[Leo Terra]

Sabe Ivan, pra mim falta liberdade para trabalhar sem depender dela para ganhar dinheiro, a muito tenho um projeto super interessante para fazer, já consegui algumas modelos que se proprunham a fazer mas não consegui um produtor que me ajudasse com a infraestrutura para fazer, acho que a pior parte da fotografia profissional é essa, por melhores que sejamos nos falta a liberdade necessária para certos tipos de produção e infelizmente nós precisamos comer

[B.Gomes]

parece que este interesse [...] termina hipertrofiado pois ocupa o espaço de discussão quase todo, e o pior, de maneira quase imperativa.
 

Concordo plenamente, os fóruns acabam girando quase que somente em torno disso. Discussões fundamentais como composição, fotometria e ética, por exemplo, acabam ficando sempre em segundo plano.

 

[talesp]

Eu até já comentei com o Alex, mas vou explicar não só o que falta, mas o que me levou a fotografia.

Sensibilidade.

No meu caso, falta isso, e muito.

Falta, porque eu sempre tive uma mente muito técnica, muito cientifica. Desde criança quis ser "cientista louco", andar de avental branco e falar coisas incompreensiveis da maioria (sim, ainda tenho esse vicio  :risada2: Alguem aí que saber algo sobre algoritmos de porjetos de sistemas k-tolerantes a falhas em sistemas multiprocessado com configuração de grafo (e não grafico) circulantes? No cursinho pre vestibular meu vicio era decorar formulas de quimica organica, na 7 serie a tabela periodica de quimica... :risada2: ).

Apesar disso, sempre gostei de olhar belas fotos. E de sons de violinos.

Eis então que um dia eu me iluminei: preciso deixar de ser tão "nerd" e ser mais sensivel.

E pelo meu gosto, tinha duas opções: violino ou fotografia.

Optei "inicialmente" pela fotografia. E desde então percebi que, sim, minha sensibilidade melhorou muito. Mas como não é algo "de berço", tenho sim muita dificuldade. Tenho que estudar, observar, praticar...Mas ainda continuo na fase de "reprodução", simplesmente tentando reprodusir fotografia de grandes genios. Experimentando tecnicas diferentes, assuntos diferentes, "artes" diferentes. Acho que é uma boa forma de praticar. E espero em breve passar para a fase de "criação", onde será algo finalmente com a minha assinatura, algo de real qualidade "artistica" e sensibilidade.

Quanto a discussão sobre equipamentos, até fui recriminado pelo Leo no primeiro WS, porque disse que gostava mais do filme do que do digital. E sempre ando com a Minolta 7s com um filme PB nela. Gostaria que ela tivesse uma lente mais proxima de uma 35mm (a lente dela é 45mm, e infelizmente, fixa). Mas adoro fotografar com ela, apesar de ainda errar no foco. Não acho que uma foto é feita pelo equipamento, mas comprei sim uma D50, e já investi bastante dinheiro em lentes pra ela. Mas continuo procurando lentes antigas pra ela. E ainda vou comprar uma camera de filme com uma lente menor que 40mm, algo mesmo em torno dos 35, porque gosto da GA. Gosto do impacto que ela causa numa foto.

Ps.: Ainda vou estudar violino. As vezes até me imagino fotografando ao som de violinos...quem sabe não me ajude ainda mais a melhorar a minha sensibilidade?
Pps off topic.: Ivan, sabe de algum adaptador para colocar essas lentes russas em Nikon?

[Carlo Luciano]

Hoje eu saio para fotografar usando:

Um papel com um retângulo vazado no meio na proporção 3:2

Rebel mais a Sigma 24-70


Primeiro usando o papel com o retângulo, estudo a composição: angulo, profundidade, aproximação (zoom) e mais importante o que é o meu assunto com duas questões: preciso colocar ele no quadro todo? ou preciso complementar ele com alguma coisa?

