Autor Tópico: Receita faz limpa no StandCenter  (Lida 14164 vezes)

csb

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Resposta #30 Online: 17 de Dezembro de 2005, 17:18:20
Gustavo,
esta tudinho como resumiu a veja, so nao concordo que o indigena brasileiro fosse  ou seja atrasado.
Sempre fez uso racional do seu ambiente e nunca aceitou o trabalho escravo ao qual o africano era docil, e submisso.
Por nao aceitar esta imposiçao do europeu-católico o indigena, verdadeiro dono da terra,foi perseguido e  logo taxado de preguiçoso,estigma que persiste ate os dias de hoje.Só pecou em aceitar após muita persistencia a convivencia com o portuga
Existiam em todo o litoral brasileiro grupos indigenas  como os botocudos,tapuias,tupinambás ,aimorés,tamoios,giotacas, valentes guerreiros que defendiam sua terra, mas foram embromados pelo cristianismo com sua  catequese  destruidora.
Os Caetés cairam em desgraça e foram dizimados sumindo  do mapa perseguidos pelos padres por terem saboreado um colega seu, o  padre sardinha(também com este nome  =) ).
Vale lembrar que o habito de algumas tribos de saborear os inimigos,se devia a crença de com isso adquirir sua força, e não porque fossem monstros e atrasados e maus como se fez  crer. É óbvio que é um ato inaceitável
O catolicismo desde a idade media na europa esteve de maos dadas com o  poder, isso quando nao era o proprio poder, com seus bispos de vida farta e mundana,quando ainda lhes era permitido constiuir familia e ter bens.
A primeira imagem da estreia da europa no brasil foi uma missa com uma cruz bem grande.
Embora nao percebamos, a cultura indigena deixou um legado na nossa vida diária,que de tão grande não percebemos,vale lembrar que até cerca de 1700 a lingua falada aqui era o tupi-guarani,que foi proibido pelos portugueses

abs,

carlos
 


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Resposta #31 Online: 17 de Dezembro de 2005, 17:23:40
Embora não goste de "Veja" e não saiba de qual matéria vc se refere, eu não falasse dos indígenas propriamente, já que boa parte da cultura indígena foi dizimada, assim como os povos. Mesmo assim não posso admitir que não sejam atrasados também. Um povo q mistura comida com os pés e que faz casas de palha, quando os egípcios 5000 anos antes construiam casas com sistemas de ventilação e tinham higiene perfeita. Sem falar de ciências como Astronômia e Medicina. Como não são atrasados? Detalhe antes que o Bruno diga que é uma teoria capitalista, no Egito era tudo do Estado, a troca não era em moeda, no máximo em escambo, e o Estado supria às necessidades que a população não podia obter pelos próprios meios.

Muita gente pode se irritar, mas falando sem hipocrisia, basta cada um se perguntar que culturas deixaram esses dois povos, sílvicolas e africanos? Cachaça? Mandioca? Algum vocabulário? Crença religiosa? Nossa, chega a ser maldade falar em evolução. Os povos árabes deixaram tratados de Medicina respeitados até hoje. Egípcios estudos e sistemas de orientação dos astros, navegação, engenharial. Gregos, sistemas políticos e arte. Romanos, obras públicas, aquedutos, Direito Civil. Isso falando superficialmente. E aí falar em herança cultural e evolução dos africanos e índios? É sacanagem.
« Última modificação: 17 de Dezembro de 2005, 17:34:05 por Gustavo RM »
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Resposta #32 Online: 17 de Dezembro de 2005, 17:48:15
Complementando, pq eu vi que vc postou sem perceber no outro tópico:
Citar
A primeira coisa que o colonizador faz com sua vitima,é destruir sua cultura,sua identidade. Fica aqui meu protesto. Carlos.

Me perdoa, isso é hipocrisia, Roma foi destruida pelos bárbaros, mas a herança cultural se estende até hoje. A China foi invadida por povos orientais no decorrer de milênios, mas tudo que havia de bom foi transmitido aos colonizadores.

