Autor Tópico: ISO nas digitais. Uma trapaça?  (Lida 9847 vezes)

Leo Terra

  • SysOp
  • Trade Count: (27)
  • Referência
  • *****
  • Mensagens: 13.761
  • Sexo: Masculino
  • “Deus disse: 'Haja luz'. E houve luz.” (Gen 1,3)
    • http://www.leoterra.com.br
Resposta #15 Online: 05 de Janeiro de 2010, 19:43:08
mairowsky é precis tomar certos cuidados. A norma não tem nada de arbitrária como você colocou, na verdade ela é muito bem definida. A sensibilidade é dada pelo máximo ângulo de crescimento da relação sinal para ruído e isso não tem ABSOLUTAMENTE NADA DE ARBITRÁRIO. O que os fabricantes podem definir é o tom que será representado por este ponto, ou seja, alguns fabricantes poderão representar o tom 127,127,127 (cinza médio), enquanto outros poderão representar o tom 100,100,100 e assim por diante. Esta definição de tons é arbitrária, mas não tem mais relação com o ISO a muito tempo. Por isso é importante entender o que é ISO. ISO tem a ver só com qualidade e isso não é arbitrário (nem no digital e nem no filme), pelo contrário, é muito bem definido. O que os fabricantes podem definir é tão somente o tom representado. No filme esta definição é desnecessária (pois a foto requer a revelação para que isso seja definido), mas no digital ela é útil, pois a imagem sai pronta da câmera. No caso o ISO preferiu não intervir nesta definição deixando em aberto para que cada fabricante adotasse o tratamento mais apropriado para sua curva de saturação.
Leo Terra

CURSOS DE FOTOGRAFIA: www.teiadoconhecimento.com



ATENÇÃO: NÃO RESPONDO DÚVIDAS EM PRIVATIVO. USEM O ESPAÇO PÚBLICO PARA TAL.
PARA DÚVIDAS SOBRE O FÓRUM LEIA O FAQ.


mairowsky

  • Trade Count: (0)
  • Novato(a)
  • Mensagens: 13
Resposta #16 Online: 05 de Janeiro de 2010, 22:06:37
Escrevi arbitrário porque depende do arbítrio de cada fabricante escolher o índice de exposição da câmera. Se na opinião deles for adequado deixar um espaço maior, a imagem parecerá melhor, também - mas o Iíndice de Exposição (IE) será mais baixo e, portanto, utilizando-se a mesma abertura e o mesmo ISO o tempo de exposição será menor (ou seja, na prática as câmeras antigas obterão o mesmo resultado com um ISO mais baixo). É claro que existem limites, já que a gama dinâmica não é infinita - mas ainda assim há muito espaço em jogo.

O fato é que não há regra definida para essa questão especificamente (embora não fossem idênticas, antes de 2006 as câmeras eram muito mais parecidas nesse sentido - basta comparar a 5D antiga com a D200 e alguma Pentax, por exemplo).

A D200 parece produzir muito mais ruído do que a D300 se considerarmos as imagens produzidas com ISO 1600. Mas se o fotógrafo considerar a imagem com base apenas no diafragma e no tempo de exposição (que na realidade é o que importa), ele verá que a diferença não é tão grande assim (se houver), já que na realidade usará um ISO mais baixo para a mesma foto usando a D200.

Tecnicamente nenhuma câmera perderá mais fotos do que a outra usando ISO 1600. A D300 produzirá imagens mais escuras que precisarão ser "clareadas" (ou "puxadas") para chegar à mesma luminosidade da D200 - e com isso o ruído aumentará também diminuíndo (ou eliminando) a diferença gritante entre as duas câmeras.

O mesmo vale para a 40D em relação à XTi.

É isso a que eu me refiro quando digo que me parece "picaretagem". Eu comprei minha 40D quando não entendia nada de fotografia. Fiquei impressionado com o excelente desempenho dela em relação às outras quando se eleva o ISO - qualquer site apresenta a imagem como se estivesse exatamente no mesmo IE (dpreview, imaging-resource, cameralabs, etc.). Hoje sei que a diferença é nula - a 40D é excelente por vários motivos, mas esse desempenho com pouca luminosidade não está entre eles.


dkfuji

  • Trade Count: (7)
  • Colaborador(a)
  • ****
  • Mensagens: 3.705
  • Sexo: Masculino
    • DIY BR - especial Fotos
Resposta #17 Online: 05 de Janeiro de 2010, 22:38:20
Realmente, pois o ISO 1600 da D200 é 1494 e o mesmo ISO da D300 é 1145. Na prática cerca de 20 ou 25% de diferença no fotômetro, uma em relação à outra.