Depois usando a Rebel tiro a foto do que eu ví pelo buraco do cartão.


Se eu usasse direto a Rebel talvez por facilidade de tirar várias fotos, apertaria o disparador, mas no cartão não existe isso, preciso ver através dele o que será a minha foto. Preciso sentir e ver o que estará na minha frente antes de usar qualquer equipamento, pois o olho humano junto com os sentidos entende a cena e com Rebel apenas estaria vendo e não sentindo a foto.

[Flavio Ribeiro]

Pra evoluir a fotografia, têm que haver uma evolução de pensamento e visão.
Pensamento se evoluí com a leitura, com o estudo sobre o tema. Visão se aprimora com a prática.

E é isso que falta pra evolução da minha fotografia. Pretendo me dedicar mais a isso no ano que vem...

Abraço.

[Lucas Eduardo]

eu acho que isso é muito polêmico..

numa foto em que alguns olham e acham perfeita, emotiva, outros não veêm nada de mais...

li uma vez, em algum lugar, que nós devemos fotografar para nós mesmos...sentir felicidade em ver uma fotografia sua...reconhecimento virá sem que necessite buscálo frenéticamente...

olhar fotografias é fundamental também...

como o Leo falou, eu penso que quando tu depende da fotografia, ela pode ter um gosto diferente...pelo menos aqui no país...

eu já pensei em fazer uma faculdade de fotografia, estudar e trabalhar nisso...mas fico pensando que no momento que eu tiver que fazer isso sem ter vontade, pode estragar...

[Thiago Sigrist]

Em primeiro lugar, que post excelente!
Parabéns ao Ivan e a todos que postaram aqui!

Vou começar comentando o post do Ivan porque ele fala de Dorothea Lange e isso me toca, me faz lembrar de uma frase em que ela diz que deveríamos usar a câmera como se amanhã nos tornássemos cegos. Isso é muito forte, a idéia de que devemos fotografar com paixão. Certa vez eu recebi um conselho aparentemente redundante: a melhor maneira de não fazer fotos desinteressantes é fotografar apenas coisas interessantes. Só mais adiante é que percebi que não era algo tão óbvio assim: quantas são as vezes em que fotografamos sem ter qualquer interesse real pelo assunto fotografado? Faz sentido que essas fotos saiam totalmente desinteressantes. Acredito que imagens por si sós são experiência sensorial imediatista, o que remete-me ao hábito de julgar pessoas pela sua aparência, ou de julgar um livro pela capa. Aí é que nasce a complicadíssima missão do fotógrafo, que é produzir algo transcendente, que supere a terrível sina de ser apenas imagem.

Devo também comentar o post do Tales. Temos uma história muito parecida. Também sou (assim como você provavelmente é) "computeiro", estou atualmente concluindo um mestrado em computação. Uma diferença é que eu de fato toco violino (não muito bem, mas toco).

Abraços, e, principalmente, boas fotos a todos!

[Ivan de Almeida]

Prezados:

É engraçado... Postei a primeira mensagem sem noção nenhuma do queviria depois, e estou surpreso, mais que surpreso, encantado por perceber que de todas as postagens emerge uma consciência de ser a fotografia uma alquimia pessoal, coisa que para mim é muito clara.

Talesp: eu também sou um mentaleiro. Tudo racional. Só recentemente, há uns três anos, se tanto, percebi que se o caminho da arte espontânea estava vedado para mim, pela minha natureeza racional, a razão mesma era o arco do violino, era o pincel, era o meu instrumento. Hoje entendo algumas coisas mais... Entendo que a arte em geral nada tem de espontânea, como cremos ingenuamente muitas vezes, mas é um rocesso one a razão participa extrememente.

Leo: eu compreendo bem isso, da fotografia profissional ao mesmo tempo o aproximar da fotografia incrivelmente e ao mesmo tempo dificultar o desenvolvimento de uma outra fotografia, mais autoral, usando a palavra que muitos usam. Se permite um conselho de um amigo, tente projetos simples, não custosos, não dependentes de muita coisa nessa área, digamos, aternativa. Pela sua natureza mesma ele não requer a abordagem materialmente estruturada da fotografia profissional.