Vamos deixar de hipocrisia e olhar como o continente africano vive muito antes de ser colonizado pelos europeus. Eles vivem em sistemas de tribos semi-feudais em  condições deploráveis, com constantes guerras absolutamente sangrentas pelo controle de tribos vizinhas. A forma com quem eles vivem hoje é culpa do colonizador? Que cultura tinha esse povo para o colonizador destruir.

Do indígena no Brasil então, os indígenas nos deixaram o louvado vocabulário tupi, mas desculpe, que vocabulário imprestável. Só José de Alencar com seus livros descritivos que só são lidos por pura imposição curricular para louvar esse vocabulário, prefiro aprender Dari, Mandarim, até Latim é mais interessante que tupi.

Para não exarcebar a maldade, vamos comparar o atraso com o atraso. Aborígenes são tão atrasados sob alguns aspectos assim como africanos, mas desenvolveram lendas sobre a criação (dreamtime) que são espetaculares de ouvir, desenhos e artes, instrumentos musicais como o Didgeridoo, e eles não sofreram menos na mão do inglês do que nossos índios na mão do português, contudo persistem. Os Maori são precursores na arte da tatuagem, em embarcações, desenhos e uma lingua espetacular de se ouvir e falar. Mesmo sendo atrasados, nossas culturas indigenas são infantis perto das deles.

Não digo que esses povos não deixaram herança, mas falavamos de evolução e atraso, tirando alguns pratos, folclores e religião não deixaram nada muito útil, prova da ausência de evolução em que viveram. Egípcios 5000 anos antes sabiam mais sobre o planeta do que boa parte da África sabe hoje. Acho muito mais fácil o Brasil evoluir reconhecendo que o orgulho nacional precisa ser criado ao invés de louvar um orgulho inexistente, falso e hipócrita, pq se formos falar em herança dos povos colonizadores, indígenas e africanos estamos ferrados.
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Resposta #33 Online: 17 de Dezembro de 2005, 22:26:45
Entendo como cultura ,um conjunto de valores que vão,desde a lingua,habitos,e atitudes.Conhecimentos de astronomia e geometria,também fazem parte da mesma.É notório que os indigenas do brasil não tinham  estes conhecimentos,mas sabemos que estamos impregnados dela nos habitos alimentares e na linguagem,e isso é cultura sim(em tempo a bebida dos indigenas era feita do milho, e nao da cana de açucar),esta apareceu depois com o colonizador.
Entendo que devemos no orgulhar destas caracteristicas e valoriza-las porque nos tornam ùnicos no conjunto de  nações.(o que não quer dizer que devemos assumir os seus aspectos negativos, e voltar a o canibalismo).
Um traço caratcteristico do colonizado é a adoção dos novos valores em detrimento de sua identidade cultural



"Vamos deixar de hipocrisia e olhar como o continente africano vive muito antes de ser colonizado pelos europeus. Eles vivem em sistemas de tribos semi-feudais em condições deploráveis, com constantes guerras absolutamente sangrentas pelo controle de tribos vizinhas,"

Se isso é modernidade, eles ja  faziam ha muito tempo o que bush faz hoje...



"Mesmo assim não posso admitir que não sejam atrasados também. Um povo q mistura comida com os pés e que faz casas de palha, quando os egípcios 5000 anos antes construiam casas com sistemas de ventilação e tinham higiene perfeita"

La no seu egito e também na frança se amassa uvas com os pés ,na fabricaçao do vinho...

Isso não é hipocrisia,isto é ciencia.Qualquer pessoa com nivel mediano de informaçao,sabe que ao se destruir a culturade um povo  voce destroi sua identidade ,tornando-o dócil ao controle de  coraçoes e mentes.
A nova cultura imposta pela midia cria valores novos que são prontamente assimilados pelo colonizado,gerando o desprezo pelos seus legitimos e verdadeiros valores.(se ve isso aqui no brasil diariamente)
Em resumo, um povo inculto cujas pessoas nao tem senso crítico sao vulneráveis e faceis de controlar,principalmente nos tempos atuais com tecnicas modernas de controle de massa pela midia(totalmente controlada pelo tio sam).
Aquele imbecil do celular pegou pesado, fez palhaçada logo com um dos valores que formam a nossa estrutura cultural, poderia te-lo feito com uma letra de pagode.POr iessa que se diz que aqui é a "casa da mae joana",o cara faz uma coisa dessas e nenhuma instituiçao entar em defesa da nossa identidade cultural.