...
A D200 parece produzir muito mais ruído do que a D300 se considerarmos as imagens produzidas com ISO 1600. Mas se o fotógrafo considerar a imagem com base apenas no diafragma e no tempo de exposição (que na realidade é o que importa), ele verá que a diferença não é tão grande assim (se houver), já que na realidade usará um ISO mais baixo para a mesma foto usando a D200.


Se a fotometria for correta em ambas, as imagens sairão com exposição ou abertura diferentes.
Na prática você terá melhor imagens na D300 exatamente pela resolução maior (pausa para as pedras).
Qual a câmera que tem menor ruido a D3 ou a 1Ds Mk III? Certamente a D3, mas ao pegar as imagens ISO 6400 das duas e reduzir a da 1Ds Mk III você terá imagens muito parecidas.
Aliás, reforço esta assertiva com o gráfico do DxO que coloca a curva SNR18% das duas uma sobre a outra, apenas com um deslocamento do que seria o ISO 200, 400, etc.

...
Tecnicamente nenhuma câmera perderá mais fotos do que a outra usando ISO 1600. A D300 produzirá imagens mais escuras que precisarão ser "clareadas" (ou "puxadas") para chegar à mesma luminosidade da D200 - e com isso o ruído aumentará também diminuíndo (ou eliminando) a diferença gritante entre as duas câmeras.


Leo Terra

  • SysOp
  • Trade Count: (27)
  • Referência
  • *****
  • Mensagens: 13.761
  • Sexo: Masculino
  • “Deus disse: 'Haja luz'. E houve luz.” (Gen 1,3)
    • http://www.leoterra.com.br
Resposta #18 Online: 05 de Janeiro de 2010, 22:52:44
Ai é que está, o índice de exposição é definido por NORMA e não arbitrário como você alegou, este é que é o erro, na verdade um equívoco antigo de confundir a norma ISO com uma questão de tons (imagens claras ou escuras).
A norma ISO não te diz como a foto ficará em termos de clara ou escura, nem no filme nem no digital. A exposição define a qualidade e isso não é arbitrário e nem fica nas mãos do fabricante, é bem definido e não tem relação com tons. A norma ISO diz apenas que você terá a máxima qualidade na imagem quando fizer a exposição no 0EV. O 0EV não te garante que será gerado um tom específico e nada neste sentido.
Nem os filmes e nem o digital possuem relação com tons. Por isso não faz sentido falar de diferenas tonais relativas ao ISO, simplesmente porque a norma não fala disso, pois os tons são definidos pela revelação ou conversão e não pela sensibilidade da mídia.
A sensibilidade não é escolhida pelo fabricante, existe uma norma para isso (ISO) que é seguida e define muito bem como devem ser até mesmo as medições para esta determinação, inclusive eles dão um grupo de opções de escolha para este processo de medição. Não se trata de um processo arbitrário. O que o fabricante define são os tons para cada ponto de exposição, mas é um erro conceitual GRAVE para um fotógrafo com domínio técnico, imaginar que ISO terá relação com tons. As câmeras geram tons mais claros e mais escuros no mesmo ISO em decorrência de como a imagem é processada, mas a exposição correta SEMPRE te dará a melhor relação sinal para ruído nos digitais e sempre te dará a melhor saturação nos filmes, independente do fabricante, pois é disso que se trata a norma e não de se a foto estará clara ou escura.

Sugiro que se aprofunde com textos mais sérios, ou até mesmo compre a norma para ter idéia do que ela se trata, mesmo porque a boa técnica fotográfica passa muito por uma boa capacidade de exposição e a primeira coisa que qualquer fotógrafo que busque técnica aprofundada precisa é entender o que é expor bem. No caso posso resumir que expor bem, desde que a norma ISO definiu o nível de saturação nos filmes como referênca, não tem relação alguma com deixar uma foto escura ou clara, tem a ver com conseguir a melhor qualidade de registro para tudo o que tiver exposto em 0EV. Os tons você define na revelação, ou conversão e não na exposição.
Leo Terra

CURSOS DE FOTOGRAFIA: www.teiadoconhecimento.com



ATENÇÃO: NÃO RESPONDO DÚVIDAS EM PRIVATIVO. USEM O ESPAÇO PÚBLICO PARA TAL.
PARA DÚVIDAS SOBRE O FÓRUM LEIA O FAQ.