Flávio: Seu primeiro parágrafo é perfeito. Cito:  " Pra evoluir a fotografia, têm que haver uma evolução de pensamento e visão.Pensamento se evoluí com a leitura, com o estudo sobre o tema. Visão se aprimora com a prática. "

Thiago: Ótima citação do pensamento da Dorothea e da abordagem de "fotografar o que é interessante". Isso parece simples, mas é preciso imenso rigor e desenvolvimento para fazer isso.

Grande abraço a todos.

[Paulinho Cé]

Ivan, antes de mais nada devo dizer que considero voce uma das cabeças pensantes do fórum, não só pelos seus posts mas tambem pela sua fisionomia, mania que tenho de analisar as pessoas pelo olhar que emitem.
Como não está em questão o Ivan-pessoa e sim uma linha de pensamento e reflexão, manifesto a minha opinião depois de tanta coisa bem falada e dita pelos amigos do fórum.
Eu acho que a fotografia reflete o espírito e o sentimento de cada um, e a evolução de uma depende da evolução das outras.
Filosofias à parte,  cada segmento tem as suas peculiaridades, como no meu caso que adoro a macrofotografia:
Equipamento é indispensável, e a sua evolução ocorreu naturalmente de uma Sony F717 com filtro close-up e lupa acoplada à uma Canon EOS 300D com uma objetiva Canon 100mm 2.8 Macro.
A leitura de artigos, tópicos e livros; acabei de ler "A Camera" de Ansel Adams, leva à uma evolução na composição, no olhar seletivo e na aplicação das técnicas necessárias ao resultado esperado.
Naturalmente que o momento é o mais importante, como fotografo principalmente libélulas, preciso delas pousadas na distancia focal da objetiva, no angulo que me permita enquadrar um fundo interessante e contrastante, e de tempo hábil para focalizar, pois em macro com um DOF reduzido esse é um ponto critico das fotos.
Acho tambem que existe uma recíproca nesse assunto de evoluçao, pois desde que comecei a fotografar libélulas, li muito sobre elas, o que me permite as vezes prever seu comportamento e consequentemente obter uma boa foto.
Apenas uma observação que acho relevante: sempre que pedalo pelas rodovias,vejo pássaros e pequenos animais atropelados, isso me toca profundamente pois amo os animais e muitas vezes pensei em fotografá-los para mostrar às pessoas o quanto o progresso faz mal à eles, mas sei que estas fotos não teriam valor à quase ninguem, pelo contrário, seria chocantes e repulsivas à maioria.
Mas elas expressam os meus sentimentos, a simples visão delas faria meu coração ficar triste, o que mostraria que as fotos estariam cumprindo o seu objetivo que é transmitir um sentimento.
Bem, tudo isso é muito subjetivo e ninguem está certo ou errado em suas afirmações, o importante é que estamos fotografando, muito ou pouco, bem ou mal  mas estamos.

Grande abraço à todos.
 

[Ivan de Almeida]

Paulo:

Esse é o perigo das generalizações. Por certo a maioria dos que responderam são fotógrafos de assuntos gerais, como eu mesmo sou. Retratos, paisagens, ambientes, enfim, tudo aquilo que faz parte da visão normal humana, mesmo considerando que essa palavra normal é perigosíssima.

Porém os que se dedicam a certos tipos de fotografia, como voc~e com macros, fotografias de pássaros à distância, fotografias astronômicas, etc, precisam de equipamentos que não são de uso geral, é claro. Não farão sua fotografia como uma câmera e uma 50mm, como dito no post inicial. As preocupações com equipamento se referem a certas especificidades desse equipamento, e isso, aliás, é uma critério muito bom.

