Autor Tópico: Cliente me pediu um cut-out  (Lida 9418 vezes)

spiderman

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Resposta #45 Online: 23 de Janeiro de 2012, 20:24:55
Se que vc quer estabelecer uma identidade e isso é mto bom Spider...

uma vez vi uma reportagem que JK Rowling havia procurado Spielberg para produzir e dirigir a saga Harry Potter... ela acabou optando por outro... um dos motivos: Spielberg queria mudar mtaaaaaaaaaaaaaaaaaaa coisa do roteiro original... agora eu pergunto...

se Spielberg fosse o diretor... será que a saga seria tão boa como foi????  :ponder:
Foi boa eh? Sei la...nem vi. :ponder:
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Resposta #46 Online: 23 de Janeiro de 2012, 20:27:11
Cria 2 assinaturas e 2 estruturas de sites. Um autoral e outro comercial. No comercial faça o cut-out (((mas tente sair do lugar comum, peloamordedeus))).

Pessoalmente, acho que nem tudo o que o cliente pede pode e deve ser feito, ainda que o fotógrafo tenha o conhecimento técnico para fazer, porque muitas vezes o pedido é de coisa ruim, absurda mesmo. No caso de um cut-out não é uma coisa absurda. É uma técnica válida e qque pode render boas fotos. Basta ter bom senso. Mas tb, não vá entregar 5. Entregue só 1 e basta.
Entao, por enquanto so posto fotos autorais no flickr. Algumas profisisonais que gosto tb. Talvez seja bom separar totalmente.

Cut-out never! :D

Apesar de que nunca sabemos o dia de amanha. :ponder:
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Resposta #47 Online: 23 de Janeiro de 2012, 20:28:44
Esse foi um dos motivos de eu ter optado por trabalhar no terceiro setor. Tudo o que você sabe e aprende durante a faculdade acaba sendo suplantado pelo dinheiro quando se esta trabalhando numa agencia, principalmente aquelas coisas mais básicas. "O cliente quem fundo amarelo com letras brancas? ele tem dinheiro? vamos colocar o amarelo".
Pois eh...esse tal de dinheiro eh danado! ele sempre acaba ditando as regras. Pretendo ficar fora dessa. Nunca liguei tanto assim pra ele. :ok:
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Resposta #48 Online: 23 de Janeiro de 2012, 20:32:51
É difícil se estabelecer... realmente acho essa a parte mais complicada da fotografia. Mas é como na música (ou em qualquer outra profissão) .. existem cantores que aceitam tocar qualquer porcaria pra aguadar os pedidos da churrascaria e os que conseguem se manter firme no que acreditam.

Recentemente vi uma matéria sobre um restaurante, não me lembro a cidade, nem mesmo se era no Brasil... Os clientes agendam com mais de 3 meses pra poder irlá, gastam cerca de R$1000,00 num jantar e não podem escolher o que vão comer. Simplesmente sentam e comem o que o chef manda!

Se eu fosse fotógrafo profissional não tentaria ser diferente disso. Quem faria e escolheria as fotos seria eu.. Cliente contra assim se quiser.. Mas como sei que isso é um sonho um tanto difícil de conseguir prefiro não me aventurar profissionalmente até ter um psicológico bem desenvolvido nessa questão...
Otima analogia. Eu acho que nao precisa ser tao radical. Acho que as fotos tem de ter um pouco a cara do contratante. Se for algo que nao tem nada ver com ele, nem faz sentido comprar. Vejo a fotografia de maneira bastante intima. Creio que eh importe haver essa relacao entre as fotos e o perfil dos clientes. Eu sempre converso antes e chego uma tematica junto com o cliente. Nao o obrigo a fazer nada que nao queira. Sei respeitar o limite dos outros por isso gosto que respeitem o meu. Nesse caso em especifico, a cliente nao falou nada mas vi pela expressao que nao gostou de ouvir nao. Fazer o que...bola pra frente.
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Resposta #49 Online: 23 de Janeiro de 2012, 20:38:06
Bom, acho que temos duas situações distintas sendo discutidas.

Num primeiro cenário temos o fotógrafo que PRECISA se sustentar com a fotografia, precisa de um volume X de trabalho e que esses trabalhos sejam lucrativos. Esse cara é dependente direto de seus clientes e não pode (ou deve) correr o risco de perdê-los ou de tê-los insatisfeitos. Acho normal que esse cara "abra mão" de sua linguagem em momentos específicos em favor de seu negócio, principalmente em início de carreira.