Um exemplo dos " beneficios" deixados pelos ingleses na china,foi o estimulo do uso do ópio pelo povo como metodo cientifico de  dominação.Aliás vi uma reportagem recente onde os poderosos grupos familiares ocidentais que controlavam o trafico do opio na epoca(nao tao remota) ainda estao por aí em atvidade com seus descendentes ,na area do petroleo,armamentos,guerras, mas isto é uma outra estoria.
Apos a invasao americana do iraque, os novos colonizadores nada fizeram para proteger as reliquias da humanidade guardadas nos museus.Apos o golpe americano no brasil em 64,se promoveu a "reforma universitária". onde a primeira providencia foi exterminar as cadeiras das areas de  humanas.Isso prara falar de alguns poucos exemplos.
E a religião continua sendo " ensinada" nos grupos escolares...

Em resumo, avanço tecnologico, e culturas alienigenas, nao sao sinonimo de desenvolvimento

abraços,
carlos


 
 


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Resposta #34 Online: 17 de Dezembro de 2005, 23:02:16
Está colocado o que penso. Vamos corrigir os equívocos, não disse que cana de açucar provém dos indígenas, estamos falando de cultura afro e de cultura indígena no mesmo post, se presume que se não falo necessariamente de um, falo do outro e vice-versa. Ingênuo o argumento de que se as tribos africanas se dizimam o "Bush" faz o mesmo. Em primeiro lugar não é pq alguém é burro que necessariamente preciso ser. Segundo, a américa que vc resume na figura de um presidente mediocre (pq Kennedy e Carter também foram presidentes e eram dignos ao contrário do atual) é rica, as tribos africanas são palpérrimas, e os americanos (salvo uma vez na história) não atacam a própria nação. A África nunca precisou de ninguém para prejudicá-la, muito de colonizadores, ela já se destruia.

Quanto ao Egito, para 5000 anos de atraso eles sabiam bem mais que nossos indígenas e mesmo que os africanos. Quanto ao modo de produção do vinho vc está enganado, o chamado vinho branco do Nilo não era produzido assim, e qt ao francês eu ainda prefiro imaginar os pés de uma bela francesa do que aquela cena das índias mascando e cuspindo para produzir aquela bebida que realmente deve ser uma maravilha perto de uma garrafa de Velve Cliquot.

Para fechar, nada melhor que trazer à prática, se vc valoriza a cultura afro-indígena a ponto de gerar debate, sugiro que seja coerente e valorize o que fala tbm na atitude: quando construir uma casa dispense a vedação (invenção dos Egípcios), opte pela boa palha nacional ao invés de tijolos (será de uma economia incrível, sem falar nos dias de temporal a possibilidade de ver as estrelas quando a chuva cessar, um retorno idílico aos tempos dos silvícolas). Para as reuniões, leituras animadas dos livros de José de Alencar, convide tbm os amigos a mastigar aquele preparado de mandioca e milho, depois de fermentado, bebam, nada de Jack Daniels do Tennessee, coisa de yankee, ou de uma garrafa de champagne. Como eu disse, tenho absoluto respeito pela cultura desses povos como elemento de sua própria história, mas de um aspecto de evolução da humanidade - do próprio país - em nada contribuiram - se desaparecessem hj da face da Terra em pouco seriam lembrados.

Boa sorte no futuro com a casa e as reunões com os amigos. E o mais importante, pare já com a fotografia, segundo os indígenas, captura a alma!!
« Última modificação: 17 de Dezembro de 2005, 23:23:34 por Gustavo RM »
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Marcelo Almeida

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Resposta #35 Online: 17 de Dezembro de 2005, 23:27:10
Citar

É realmente incrivel,de todo o continente Americano os unicos contemplados com o legado institucional anglo saxonico se desenvolveram(Canada e EUA) enquanto que do Mexico para baixo(modelo portugues e Espanhol) nao se salvou nenhum.