Leo Terra

  • SysOp
  • Trade Count: (27)
  • Referência
  • *****
  • Mensagens: 13.761
  • Sexo: Masculino
  • “Deus disse: 'Haja luz'. E houve luz.” (Gen 1,3)
    • http://www.leoterra.com.br
Resposta #19 Online: 05 de Janeiro de 2010, 22:56:34
dkfuji não perpetue o erro, o ISO da D300 e da D200 são exatamente os indicados, os processos de conversão é que são distintos entre elas.
O curioso é que pelas curvas de saturação das mídias se você fizer uma distribuição de tons homogênias no processo os filmes tenderão a produzir imagens mais claras do que as digitais. Por sorte no digital temos condições de processar por nós mesmos e, neste caso, podemos tornar a imagem mais semelhante.
Este é um assunto que eu esmirilho em meu curso de fotografia avançada, exatamente porque é extremamente importante para um fotógrafo saber o que é e como se desenvolve a exposição.
Leo Terra

CURSOS DE FOTOGRAFIA: www.teiadoconhecimento.com



ATENÇÃO: NÃO RESPONDO DÚVIDAS EM PRIVATIVO. USEM O ESPAÇO PÚBLICO PARA TAL.
PARA DÚVIDAS SOBRE O FÓRUM LEIA O FAQ.


Ivan de Almeida

  • Trade Count: (1)
  • Referência
  • *****
  • Mensagens: 5.295
  • Sexo: Masculino
  • . F o t o g r a f i a .
    • Fotografia em Palavras
Resposta #20 Online: 05 de Janeiro de 2010, 23:32:17
The Recommended Exposure Index (REI) technique, new in the 2006 version of the standard, allows the manufacturer to specify a camera model’s EI choices arbitrarily. The choices are based solely on the manufacturer’s opinion of what EI values produce well-exposed sRGB images at the various sensor sensitivity settings. This is the only technique available under the standard for output formats that are not in the sRGB color space. This is also the only technique available under the standard when multi-zone metering (also called pattern metering) is used.

The Standard Output Specification (SOS) technique, also new in the 2006 version of the standard, effectively specifies that the average level in the sRGB image must be 18% gray plus or minus 1/3 stop when exposed per the EI with no exposure compensation. Because the output level is measured in the sRGB output from the camera, it is only applicable to sRGB images—typically JPEG—and not to output files in raw image format. It is not applicable when multi-zone metering is used.


Leo Terra

  • SysOp
  • Trade Count: (27)
  • Referência
  • *****
  • Mensagens: 13.761
  • Sexo: Masculino
  • “Deus disse: 'Haja luz'. E houve luz.” (Gen 1,3)
    • http://www.leoterra.com.br
Resposta #21 Online: 06 de Janeiro de 2010, 01:02:14
Ivan esta sua colagem está com alguns probleminhas de interpretação. Lendo o artigo do wikipédia eles mostram claramente a questão do ISO no filme, mas falham exatamente no ponto que estou colocando ao fazer relações que não existem na norma e nem na idéia do ISO.
Eles falam exatamente da relação arbitrária entre o pós-processo e a sensibilidade propriamente dita, conforme fica evidente na parte que eu tirei:
Citar
In digital camera systems, an arbitrary relationship between exposure and sensor data values can be achieved by setting the signal gain of the sensor. The relationship between the sensor data values and the lightness of the finished image is also arbitrary , depending on the parameters chosen for the interpretation of the sensor data into an image color space such as sRGB.
A norma é bastante clara quanto à definição da sensibilidade ISO, apesar de ser flexível às tonalidades, assim como era nos filmes. Esta questão foi colocada exatamente para que se pudesse obter maximização de resultados em RAW, já que os formatos de 1998 operavam com medições em cima do JPG. Hoje temos a sensibilidade independente de tons finais e de processamanto do espaço tonal sRGB, o que é bastante produtivo neste sentido, mas requer que se tenha claro em mente que a sensibilidade em si só tem a ver com qualidade de imagem (relação sinal para ruído) e não com tons finais, que podem ser definido de acordo com o que o fabricante se interessa.
O campo Measurements and calculations do Wikipédia deixa bastante claro que não existe arbitrariedade, a definição é matemática e clara, mas como se baseia na saída do conversor A/D não pode dizer nada com relação a tons finais, que podem ser definidos de acordo com o que o fabricante definir, apesar de haverem algumas recomendações neste sentido (que podem ou não ser cumpridas). ;)
« Última modificação: 06 de Janeiro de 2010, 01:03:34 por Leo Terra »
Leo Terra