No segundo cenário temos os fotógrafos que não precisam da fotografia pra comer e pagar contas. Esses se forem como você, Spider, conscientes e esforçados em construir sua linguagem e um portfólio "diferenciado" (palavrinha difícil essa), pode abrir mão de um volume parrudo de trabalho e de ter que fazer as vontades "absurdas" de clientes, já que seu negócio com fotografia não se auto-sustenta nem "dá de comer" a seus filhos.

Uma outra coisa a se pensar é se a tal linguagem é apropriada para o mercado de varejo ou para outro mercado.

Agora, há também de se tomar cuidado com a vaidade de acreditar inflexivelmente que seu gosto, sua técnica ou sua linguagem estão acima ou além do gosto do cliente. Um cut-out é realmente uma técnica que foi moda, passou e nunca foi interessante, mas há de se ficar atento às necessidades dos clientes e do mercado (inclusive o editorial e o de arte), mesmo que para isso os conceitos iniciais do fotógrafo/autor precisem ser repaginados ou reciclados.

[]s
Dondon, acho que nao concordo com essa separacao de cenarios. Creio que eh possivel sim ter um portfolio diferenciado e ganhar dinheiro. Entendo que esse diferenciado tem limite. No entanto, da pra fazer algo diferente, cobrar precos mais altos e fazer menos ensaios.

Tambem conheco fotografos que aceitam de tudo desde que paguem bem. Isso eh uma boa opcao tb, pois a traicao de nossos valores tem um custo alto, ne? Acho que se ela me pagasse 10 vezes o que me pagou eu faria o cut-out. Sei que falei la em cima que nao ligo muito pra dinheiro e nao menti. Mas, como dizem por ai, tudo tem seu preco.
Nao eh sempre mas normalmente quanto maior o preco acredito que mais se foge do convencional. (ainda nao estou seguro disso)
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Paulo Arruda

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Resposta #50 Online: 23 de Janeiro de 2012, 21:32:52
Creio que as postagens do Santana e do Dondon foram perfeitas.
Difícil acrescentar algo.... mas vou tentar complementar...
Algumas questões inerentes à nossa sociedade: acesso à cultura, em especial às artes, aliás falta de acesso.
Em termos técnicos, nós que conhecemos fotografia sabemos o que é um retrato em baixa velocidade. Agora vai mostar pra uma mãe seu lindo rebento todo "borrado" e tentar explicar sua intenção.
Comercialmente, o trabalho de fotógrafo já é, como vc mesmo já postou Spider, supérfluo. Na pior das hipóteses, qualquer um pega uma cam, bota no automático e senta o dedo na bagaça.
É a mesma discussão do cliente que prefere pagar por 200 fotos ruins do que por 5 boas. Ninguém contrata fotógrafo pra fazer 5 fotos. Tenta vender 1, e somente 1 retrato em seu estúdio pra você ver. Consegue precificar isso para o cliente? A primeira coisa que vai ouvir é.... "nossa, tudo isso só por uma única fotinha?"
Comercialmente, em 95% dos casos, como disse Dondon, pra quem tem que pagar contas com a grana das fotos... vai ter que ir de b-a-bá mesmo.
A própria falta de repertório dos clientes os leva a ter medo do "artístico". "Ah... mas e se não fica bom???"
Tbém acho que tem que ter as 2 vertentes... nada é fácil nessa vida.
Viver de fotografia é a mesma coisa que viver com salário mínimo...um milagre.
Impor um estilo artístico então.... tem que ser um milagre com o bumbum virado pra lua.
Impor o estilo tem que ser um projeto do qual não se deve esperar nada. É só amadurecimento... seu e de quem gosta dos seus trabalhos.
Plano de retorno de investimentos para a "arte" simplesmente não existe.
Para o "comercial" sim.
Abs.


Santana.

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Resposta #51 Online: 23 de Janeiro de 2012, 21:39:39
Pois eh...esse tal de dinheiro eh danado! ele sempre acaba ditando as regras. Pretendo ficar fora dessa. Nunca liguei tanto assim pra ele. :ok:


Só não liga tanto assim pra ele, quem não precisa tanto assim dele, Rich Spider!!!!!  :hysterical: :hysterical: :hysterical: :hysterical: :hysterical:


