Bom, minha escola é outra. Venho do filme e mesmo havendo a possibilidade de certo tratamento no laboratório, nunca foi algo que nos preocupássemos no momento do clique.
Entendo que a facilidade da fotografia atual acabou por permitir essa tendência. Mas na época e hoje, ao fotografar com cromo, por exemplo, pensar em "que tipo de edição vai tentar fazer na foto já na hora que vai clicar" é algo que não cabe. Aliás, esse tipo de pensamento usando filme, o qual você o escolhe de acordo com suas características de cores, contraste, etc., seria uma heresia.
Assim, usando digital, acabei me acostumando a tentar fazer a foto exatamente como eu a queria. Acho um bom treino, tentar editar o mínimo possível. Ainda mais que percebo que com a facilidade da edição digital os exageiros estão ficando mais constantes e comuns. Um desses exageiros é a tal da vinheta, cada vez mais frequente e sem muito sentido em grande parte das fotos que vemos hoje nos fanáticos por edição. O que antigamente era uma desfunção do projeto da câmera, hoje é uma tentativa de salvar uma foto ruim. Outro exemplo é o Low Key. Era muito prazeiroso ter sucesso no Low Key, que antigamente era pensado, ou melhor, exaustivamente calculado, para que saísse a contento. Hoje com a facilidade dos recursos digitais, até uma criança de 10 anos consegue fazer, ou usando uma melhor expressão, imitar.
Dessa forma, acho sim, que a edição exagerada, tira do fotógrafo o prazer de aprender a fazer direito. O que não deveria ser assim, pois com a fotografia digital errar é muito menos penoso... pensando bem, esse é o problema.