Autor Tópico: Alguns levam muito a sério as regras da composição?  (Lida 14451 vezes)

spegiorin

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Resposta #30 Online: 28 de Maio de 2011, 23:35:19
Bem, as regras existem para nos facilitar a tornar imagens esteticamente "mais aceitáveis".  Servem muito bem para caras como eu, que fotografo apenas como hobby e não tenho pretensões artísticas ou profissionais. Para mim as regras de composição ajudam muito.
Porém, todavia, contudo... para um foto ser boa ou até mesmo ótima, não necessita obedecer regras.
O que me deixa até constrangido, são alguns profissionais que comentam fotos em áreas de algumas revistas de fotografia, que parecem conhecer apenas a regra dos terços; todos os comentários são idênticos. Mas...
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Mr. Hyde

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Resposta #31 Online: 28 de Maio de 2011, 23:59:48
(...)
O que me deixa até constrangido, são alguns profissionais que comentam fotos em áreas de algumas revistas de fotografia, que parecem conhecer apenas a regra dos terços; todos os comentários são idênticos. Mas...


Sei até qual é a revista... Mas, que se diga, para o iniciante a crítica é muito bem vinda e até, num certo ponto, ela deve seguir um certo 'padrão', ou seja, é necessário explicar ao iniciante que é possível se 'sustentar' sobre certos comportamentos pré-estabelecidos. Depois de dominados esses 'padrões', tb é possível violá-los.

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spegiorin

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Resposta #32 Online: 29 de Maio de 2011, 08:52:46
Sei até qual é a revista... Mas, que se diga, para o iniciante a crítica é muito bem vinda e até, num certo ponto, ela deve seguir um certo 'padrão', ou seja, é necessário explicar ao iniciante que é possível se 'sustentar' sobre certos comportamentos pré-estabelecidos. Depois de dominados esses 'padrões', tb é possível violá-los.

Concordo plenamente, mas é que o critério de comparação fica evidente para quem frequenta o forum. O corredor polonês daqui, avalia inúmeros outros pontos,  algo que não vejo na dita  revista.
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agalons

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Resposta #33 Online: 29 de Maio de 2011, 14:12:27
Regras sao regras e nao podem ser mudadas!!!.
Senao ve o exemplo dos senhores de Brasilia com as leis.
Regra e regra!!, :hysterical: :eek: :hysterical:
abs.


Mr. Hyde

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Resposta #34 Online: 29 de Maio de 2011, 21:29:54
(...) O corredor polonês daqui, avalia inúmeros outros pontos,  algo que não vejo na dita  revista.

Ah, mas aí é falta de espaço na revista. Aqui, o forista pode escrever um tratado sobre a foto. Além disso, o acúmulo de experiências dos diversos foristas fazem com que cada um 'enxergue' a foto de maneira diferente que o outro. Assim, diferentes pontos são comentados.

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Hector.

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Resposta #35 Online: 29 de Maio de 2011, 22:28:57
Penso que as regras (os pontos de outro) foram feitos para facilitar a composição das imagens, criando assim uma forma de garantir a melhor expressão dos detalhes.

Mas isso não significa que uma outra composição não possa ter boa expressão. Para mim essa regra é valiosa até o momento em que a imagem não fale por si.


Branco Melo

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Resposta #36 Online: 30 de Maio de 2011, 13:02:28
Foto torta, objeto centralizado, um obstáculo no canto direito que está atrapalhando mais do que ajudando:



Horizonte torto, não me parece seguir nada das regras de harmonia clássicas:



Ainda assim acho que são imagens interessantes, que capturaram momentos curiosos. Não consigo colocar em palavras, mas elas me agradam esteticamente, ainda que não tenham seguido nenhum dos preceitos da fotografia formal. Eu aposto quanto dinheiro você quiser que se a gente colocasse essa foto no fórum todo mundo ia reclamar dessas coisas, e ninguém ia valorizar aquilo que a imagem tem de bom. Não que isso seja relevante, mas essas são fotos do Cartier-Bresson.

E para ver o efeito oposto (fotos que seguem as regras à risca e ainda assim são ruins) é só abrir alguns tópicos da galeria, ou de qualquer outro fórum.
Pode parecer tolice miha e voces podem achar uma tremenda falta de cultura fotografica, mais vou confessar que não conheço e ainda não tinha visto falar desse tal Cartier-Bresson, não sei se ele é genio ou artista e nem me interessa. Mais uma coisa posso dizer, as duas fotos acima com total descumprimento das regras de terço ficaram agradavel a meus olhos. Uma prova de que regras nem sempre deve ser aplicadas no que se refere a fotografia. Não estou querendo com isso dizer que deve-se quebrar todas as vezes, mais só quando for conveniente.
Cameras: Canon 60D, T5i, T3i, Elan 7n; Objetiva: Canon EF 55-250mm, Canon EF 28-135mm macro, Canon EF-S 18-55mm, Sigma EF 28-105mm. Canon 18-55mm; Canon 24-105 USM Is L; Flashs: Canon speedlite 540EZ, Canon speedlite 430EX2, flash yongnuo YN 568ex ii.

