Autor Tópico: Exercício fotográfico 4 fotos!  (Lida 8651 vezes)

Jack

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Online: 14 de Março de 2006, 20:46:54
O exercício não é o de colocar quatro fotos do mesmo tema (pode ser se o tema for importante para você no tempo, mas não é esse o obejtivo)

O exercício não é colocar meramente quatro fotos boas sem ligação alguma entre elas...

Então, o que é o exercício?

Bem, o exercício é postar quatro fotos, de preferência boas, nas quais mesmo não feitas na mesma ocasião mostram identidade NA ABORDAGEM, isto é, na sua linguagem.

Podem ser fotos de temas diferentes, desde que haja identidade na abordagem.

Identidade na abordagem derivada das fotos terem sido feitas na mesma seção não é o objetivo do trabalho, pois isso apenas indica que naquela seção ele fotografou daquela maneira, e o desejado é estabelecer o que há em comum entre uma foto, digamos, feita hoje e outra daqui há dois meses, ou dois meses antes, ou dois anos antes.

O objetivo do exercício é a pessoa retrospectivamente identificar seu estilo pela comparação de fotos feitas até mesmo em momentos diferentes, mas que vistas juntas alguém diga: é claro que foram feitas pela mesma pessoa."

E aí a apessoa vai falar sobre as fotos no sentido de mostrar em que todas as abordagens foram parecidas.

(texto do Ivan!)
Jack db - Floripa


Jack

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Resposta #1 Online: 14 de Março de 2006, 20:56:31
Essas quatro fotos foram escolhidas por terem a mesma proposta, mostrar diferentes rostos e culturas. A técnica foi rudimentar, apontar e atirar no modo P, automático. Só percebi como é difícil tirar fotos de pessoas quando coloquei a mão na massa, todo mundo fica te olhando, a pessoa fotografada não fica muito a vontade e muitas vezes reclama, é sem dúvida um tipo de foto desafiadora de fazer. Essas fotos foram tiradas em uma viagem que fiz no Chile, Peru e Bolívia, durante um mês eu viajava e batia fotos, foi muito legal. O estilo é esse, foto de gente diferente, na hora não via nada mas depois no computador eu pude viajar nos olhares, nas cores das roupas, na cultura e no oportunismo de algumas pessoas que cobrarm pelas fotos, muito interessante!







« Última modificação: 15 de Março de 2006, 20:05:23 por Jack »
Jack db - Floripa


fabio_yamauti

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Resposta #2 Online: 14 de Março de 2006, 21:14:17
Muito legais Jack! Realmente é difícil fotografar pessoas. Gosto quando são pegas desprevenidas sem posar para a foto.

Abraços
Fotografia Karatê Ecoturismo Geocaching


Paulo Machado

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Resposta #3 Online: 14 de Março de 2006, 21:21:25
Jack, como voce interage com as pessoas?
Fala com elas até ficarem soltas e fotografa ou manda ver e se manda.
Porque 3 delas tem um fundo indiferente e a 3a tem uma igreja, que permite colocar a pessoa em um local determinado.
When words become unclear, I shall focus with photographs. When images become inadequate, I shall be content with silent.  - Ansel Adams


Paulo Machado

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Resposta #4 Online: 14 de Março de 2006, 21:27:53
Nas fotos que gosto de fazer procuro buscar uma visão pessoal, como se a foto fosse vista por um observador que quer mostrar um um lugar comum de uma maneira diferente. E gosto muito que a foto "conte uma história", que com o uso de diagonais ou linhas de fuga faça a visão percorrer o quadro, integrando a paisagem em um contexto.

Para que a visão seja diferente gosto de usar ou cores fortes e contrastantes ou uma luz diferente, que valorize o local.

Além disto a enorme maioria das fotos que faço uso grande angular, com uma profundidade de foco grande, para aumentar a sensação de estar no local.

A 1a foi feita com uma Canon 300d, com 29mm de distância focal equivalente. O homem estava vasculhando a praia como se estivesse procurando alguma coisa na linha d´agua. Além disto estava uma enorme quantidade de lixo junto com sardinhas na linha da maré. Difícil de ver são umas casas no fundo, com uma pequena favela. Com o tempo nublado dei sorte do sol estar passando estre as nuvens no fundo dando aquela luz dramática. O uso de uma linha de fuga com o lixo, indo até a luz e voltando com a água dando no cara, fechando o quadro.


