Autor Tópico: Paradigmas da fotografia atual  (Lida 7772 vezes)

Leo Terra

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Resposta #15 Online: 14 de Março de 2006, 09:50:18
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:clap:

Parabéns Ivan pelo belo texto. Concordo em gênero, número e grau com tudo que você disse.
Hoje as pessoas que fotografam se preocupam muito com detalhes que na época das câmeras de filme nem passavam pela nossa cabeça.
As boas fotos eram frutos da qualidade do fotógrafo, mesmo que ele utilizasse recursos extras, tais como: filtros, flashs, etc...
Hoje com os recursos dos softwares existentes no mercado, estão deixando de existir os fotógrafos dando lugar ao "criador de imagem". Da foto original quase não se aproveita nada de tanta "mexida" que se dá para a foto ficar do jeito que ele gostaria.
Eu não altero em hipótese alguma as minhas fotos. Podem comprovar no link abaixo. Sou da opinião de que uma foto "mexida" perde a autenticidade e o valor.
Comparo a mandar fazer uma "plástica geral" em um filho para ficar do jeito que você gostaria que ele fosse.
Nakinha você está cometendo um dos maiores enganos da era digital, essa prisão à foto perfeita direto da câmera é outro fator criado na era digital, nos filmes também haviam retoques, montagens processamentos feitos na revelação, é que isso era inatingível para a maioria dos fotógrafos que revelavam seus filmes em casas de revelação comerciais e na média não tinham muito conhecimento do processo de revelação. O software é a revelação digital e em um mundo onde a mídia é constante (você não pode sequer trocar a mídia para conseguir certos efeitos) o uso do software como um processo de "revelação" da imagem se torna especialmente fundamental para fugir do senso comum. O problema é exatamente o fotógrafo se limitar ao limite extremo de qualidade do equipamento e não saber criar variações em cima disso que é passado. Concordo que ele não deva ser usado com objetivos constantes de salvar imagens e sim como ferramentas de criação e diferenciação da imagem, mas hoje o software é uma peça fundamental no fator de criação, pois é o que acaba por ser um grande diferencial em fotógrafos que usam exatamente o mesmo equipamento (antigamente esse diferencial se criaria não só pelo processo de revelação, feito pelo software, como pela escolha da mídia, onde o número de opções era enorme, hoje se temos 3 SLR avançadas (7D, 20D e D200) e essas são as opções de mídia disponíveis para essa categoria, ou seja, apenas 3 tipos de mídia, então o processo de "revelação" ou software, se torna fundamental para criar diferenciais sobre a foto, seus contrastes, tons, intensidade, etc.
Isso é uma coisa difícil de entender, os filmes tinham muito mais limitações ao processo criativo do que o digital, porém o que se observa é que o digital acabou por criar barreiras psicológicas com um conceito de "bom fotógrafo" extremamente assustador e repressor, bom é o que sai da câmera, bom é igual ao conceito de bom da câmera, bom é o resultado que se parece com o Velvia, isso acaba criando apenas imagens em um certo padrão definido pelo mercado como bom, é exatamente dessa mesmisse e dessas barreiras e medos que temos que fugir.
« Última modificação: 14 de Março de 2006, 09:58:14 por Leo Terra »
Leo Terra

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Ivan de Almeida

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Resposta #16 Online: 14 de Março de 2006, 09:54:40
Mais uma vez concordo com você, Leo.

Nakinha: a foto digital é naturalmente aberta. Eu, por exemplo, tenho alguns sets de conversão de RAW que exigem que minha captura seja estranha para os padrões normais. A foto só se consuma com os tais sets, ela antes é latente e parece até ter sido capturada errado, mas basta aplicar o set que fica direita.


Roberto O. Almeida

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Resposta #17 Online: 14 de Março de 2006, 17:38:15
Com o Leo e o Ivan concordando assim eu fico até triste. Mesmo que somente como espectador aqui no forum há um bom tempo, eu gostava dos debates de vocês -risos.