 
Jamaica e Guiana não podem ser chamados de modelos de desenvolvimento. Rodésia, Palestina, India, Africa do Sul, etc... também não.


Marcelo Almeida

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Resposta #36 Online: 17 de Dezembro de 2005, 23:29:03
Citar
Que o protestantismo "encaixou" melhor no capitalismo, não há dúvida.

Agora, os indígenas e africanos do Brasil colônia podem ser considerados atrasados apenas se considerarmos o sistema capitalista como avanço. Como falei antes, "atrasado" e "avançado" não são conceitos absolutos, dependem fundamentalmente dos valores de quem julga.

Sobre unidade cultural, é uma ideologia de legitimação dos Estado-nação modernos, mas não se sustenta muito na prática. O que ocorre é a eleição de um grupo hegemônico como sendo representativo da nação e o escamoteamento dos grupos divergentes do modelo adotado. Mas eles estão lá, mesmo que abafados. Não fosse assim, a Europa não seria palco constante de intolerâncias étnicas e revoltas populares.
Infelizmente muitos acham que a sigla WASP está certa.


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Resposta #37 Online: 17 de Dezembro de 2005, 23:50:30
Marcelo, acho arriscado levar p esse lado, WASP se não me engano significa WHITE ANGLO SAXON PROTESTANT. O desenvolvimento e evolução de povos que falavamos aqui nada tem a ver com teorias racistas, mas sem dúvida que a influência católica foi negativa para a américa latina e o protestantismo melhor. Mas assim como os africanos, também povos brancos são um fracasso em termos de capacidade de resolverem os próprios problemas, basta ver o que os arábes (que já foram evoluídos frente aos ocidentais) fazem hj preferindo culpar os americanos pela própria desgraça e apelar para 'alah'. Se me fiz entender com algum preconceito em relação às culturas afro como inferiores em relação a cor, foi um equívoco, são inferiores em relação a capacidade de evolução, força das circunstâncias, não da cor. Como vc citou, existem outros povos tbm não merecem grande atenção do aspecto de auto-evolução ao longo da história. Alguns povos resolvem seus próprios problemas como adultos, já como adolescentes alguns preferem colocar a culpa nos outros, independente da cor da pele.
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Marcelo Almeida

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Resposta #38 Online: 18 de Dezembro de 2005, 00:47:48
Eu estava me referindo a afirmativa de que o colonialismo anglo-saxão foi um exemplo.

Concordo plenamente que o que defeniu o desenvolvimento foram uma série de circustâncias, com certeza Portugal e Espanha não foram exemplos de bons países colonialistas, mas com certeza a Inglaterra também não foi.

O que definiu o desenvolvimento dos Estados Unidos foram uma série de fatores, o apoio da França em sua luta pela independência, o corso institucionalisado, etc...

É complicado afirmar que um povo ou o colonialismo por um povo é o que irá definir o desenvolvimento de um país, como você mesmo citou o exemplo árabe, os Turcos também tiveram sua era de supremacia, temos também o exemplo dos próprios Portugal e Espanha que no começo da coloniação da Améria eram as maiores potências do mundo. os povos não mudaram, mas as circunstancias sim.

Os Incas, Astecas, Maias, etc... eram povos evoluidíssimos, e poucos anos depois não sobrou nada pra contar história.

Temos exemplos que desmitificam que o desenvolvimento de um país se deve ao país que o colonizou, a Argentina foi colonizada pelos mesmos espanhóis e tinha um desenvolvimento muito acima da média dos seus irmãos latino americanos.

E o exemplo da maioria absoluta das colonias inglesas, se Estados Unidos e Canadá (se bem que o Canadá não é um bom exemplo de colonização inglesa) evoluiram social economicamente o mesmo não podemos falar das outras, Austrália só foi se desenvolver muito tempo depois e Indía está se desenvolvendo agora.