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Leandro Rodrigues

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Resposta #37 Online: 30 de Maio de 2011, 13:36:41
A verdade é que a regra dos terços está mais para um conceito do que para uma regra. Ela é uma técnica pra se criar harmonia (padrão) e uma boa leitura de uma composição. Ela não é unica e não é limitada, assim como nenhuma outra arte.

Buchephalos, é possível que no seu caso a não utilização dessa técnica não esteja agradando, mas também é provável que o pessoal esteja se prendendo e se limitando demais à "regra". Se você sabe o que está fazendo, continue assim.

Não existe regra para a criatividade.


THUNDER

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Resposta #38 Online: 30 de Maio de 2011, 13:54:01
Para mim existem duas regras:
1) Fazer bem feito.
2) Deixar o cliente feliz.

No resto para mim não exitem regras.


Malheiros

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Resposta #39 Online: 31 de Maio de 2011, 07:22:15
"2) Deixar o cliente feliz. "

Essa regra é importantíssima. Ninguém se lembra do pobre coitado que paga o leite dos nossos filhos. ^^
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Malheiros

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Resposta #40 Online: 31 de Maio de 2011, 07:43:18
"Mais uma coisa posso dizer, as duas fotos acima com total descumprimento das regras de terço ficaram agradavel a meus olhos."

As duas fotos tem uam geometria interessante. Na primeira, o quadro que a menina carrega, inclinado para a esquerda e bem no centro da foto, interage bem com a cerca, o poste e o "horizonte" inclinados para a direita, fazendo assim um "X" intuitivo. Na segunda, o guarda-chuva no canto inferior esquerdo junto com as retas convergentes a ele (orla, pessoas, pernas dele, corpo dela)geraram bastante dinamismo.

Tenho absoluta certeza que o Bresson não compôs as fotos assim (pelo menos não conscientemente), mas, depois que ele as viu reveladas, é certo que ele sentiu essas qualidades geométricas delas, senão não as teria divulgado (esse é o segredo dos grandes fotógrafos: mostrar as fotos boas e esconder as fotos ruins).

Agora, por que contar com a "intuição" ou o "acaso" para compor fotos geometricamente fortes, e não compo-las propositadamente, valendo-se de regras fundadas em leis naturais, que conspiram a nosso favor e que têm provado su8a eficácia desde a Antiguidade? Ter as rédeas na mão e levar o cavalo da "arte" (seja lá o que esse termo prostituído signifique hoje em dia) aonde nós queremos , e não deixa-lo solto em nome do clichê "a arte não tem regras", e esperar que alguma coisa que preste saia dali?

Acho que tem um elemente cultural nosso que ajuda isso aí. O brasileiro é um povo muito dado ao emocionalismo, ao sentimentalismo; dificilmente vemos uma discussão racional sobre algo sério (nossa arena política é prova mais que cabal disso). Quando muito, solta-se uam filosofia de pára-choque de caminhão e só. Uma prática racional, programada, com base em preceitos "testados e aprovados" é algo estranho ao nosso caráter. Acho que isso ajuda a essas marras de "arte não tem regras, arte é intuição", etc etc, encontrarem terreno fértil aqui.

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Natão

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Resposta #41 Online: 31 de Maio de 2011, 08:27:48
As duas fotos tem uam geometria interessante. Na primeira, o quadro que a menina carrega, inclinado para a esquerda e bem no centro da foto, interage bem com a cerca, o poste e o "horizonte" inclinados para a direita, fazendo assim um "X" intuitivo. Na segunda, o guarda-chuva no canto inferior esquerdo junto com as retas convergentes a ele (orla, pessoas, pernas dele, corpo dela)geraram bastante dinamismo.

Tenho absoluta certeza que o Bresson não compôs as fotos assim (pelo menos não conscientemente), mas, depois que ele as viu reveladas, é certo que ele sentiu essas qualidades geométricas delas, senão não as teria divulgado (esse é o segredo dos grandes fotógrafos: mostrar as fotos boas e esconder as fotos ruins).

Agora, por que contar com a "intuição" ou o "acaso" para compor fotos geometricamente fortes, e não compo-las propositadamente, valendo-se de regras fundadas em leis naturais, que conspiram a nosso favor e que têm provado su8a eficácia desde a Antiguidade? Ter as rédeas na mão e levar o cavalo da "arte" (seja lá o que esse termo prostituído signifique hoje em dia) aonde nós queremos , e não deixa-lo solto em nome do clichê "a arte não tem regras", e esperar que alguma coisa que preste saia dali?

