Vejo isso de outra forma.
Vc precisa ter bem claro o que te leva a produzir algo de determinada forma. Isso vale tanto pro mais real quanto pro mais fantasioso. Se a produção é aleatória, significa que vc não tem uma certeza estética do que está fazendo.
Por outro lado, quando vc assume uma linha, os julgamentos a serem feitos sobre a sua produção serão muito mais fortes, pq as pessoas encontram onde questionar e isso torna a discussão mais rica.
O Ivan disse achar cafona dentro de determinada linha de pensamento e esse é um direito dele, tem gente que vai ver e adorar, dentro das leituras que fizer das obras. O que o autor da foto vai fazer é simplesmente deixar claro o porquê de suas escolhas.
Eu curto desvirtuar a realidade, ou pelo menos criar uma realidade mais próxima do que eu sinto do que do que eu vejo, acho que usar técnicas diversas poderiam me ajudar nessa reconstrução, o problema é ter medo de a técnica aparecer muito mais do que a linguagem. A grosso modo, penso naqueles filmes em que só aparecem os efeitos especiais pq as mensagens são nulas.
Dentro desse aspecto, eu costumo me perguntar se o que eu vejo é necessário ou exagerado para passar a mensagem. Se for exagerado vejo como cafona, se for necessário a discussão morre ai. O que pega é que os limites podem variar na leitura de cada um.
Usando de novo o que o Ivan disse, dentro do que ele postou como sendo o seu mote na fotografia, a foto vai sim ser cafona e a Anie Leibovitz também (o que não tira a qualidade do assunto). Se vc por outro lado, vê a foto como ferramenta apenas (e não como arte) para a expressão de seu pensamento, amplia a linha, pq o valor da mensagem vai ser maior do que o resultado. O cuidado que se deve tomar no caso é o de não achar que qualquer coisa que se faça vale só pq tem uma mensagem interessante. Saber as regras e onde e pq quebrá-las é importante para não criar algo exagerado.