve começar e terminar, ponto.

Seguindo o que vcs estão falando é como se todo o filme devesse ser filmado nos preceitos do Dogma 95.
Mesmo Cartier cortava, fazia Dodg-n-Burn, selecionava as fotos que ele gostaria que aparecesse. Duvido que qquer fotografo mostre 100% da suas fotos, claro que quanto melhor o fotografo mais perto dos 100% ele fica, mas não é 100%.

Faço um desafio de todos fotografarem somente em JPG 80%, com o LCD desligado, com uma cartão de 64mb, em 6mpx...  isso daria muito pouca margem de manobra no PC. Ou então melhor, levem todas as fotos ainda no cartão, sem passar pelo computador, p/ o laboratório.

Acho que negar a fotografia digital, e todo seu processo do clique ao PS é como negar a informática, negar a evolução das coisa.
O que estamos fazendo em um forum? Vamos voltar todos a mandar cartas manuscritas ou datilografadas em nossas olivetis.

Cada um deve achar sua expressão, fotografia é isso expressão, se minha expressão é melhor apresentada depois de 2 dias de PS, que seja, se a sua é apenas na hora do clique ótimo, tem pessoas que acham que nem o cenário deve ser mudado (vide o manifesto acima).

[]'s
Randal Junior
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Leandro Rodrigues

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Resposta #8 Online: 01 de Dezembro de 2009, 11:34:19
Pessoal, fiquei muito feliz com todas as respostas. Acho que meu sentimento pôde ser compartilhado perfeitamente com vocês.

De certo modo a opinião de todos é semelhante e diz que a decisão terá que ser pessoal.

É difícil definir onde o processo de uma fotografia começa e onde ele acaba.

Perfeito Marcelo, acho que a dificultada de definir esse processo resume minha dúvida. A digital trouxe esse novo processo.

Inclusive o proprio exercicio de reduzir a quantidade de fotos tiradas em digital, eh uma tarefa ardua. A fotografia digital eh muito mais "comoda" nesse aspecto e ate viciante.

BBear, que bom que se identificou com a minha dúvida. Eu entrei na digital justamente pensando na comodidade, mas não imaginava que iria viciar no pós-edição e ficar tão indeciso quanto ao resultado. O que era pra facilitar está me atrapalhando...

Eu acho que com a digital houve uma divisão na fotografia, entre os que sabem fotografar e sabem ou não usar o computador e os que fotografam e sabem usar muito bem o computador. Muita gente acaba deixando para arrumar as coisas no pós produção e passam mais tempo na frente do computador do que fotografando efetivamente.

José, mais um vez obrigado pela resposta completa.
É exatamente isso que sinto, mas não imaginava que a transição entre filme e digital seria tão grande.
Quando ia pra praia passar um feriado com minha Oly-OM1, comprava um filme ASA 100 de 36 fotos. Era mais do que o suficiente. Claro, nem todas ficavam boas, mas as que ficavam... Eu simplesmente revelava e gostava. Agora com digital, tiro 100 fotos em 1 hora e passo horas sentado no computador procurando o ponto ideal e perfeito que nunca encontro. Depois da recomendação da galera que sub exposta é mais fácil de recuperar, todas as minhas fotos estão sub expostas!!! Mesmo quando tinha luz suficiente. Não me conformo com isso...
Seu exemplo da fogueira foi perfeito! Obrigado


o micro e so para fazer algum ajuste, e nao para transformar uma foto em ilustraçao.

Agalons, é mesmo isso que vou fazer!! Obrigado.

Em resposta ao topico, eu acho que o importante é saber quando as fotos devem ser artísticas, puramente reais ou quando elas devem ser manipuladas. Depende do motivo da foto, de quem a pediu, do "porque" voce está fazendo a foto.
Rodrigo, é isso mesmo. Além de tudo ainda tem os fins da fotografia. Pensando no mercado você toda razão. Obrigado!


Leandro Rodrigues

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Resposta #9 Online: 01 de Dezembro de 2009, 11:37:07
Santiago, obrigado também.


Leandro Rodrigues

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Resposta #10 Online: 01 de Dezembro de 2009, 12:19:50
Randal, o que falaram, pelo que entendi, foi da diferença entre as fotografias e não que uma é melhor que a outra...

Concordo que não podemos negar a fotografia digital, mas as vezes parece que ela mais complica do que facilita. O que parece ser unanimidade é que fotografia digital não é mais só registrar um momento, mas sim operar computadores e técnicas que vão além da fotografia. Se tinha uma pessoa estranha no momento do clique não tem problema, pois é só retirá-la com PS.
Hoje, pra ser fotógrafo, profissional ou amador, é preciso ter domínio de informática e tempo pra editar um momento que já aconteceu, já passou e que talvez você tenha esquecido exatamente de como era, enquanto, inclusive, poderia estar capturando novos momentos.

Como foi falado, tem gente que sabe mais operar computador do que fotografar, e isso sim é uma inversão inicial da idéia, mas não que 100% das fotografias de filme eram perfeitas e também não quer dizer que essa pessoa não tenha uma habilidade muito valiosa. Talvez seja uma adaptação que temos que passar realmente, até a idéia digital ser unica e exclusiva, ou até que um novo modelo seja adotado.