Acho que tem um elemente cultural nosso que ajuda isso aí. O brasileiro é um povo muito dado ao emocionalismo, ao sentimentalismo; dificilmente vemos uma discussão racional sobre algo sério (nossa arena política é prova mais que cabal disso). Quando muito, solta-se uam filosofia de pára-choque de caminhão e só. Uma prática racional, programada, com base em preceitos "testados e aprovados" é algo estranho ao nosso caráter. Acho que isso ajuda a essas marras de "arte não tem regras, arte é intuição", etc etc, encontrarem terreno fértil aqui.
Hum, vamos por partes...
Primeiramente, enxergar dinamismo na imagem acima como "convergência" de certo ponto é uma forma de interpretação lógica da imagem. Assim como ver um X supostamente geométrico na primeira, isso não quer dizer que a imagem se limite a isso, pode-se ter outras coisas além matemática pode detrás de tudo, isso não quer dizer que não é possível interpretar o mundo pela matemática, como a Antiguidade fazia.
Sobre escoder as piores e revelar ao público as melhores, é bem comum... mas gosto é gosto, e as vezes uma ou outra vez aparece algo, uma foto, por exemplo que o autor nunca mostrou, mas estava guardada. Um belo dia alguém descobre e gosta, e por incrível que pareça o público gosta também. É bem certo que se procura uma certa linearidade nos trabalhos, mas as vezes um erro pode-se dar ao luxo de estar presente e assim tornar-se, mais famoso do que a certa linearidade.
Agora não entendi regras fundadas sobre leis naturais... se é lei é humana, ou seja, é do homem, é uma interpretação humana, logo não é natural. O que é natural não tem lei, esse é um erro grave que os gregos e a modernidade cometeu, e que foi amplamente discutido por pensadores contemporâneos e ainda o é hoje. Afinal quando digo lei da gravidade, é uma forma de intepretação humana sobre o mundo de como a coisas funcionam, é um modo de se perguntar para se obter uma resposta. A vida é tal qual uma interpretação dos fatos e vivências, sem homem a gravidade não seria uma lei, não seria matematizada, não seria problematizada. Mas isso não significa que ela não possa ser... claro, e assim o é, afinal a matemática toma conta de todos os âmbitos da vida hoje, talvez, fossemos diferente se a coisa não fosse assim.
Por fim, discussão racional é racionalizar, é tornar o meio matematizado, problematizado para se chegar uma conclusão. Isso significa que estamos tomando apenas a arte unilateralmente, e mesmo esse dado emocionalismo e sentimentalismo dos brasileiros está ainda preso a muitos preconceitos, que não deixam de ser um modo também unilateral de interpretar as coisas.

Eu não sou contra a visão racional da arte, afinal é esse exatamente o ramo em que estudo, e pretendo seguir pelo resto da vida, mas ela não se limita a conceitos matemáticos e geométricos, tão somente, como regras e leis, razão vai muito além de racionalizar. Nenhum homem, nenhuma existência se limita a isso, a esse modo europeu de estar presente no mundo. Não sei se convém a palavra superação, mas é isso a que talvez pudéssemos buscar como algo que seja natural ao homem, se superar a todo instante.

Obs: outra coisa... a arte grega é vista como técnica τέχνη, arte como um saber fazer, um seguir determinados preceitos para fazer "bem feito", da onde vem a palavra artesão. Já há uma outra palavra se que pode traduzir como arte, mas daí mais como algo de livre criação, muito mais num sentido existencial de interpretar o mundo além da τέχνη, ah sim, esse termo é a poesia ποίησις.
Dai temos duas vertentes: τέχνη como um fazer bem feito, bem constituído, e humano e a ποίησις como uma forma de revelar ao mundo, trazer ao mundo, revelar, apresentar, não somente humano, mas também da natureza φύσης (física), como uma forma de ποίησις. Isso pode talvez significar que mesmo a física (natureza) é poesia, é arte...
Malheiros, talvez tenha te referido enquanto arte a primeira palavra grega para isso, a τέχνη, mas isso não significa que ela termina aí, essa discussão (no bom sentido, não só no fórum, mas em todos os âmbitos da vida, já que é o conteúdo do meu estudo e trabalho) não acaba nunca e se depender de mim nunca irá acabar.
« Última modificação: 31 de Maio de 2011, 08:45:55 por Natão »


michel_caetano

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Resposta #42 Online: 31 de Maio de 2011, 14:24:02

Pra mim, ao invés de considerar como regra, considero como técnica. Cada situação, cada foto tem sua particularidade. Testar as técnicas (regras) ou não pode causar resultados agradáveis.


Michel
quem tem que ser profissional é o cara que está atrás da câmera!!


decarlos

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Resposta #43 Online: 07 de Junho de 2011, 18:19:55
Quebrar regras? Que regras? Cada artista tem sua tecnica. Se todos seguissem as mesmas regras, todos seriam iguais.
5D MARKII
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DiPipe

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Resposta #44 Online: 08 de Junho de 2011, 00:24:25
Tópico muito bom, para mim que estou começando então.

Sabe o que eu gosto em fotos, que vejo muita gente criticar, mas vejo ótimas fotos com flares.

Acho que em algumas fica sensacional