Leo Terra

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Resposta #18 Online: 14 de Março de 2006, 18:03:34
Hahahahhaahha, eu tenho ficado assustado ultimamente...
Nós temos concordado muito, acho que o que tinhamos para aprender um com o outro ja foi aprendido e assim acabamos convergindo para um senso meio que comum, isso é meio que normal entre pessoas que discutem muito e com a mente bem aberta para a discução, ambos vão vendo o que o outro adiciona de conhecimento e remodelando seu raciocínio baseado no que foi adicionado, cedo ou tarde as coisas em comum se tornam mais frequentes do que as diferenças. :)
Leo Terra

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Beto Eterovick

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Resposta #19 Online: 14 de Março de 2006, 18:06:38
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Leo Terra Postado em 14 Mar 2006, 06:03 PM
  Hahahahhaahha, eu tenho ficado assustado ultimamente...
Nós temos concordado muito, acho que o que tinhamos para aprender um com o outro ja foi aprendido e assim acabamos convergindo para um senso meio que comum, isso é meio que normal entre pessoas que discutem muito e com a mente bem aberta para a discução, ambos vão vendo o que o outro adiciona de conhecimento e remodelando seu raciocínio baseado no que foi adicionado, cedo ou tarde as coisas em comum se tornam mais frequentes do que as diferenças

Isso é verdade, já peguei cada discussão "cabeluda" de vocês dois. Sempre proveitosas, mas acaloradas!!! Isso é que faz o fórum crescer. não concordem muito assim! rsrsrsrsrsrs

 


nakinha

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Resposta #20 Online: 14 de Março de 2006, 19:09:15
A partir da criação da Câmera Digital eu acho que deveria suprimir a palavra FOTOGRAFIA e criar um outro nome qualquer. ( Ex: imagem digital ).
Qualquer um pega uma câmera e sai clicando por aí achando que é um fotografo. Depois vai no seu computador e corrigi todos os problemas utilizando softwares e aplicativos. Os que se dizem fotógrafos não tem nem noção do que é um ISO, prá que serve a abertura ou velocidade, e por aí a fora. Isso sem contar que muitas vezes tem que ficar inseparável de um amigo que seja expert em Photoshop ou coisa parecida.
Eu sempre disse e repito: O bom fotógrafo consegue tirar fotos melhores com uma TRIP 35 do que muitos "meia-boca" com uma D7, D20 ou 200D.
NAKINHA
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Lentes Manuais: Helios 44-3 2.0/58mm,  Promaster Spectrun 7 - 28-80mm. f/ 3.5-4.5, Kiron 2.0/28mm, Porst Color Reflex 1.8/50mm, Rollei Tele-Tessar 4.0/135mm.
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Bantunes

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Resposta #21 Online: 14 de Março de 2006, 19:12:44
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Também não concordo que a fotografia digital deva perseguir o volume dos filmes. Digital não é filme, e não acho que esse fato a dimunua.

Bantunes, no meu caso, estou sempre testando novos sets de tratamentos pois eu procuro sim o volume dos filmes, particularmente, pela beleza estética que o volume dá as fotos. Mas isso não quer dizer que uma foto sem volume ficará ruim. Depende do contexto. Mas concordo com você quando fala que a tecnologia digital não fica diminuída por não ter o mesmo volume dos filmes.

[


Beto, de modo algum quero censurar sua busca pelo volume dos filmes. Eu joguei essa questão mais pra criar uma discussão sobre algo que eu já estava refletindo há um tempo. Eu tb vivo mexendo, às vezes até inconcientemente em fotos digitais de modo que fiquem mais parecidas com filmes, mas aí eu me pergunto: se é pra ficar igualzinha a  estética de filme, pq não fotografo direto na película? Não daria muito menos trabalho? Por isso  questinonei essa busca pela estética fílmica, mas sem nunca ter uma resposta definitiva sobre o assunto. A verdade é que estamos ainda no muito inicio da fotografia digital e muito há de ser explorado até que possamos analisar melhor uma estética digital.

Abraços


Beto Eterovick

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Resposta #22 Online: 14 de Março de 2006, 21:20:18
Oi Bantunes, em nenhum momento achei que você me sensurava! Só queria defender minha procura! E porque então digital? POrque ela te dá uma infinidade de possibilidades. Você pode manipular volumes, formas, cores, etc.. de uma forma mais simples, não é verdade? E tbem porque a fotografia de filme estagnou. Algumas marcas nem fabricam mais câmeras mecânicas. Então, que venha a era digital e suas descobertas.  