CURSOS DE FOTOGRAFIA: www.teiadoconhecimento.com



ATENÇÃO: NÃO RESPONDO DÚVIDAS EM PRIVATIVO. USEM O ESPAÇO PÚBLICO PARA TAL.
PARA DÚVIDAS SOBRE O FÓRUM LEIA O FAQ.


mairowsky

  • Trade Count: (0)
  • Novato(a)
  • Mensagens: 13
Resposta #22 Online: 06 de Janeiro de 2010, 08:32:29
Leo, na verdade você é que não está entendendo. O que o dkfuji escreveu está correto...

O problema é que você está se baseando em dados de 1998, apenas isso - procure o de 2006 e verá que essa NORMA não é mais válida. O "0EV" da 40D está 0,5 abaixo do ISO 1600. O ISO 1600 é captado pelo sensor mas estoura a imagem gerada devido ao Índice de Exposição adotado.

A Imagem da 40D não parece mais escura do que a imagem da D200 com exposição perfeita - faça o teste e você verá (se houver diferença, ela é minima). O que é meio-tom para uma também o é para a outra, e em ambas a imagem estoura se passar do limite à direita do histograma - elas realmente fotometram diferente para gerar imagem com a mesma abertura, o mesmo tempo de exposição e o mesmo ISO. Ocorre que a imagem da 40D tem um IE correspondente ao ISO 1088 (ou seja, o limite à direita para a exposição corresponde ao ISO 1088) para que o fotógrafo possa estourar a imagem em até 0,5EV sem perder detalhes definitivamente. Isso faz com que a imagem gerada com ISO 1600 na 40D esteja mais próxima do ISO 800 da D200 do que de seu 1600.

Um exemplo prático: se você usar o ISO 1600 real, a imagem da 40D aparecerá estourada, então será necessário reduzir em 0,5EV para se "recuperar" detalhes e obter a exposição correta. Se você tiver a 40D, faça o teste usando o DPP: pegue uma foto um pouco estourada em raw e reduza em 0,50. Você verá que o histograma não descolará dá ponta direita - detalhes serão recuperados. Acima disso ele finalmente descola e tudo o que se pode fazer é escurecer os tons sem acrescentar nada. No caso da XTi, a margem é menor. A imagem da 40D não é mais escura do que a da XTi se fotometrada corretamente (o mesmo vale no caso da D300 em relação à D200 - a D300 só produzirá uma imagem mais escura se a luz não for suficiente no ISO estabelecido, mas o fotógrafo poderá "puxar" a imagem até que chegue ao mesmo nível de luminosidade da D200 sem problema algum - exceto pelo ruído que evidentemente aumentará para o mesmo nível da D200).

Eu também pensava como você, mas as regras mudaram em 2006 - por isso tive a ilusão de que a Canon estragou o mercado, mas o fato é que tudo o que essa companhia fez foi se adaptar primeiro às novas normas e recomendações vigentes. O problema é que ao se comparar imagens em sites como DPreviw, IMaging-Resource, Cameralabs, etc., muitos serão enganados por esse artifício, já que o ISO não é mais um parâmetro válido para se avaliar a qualidade de imagem, pois o IE varia muito de câmera para câmera, infelizmente.


Ivan de Almeida

  • Trade Count: (1)
  • Referência
  • *****
  • Mensagens: 5.295
  • Sexo: Masculino
  • . F o t o g r a f i a .
    • Fotografia em Palavras
Resposta #23 Online: 06 de Janeiro de 2010, 08:50:07
Leo.

