Natão, não coloquei a questão do roubo como forma de crucificar que pega uma fruta. Apresentei esse fato para despertar a questão de que nossa postura é de criticar o grande crime (de milhões), e não vermos a cultura da vantagem arraigada em nossa cultura. Que as pessoas criticam o político que rouba (e olha que vejo muito isso por aquí), mas suborna o proteiro para entrar na boate. Do funcionário (concursado) da câmara federal que critica a verba idenizatória do deputado (que acho um absurdo), mas que recebe 200 reais toda vez que tem seção extraorinária na casa, a título de gratificação por trabalhar fora do horário, mesmo sendo seu horário pela manhã e a secão à noite. Ele vai lá às 8 horas, bate o ponto e está em casa às 8:15. É aquele negócio, pimenta no c... dos outros é refresco. O que ele faz é anti ético, o que faço é porque todo mundo faz... senão sou trouxa.
Só tentei levantar a discussão sobre esta postura. Claro, quem rouba um alimento é porque está nas últimas. Mas... já ofereceu uma diária de faxina de 30,00 a um pedinte?
Nesse ponto eu concordo (lembra que falei que concordava com algumas coisas?). Exatamente aí é que encontramos o problema tentar justificar uma parte da população honesta com outra corrupta. O problema é cultural, mas não deixa de abranger um pouco da índole e caráter da pessoa. Pena que o que o que parece hoje seja esse lado corrupto, ou talvez seja o que mais aparece e os bons, aqueles de atitudes justas, honestas, mantêm-se em discrição.
Até que ponto poderíamos justificar os atos de uma pessoa, com as atitudes de um grupo, de uma sociedade.
Nesse ponto é difícil defender ambos os lados, aquele que compra de forma não propriamente legal, porque não consegue comprar com nota, e aquele que cobra uma fortuna em impostos e na própria mercadoria, dentro do regime da lei, impossibilitando muitos de terem acesso.
Uma coisa é certa, não fosse o tal mercado paralelo, algum amigo trazendo de fora, o antigo Brazil Special, a grande maioria aqui hoje teria só uma tecpix e o carnê para pagar ela em N vezes, e isso, de certo modo significaria uma maior pobreza da fotografia nacional, tanto amadora quanto profissional (que ainda hoje está muito atrás de boa parte da fotografia gringa)...