Xiru

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Resposta #23 Online: 04 de Maio de 2006, 01:44:21
Pessoal...

Achei esse tópico muito bom pra morrer tão cedo. E ele aconteceu na época que eu estava afastado do MF. Então me deu o "audacioso" direito de ressuscitá-lo.  :bye1:

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É importante dizer que uma foto ruidosa ainda tem menos ruído que uma foto equivalente de filme na qual aparecerá o grão(...)
Bom. Uma coisa precisa ser lembrada. O ruído das digitais é feio. Em baixo ISO, pouco se nota, mas em alto, é horrivel. Sei que ao ser impresso, praticamente não se nota mais esse ruído. mas ele tá aqui no arquivo digital, e está mais pra "arranhado" que pra  "ruído".

Já o grão.. ah, o grão!! Ele é um charme, mesmo nos filmes 3200. Eu abro aqui no PC filmes digitalizados... dou 300% de zoom na imagem ela continua bonita, aceitável. O grão é lindo!

Eu sou um dos que dá preferência à nitidez em detrimento de uma "limpeza dos ruídos". Mas pessoalmente não vejo comparação entre grão e ruído. Grão é um charme da película.

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(...)mesmo sabendo que meu equipamento tem potencial para me dar uma imagem praticamente perfeita eu gosto de fazer com que ele erre, mas é claro, isso só é possível quando se sabe exatamente o que provoca a perfeição e o que provoca o erro para que se busque gerar o que se espera. ;)

Pois é. Acho que vale colocar aqui o que uso lá no meu perfil orkutiano:
"  'Se entendermos as maneiras pelas quais cada estágio do processo irá formar a imagem final, teremos inúmeras oportunidades de controlar esse resultado de modo mais criativo. No caso de não compreendermos o processo, ou renunciarmos ao controle em favor da automação de um ou outro tipo, estaremos permitindo que o sistema imponha os resultados, em vez de controlá-los para nossas finalidades.' " (Ansel Adams, num livro clássico sobre fotografia. Mas será que ele não tava falando de cidadania? Ou de repente de a pessoa se descobrir?...)


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Sou da opinião de que uma foto "mexida" perde a autenticidade e o valor.
Pois então vc deveria se desfazer de sua FZ30. Ela mexe mais em suas fotos que que eu mexo nas minhas por horas a fio.  :mf_w00t2:  :mf_w00t2:  :mf_w00t2:  O que você está fazendo é como castrar-se. "Os caminhos se bifurcam", e não dá pra querer só a linha reta. Milhões de possibilidades imagéticas estão em suas mãos. Não perca isso.

Um bom fotógrafo de película tem muito conhecimentos de revelação, ampliação, quimicos, etc. Porque cada segundo, cada químico, no processo de revelação influencia imensamente. Você tinha esses conhecimentos? Tem? Se tinha e não usava, era como não ter. Se tinha e usava, ... é o mesmo que fazemos com programas de edição de imagens. Você não precisa de um amigo expert em Pornoshop. Você precisa é encarar a coisa com coragem e dominar esta ferramenta fotográfica.
Xirú Sander Scherer - Ivoti / RS


Alex Biologo

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Resposta #24 Online: 04 de Maio de 2006, 02:06:47
Sobre o mexer nas fotos, acho que temos que lembrar algumas coisas

1 - não dá pra escolher o filme antes de bater uma foto digital (e cada filme te dá uma característica diferente - no máximo dá pra bater o branco).

2 - O cara do laboratório mexe no filme na hora da ampliação,sempre fez assim.

3 - Tudo oque a gente acaba fazendo hoje no pohotoshop tinham um malucos que faziam direto nos filmes cortar, unir, pijhtar e por ai vai.