A 2a fiz no mesmo dia que sugeri este exercício, quando estava caminhando na Praia do Flamengo.
Estava no calcadão e vi a flor no chão. O que me chamou a atenção em primeiro lugar foi o contraste das cores. O tempo nublado e a calçada cinza fazem com que o amarelo fique realçado, outra maneira muito comum que uso nas fotos. De novo o uso de grande profundidade de foco, no caso foi feita com uma compacta Olympus C4000, e uma diagonal que dirige o olhar ao fundo, mostrando o ambiente onde foi feita a foto. Outra elemento importante é a casualidade. A flor estava na beira de cair, ficou lá alguns segundos, eu dei uma força segurei ela contra o vento várias vezes. Esta casualidade me atrai nas fotos, cenas que não se repitam da mesma maneira.


Esta foi feita há 5 anos, em Visconde de Mauá.
O elemento que me atrai foi o contraste de cores entre as folhas e o verde escuro da mata. Este lugar fica atrás de uma pousada, um lugar pouco frequentado, que tem a vista para o rio. Uso da grande angular, cores fortes e uma história sendo contada. A casualidade é as cores fortes que o tempo nublado e as folhas caídas proporcionaram. Por curiosidade depois desta foto voltei 2 vezes na pousada e nunca mais vi a lugar da mesma maneira.


A última também é recente, deste fim de semana e foi feita em tele, simplesmente porque estava longe da pessoa. Por causa disto não ficou muito claro o contexto do local da foto, mas a foto me atraiu pelas cores fortes e contrastantes. A casualidade da sra. estar perto do local do grafite, que tem uma tonalidade semelhante a da camisa dela, foi forte e irresistível para mim. O observador é atraído pelos 2 pólos da foto, em cima e em baixo, por causa das cores contrastantes.
Outro fator muito comum nas minhas fotos é que o elemento humano é secundário ao local. Faz parte da história, mas não é a razão principal.
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Beto Eterovick

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Resposta #5 Online: 14 de Março de 2006, 21:35:12
Inicialmente, vamos aos mateiriais e métodos.

Selecionei 4 fotos, tiradas em datas diferentes, onde após uma análise prévia concluí que possuíam elementos de estética e identidade em comum.

Apesar de gostar de vários temas e tipos de fotografia, gosto bastante de exloprar as curvas, as cores (mesmo que sejam preto e branco), as diferenças entre de luz e sombra, os terços, o drama.
Ainda curto um monte de coisa e por isso, estou à definir meu estilo. Além desses elementos que mencionei, ainda gosto de muita coisa, mas talvez essas acima exprimem a minha identidade fotográfica atual. Ainda estou voando entre os estilos para descobrir o meu próprio.
como eu disse, gosto de explorar as curvas. O homen no burrico está descendo, fazendo uma curva pra direita. reparem só!

Nas cores, busco as cores intensas, bem saturadas. Quando em PB, procuro elevar os contrastes para fortalecer o preto e o branco.

Tento buscar nas curvas a dramaticidade, os movimentos com leveza, com suavidade, até mesmo tentar passar uma coisa bucólica, inocente.







Jack

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Resposta #6 Online: 14 de Março de 2006, 21:36:38
Citar
Jack, como voce interage com as pessoas?
Fala com elas até ficarem soltas e fotografa ou manda ver e se manda.
Porque 3 delas tem um fundo indiferente e a 3a tem uma igreja, que permite colocar a pessoa em um local determinado.
Na primeira foto eu pedi para tirar e ela disse que cobrava, falei tudo bem e mandei ver, custou 2 soles.

Na segunda fiquei encantado com a velhinha, era em frente a uma igreja em Thihuanako, perto de La Paz, simplesmente apontei a câmera a atirei, ela ão falou nada, na real acho que nem viu.

Na terceira foi em Cusco, no Peru. Essa menina fica lá só para tirar fotos com os turistas, ela cobra 1 sol e ainda fiquei trocando idéia com ela, eu e minha mulher.