Palestina, Jamaica, Guiana, Rodésia, etc... é brincadeira.





 


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Resposta #39 Online: 18 de Dezembro de 2005, 01:10:20
Aí que está, Marcelo, eu tentei n analisar sob o ponto de vista capitalista - mas eu falo de um legado para a humanidade acima de tudo. Poderiamos dividir esse assunto em dois enfoques, o do modelo capitalista de nação bem sucedida. Mas tbm um outro enfoque que procurei ressaltar desde o início, de evolução dentro da história da humanidade - independente desse povo não existir mais. Me parece o segundo aspecto mt mais interessante. É justamente por ele que eu não tenho o menor respeito pelo nosso indígena. Como vc diz, os Incas, Astecas, Maias, eram povos evoluidíssimos. Mesmo não existindo mais, deixaram um legado histórico, ainda que breve, em contrapartida o nosso indígena não trouxe nenhum elemento interessante a ponto de merecer estudo especial, aquela visão idealizada de José de Alencar, do índio guerreiro, de espírito bravio nunca houve, não aceitavam a escravidão, mas se vendiam por espelhinhos, coisa que Maias e Aztecas nunca fizeram e por isso, entre outras razões, foram exterminados - dentro da pouca evolução desses povos frente às culturas que mais evoluiram, o nosso índio consegue ser menos evoluído ainda.
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Resposta #40 Online: 18 de Dezembro de 2005, 01:16:08
Citar
Bruno, vejo dois tipos de revoltas na Europa. Primeiro tipo, lugares que desde a idade média são palco de constantes disturbios, que nunca se pacificaram, é um elemento cultural. Exemplo, aquele recortado de territórios que um dia virou Iuguslávia, cumpre lembrar que tem relação com esses territórios o início da primeira guerra, embora o fato que desencadeou tenha se dado na Austria. O segundo, povos atrasados (ainda que segundo o capitalismo) que se instalaram em países mais avançados, caso que se verifica como dos Turcos nos guetos de Paris. Ora, me perdoa, claro que essas pessoas tem direito a viver melhor, mas por acaso algum francês convidou eles para morar lá? Não? Então se virem meu velho. Eu fui morar na Austrália algum tempo, embora muito bem tratado eu sabia o tempo todo que sou brasileiro e eles australianos, estão na casa deles, não tenho os mesmos direitos, e porque razão deveria ter? Se eu quiser ficar okey, mas que aceite as regras, não vir com esse choro oportunista de direitos iguais, não para alguém que deixa o próprio pais ao invés de transformá-lo. Isso foi algo que aprendi muito com um amigo palestino, expulso de lá por estar ligado a terrorismo (com 15 anos de idade), e sempre dizia que apesar de viver no Brasil o desejo era voltar. Eu perguntava o porquê, ele dizia - se eu não melhorar meu país, quem vai?

Sobre o conceito de atrasado e avançado, com capitalismo ou não - embora eu não seja defensor do capitalismo em último grau - eu sou prático. Eu gosto de tomar banho, gosto de luz elétrica, odeio desorganização, gosto de conforto, enfim. Tenho um primo que trabalha em reorganização de países em situações extremas, morou já no Camboja, Afeganistão, e agora vive em Mali, na África. É um absurdo a forma como o povo aceita viver, não tem nada a ver com dinheiro e/ou capitalismo, é uma opção pessoal. Embora a população não leia livros que seria o ideal, a tv leva informações mínimas, alguma mensagem é transmitida. Mesmo assim o cara é preguiçoso mentalmente falando, ao invés de lavar um alimento, melhorar a higiene, evoluir no que é possível, mesmo tendo água potável, ele prefere consumir do jeito "porco". É como uma pessoa que trabalhou na minha casa, eu educadamente, com paciência dava instruções de como fazer determinada coisa, e a pessoa mesmo sabendo que sabe menos do que você, mesmo não sendo dono da casa, insistia em fazer do jeito errado. Ora, eu ou vc se formos contratados para trabalhar para alguém, a pessoa te explica como fazer determinada coisa, vc insiste sem uma razão e por teimosia em fazer do jeito errado? É desse atraso que falo. Nem todos querem melhorar e a conclusão que eu chego é muitos realmente não querem.