Então a questão de não mexer é extremamente complicada, oq ue se pode fazer é definir quais os limites das alterações na foto que cada um permite, só isso.
Alex Martins dos Santos - São Paulo/SP
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Paulinho Cé

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Resposta #25 Online: 04 de Maio de 2006, 08:12:28
Amigos do fórum,

Acho que existem duas linguagens da fotografia atualmente: A expressão livre dos intelectuais independentes financeiramente, que importam lentes especiais, utilizam cameras não convencionais e set´s de tratamentos personalizados.
Não só fotografam mas tambem gastam horas defendendo teorias fotográficas nascidas das reflexões de Adams, das teorias surrealistas de Halsman ou da triologia "Cabeça-Olho-Coração" de Cartier-Bresson.
Suas fotografias muitas vezes agradam apenas a sí próprios pois são fruto de uma ideologia fotográfica construida com conceitos muito próprios, frutos de suas experiências e resultados.

A segunda linguagem nasceu da dependência de agradar aos espectadores, da necessidade de receber não só méritos verbais como tambem financeiros, pois abriga artistas criadores de imagens pós-produzidas, adequadas ao conceito moderno de estética publicitária.
Vende-se uma idéia, um produto ou um conceito com uma boa fotografia, mas nem de longe com uma teoria renascentista que muitos dos atuais consumidores nem sequer sabem existir.
Esta linguagem capitalista de fotografar é manipulada por muitos fatores, na grande maioria deles veículos do consumo e da mensagem subliminar.

Entre as duas linguagens existe um abismo, claramente demonstrado por um fato, os grandes fotógrafos publicaram livros e deram aula de fotografia para sobreviver.

Abraços

Paulinho Cé
« Última modificação: 04 de Maio de 2006, 08:29:27 por Paulinho Cé »
Fotografe com a alma...<br />http://www.flickr.com/photos/paulinhoce/


Xiru

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Resposta #26 Online: 04 de Maio de 2006, 09:38:29
Por mais que seja correta esta idéia de que o público-alvo da publicidade queira um tipo de mensagem limpa, homogênea e inofensiva (nem sei ainda até que ponto concordo com essa idéia), cada um que compor a "publicidade" tem seu papel de cidadão.

O que é isso, "cidadão"?
Sei lá, mas é algo que mescla a necessidade de ter grana pra dar comida pros filhos e a necessidade de mexer com a cabeça das pessoas, de apresentar uma novaq concepção que as faça ver que mudanças são saudáveis.
Xirú Sander Scherer - Ivoti / RS


guigui

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Resposta #27 Online: 04 de Maio de 2006, 10:06:32
Olá amigos,
Este tópico está muito bom!
Falta muito pouco, mas muito pouco mesmo, para a fotografia digital ter as mesmas possibilidades da fotografia convencional. Com equipamentos digitais, logo logo vamos poder fazer o que antes só se fazia na lente, na revelação, nas alternativas criativas com os produtos químicos e na ampliação. Aí vamos ver os bons fotógrafos se destacarem dos medíocres porque a criatividade é uma só, independente do equipamento que ele usa. Um escritor pode escrever uma obra eterna com um lápis, uma máquina de escrever ou com um computador... A fotografia depende um pouco mais que isso do equipamento com que é realizada, mas o conceito da foto, a harmonia das cores, dos contrastes, as texturas, a mensagem, a " alma"  que ela traz, isso sim tem pouco a ver com equipamento material, mas com massa cerebral!!!
Vou recomendar mais uma vez um filme, o vencedor do Oscar de documentário de 2006 , Born Into Brothels > Uma fotógrafa inglesa queria registrar a vida nos bordéis mais miseráveis da Índia, e acaba percebendo que seria impossível entrar na vida daquelas pessoas. Ela então resolve ensinar as crianças que nasceram ali a fotografar, dá uma câmera comum prá cada uma delas, e o resultado vcs tem que ver... é emocionante.
Outro é um livro que comprei esta semana mesmo, mas dá prá ver todas as fotos online, acho que muitos já viram: NICK BRANDT. Me chamou a atenção pela maneira que ele vê, antes de fotografar... Não descobri que camera ele usou, será que alguém sabe? Me pareceu uma " field" 4X5 ou até maior, pq ele consegue uma linha de foco na diagonal , `as vezes, coisa que não tem muita câmera que pode fazer.
Abs
GuiGui