A última foi na fronteira do Peruú com a Bolívia, depois que eu tirei as fotos ela me cobrou, é muito comum isso lá, mas tem que ser muito cara de pau para pedir para tirar foto, parece que ninguém faz isso lá! Custou 3 bolivianos ;)

Abraços,  
Jack db - Floripa


Jack

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Resposta #7 Online: 14 de Março de 2006, 21:46:21
Belas fotos pessoal, muito legal esse tópico, estou doido para ver as fotos que o Ivan vai escolher :D

Abraços,
Jack db - Floripa


Davi Sato

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Resposta #8 Online: 14 de Março de 2006, 23:04:49
Estou aqui apreciando estas primeiras fotos do exercício, e uma palavra me veio a cabeça.

"Patamares"

É... Patamares, de conhecimento...

Assim como muitos "clicadores", aprendi a apreciar fotografia, graças a facilidade das digitais. (acho que mtos aqui também), e vendo estas fotos com as suas respectivas análises, mostrando o sentido da coesão das 4 fotos como um todo, o estilo, a composição, a técnica e a sensibilidade (acho que principalmente a sensibilidade) utilizada, é que eu estou vendo, o longo caminho que ainda é preciso trilhar, até que eu consiga participar de um exercício como este...

Bom, para as fotografias triviais, já saí da fase do "tirar 100 fotos para aproveitar 2", hehehehehe... (pelo menos eu acho que sim), mas ainda tenho que experimentar um pouco de tudo, até poder dizer que eu tenho um estilo...

hehehehehe... abraços, e cadê o restante das fotos do pessoal??

 :thmbup:  
Canon 6D / Canon 24-104 f/4 / Pentax K10d / Sigma 28-70 f/2.8 / Pentax 18-55 / Pentax 50-200.
São Gotardo – MG


Ivan de Almeida

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Resposta #9 Online: 15 de Março de 2006, 09:05:14
Prezados:

na verdade eu gostaria de postar quatro ou três desses exercícios, cada um deles centrado em um tipo de fotografia, a saber

1) Retratos Familiares
2) Retratos de terceiros
3) Paisagem Urbana/humana do Rio de Janeiro
4) paisagens da Serra.

Por que? Bem, porque em cada um desses tipos há uma modificação na narrativa. Eles têm elementos comuns, é claro, mas há também uma modificação.

Vou começar pelos Retratos de terceiros. Eles são um bom exemplo para começar, pois guardam algumas características dos retratos familiares, mantém essas características, o que é extraordinário pois são de pessoas menos afetivamente ligadas a mim.

Basicamente, um retrato meu é um ato de afeto com a pessoa retratada. Eu preciso gostar da pessoa, preciso ter com ela uma relação boa onde haja certa confiança, o retrato acontece no meio de uma interação mais vasta,

Retrato da Viviane

Cromo Provia 100F - Zenit 12XS.
Observa-se a naturalidade e confiança da retratada, e observa-se também a admiração do fotógrafo pelo extraordinário do ambiente cor de laranja onde entrara convidado pelo tip dela com quem estava conversando quando chegou.
Há certa mágica nessas conversas no interior. São agradáveis, surgem a troco de nada. Eu estava na estrada fotografando umas lindas flores azuis quando o tal tio, César, passou e comentou algo. Pegamos na conversa. Fui acompanhando a ele por pequeno trecho estrada acima. Ele me disse "Moro aqui!'. Olhei e era uma casa com uma varanda extraoridinária pintada de laranja com nomes escritos (nomes femininos) em tinta na parede, com um forno de carvão que recebera uma pintura decorativa louca. Pedi para fotografá-lo naquele contexto. Ele consentiu, entrei na varanda e comecei. Conversávamos enquanto isso, sobre frutas, sobre terras, etc. Sua sobrinha entrou para falar com ele e a incuimos na conversa e nas fotos. Haviia alguma vaidade dela ao posar, mas a pose não era ensaiada ou estudada, somente certa graça natural.