Para concluir. Pq falei do meu primo? Pq é justamente lá, na África o lugar que ele mais encontra dificuldade para ajudar. O africano não quer ser ajudado, ele quer ser pajeado, ele quer ongs dando dinheiro, mas não quer o ônus que isso representa, de melhorar, do retorno, ao contrário dos países como Afeganistão que apesar de atrasados, as pessoas se esforçavam para mudar a situação, assim como nos países orientais. É um elemento cultural e muito difícil de ser mudado, no momento que o Brasil teve uma forte ligação com um povo assim, eu acredito que - não o povo, e sim a influência - tem um forte papel em nosso atraso também.
Gustavo, sua análise incial me parece correta. Entretanto, uma ressalva precisa ser feita. ao dizer que

"O segundo, povos atrasados (ainda que segundo o capitalismo) que se instalaram em países mais avançados, caso que se verifica como dos Turcos nos guetos de Paris. Ora, me perdoa, claro que essas pessoas tem direito a viver melhor, mas por acaso algum francês convidou eles para morar lá? Não? Então se virem meu velho."

você esquece do que os países colonialistas fizeram com esses povos "atrasados" e a forma como construíram sua riqueza às custas da exploração desses povos. É mais do que justo que eles agora exijam participar da "festa do desenvolvimento" conquistada, em grande parte, com a exploração de seus países. Alguém convidou os franceses para iram à África? Não, mas eles foram lá, colonizaram, saquearam e escravisaram diversos povos. Agora querem sair de inocentes? Não dá. Mesmo a retórica se tentar salvar seu país me parece descontextualizada. Em primeiro lugar, que país? A partilha da África não formou países, juntou etnias rivais em porções de terra e mandaram que se organizassem ali, desrespeitando tradições e lealdades primordiais históricas. Mesmo assim, diversas pesquisas mostram que a imensa maioria dos afrinacos que vão para a França o fazem como última saída para ajudar suas famílias. A idéia inicial é sempre a de, de acordo com o que a televisão (francesa) passa para eles, trabalhar em um país desenvolvido, ganhar bons euros e, assim, mudar sua vida e a de sua família.

Na questão do avanço, você procede de maneira justa, da forma como me referi. De acordo com valores e práticas que você valoriza (e eu também, mas não se trata disso), estabelece a hierarquia. Por outro lado, temos povos aqui mesmo, como as diversas tribos indígenas, que pensam diferente. É interessante ver, por exemplo, a indagação que um índio de uma tribo amazônica, da qual não recordo o nome, fez a um antropólogo, sobre a herança. Ao saber que os "homens brancos", ao morrer, passavam suas terras para seus filhos, ele indagou: "mas porque?" Ao que o antropólogo respondeu: "para que eles possam sobreviver". E o índio retrucou: "mas a natureza já faz isso, ela já dá terra e alimento para os filhos de quem morre". Nessa lógica, quem é avançado e quem é atrasado?

Por último, se vamos falar que os EUA e Canadá são p que são devido a influência da cultura anglo-saxã e da religião protestante, não podemos deixar de fora as colônias inglesas da África, a Índia e colônias holandesas como a Indonésia, por exemplo. Na verdade, EUA, Canadá e Austrália são exceções à regra das relações colônia-metrópole. No caso dos EUA, por exemplo, o papel que representou a Guerra dos Cem Anos no desenvolvimento dos colonos independentemente da Inglaterra não pode ser esquecido.


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Resposta #41 Online: 18 de Dezembro de 2005, 01:30:16
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o nosso indígena não trouxe nenhum elemento interessante a ponto de merecer estudo especial
Putz, acabou de matar grande parte da tradição antropológica brasileira. E justamente aquela mais reconhecida internacionalmente, especialmente pela escola francesa...