Mas, veja, ainda assim a fotografia, resolvida ou pelo menos a partir de certa capacidade instrumental, precisa de insumos outros. Você diz do estudo da vida das libélulas. Isso é fundamental para você, mas não está em nenhum livro de fotografias. É aquele algo que se refere ao seu interesse, e exatamente isso é que fará de suas fotos de libélula fotos melhores que as macros ocasionais que se vê por aí.

Ivan

[george]

Opa, estou chegando meio atrasado mas vou falar assim mesmo

Em uma resposta acima disseram que deveríamos fotografar apenas o que é interessante para se conseguir fotos interessantes. Eu discordo plenamente. Acredito que é função do fotógrafo tornar as cenas interessantes.

Eu já uma foto de uma privada, um objeto absolutamente comum, que era incrível. O fotógrafo usou múltiplas exposições para conseguir uma iluminação que dava uma tom surreal a cena. Aí a técnica entra em ação a favor da sensibilidade.

Ás vezes nós pensamos que o fotógrafo apenas faz recortes do mundo, quando ele também pode interferir para conseguir imagens melhores. Além disso, a simples escolha do fotógrafo na maneira de fazer este recorte (ou seja, compor a imagem) é fundamental no resultado final.

Eu gosto de pensar a imagem como um conjunto de linhas, cores e formas; deixando o tema para o segundo plano. Acho que nesse sentido o fotógrafo assume uma responsabilidade maior na transformação de cenas banais em imagens interessantes. Afinal, quando se tem um acontecimento interessante diante dos olhos torna-se muito mais simples conseguir uma imagem interessante, que a princípio pode ser ineteressante apenas pelo objeto que ela representa; mas nas mãos de um bom fotógrafo ela também passa a ser ineteressante pela maneira que o objeto é mostrado.

[Marcelo Almeida]

Ousadia e dedicação.

[FernandoPaes]

Tenho sentido que preciso evoluir no trabalho com luzes artificiais (flashes e luzes continuas)... Como o tipo de foto que eu gosto pede uma alimentação de luz articificial, tenho desejado aprender mais sobre.

Mas gostaria também de mais tempo para me dedicar à arte fotográfica... Também sinto que a camera digital SLR tem me limitado mto, pelo tamanho e peso. Tenho pensado na possibilidade de comprar um equipamento mais compacto pra poder levar comigo, já que sempre surgem oportunidades de fotografar e estou sem equipamento.

Um abraço,
Fernando

[charles247]

Acho que a busca de equipamentos é uma busca saudável, dependendo do tipo de fotografia que se tem preferencia, pois existem euqipamentos específicos para alguns tipos.. E isso é bem particular. Claro que as vezes uma foto macro com filtros close-up podem sair melhor que com uma 100mm 2.8, mas no geral, as chances sao maiores com a lente do que com os filtros.


Mas ultimamente, o que tem me chamado mais à fotografia é a emoçao das pessoas, ou seja, aquele lance de passar pela rua, se emocionar com uma cena e registrar isso.

Acho, que para mim, o que mais falta é transformar essa sensibilidade em imagens que consigam transmitir a emoçao que eu senti na hora do click.

( A propósito. É bater uma foto, tirar uma foto ou só fotografar???)

[Leo Terra]

Tenho sentido que preciso evoluir no trabalho com luzes artificiais (flashes e luzes continuas)... Como o tipo de foto que eu gosto pede uma alimentação de luz articificial, tenho desejado aprender mais sobre.

Mas gostaria também de mais tempo para me dedicar à arte fotográfica... Também sinto que a camera digital SLR tem me limitado mto, pelo tamanho e peso. Tenho pensado na possibilidade de comprar um equipamento mais compacto pra poder levar comigo, já que sempre surgem oportunidades de fotografar e estou sem equipamento.

Um abraço,
Fernando

Hehehehe é minha especialidade, vamos conversar essa semana que eu vou ficar em Sampa.