Retrato do Jaime da Serraria

Canon 300D, Lente Carl Zeiss Jena 29mm (na verdade uma Pentacon 29mm, na verdade mesmo uma Meyer. As fábricas alemãs trabalhavam em cooperação e marcavam lentes das outras, de forma que a lente é marcada como CZJ mas é idênctica à Pentacon 29mm que na verdade é Meyer. Naturalmente marcavam segundo critérios de qualidade)

Eu havia fotografado a Serraria Nova Friburgo. Toda vez que vou lá pagar madeiras que uso para ampliar ou fazer pequenas modificações na minha casa aproveito e fotografo o ambiente, de incrível plasticidade. Nesta vez levei a CZJ 29mm. Na saída encontre os dois donos, o Cabecinha e o Cabeção, e um empregado da serraria, o Jaime. Ficamos conversando sobre um gambá que havia entrado no meu telhado na noite anterior e feito um barulhão e como eu faria para tirá-lo. Lá no final, o Jaime estava encostado nessa pilha de assoalho de Garapa e pedi para fotografá-lo. Ele fez essa pose incrível, e eu me preocupei em colocar a única vertical da foto em uma boa posição além de fotometrar com cuidado para não estourar sua comisa branca.


Retrato no bar

Kiev IV, Lente Jupiter-8 50mm, filme Ilford HP5 ISO 400 (PB)
Em São Pedro, cidadezinha bem pequena, já sou conhecido na minha mania de fotografar. Por outro lado também sou bastante conhecido mesmo por quem não sabe meu nome. Cumprimeito as pessoas -hábito de cidade pequena- e troco camaradagens e gentilezas com quem encontro.

Estava fotograafando um portão velho que há ao lado deste bar quando essa camarada, cujo nome não sei ainda, brincou comigo "Vou cobrar cachê!" como se eu tivesse fotografando ele. Aí brinquei e falei "Manda seu agente falar comigo para combinarmos!". Aí ficamos brincando numa conversa solta, e percebi em determinado momento que ele gostaria de ser fotografado, que aquilo era uma espécie de oferecimento sutil. Entramos na varanda do bar. Pedi que ele sentasse numa cadeira e sentei-me em outra mesa, mais perto da borda da varanda. Apoiei os cotovelos na mesa para dar firmeza, pois a velocidade foi baixa e compus a foto com os elementos do fundo, isto é, fiquei procurando o ãngulo em que eles criassem a melhor paginação. Há uma adequação do retratado com o ambiente, pois geralmente o vejo nos bares.




Retrato da Ana Ceridan

Zenit 12XS, Fuji Provia 100F, Helios 44m6 58mm.
Esta varanda onde está a Ana é a varanda da Pousada da Ilka administrada por sua irmã. Lá há um salão que é o salão de exposições da cidade, e na ocasião desta foto eu havia feito (novembro de 2005/dezembro) uma exposição de 12 paisagens no tal salão. A Ana e sua irmã me ajudaram muito, e tivemos uma relação muito carinhosa e gentil. Quando passei lá um dia elas estavam na varanda (uma varanda comprida) sentadas nessas cadeiras onde costumam ficar conversando com quem passa. Pedi para fotografá-las, pois queria muito registrar as duas. Fotografei primeiro a Ana Rita, a irmã, aliás uma foto ótima com a 300D. Esta, mais vaidosa entrou e penteou o cabelo e se ajeitou -risos. O retrato inclui o ambiente da varanda, que é ensombrada, e as cores do Provia ressaltaram magnificamente o cabelo quase cinza e deram uma secura interessantíssima às madeiras marrons da cadeira, que enriqueceram a composição com desenho nítido.




Bem, e aí?

Aí é o seguinte... Olhando todos, vemos que o tratamento da pessoa, sua captura, nunca a torna objeto. Em todas as fotos transparece confiança, transparece calma. ninguém é apresentado de forma ridícula, grotesca, de ninguém é retratado sofrimento ou mazelas. As pessoas estão ali afetivamente tratadas, carinhosamente tratadas. Eu de fato gosto de cada uma delas, mesmo do cara de quem não sei o nome mas cumprimento toda vez que encontro. Assim, o primeiro elemento de minha linguagem é tratamento afettivo do fotografado/

O segundo elemento notável é que o fundo não é qualquer. O fundo informa algo sobre o personagem, ela habita esse fundo. Então, ao mesmo tempo em que são retratos, são fotografias ambientais. Resumindo, o segundo elemento é: o ambinete é trazido na foto com suas sombras, seus desenhos, contribuindo para a impressão de intimidade, de ter estado lá, em um ambiente real e habitado.

