Georges, eu entendo o que você quer dizer ao falar do bairrismo e do jeito "reservado" como especificidade cultural da Ilha. Nesse ponto, não tenho nada contra, acho até interessante e que deve ser preservado. Também acho que os gaúchos adotam uma postura "colonizadora" extremamente invasiva quando chegam aqui, querendo mandar, querendo tudo do jeito deles, pois estão "pagando". Aí vem a RBS junto e impõe "guela abaixo" os programas do RS, chega a Copa do Brasil e passa jogos do Grêmio e não do Fiugueira, etc. Só que no momento em que se começa a agredir pessoas de outros lugares, a coisa começa a mudar de figura, passando a ter que ser analisada com mais atenção, não simplesmente como especificidade cultural ou como um choque "natural" entre culturas distintas. Um exemplo, sem querer com ele dizer que se trata da mesma situação: os alemães sempre tiveram um orgulho tradicional em relação àquilo que eles consideram ser a "raça ariana", muito antes de Hitler. Isso é muito antigo e permanece até hoje, tanto na Alemanha quanto nas colônias alemãs espalhadas pelo mundo. Mas, quando esse orgulho passou a ser justificativa para o extermínio de outras "raças", a situação muda de nome, vira nazismo, xenofobia, etnocídio. E aí deve ser combatida, sem dar tanta atenção à especificidade cultural que está por trás dela.