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Resposta #42 Online: 18 de Dezembro de 2005, 01:32:21
Duas coisas, Brunão. Começo pelo final. Isso que vc fala de que não podemos deixar de fora os fracassos das colonias na África e Índia, não vou afirmar pq esse assunto é profundo demais para verdades absolutas, mas antes de contrariar o que eu digo, seu argumento corrobora o meu. Explico. Foram justamente nas colônias fracassadas que além do elemento anglo-saxão, havia já um povo local. Talvez seja uma visão preconceituosa minha, mas eu conheci indianos, é um povo cheio de superstições e vive até hoje sob o regime de castas.

Por outro lado, tem duas coisas importantes que devemos levar em conta. A primeira é que se vive para o futuro, não para o passado, até para o crime de homícidio, o mais grave que alguém pode cometer existe algo chamado prescrição. Ou seja, num dado momento histórico onde colonizar à força era normal, não justifica que hoje se diga que o povo colonizado tem algum direito na metrópole. Talvez até tenha, mas eu não arriscaria tal afirmação. Todo caso, a segunda coisa é que ainda que tenha, a Turquia nunca foi invadida pela França, contudo o que mais tem em Paris (assim como na Alemanha) são turcos e arábes. Pelo seu argumento então somente os Argelinos poderiam viver em Paris, pois já que a França não colonizou a Turquia, turcos nada devem exigir. Na prática sabemos que não é o que ocorre, todo mundo é cidadão do mundo na minha visão, mas por impossibilidades políticas não tem como aceitar todo cidadão brasileiro que resolver morar em Paris, então se o cara quer ir, beleza, mas se vire, por isso a minha visão.

Sobre a África como continente, não dá para isolar o que eu falava após colonizações, a África teve séculos sem ser rota de invasão alguma, com um vasto litoral para desenvolver a navegação e algumas zonas ricas em minerais e solo, contudo não evoluiu, viveu sempre sob à sombra de guerras tribais enquanto outros povos se uniam. Eu não culpo o africano por isso, mas eu discordo dessa visão de que o africano foi sempre explorado. Nós somos o fruto das nossas escolhas e das circunstâncias, ou pelas circunstâncias, ou pelas próprias escolhas esse povo sempre foi atrasado e ainda hoje com toda informação de que dispõe entram em lutas armadas contra irmãos para enriquecerem algum chefe tribal que coloca uma roupa militar e se auto-proclama general com apoio de mílicias, um povo forte não aceita isso.
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Resposta #43 Online: 18 de Dezembro de 2005, 01:33:22
Os Incas, Maias, etc... foram dizimados não somente pq não se venderam, mas por uma série de fatores:

1 - Não eram povos nômades, com isso os espanhóis entraram saquearam, estupraram, etc... enquanto os índios brasileiros se embrenhavam na selva.

2 - Por serem um povo mais evoluído provocavam um temor maior nos colonizadores.

3 - Pela riqueza acumulada e com isso a cobiça dos colonizadores.

Ainda falando dos índios brasileiros existiram Tribos que se venderam aos portugueses, tribos que se venderam aos holandeses, franceses e tribos que não se venderam (essas a maioria foram exterminadas).

O que eu defendo é que o desenvolvimento de um país se dá por uma série de motivos e não pelo povo que habita nele.

Cuba era um país de miseráveis, vendidos aos EUA, atingiu um alto índice de desenvolvimento humano e agora volta a regredir e o povo é o mesmo.


Marcelo Almeida

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Resposta #44 Online: 18 de Dezembro de 2005, 01:44:59
Citar
Talvez seja uma visão preconceituosa minha, mas eu conheci indianos, é um povo cheio de superstições e vive até hoje sob o regime de castas.

 
Gustavo,

Eu já conheci uns americanos também que eram verdadeiras toupeiras.

Na verdade o povo americano é muito ignorante, é um país que deu certo sim, mas que povinho merda. Eles têm uns feras em cada assunto 9importam muitos de outros países, inclusive muitos indianos), mas no geral são ignorantes, cheios de dogmas, o ignorante em chefe defende que seja ensinado nas escolas a teoria criacionista da bíblia (é! os famosos Adão e Eva).

mas é o que falei antes uma série de fatores os fez a maior potência mundial.