Autor Tópico: Fotografo estuprador  (Lida 9703 vezes)

Alfredo Risk

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Resposta #60 Online: 08 de Abril de 2011, 12:04:27
Pessoal, estou começando a tirar fotos de crianças e essa situação me preocupa muito; não quero de forma alguma ficar com uma criança sozinha na minha casa ou em algum estúdio que venha a possuir e, como existem pessoas com o maior espírito de porco do mundo, podem arrumar pra sua cabeça. Para "provar" que a criança não estava sozinha durante a sessão fotográfica pensei em tirar primeiro uma foto da criança junto com o acompanhante.

Alguém toma algum procedimento parecido com isso?

Sinceramente, eu não acho que o ato de ficar sozinho com a criança seja um problema... 1º porque vc pode tirar a foto com a mãe junto e depois pedir para que ela se retire... a foto não provará em nada.
O que eu realmente faria, se eu fosse trabalhar com criança, em uma cidade onde acontece uma tragédia dessa é deixar a pessoa a vontade... Eu realmente gastaria um pouco a mais para colocar 1 ou 2 cameras dentro do estúdio e deixar uma TV na sala de espera, e deixaria a mãe a vontade de ficar junto com a filha na sessão de fotos e ficar na sala de espera assistindo a tudo.
Isso dá tranquilidade e transparência ao trabalho. Hoje esses equipamentos são baratos e você terá um diferencial em seu estúdio!
« Última modificação: 08 de Abril de 2011, 12:05:27 por Alfredo Risk »
Alfredo Risk
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rodrigofaria

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Resposta #61 Online: 08 de Abril de 2011, 12:10:28
Pessoal, estou começando a tirar fotos de crianças e essa situação me preocupa muito; não quero de forma alguma ficar com uma criança sozinha na minha casa ou em algum estúdio que venha a possuir e, como existem pessoas com o maior espírito de porco do mundo, podem arrumar pra sua cabeça. Para "provar" que a criança não estava sozinha durante a sessão fotográfica pensei em tirar primeiro uma foto da criança junto com o acompanhante.

Alguém toma algum procedimento parecido com isso?

Eu trabalho exclusivamente com crianças e te digo que é muito complicado. Você precisa SEMPRE separar a sua paixão por elas e realmente se afastar ao máximo. Ser sempre muito educado, conversar sobre o seu trabalho com ela (isso, com a criança mesmo, se for o caso) e JAMAIS beijar, abraçar, apertar, deixar sentar no colo ou qualquer tipo de contato físico, mesmo se os pais estiverem no estúdio ou no local a ser fotografado. Eu adoro algumas crianças e dá vontade de dar um abraço e tal, mas realmente JAMAIS faça isso. Se tiver que abraçar para ser educado, pois elas mesmos procuram, faça de maneira mais breve possível, sem deixar de ser educado.

Eu JAMAIS  fico sozinho com crianças, NUNCA levo elas para tomar água ou ir ao banheiro. Minha postura, quando uma criança me pede isso, é mandar procurar uma adulto responsável.

Outra coisa que queria comentar aqui. Eu sou de Brasília também e fiquei sabendo da história desse filha da puta no Sudoeste. É um animal.

Agora, as pessos precisam ter cuidado ao acusar e fazer justiça com as próprias mãos pq., principalmente quando se trata de depoimento de crianças, feitos por pais desesperados (e políciais despreparados )principalmente, a vontade de se fazer justiça é tão grande que a pressão em cima da criança é ENORME e um falso testemunho pode sair a partir desses comportamentos inocentes de um fotógrafo que, é claro, é a primeira pessoa que vão atrás. Perguntas do tipo: "Ele olhou pra vc?", "Ele te deu um beijo?" "Te pegou?"...Essas coisas estimulam a paranoia né..então o quanto vc puder evitar isso, melhor.

Bom, é o que eu faço. Sou bastante rígido com isso. Por mais que á vezes me dá vontade de apertar e colocar no colo. São lindas.

Outra coisa,minhas fotos são espontâneas. Acontece de, às vezes, alguma outra criança estar de saia e aparece na foto a calcinha dela, por exemplo. Eu costuma apagar NA HORA da máquina ou do meu computador esse tipo de foto. Na hora mesmo.

No mais é só tomar cuidado mesmo. Mas não desista de fazer o que você gosta por causa disso.



bacanex

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Resposta #62 Online: 08 de Abril de 2011, 12:59:52
Eu nao me sentiria a vontade para ficar sozinho com uma crianca que eu estivesse fotografando. Acho que eh como o Rodrigo falou, voce tem de evitar ao maximo o contato, pq crianca na hora do stress adminite qualquer coisa, mesmo que nao seja verdade, e numa suspeita de algo ter acontecido a pressao sobre ela pra falar o que houve ou pra confirmar versoes dos adultos vai ser imensa. Daqui que voce prove que eh inocente ja vai ter levado muito tabefe na orelha.
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Mr. Hyde

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Resposta #63 Online: 08 de Abril de 2011, 16:26:33
O depoimento do Rodrigo é esclarecedor. Pra mim a postura dele no trabalho está perfeita.