Ivan de Almeida

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Resposta #28 Online: 04 de Maio de 2006, 13:17:13
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Amigos do fórum,

Acho que existem duas linguagens da fotografia atualmente: A expressão livre dos intelectuais independentes financeiramente, que importam lentes especiais, utilizam cameras não convencionais e set´s de tratamentos personalizados.
Não só fotografam mas tambem gastam horas defendendo teorias fotográficas nascidas das reflexões de Adams, das teorias surrealistas de Halsman ou da triologia "Cabeça-Olho-Coração" de Cartier-Bresson.
Suas fotografias muitas vezes agradam apenas a sí próprios pois são fruto de uma ideologia fotográfica construida com conceitos muito próprios, frutos de suas experiências e resultados.

A segunda linguagem nasceu da dependência de agradar aos espectadores, da necessidade de receber não só méritos verbais como tambem financeiros, pois abriga artistas criadores de imagens pós-produzidas, adequadas ao conceito moderno de estética publicitária.
Vende-se uma idéia, um produto ou um conceito com uma boa fotografia, mas nem de longe com uma teoria renascentista que muitos dos atuais consumidores nem sequer sabem existir.
Esta linguagem capitalista de fotografar é manipulada por muitos fatores, na grande maioria deles veículos do consumo e da mensagem subliminar.

Entre as duas linguagens existe um abismo, claramente demonstrado por um fato, os grandes fotógrafos publicaram livros e deram aula de fotografia para sobreviver.

Abraços

Paulinho Cé
Paulinho:

Na sua análise existe uma leve sugestão de serem os que pensam ("intelectuais") elitistas voltados para seu próprio umbigo.

Lhe digo francamente que condenar, mesmo desta forma velada, quem procura um caminho fora o mainstream da fotografia publicitária é o mesmo que transformar fotografia em sabonete ou pasta de dentes.

Viva e deixe viver. Ganhar dinheiro com alguma coisa não é nenhum mérito especial. Nem dá a quem ganha direitos de julgar os que fazem a mesma coisa por prazer.


Leo Terra

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Resposta #29 Online: 04 de Maio de 2006, 13:52:52
Uma das coisas interessantes da arte é que muitas delas só serão reconhecidas como arte quando estiverem adequadas aos fatores ambientais, algo que hoje pode não agradar o público amanhã pode agradar a contento.
Eu por exemplo tenho um estilo baseado em cartoons e em uma reescrita dos anos 80 e 60, é minha linguagem, pode não agradar a muitos, mas também pode agradar a outros que viveram uma dessas épocas ou que vivem conflitos pessoais similares. A arte desperta sensações e vai agradar quem está apto a ser agradado por aquela sensação, ou que necessita daquela sensação, isso vale para fotografia publicitária também. A escolha do fotógrafo tem que ser feita tanto pela qualidade do trabalho como pela linguagem do mesmo, a qualidade de uma campanha depende muito de linguagem, pois os público alvos são diferentes, meu estilo, por exemplo, agrada a um público mais fashion, mais jovem e etc. Dificilmente uma senhora consevadora irá gostar do tipo de foto que eu faço. Uma coisa importante que acho que um publicitário tem que ter é ver que nem todos pensam como ele, na verdade as pessoas pensam muito diferente, e cabe a ele identificar o que os grupos de consumo potenciais tem em comum e ai escolher um fotógrafo (esse sim tem que olhar para o próprio umbigo e fazer o que gosta) que se adeque a esse estilo.
O pior erro que uma agência pode cometer é se prender a um único fotógrafo, o ideal é que uma agência tenha acesso a um bom agente de fotógrafo ou a um portfólio de fotógrafos com linguagens muito bem definidas (a pior raça de fotógrafo que tem é o faz tudo, que na verdade faz tudo com nenhuma qualidade conceitual) e que consiga ser um bom porta voz da idéia e do conceito da marca. :)

PS: Seja bem vindo de volta Ivan.... Não some não que faz falta alguém como vc para discutir assuntos mais construtivos :)
Leo Terra

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