O terceiro elemento notável é o uso da luz natural e as características de fotometria. Todas as fotos são com luz natural. O retrato é um todo de pessoa, do ambiente em que está e da luz que há no ambiente. É uma imersão, não uma separação. o ambiente denso em suas sombras é importantíssimo para torná-lo profundo. Os ambientes são profundos, não rasos, não planos.

Quanto à fotometria, as pessoas claras são retratadas com a parte clara do rosto exposta quase ao limite. O rosto pode ter sombras, mas não está em tons médios no mais das vezes (exceção do cara no bar, pela tez dele e por ser ambiente uniformemente sombreado). Essa opção de fotometria repete-se em praticamente todos os mesus retratos. a fotometria é para o rosto, e o rosto é colocado em uma zona mais clara que a zona V do sistema de zonas

Creio que as fotos têm uma identidade clara. Tenho muitos outros retratos de terceiros, mas esses quatro foram os primeiros que achei, e servem para mostrar as linhas principais da minha fotografia de gente.

A NARRATIVA das fotos é a de uma vida calma, compassada, sem esforços imensos, sem heroismos, sen nada muito dramático. Isso é uma característica de narrativa que perpassa todas as minhas fotos, que talvez por isso sejam chamadas de "simples".

Optei por colocar a imagem inteira por achar mais fácil ler a explicação junto com a imagem.

Abraços,
ivan
« Última modificação: 15 de Março de 2006, 10:01:52 por Ivan de Almeida »


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Resposta #10 Online: 15 de Março de 2006, 10:11:00
Ivan, muito interessante a sua apresentação.
Fica claro sua maneira de retratar a pessoa comum no seu próprio ambiente, sem roupas ou cabelos arrumados, mostrando uma interação entre o fotógrafo e o fotografado, quase como um intimidade compartilhada.
Uma curiosidade. Voce dá cópias para as pessoas? Como elas reagem, quer dizer, provavelmente nunca foram fotografadas desta maneira expontânea.
Porque voce não faz retratos na vertical?

Citar
na verdade eu gostaria de postar quatro ou três desses exercícios, cada um deles centrado em um tipo de fotografia, a saber

1) Retratos Familiares
2) Retratos de terceiros
3) Paisagem Urbana/humana do Rio de Janeiro
4) paisagens da Serra.
Estamos esperando, manda ver.

Outra curiosdade. Onde voce fez o escaneamento do Provia?
« Última modificação: 15 de Março de 2006, 10:11:54 por pmachado »
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Ivan de Almeida

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Resposta #11 Online: 15 de Março de 2006, 10:32:45
Obrigado, Paulo.

Creio que a primeira categoria não precisa ser descrita, pois vocês conhecem minhas fotos familiares e elas obedecm à mesma abordagem que essas, mais ainda naturais e mais ainda íntimas. Sempre o ambiente profundo, poucas vezes raso, em geral havendo figuração do ambiente mesmo quando há algum desfoque, e o desfoque não é minha ferramenta preferida.

As fotos do Rio de janeiro e da serra depois eu preparo uma explicação, pois acho que também contêm traços bem peculiares, e porque são linguagens mais recentemente adquiridas.

para mim sua sugestão foi ótima, pois quando falamos sobre o que fazemos ganhamos maior consciência.

Faço poucas fotos na vertical em geral. para mim a cãmera é horozonal -risos. Acho que por hábito/preguiça um pouco. De qualquer maneira, isso também, no caso dos retratos, obriga à inclusão do ambiente, não acha?

Escaneei o Provia no Black's. Fica com cor estrnha, mas depois clique em Levels, Options e coloque no mais claro e mais escuro valor de 0,01. Experimente as três opções desta caixa de diálogo. Ele fica com a cor do Provia mesmo facilmente. Revelei o Provia ali na Bento Lisboa perto do L Machado.


Xico Putini

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Resposta #12 Online: 15 de Março de 2006, 10:56:08
Jack: teve um outro tópico do Ivan, em que a discussão se voltou para a dificuldade de se fazer uma foto. Essas sim são difíceis, prá mim quase impossíveis, eu mal tiro foto de meus familiares, estranhos então...
O que achei melhor ainda em suas fotos, é que com a técnica que você usou (apontar e atirar no modo P), nenhuma delas precisa de legenda.