Só rememorando aos foristas mais jovens e que talvez não se lembrem... Escola Base, em São Paulo. Ali várias crianças sustentaram a versão do abuso cometido contra elas. A impressa, de imediato, fez o julgamento e o povo deu a sentença. Os proprietários tiveram que abandonar completamente sua vida anterior e recomeçar do zero. Mudaram-se para o Japão. Ao fim ficou provado que foi 'criação coletiva' por pressão dos pais e policiais.

http://oglobo.globo.com/sp/mat/2006/11/13/286621871.asp
http://curiofisica.com.br/noticias/caso-escola-base


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Resposta #64 Online: 08 de Abril de 2011, 18:59:53
O depoimento do Rodrigo é esclarecedor. Pra mim a postura dele no trabalho está perfeita.

Só rememorando aos foristas mais jovens e que talvez não se lembrem... Escola Base, em São Paulo. Ali várias crianças sustentaram a versão do abuso cometido contra elas. A impressa, de imediato, fez o julgamento e o povo deu a sentença. Os proprietários tiveram que abandonar completamente sua vida anterior e recomeçar do zero. Mudaram-se para o Japão. Ao fim ficou provado que foi 'criação coletiva' por pressão dos pais e policiais.

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Acrescentando: Uma das acusadas nesse caso da Escola Base entrou em profunda depressão. Após a conclusão do processo, em que ficou provada sua absoluta INOCÊNCIA, dada a profundidade de sua doença, ela morreu em decorrência da depressão. Trágico!

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Aria

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Resposta #65 Online: 08 de Abril de 2011, 19:19:25
Muito importante o que vc falou, rodrigo. Também gosto bastante de criança e nunca tinha pensado nisso. Acho que eu acabaria beijando ou abraçando sem pensar que más interpretações poderiam surgir. Realmente é preciso muita cautela e profissionalismo. É sempre bom tentar antever as coisas.
Hyde, esse caso que vc falou me faz pensar no papel que a imprensa assume em casos desse tipo e em outros assuntos também. Acho que a impresa é muitas vezes irresponsável com as informações que divulga e pouco neutra. Nesse caso, com certeza interferiu aí no julgamento. É complicado.
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Resposta #66 Online: 08 de Abril de 2011, 19:46:27
Esse fato é emblemático na impressa nacional. Se tornou case study nos bancos das universidades.

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Aria

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Resposta #67 Online: 08 de Abril de 2011, 21:56:46
Esse fato é emblemático na impressa nacional. Se tornou case study nos bancos das universidades.

Hyde, vc é psicólogo ou psiquiatra?
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Nadilson Costa

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Resposta #68 Online: 08 de Abril de 2011, 23:19:23
Mentira!!! Sério que essa história é verdade?

Ária,

Na época do acontecido, existia na Sec. de Seg. Pública um cidadão que falava abertamente que bandido bom era bandido morto. Foi uma época de muita violência e mortes - muitas delas, sem julgamento e/ou condenação - semelhante ao Esquadrão da Morte e o Mão Branca em SP.... e esse fato ficou conhecido abertamente.

No dia que a sociedade começar a fazer justiça com as próprias mãos, o caos se instalará nas cidades e pessoas inocentes poderão pagar por atos que não cometeram.

Devemos sim cuidar de nossas crianças e até mesmo das que não conhecemos (alertar aos pais). Certo dia no Zoo de BH, duas adolescentes perguntaram se eu poderia fazer fotos delas... minha resposta:

"Desculpem, mas não fotografo pessoas e mesmo que fizesse, seus pais deveriam autorizar por escrito", pedi licença, saí pela tangente e fui procurar meus "passarim".
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bacanex

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Resposta #69 Online: 09 de Abril de 2011, 08:27:30
Nadilson colocou um ponto importante agora: autorizacao por escrito para fotografar pessoas, principalmente menores. Imaginem que com Lei Maria da Penha, Estatuto da crianca e do adolescente e mais um paiol de leis superprotetoras qualquer pessoa que quiser ferrar outra pode fazer sem problema. As leis no Brasil permitem muita injustica por levarem a pre-definicao de culpado a todos que sao acusados, mesmo que o codigo diga que todo mundo eh inocente ate que se prove o contrario. O mesmo codigo, se nao me falha a memoria, diz que o onus da prova cabe ao acusado. Se for acusado e for inocente, ate que consiga provar vc ja passou por muita humilhacao e agressao fisica e verbal, sem falar da familia, que vai ser julgada pela sociedade junto com o coitado.
Vejam bem, nao estou dizendo que as leis estao erradas, mas que a forma como sao aplicadas nao sao as mais apropriadas.
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Resposta #70 Online: 09 de Abril de 2011, 09:44:45
Hyde, vc é psicólogo ou psiquiatra?

Não, Aria. Sou advogado, embora hj esteja um pouco afastado a militância (trabalho nos tribunais, peticionamento, audiências, etc...). E já pensei e repensei esses assuntos muuuitas e muuuuitas  vezes, debatendo com vários profissionais de diversas áreas diferentes e conhecendo detalhes de  alguns casos escabrosos.