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Resposta #52 Online: 23 de Janeiro de 2012, 21:46:32
Creio que as postagens do Santana e do Dondon foram perfeitas.
Difícil acrescentar algo.... mas vou tentar complementar...
Algumas questões inerentes à nossa sociedade: acesso à cultura, em especial às artes, aliás falta de acesso.
Em termos técnicos, nós que conhecemos fotografia sabemos o que é um retrato em baixa velocidade. Agora vai mostar pra uma mãe seu lindo rebento todo "borrado" e tentar explicar sua intenção.
Comercialmente, o trabalho de fotógrafo já é, como vc mesmo já postou Spider, supérfluo. Na pior das hipóteses, qualquer um pega uma cam, bota no automático e senta o dedo na bagaça.
É a mesma discussão do cliente que prefere pagar por 200 fotos ruins do que por 5 boas. Ninguém contrata fotógrafo pra fazer 5 fotos. Tenta vender 1, e somente 1 retrato em seu estúdio pra você ver. Consegue precificar isso para o cliente? A primeira coisa que vai ouvir é.... "nossa, tudo isso só por uma única fotinha?"
Comercialmente, em 95% dos casos, como disse Dondon, pra quem tem que pagar contas com a grana das fotos... vai ter que ir de b-a-bá mesmo.
A própria falta de repertório dos clientes os leva a ter medo do "artístico". "Ah... mas e se não fica bom???"
Tbém acho que tem que ter as 2 vertentes... nada é fácil nessa vida.
Viver de fotografia é a mesma coisa que viver com salário mínimo...um milagre.
Impor um estilo artístico então.... tem que ser um milagre com o bumbum virado pra lua.
Impor o estilo tem que ser um projeto do qual não se deve esperar nada. É só amadurecimento... seu e de quem gosta dos seus trabalhos.
Plano de retorno de investimentos para a "arte" simplesmente não existe.
Para o "comercial" sim.
Abs.
Entao eu to fodido pois sou teimoso igual uma porta. :)
De qualquer forma, mamae sempre me disse que nasci com as nadegas voltadas pra lua. :D
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Resposta #53 Online: 23 de Janeiro de 2012, 21:47:07

Só não liga tanto assim pra ele, quem não precisa tanto assim dele, Rich Spider!!!!!  :hysterical: :hysterical: :hysterical: :hysterical: :hysterical:
Tens razao...nunca me faltou nada. Mas tambem nunca me sobrou nada! :no:
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Resposta #54 Online: 23 de Janeiro de 2012, 21:52:46
Spider,

Gostei muito dessa discussão e acho até que você já tem bem resolvido o que vai fazer, antes mesmo de postar a pergunta e até já fez. Digamos que você usou o MF como um termômetro para avaliar se o que você havia decidido esta a favor ou contra a maré. Como tudo na vida existem caminhos mais fáceis, mais curtos, que levam a recompensas determinadas e existem caminhos mais longos, mais difíceis, que levam a recompensas maiores. É tudo uma questão de opção. Eu nunca quis seguir profissionalmente com a fotografia, por medo, de transformar um prazer em motivo para stress. Sempre tive a preocupação de transformar em obrigação, o que hoje para mim é um hobby, uma válvula de escape.
Acho que com um trabalho bem feito e "autoral" (muito boa, essa definição), você consegue espaço no mercado, sim! Mas acho também que você terá um público mais seleto, pois a maioria atende a maioria e a minoria atende a minoria. Mas não vejo isso como uma coisa negativa, não! Acho isso até bom! É bem possível que se você manter essa mesma linha, você tenha um público mais seleto, que sabe o que quer.
Bola pra frente! Paciência e Perseverança! Hay que ser comercial, pero sin perder la esencia jamás!!!

Abraço,
Santana, desculpe ter te pulado. Logicamente ja havia refletido sobre o assunto. Alias, eu seria irresponsavel de enfrentar esse desafio sem ter pensado nesses detalhes. Afinal, fotografia eh, tambem, administracao. Postei aqui para ouvir a opniao dos amigos debatermos o assunto. Acho que ta valendo bastante a pena ouvir as diferentes opinioes. Talvez eu mude minhas ideias num futuro proximo. No entanto, eu sou igual uma bsta, sabe? So aprendo batendo a cabeca algumas vezes. Nao sei aprender com a experiencia alheia. :no:

Muchas gracias, compañero Santana.
« Última modificação: 23 de Janeiro de 2012, 21:53:35 por spiderman »
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Resposta #55 Online: 23 de Janeiro de 2012, 22:41:53
Santana, desculpe ter te pulado. Logicamente ja havia refletido sobre o assunto. Alias, eu seria irresponsavel de enfrentar esse desafio sem ter pensado nesses detalhes. Afinal, fotografia eh, tambem, administracao. Postei aqui para ouvir a opniao dos amigos debatermos o assunto. Acho que ta valendo bastante a pena ouvir as diferentes opinioes. Talvez eu mude minhas ideias num futuro proximo. No entanto, eu sou igual uma bsta, sabe? So aprendo batendo a cabeca algumas vezes. Nao sei aprender com a experiencia alheia. :no:

Muchas gracias, compañero Santana.

Tá valendo, Spider!