Gosto muito do céu bem azul que é possível com a fotografia digital no pós-edição, mas esse céu não existe e a fotografia passou uma mensagem que não era real. Até que ponto fotografia está virando pintura digital? Inclusive, vi um tópico esses dias onde as pessoas estavam mudando as cores e saturações de fotos antigas, que já tinham passado por uma pós-edição, mas que mudaram de gosto ou não tinha chegado ao resultado ideal, achei muito interessante pra discutirmos a questão do tratamento.

Seu desafio só não é válido, pois o JPG gerado direto nas câmeras, pelo que tenho visto, não chega nem perto do resultado do filme e tão pouco agrada quem gosta de pós tratamento. Ta ai talvez um dos desafios da fotografia digital... achar uma meio termo...


rodrigophoto

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Resposta #11 Online: 01 de Dezembro de 2009, 14:21:50
Durante a faculdade tive acesso a um laboratorio PB para revelar e ampliar minhas fotos de filme e lembro que durante o processo de ampliação podiamos ainda controlar os niveis de contraste da foto, o que seria algo parecido com o RAW de hoje, numa versao simples. Sei que na revelação das fotos coloridas este tipo de controle também era possivel, mas nem todos tinham acesso a isso, então, na minha opinião, o que acontece hoje é que o fotógrafo tem maior controle (ou total) sobre a pos-produção da imagem, e não mais o laboratorista, o que torna o trabalho mais completo. Pra mim tirar fotos em filme e mandar "alguem" revelar, é fazer só uma parte do trabalho e compromete-lo dando uma parte importante nas mãos de uma pessoa que tem pressa e, obviamente, não se importa tanto com sua arte como você.


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Resposta #12 Online: 01 de Dezembro de 2009, 14:23:46
Randal, o que falaram, pelo que entendi, foi da diferença entre as fotografias e não que uma é melhor que a outra...

Concordo que não podemos negar a fotografia digital, mas as vezes parece que ela mais complica do que facilita. O que parece ser unanimidade é que fotografia digital não é mais só registrar um momento, mas sim operar computadores e técnicas que vão além da fotografia. Se tinha uma pessoa estranha no momento do clique não tem problema, pois é só retirá-la com PS.
Hoje, pra ser fotógrafo, profissional ou amador, é preciso ter domínio de informática e tempo pra editar um momento que já aconteceu, já passou e que talvez você tenha esquecido exatamente de como era, enquanto, inclusive, poderia estar capturando novos momentos.

Como foi falado, tem gente que sabe mais operar computador do que fotografar, e isso sim é uma inversão inicial da idéia, mas não que 100% das fotografias de filme eram perfeitas e também não quer dizer que essa pessoa não tenha uma habilidade muito valiosa. Talvez seja uma adaptação que temos que passar realmente, até a idéia digital ser unica e exclusiva, ou até que um novo modelo seja adotado.

Gosto muito do céu bem azul que é possível com a fotografia digital no pós-edição, mas esse céu não existe e a fotografia passou uma mensagem que não era real. Até que ponto fotografia está virando pintura digital? Inclusive, vi um tópico esses dias onde as pessoas estavam mudando as cores e saturações de fotos antigas, que já tinham passado por uma pós-edição, mas que mudaram de gosto ou não tinha chegado ao resultado ideal, achei muito interessante pra discutirmos a questão do tratamento.

Seu desafio só não é válido, pois o JPG gerado direto nas câmeras, pelo que tenho visto, não chega nem perto do resultado do filme e tão pouco agrada quem gosta de pós tratamento. Ta ai talvez um dos desafios da fotografia digital... achar uma meio termo...

Boa colocação, mas até que ponto a fotografia mesmo na época do filme era real? Quando olhamos p/ uma cena de muito contraste vemos tanto as sombras quanto o céu azul, vemos quem está debaixo do guarda-sol e quem está logo do lado mas fora dele, todos com cores e tons perfeitos.
Nem a fotografia digital nem a de filme reproduz a realidade que vemos nesse momento. Talvez um HDR bem trabalhado seja nossa única opção p/ mostrar a "Realidade" já que não temos latitude em nenhum dos 2 formatos suficiente p/ mostrar o que vemos.

E até que ponto vc tratar uma foto anos depois, com o que vc lembra da situação, não é real, é real p/ vc, é o que está na sua memória.
Realidade é o que gravamos, é o que percebemos da situação, o que é real p/ mim pode ser muito diferente do que é real a pessoa que está do meu lado.

Um ilusionista é aquele que cria realidade a partir de um truque, p/ algumas pessoas isso pode ser muito real, p/ outras mais céticas não, e algumas não vão acreditar mas não conseguirão negar o que viram.

E se fotografamos com filme, mas dirigimos a cena, escolhendo o que aparece o que não, isso tb passa a não ser real. Quando fotografamos um casal sorrindo p/ a camera, mas que acabaram de brigar na festa, essa alegria é real?