O texto é bem claro. Não obstante, se você apresentar fonte melhor, indicando o link onde está para eu poder ler diretamente, ficarei feliz.


mairowsky

  • Trade Count: (0)
  • Novato(a)
  • Mensagens: 13
Resposta #24 Online: 06 de Janeiro de 2010, 12:40:43
Não sou especialista e não conheço o suficiente do assunto, portanto não tenho certeza absoluta quanto a tudo o que escrevi. Posso dizer com base na minha própria experiência é que a 40D realmente pode estourar em até 0,5EV, mas não tenho certeza se a fotometria difere da XTi porque não tenho como testar (baseio minhas conclusões na relação da diferença do ruído visível com aquele especificado pela DXO).

Olhei por alto a metodologia e os cálculos usados pela DXO, mas vai demorar muito para que eu tenha tempo de analisar de fato cada equação.

Percebi alguns erros simples de raciocínio no meu post anterior, mas agora não tenho como escrever mais sobre o assunto por falta de tempo...

Se alguém tiver duas câmeras diferentes, por favor, faça o teste - use a mesma abertura do diafragma e tempo de esposição para vermos se o ISO difere e, se for o caso, até que ponto. O ideal seria usar ISO 1600, mesmo, porque é onde a diferença tende a ser maior.


Leo Terra

  • SysOp
  • Trade Count: (27)
  • Referência
  • *****
  • Mensagens: 13.761
  • Sexo: Masculino
  • “Deus disse: 'Haja luz'. E houve luz.” (Gen 1,3)
    • http://www.leoterra.com.br
Resposta #25 Online: 06 de Janeiro de 2010, 13:12:30
Ivan a melhor fonte é a própria norma, mas ambos sabemos tem custos, eu particularmente compro pois me é útil.
O texto do wikipédia não tem nada de claro o que é muito comum por lá, porque são textos escritos por diversas pessoas muitas com pouco embasamento e sem sinergia alguma. O ponto que você tirou é um argumento usado pelo Dpreview, que alguém que não possui a norma usou de base para expor a opinição do Dpreview (que tenta justificar por isso seus erros históricos ao associar tons com ISO). O texto em questão tem hora que fala uma coisa e hora que fala outra, mas a parte que descreve o processo matemático de definição está exatamente como na norma (mas com palavras um pouco diferentes) e esse sim é bastante claro e não deixa margem para confusão com o mal uso de termos. A partir das equações não é preciso dizer mais nada (leia o processo matemático que não deixa margem para qualquer discussão neste sentido), basta ver as mesmas para ver que não há absolutamente nada de arbitrário na definição do ISO, pelo contrário, as equações mostram claramente como deve ser feita a determinação do ISO nos dois modos novos inseridos em 2006 e ambas descrevem exatamente o que venho dizendo a tempos (mesmo porque também era a postura da norma em 1998 e mesmo em 1987 quando foi feita a a norma para filmes).
ISO não tem relação alguma com tons (com claro e escuro), ISO tem a ver apenas com qualidade de registro, sinal, ruído ou saturação. este ponto (escrito por alguém que de fato possui a norma, pois tem os cálculos na mão e entende eles) é bastante claro sobre isso, se for para usar algum ponto deste texto sugiro fortemente que se concentre na parte matemática da definição, pois esta não é uma Com isso você não precisa da interpretação equivocada de ninguém, o processo em si fala por si mesmo e você verá que até a relação sinal para ruído considerada boa é dada pela norma.
Citar
ISO speed ratings of a digital camera are based on the properties of the sensor and the image processing done in the camera, and are expressed in terms of the luminous exposure H (in lux seconds) arriving at the sensor.
Citar
The noise-based speed is defined as the exposure that will lead to a given signal-to-noise ratio on individual pixels. Two ratios are used, the 40:1 ("excellent image quality") and the 10:1 ("acceptable image quality") ratio. These ratios have been subjectively determined based on a resolution of 70 pixels per cm (180 DPI) when viewed at 25 cm (10 inch) distance. The signal-to-noise ratio is defined as the standard deviation of a weighted average of the luminance (overall brightness) and color of individual pixels. The noise-based speed is mostly determined by the properties of the sensor and somewhat affected by the noise in the electronic gain and AD converter.

