Pedro,
Antes de pensar em sair comprando mil coisas e gastando uma fortunasem necessidade, procure usar seu novo equipamento ao limite. Se em algum ponto o seu "kit" deixar a deseja, aí sim é válido comprar mais coisas. Você deve também ter em mente sobre o tipo de fotografia que mais irá fazer.
Até meados da década de 70, o kit básico era uma SLR com uma 50mm e dava para fazer muita coisa. Um kit mais avançado era composto pelas objetivas de 35,50 e 135mm. Uma 28mm, uma 70 ou 90, e uma 200 eram consideradas um luxo.
Quem tinha o kit de 3 lentes já estava apto a fazer praticamente de tudo. E ninguém saía comprando mil coisas, principalmente porque não era barato. Com o advento das zooms mais baratas e de performance razoável, o kit básico das 3 lentes foi substituído por uma 35-70 , complementada por uma 70-200 e posteriormente vieram as 28-90 , 28-135 e 28-200.
A troca dos corpos das câmeras veio com as eletrônicas, mais precisamente a partir do final da década de 80 quando , por exemplo, a Canon lançou a EOS-650 e finalmente a EOS Rebel em 1990 por um preço muito baixo. A Minolta, a Nikon e a Pentax adotarama mesma estratégia nessa época. Corpos plásticos, eletrônica sofisticada e mais e mais lançamentos em intervalos cada vez mais curtos.
Se com filme foi assim, imagine com a tecnologia digital que o tempo de vida em termos comerciais de um produto é cada vez mais curto. As lentes amadoras também caíram muito de preço e isso acaba incentivando ainda mais a troca. É uma corrida perversa para tentar manter-se "atualizado".
Eu não fotografo profissionalmente, é apenas um hobbie (mas bem sério) que tenho a uns 25 anos. Ja tive todo o tipo de equipamento que você imaginar... Médio formato, grande formato, câmeras antigas, ultra-modernas, dúzias de digitais e perto de uma centena de lentes diferentes. Acho que tive mais de 50 câmeras. Gastei ao longo desse tempo uma boa grana, vendi , troquei, joguei fora algumas coisas... Acaba sendo uma torre de Babel. Felizmente eu aprendi e por sorte não perdi muita grana hehehe. Valeu pela farra.
Hoje em dia sosseguei. Encontrei um ponto de equilíbrio que me permite ter a qualidade que gosto, fazer os tipos de foto que curto, com um conjunto de equipamentos que muitos considerariam modesto.
Finalizando, use, experimente, seja criativo, domine as técnicas, porque o maior limitador é o fotógrafo e não o equipamento. Pode acreditar. Um equipamento mais sofisticado só tem a função de reforçar a qualidade do seu trabalho. Raramente é ele que a determina, pode acreditar.
A série de fotos mais bonita que eu já vi em termos de paisagens, foi feita por um norueguês, sobre as ilhas Lofoten, todas feitas com uma Pentax K1000 e uma 50mm. Quisera eu ter um décimo da competência dele.