Só estou fazendo contrapontos, concordo com parte do que falaram, mas acredito que esse tipo de discussão é muito mais ampla que filmeXdigital e muito mais ampla do que fotografia em si. Isso é psicologia pura...  hehehe
« Última modificação: 01 de Dezembro de 2009, 14:24:48 por Randal.Junior »
Randal Junior
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Leandro Rodrigues

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Resposta #13 Online: 01 de Dezembro de 2009, 14:55:21
Durante a faculdade tive acesso a um laboratorio PB para revelar e ampliar minhas fotos de filme e lembro que durante o processo de ampliação podiamos ainda controlar os niveis de contraste da foto, o que seria algo parecido com o RAW de hoje, numa versao simples. Sei que na revelação das fotos coloridas este tipo de controle também era possivel, mas nem todos tinham acesso a isso, então, na minha opinião, o que acontece hoje é que o fotógrafo tem maior controle (ou total) sobre a pos-produção da imagem, e não mais o laboratorista, o que torna o trabalho mais completo. Pra mim tirar fotos em filme e mandar "alguem" revelar, é fazer só uma parte do trabalho e compromete-lo dando uma parte importante nas mãos de uma pessoa que tem pressa e, obviamente, não se importa tanto com sua arte como você.


Eu nunca revelei minhas fotos e não conheço o processo, mas se a unica opção de controle for no contraste, "bota" SIMPLES nessa comparação com o RAW... rsrs

Não estou abrindo mão de controlar e ajustar a foto, minha dúvida inicial era em relação a apresentar um resultado semelhante ao que eu estava vendo no momento do clique ou o resultado que mais me agradasse. Isso é que está tomando muito meu tempo. O exemplo do céu azul é bem comum. É possível editar fotos em que o céu fica super azul, um azul lindo de se ver, que particularmente gosto muito, mas esse não era o céu no momento da minha foto, entende? O que vocês fazem? Mostram a realidade ou a cor que mais agradável?

Vejo muita gente falando que prefere Nikon por causa das cores geradas por ela. O que isso quer dizer? Que as cores são mais verdadeiras ou são mais manipuladas, mas mais agradáveis?

Quando eu mandava revelar meus filmes num laboratório perto de casa eu sempre gostava do resultado, e por incrível que parece, eles apresentavam a realidade. Não sei se por coincidência ou se os laboratoristas tinham algum dom de saber como estava o momento do clique.

A questão não é comparar fotografia digital x filme, mas o bom censo em relação as manipulações.


Donadelli

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Resposta #14 Online: 01 de Dezembro de 2009, 14:56:00
Eu comecei a fotografar nos finais de semana com 35mm em uma câmera aprova d’água durante os meus mergulhos, e nesta época só contava com o flash embutido da câmera, um filme com 36 chapas e só iria conferir o resultado na segunda feira após a revelação é claro que 90% das fotos saiam péssima as vezes por erro no foco, as vezes por erro na abertura, as vezes por erro na velocidade e as vezes por erro em tudo ao mesmo tempo.
É claro que com a maquina fotográfica digital isto melhorou muito agora tenho um cartão de memória que permitem mais de 1000 fotos, consigo visualiza as fotos logo após o clik com isso posso experimentar outros ajustes e com isto ficou muito mais fácil aprender como interagem entre si, como ficou a composição do quadro e tentar um melhor ângulo.
Por duto isto eu tenho o maior respeito por aqueles que conseguem ótimas fotos com filmes de 35mm, isso não é para qualquer um, mas como amador devo agradecer muito, as câmeras digitais.
Mas independentemente de 35mm ou digital em minha opinião o que valoriza a foto é quem esta atrás da câmera, os retoques são validos como sempre foram feitos dês da época das chapas de vidro.
Quando estes retoques são exagerados a foto deixa de ser foto e passa a ser um tipo de pintura, que não deixa de ter o seu valor, como estamos falando de fotos pessoalmente não gosto de crops pois demonstra uma deficiência na qualidade do enquadramento que pode muito bem ser corrigido na hora do clik, já os ajustes de contraste brilho e saturação tem o seu mérito quando por algum motivo ou deficiência de luz ou do equipamento a foto não retrata a realidade da imagem mas tudo com moderação.
A final fotografia significa registro da luz e um céu cinzento não deve se tornar azul a partir do nada, pois estaríamos deixando de ter  uma fotografia para transformá-la em pintura.
É claro que quando falamos em trabalho fotográfico alguém está nos pagando então devemos na medida de nossa ética fornecer o que o cliente quer e se o cliente quer um out-dor para expor o seu produto com certeza ele ira querer um lido céu azul como fundo agora cabe ao fotografo optar em viajar 3000 Km e esperar durante 15 dias para obter o cenário perfeito ou simplesmente sentar atrás de um computador e criar este cenário do nada este cenário.
Para finalizar em minha opinião uma foto sem qualquer edição tem muito mais valor pois as imperfeições fazem parte do universo e do ser humano e quando nos deixarmos de ter imperfeições nos estaremos mais próximos de ser apenas um ser humano que passou pelo photoshop.