Não é arbitrário e os métodos de determinação do ISO deixam isso bastante claro. Se você tem algo que deve seguir e não pode escolher arbitrariamente nenhuma das variáveis (veja que tudo é definido e medido, não há escolhas arbitrárias) então não existe arbitrariedade. É preciso entender que é qualidade e somente isso que os fabricantes e a norma medem desde 1987. O que é arbitrário já não diz mais respeito à sensibilidade, que trata-se da representação tonal. Para isso não existiam nem recomendações em 1998 e atualmente tentaram resolver as discrepâncias tonais (ou seja, tentaram até melhorar as discrepâncias anteriores) sugerindo uma metodologia de ajuste tonal, válida apenas para JPG e o espaço RGB. Isso tem certa flexibilidade mas não é obrigatório (apesar de um acordo da CIPA impor sua aplicação aos fabricantes japoneses).
A principal confusão (que inclusive aparece no texto sobre digitais da Wikipédia, apesar de não aparecer no texto sobre filmes, que está infinitamente melhor escrito) é associar a sensibilidade a tons. Os tons de fato possuem determinação arbitrária, mas sempre o tiveram desde que a norma foi desvinvulada do cinza médio. O que faz sentido já que tons não possuem relação direta com sensibilidade e sim com a forma com a qual se processa a imagem.

mairowsky você é que não entendeu. Eu me baseio na norma de 2006 que é a norma de 1998 adicionada de recomendações para a determinação de tons. Ou seja, a norma de 2006 tenta ser até mais fechada do que a de 1998. Você já começa comparando o quão clara uma imagem está em relação à outra, o "meio ponto" a que você se refere não pode ser chamado de "meio ponto", é apenas uma diferença tonal. ISO não tem relação com tons (estou falando isso a anos aqui no fórum e já falei diversas vezes aqui neste post). ISO só tem relação com qualidade de registro (o link do Ivan mostra isso claramente na forma de determinação). A sensibilidade de uma câmera é aquela que gera melhor qualidade de registro. Tons são arbitrários, sempre foram desde 1987, quando a norma assumiu para os filmes, que não mediria o tom e sim a qualidade máxima de registro como 0EV.

Quanto à fotometria (se for esta sua dúvida), esta não é definida pela norma ISO que define a sensibilidade, existe outra norma que determina como deverão operar os fotômetros das câmeras digitais e, neste caso, há várias condições que devem ser atendidas, mas existe bastante liberdade, principalmente para os modos automáticos (o que faz sentido, já que as curvas dinâmicas das mídias são diferentes). Neste caso não é uma trapaça com relação à norma. A sensibilidade é exatamente a indicada, o fabricante é que trabalha com a exposição automática de forma a tentar preservar melhor a imagem de acordo com o que eles estão buscando (note que quando você muda para o manual as medições também costumam mudar em muitas câmeras com estratégias de exposição fora do 0EV). Mas isso é estratégia de modo automático, o modo automático tem liberdade para expor, na verdade expor em modo automático é entregar ao fabricante sua exposição, sempre foi e não faz sentido pensar diferente. No tempo dos filmes costumava-se superexpor nos modos automáticos para preservar mais sombras, no digital a curva de saturação é diferente e, neste caso a estratégia é invertida para preservar luzes altas.
Mas julgo ser muito importante separar bem as coisas e entender o porque de cada uma, mesmo porque ao fotografar você precisa ter em mente o que está sendo sacrificado em cada situação e no caso do ISO, quando se expõem fora do ponto ótimo o que você está fazendo é sacrificando qualidade daquele ponto para obter registros que estariam fora da sua faixa dinâmica, nada além disso. Quando se fotografa no automático se entrega ao fabricante as definições e estratégias de exposição, nada além disso. Isso não tem relação alguma com a sensibilidade da mídia, apenas com estratégia de exposição para explorar a curva de saturação da câmera.
Leo Terra

CURSOS DE FOTOGRAFIA: www.teiadoconhecimento.com



ATENÇÃO: NÃO RESPONDO DÚVIDAS EM PRIVATIVO. USEM O ESPAÇO PÚBLICO PARA TAL.
PARA DÚVIDAS SOBRE O FÓRUM LEIA O FAQ.