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Resposta #71 Online: 09 de Abril de 2011, 10:14:21
Nadilson colocou um ponto importante agora: autorizacao por escrito para fotografar pessoas, principalmente menores. Imaginem que com Lei Maria da Penha, Estatuto da crianca e do adolescente e mais um paiol de leis superprotetoras qualquer pessoa que quiser ferrar outra pode fazer sem problema. As leis no Brasil permitem muita injustica por levarem a pre-definicao de culpado a todos que sao acusados, mesmo que o codigo diga que todo mundo eh inocente ate que se prove o contrario. O mesmo codigo, se nao me falha a memoria, diz que o onus da prova cabe ao acusado. Se for acusado e for inocente, ate que consiga provar vc ja passou por muita humilhacao e agressao fisica e verbal, sem falar da familia, que vai ser julgada pela sociedade junto com o coitado.
Vejam bem, nao estou dizendo que as leis estao erradas, mas que a forma como sao aplicadas nao sao as mais apropriadas.

Bacanex, me perdõe mas tenho que fazer algumas correções.

As leis penais brasileiras são muitos boas. As punições que elas impõem são suficientes para a maioria dos casos. Um cara que mata por acidente (sem a intenção de matar), por exemplo, não pode ficar encarcerado mais tempo daquele que matou com o desejo de matar. O que são passíveis de melhoria são as leis PROCESSUAIS. Aqueles que fazem com que o processo penal ande. É o processo penal de cria a sensação de impunidade porque ele é, naturalemnte e num certo sentido deve ser assim mesmo, demorado.

O GRANDE problema é global. Tá tudo errado. Eu já falei aqui na 1º página:
O GRANDE problema é que a polícia não reprime, a polícia não investiga, o Ministério Público não instrui, o Judiciário não julga, a legislação é débil, o sistema prisional não encarcera e o delinguente não se regenera. A saída? Mudar tudo isso. Como? Transformado a sociedade como um todo. Ações pontuais não garantirão uma sociedade menos violenta.

A Lei não pré-define culpa em caso NENHUM. Ao contrário, a Constituição diz textualmente que ninguém pode ser considerado culpado antes de sentença transitada em julgado (a gente chama de presunção de inocência). TODO MUNDO é inocente antes de prova em contrário e a lei trata TODO MUNDO assim.
O problema aqui é que quem faz o julgamento é o povo, a mídia e o sentimento coletivo por 'justiçamento'. A lei diz uma coisa, mas os grupos de pressão coletivos dizem outra, os formadores de opinião dizem outra, a mídia, de maneira geral, diz outra, a Igreja diz outra, etc... assim, o cara já está condenado muuuuito antes de o processo estar concluído. Um caso que está ocorrendo nesse momento: o da menina Isabela Nardoni! Relembre dele. Vc pode pensar: "Mas eles já foram julgados e sentenciados". Correto" Mas ainda está sob recurso a sentença. E isso quer dizer que não houve condenação final. Tecnicamente, eles ainda são inocentes. Agora imagine se aparece a tal da 3ª pessoa, que foi a tese de defesa deles!!! E o cara vai e confessa o assassinato da menina. Aí a polícia refaz os passos do criminoso e concluí que, de fato, poderia ter sido um 3ª pessoa que assassinou ela???? Já pensou que horror. Aquele casal já foi julgado e sentenciado por mim, por vc, por todo mundo que está lendo esse post agora e foram condenados por todos nós, antes do julgamento formal e antes de trnasitado em julgado a sentença!!! Eu espero que isso jamais ocorra, mas se ocorrer será igualzinho ao caso da Escola Base que relatei acima.

Outra coisa importante: não é o investigado/acusado/réu que tem que provar sua inocência (lembre-se da presunção de inocência). É o Estado, que quer encarcerar o cara) que tem que provar isso. Tanto assim, que se não fizer prova alguma contra ele, ele é inocentado por falta de provas. Só há condenação se o Estado conseguir provar a autoria do crime.

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Resposta #72 Online: 09 de Abril de 2011, 10:41:15
Não, Aria. Sou advogado, embora hj esteja um pouco afastado a militância (trabalho nos tribunais, peticionamento, audiências, etc...). E já pensei e repensei esses assuntos muuuitas e muuuuitas  vezes, debatendo com vários profissionais de diversas áreas diferentes e conhecendo detalhes de  alguns casos escabrosos.

Oh, nunca ia adivinhar que vc era advogado. Pensei que fosse psicólogo por algumas falas sua.
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Aria

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Resposta #73 Online: 09 de Abril de 2011, 10:43:01
É isso aí, Hyde.  :clap: :clap: :clap:
"Una persona puede cambiar de nombre, de calle, de cara…pero hay una cosa que no puede cambiar… no puede cambiar de pasión".

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Resposta #74 Online: 09 de Abril de 2011, 11:21:52
Oh, nunca ia adivinhar que vc era advogado. Pensei que fosse psicólogo por algumas falas sua.

É porque eu entro na mente das pessoas!!!   :shock: :eek:  :D

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