Pmachado: esse movimento q vc dá em suas fotos, deve ser meio natural pra vc, ou não? Imagino que seja resultado de um bom tempo de prática e treinamento do olhar. Acho fantástico isso, eu consigo ver numa foto pronta, mas ainda não cheguei ao nível de olhar para uma cena e ver isso em um ambiente de três dimensões.

Beto: ao invés de retratar uma cena, suas fotos transmitem sensações, e dessa forma é muito clara prá mim a relação entre a segunda e as demais. Não tenho argumentos prá comenar a arte, mas o resultado me agrada muito.

Ivan: há uma cumplicidade evidente entre o fotógrafo e o fotografado no seu trabalho, mesmo em fotos de paisagens q vc faz, mas isso vc mesmo já disse. Voltando ao assunto do outro tópico, se vc não tivesse colocado o equipamento que usou seria impossível prá mim dizer são diferentes, então não faz nenhuma diferença no resultado do seu trabalho. Fiquei um bom tempo analisando suas fotos, e cheguei a conclusão que, ou elas são complexas demais prá mim, ou eu sou leigo demais prá elas. Só posso dizer q um dia eu chego lá.

Em tempo, esse exercício me fez entender muito melhor as minhas próprias fotos, meu estilo e o que considero belo em fotografia.

Parabéns a todos pelas ótimas fotos. :thmbup:  


Ivan de Almeida

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Resposta #13 Online: 15 de Março de 2006, 13:49:25
Por definição, o tipo de fotografia que constitui a linguagem do fotógrafo ele faz sem dificuldade. É uma fotografia fácil para ele, embora possa ser difícil para outros.

Xico: para mim há grande diferença entre uma foto em cromo como a primeira e a segunda digital. Assim também como há diferença entre o PB do Ilford HP5 e o PB convertido. A última foto tem uma cor de cromo que só nele se consegue, a primeira também.

A identidade é tamanha que deixa isso em segundo plano, mas para mim é perceptível.


Paulo:
Dou às vezes cópias, menos do que gostaria, pois cada cópia me custa 3.50. Mas tento dar cópias e a reação depende da pessoa.Algumas gostam muitas, outras dizem "sua máquina é muito boa!" -risos.
« Última modificação: 15 de Março de 2006, 13:53:33 por Ivan de Almeida »


Beto Eterovick

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Resposta #14 Online: 15 de Março de 2006, 15:03:29
Olá a todos.

Xico, fico feliz por ter passado essa impressão das minhas fotos pra você. É o que eu busco quando busco esse tipo de fotografia.

Paulo, me parece que sua identidade e estética estão cada vez mais fortalecidos e formados. Quando vejo uma foto sua, consigo destinguir das demais. Claro que quando sei que é sua. Mas o que quero dizer é que você dá a impressão de estarmos realmente no lugar onde se fotografou! Quando vejo fotos de barcos, praias, na luz da manhã ou do entardecer, me lembro de suas fotos. Engraçado isso né?

Jack, vendo suas fotos me dá a impressão que você gosta muito de fotojornalismo! Estou certo? porque vejo que você fotografa no instante exato que queria fotografar, pegar uma expressão, um momento, mesmo que no caso das fotos as modelos estão olhando para você, salvo a menina na lhama. Me passa a impressão de ser muito importante para você fazer esses registros.

Ivan, a simplicidade e a naturalidade com que você retrata nas fotos é imensa. A interação com o fotografado também me agrada bastante. Você fica mais livre para tirar os retratos sem que o fotografado se sinta constrangido. Suas fotos possuem alguns elementos que busco pra mim, por isso talvez eu me identificar tanto com suas fotos. Uma das coisas que busco que você faz muito bem é a simplicidade. A última foto pra mim é fantástica. O semblante da mulher é lindo, e as cores prateadas do cabelo então! Uma pergunta: você lembra as aberturas que usou ou tem anotadas? Ou senão, quais aberturas você utiliza normalmente para retratos. Sei que são as mais fechadas, mas quais?