Ivan de Almeida

  • Trade Count: (1)
  • Referência
  • *****
  • Mensagens: 5.295
  • Sexo: Masculino
  • . F o t o g r a f i a .
    • Fotografia em Palavras
Resposta #26 Online: 06 de Janeiro de 2010, 14:17:57
Leo;

Não desprezado suas opiniões e escritos, sempre muito interessantes, eu lhe pedi simplesmente uma fonte para eu ler o que você aponta.

Embora a norma seja comprada, não é possível que inexista uma outra fonte onde as coisas estejam ditas como você diz, e o que encontrei e citei disse o contrário.

Então para mim a coisa é simples: mostre-me a fonte e pronto. Não precisa repetir os argumentos, eles estão bam explicados desde o início. O que quero é a fonte.


mairowsky

  • Trade Count: (0)
  • Novato(a)
  • Mensagens: 13
Resposta #27 Online: 06 de Janeiro de 2010, 23:13:24
Leo,

Acho que entendi melhor agora - você dissee que:

1 - o ISO 1600 é idêntico em todas as câmeras
2 - existe certa liberdade para determinar o que seria a fotometria ideal (o que, de qualquer forma não afeta a qualidade final da imagem salvo em caso de erros)
3 - o que muda é apenas o ajuste tonal determinado no espaço sRGB em JPG

Seria, portanto, certo dizer que o ISO 1088 apresentado pelo DXO em relação à 40D na verdade se refere a imagens mais escuras, em que o ponto considerado "ideal" está 0,5EV abaixo do limite de luminosidade do sensor?

Outra coisa:

Não entendo essa relação do ISO com ruído...

Encontrei uma equação em que se determina que o ISO corresponde ao ponto de saturação do sensor, determinado por uma constante dividida pela intensidade de luz multiplicada pelo tempo em que ela é emitida (sendo que saturação, nesse caso, não tem relação com a qualidade da(s) cor(es), mas simplesmente com limite máximo de resposta do sensor).

ISO = 78/lux x tempo

Se ISO trata da qualidade de imagem, como podem as compactas ter um ISO 200 com muito mais ruído do que o ISO 1600 de uma full frame?

Se possível, por favor, apresente as equações a que você se referiu (informando quais são as variáveis) para que possamos entender melhor o processo.


mairowsky

  • Trade Count: (0)
  • Novato(a)
  • Mensagens: 13
Resposta #28 Online: 07 de Janeiro de 2010, 10:54:58
Apenas para complementar:

Pela equação que vi, a margem de 0,5EV apresentada pela Canon corresponde de fato a um ISO real de 1088, já que na verdade a saturação do sensor não se dá no limite do histograma, que provavelmente corresponderia ao ISO 1600.

Encontrei também um texto que fala de outra medição de ISO com base na relação sinal/ruído - o que parece compatível com o que disse o Leo, mas os valores resultantes não correspondem de forma alguma ao usado pelas câmeras fotográficas. Segundo essa medida (que no texto era chamada de "ISO noise speed"), quanto menor o valor resultante, pior a qualidade - sendo ISO 40 correspondente a uma imagem excelente e ISO 10 apenas aceitável).
Como se trata de um texto que não apresenta a equação, parece-me que faltam esclarecimentos que podem vir a ser importantes.

Seja como for, para mim, o fantasma da picaretagem ainda assombra o horizonte - existem mais duas formas possíveis para medir o ISO: ISO REI e ISO SOS. Se ambas ou uma delas for algo que permita ao fabricante escolher arbitrariamente o limite de saturação da imagem diminuíndo a gama dinâmica e simulando um limite de saturação, o primeiro post deste tópico estará correto - exceto pelo fato de que a Canon não sacaneou o mercado - apenas se adaptou a uma regra conveniente e um tanto lamentável.


Ivan de Almeida

  • Trade Count: (1)
  • Referência
  • *****
  • Mensagens: 5.295
  • Sexo: Masculino
  • . F o t o g r a f i a .
    • Fotografia em Palavras
Resposta #29 Online: 07 de Janeiro de 2010, 11:00:54
E é por isso que acho que as câmeras still deveriam ser como as de video, onde se fala em ganho e não em ISO...

Eu simplesmente ignoro a referência do ISO, e uso o hardware como o vejo responder melhor. Mudo a sensibilidade entendendo que estou mudando o ganho e pronto. É totalmente diferente do filme onde uma revelação padronizada produz negativos consistentes com o ISO do filme e a exposição.