Como assim? Essas lentes vinhetam no digital?
Exatamente. E a correção digital causa perda de resolução e qualidade.
Eu nunca usei, mas já vi fotos e realmente, os C-Mount e M-Mount apresentam vinhetas bem evidentes...
Sim, e há vinhetagem mais discreta para praticamente toda lente de filme usada em sensor do mesmo tamanho de quadro.
mas há diferença real pro filme?
Há. No filme, a emulsão fica na superfície, aceitando bem a luz em ângulos bem pronunciados. Isso permite construir lentes mais facilmente, menores, de melhor desempenho. Já nas câmeras digitais, o que chamamos de sensor é, na verdade, uma matriz de sensores, cada um na forma de um poço, onde a luz é captada no fundo. Assim, onde a luz não entra praticamente verticalmente, há perda de sensibilidade.
Por isso o Quatro Terços não seguiu o formato 3:2 definido pela Leica no quadro 24x36mm, e desde então seguido pelas câmeras portáteis de filme e digitais legadas: sendo mais próximo da forma do quadrado, aproveita melhor o círculo de imagem e evita os grandes ângulos, tornando a qualidade do sistema, e o tamanho e preço das lentes, mais administrável.
Pena que foi o único formato criado para digital. Mas está ficando cada vez mais interessante, por exemplo com o sensor multiformato da Panasonic, que aproveita até o extremo do círculo de imagem em 16:9, 4:3 e 3:2. Só faltou 1:1, para poder dar uma resolução ainda maior que a do 4:3.
A M9 é fabulosa, mas realmente é cara pra kct...
E, creio, é uma gambiarra. Não há nenhuma integração do visor com a lente, ao contrário do que, ainda na época do filme, a Contax G fazia. Preserva o quadro de imagem 3:2, que não tem nada a ver com nenhuma decisão técnica ou artística mas, simplesmente, preserva um acidente histórico, de quando o Oskar Barnak posicionou um filme 35mm de cinema, originalmente de quadro 4:3 e correndo na vertical, na horizontal, por conveniência e para ter uma área maior, já que as emulsões da época dariam má qualidade no quadro 18x24mm cinematográfico.