Acho o ponto de vista do José Azevedo muito sensato. Nesse tipo de discussão, não cabe dizer qual o melhor. Cada um de nós desenvolve uma relação com um tipo de mídia, um tipo de fotografia e essa relação não pode ser questionada em termos de melhor ou pior, já que é algo extremamente pessoal e nem sempre racional, mas também com componentes afetivos.
Já escrevi um texto sobre isso também, que pode ser conferido
aqui. Segue um trecho sobre o que me mais me encanta no filme:
"Quando fotografo alguém, passo a ter um negativo marcado pela luz que refletiu diretamente naquela pessoa, como um sudário de haleto de prata. As filmagens do dirigível Hidenburg em chamas guardaram a marca da própria luz do hélio queimando. Os negativos das fotografias de Stalin, Churchill, contém fisicamente a própria marca da sua luz. Até mesmo a luz refletida por Kennedy no momento em que foi morto está registrada dessa forma. Não é à toa que muitas pessoas, mesmo esclarecidas, tinham receido de que a fotografia 'roubassem' um pouco de sua alma ao serem retratadas."