Aria

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Resposta #56 Online: 24 de Janeiro de 2012, 09:22:29
Spider, acho que esse é um assunto interessante de pesquisar. Lembro de um texto do Ivan de Almeida que falava um pouco sobre isso de fotografia comercial e autoral. Eu realmente acho que é possível unir as duas coisas. Claro que o público é menor. Não terá tantos clientes, mas poderá cobrar mais por conta do trabalho mais dedicado e que tenha mais a sua cara. Acho que isso também depende da área em que se trabalha. Tem algumas áreas que acho que não tem muito como sair do comum não, do que o cliente costuma esperar. Por exemplo: acho que não tem muito o que inventar em fotografia de corridas, eventos, produtos, arquitetura. Já na área de retratos eu vejo uma possibilidade maior para unir o comercial ao autoral. Acho que dá pra inventar bem mais coisas. Talvez eu pense isso porque goste mais de retratos também. Posso estar errada.
Concordo com vc sobre o exemplo que dei. São fotos mais bonitas, feitas pra agradar mesmo. A diferença está na qualidade e acho que não é um trabalho que muitos fotógrafos realizam. Em um trabalho mais autoral, acredito que o fotógrafo não está tão preocupado assim em agradar os outros. Mas de uma forma ou de outra, ele tem sim uma necessidade de comunicar algo e ser compreendido. Não por todos, mas ao menos por aqueles com os quais se identifica mais. Não acredito nisso de ser isento de vaidade. Se não desejássemos que os outros vissem nossas fotos e que pudessem entendê-las ou gostar delas, nem publicaríamos. Já no caso da fotografia comercial, acho que já é preciso pensar mais em agradar o cliente, porque não se faz cliente sem satisfazê-los. Acho que o lance de unir o comercial ao autoral é tentar agradar não só o cliente, mas a si também, tentando manter o seu estilo nas fotos. Acho que se eu fosse começar a trabalhar com fotografia, também teria essa teimosia que vc diz ter. Se for para fazer um trabalho que não me agrada e com o qual não me identifico, fico onde estou mesmo...rsrs. Mas voltando à ideia da pesquisa. Acho legal buscar textos sobre isso e, muito mais que isso, experiências sobre isso. Nada melhor do que exemplos pra mostrar que é possível e nos indicar os possíveis caminhos. Eu até penso que teria alguns exemplos, mas corresponderia muito à minha visão mesmo. Acho que é importante vc procurar exemplos com os quais se identifique também. Mas conhecendo o pouquinho que pude ver de vc até agora, acho até que deve ter começado algo assim.  :D
"Una persona puede cambiar de nombre, de calle, de cara…pero hay una cosa que no puede cambiar… no puede cambiar de pasión".

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Resposta #57 Online: 24 de Janeiro de 2012, 17:18:27
Em qualquer profissão, sempre vai ter algo que você não gosta de fazer, mas tem que agradar quem está te pagando.

O ideal é conciliar o seu estilo e agradar um pouco o cliente, pois afinal de contas é ele que está pagando e vai te indicar para outras pessoas.

O mercado da fotografia tem espaço para todos, saber se encaixar em um espacinho é a chave para ser bem sucedido.

Michel
quem tem que ser profissional é o cara que está atrás da câmera!!


d_acqua

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Resposta #58 Online: 25 de Janeiro de 2012, 13:26:04
Muito bacana essa discussão. Li o tópico todo com os olhos de um cliente, pois sou muito novo na fotografia pra querer dar qualquer opinião relevante. Acho que você deixou muito claro sua consciência em relação ao ônus de se negar a fazer algumas coisas, que artisticamente cairiam mal no portifólio de um artista que esta trilhando seu caminho. Eu como cliente, ficaria muito puto, se o fotógrafo se negasse a fazer algo que julgo bonito, afinal estou pagando a um profissional para criar algo belo pra mim e não pra ele (Perceba que eu usei o termo profissional e não artista). Dito isto, acho que o único cuidado que vc tem que ter, é deixar muiiiitíssimo claro o que vc não faz! Deixe claro que vc é um artista, não um robozinho, e como qualquer artista que se preze, você tem um olhar único sobre a sua arte. Se vc tem um portifólio legal e seu cliente ver e gostar, é pq ele vai querer algo diferente mesmo. Se ele não topar, sem problemas, afinal este trabalho provavelmente em nada iria acrescentar para a tua carreira. Note que em nenhum momento falei de grana, pois acho que um artista não pauta seu trabalho pela grana. Então é isso, trilhe o seu caminho, buscando apenas respeitar quem não concorde com a sua opção.

Peço desculpas a vc e ao pessoal, por classificar como artista uma pessoa que usa como ferramenta uma máquina fotográfica para expressar sua visão de mundo. Falo isso pois nunca vi vocês se intitulando como artistas, mas para mim, são o que muitos aqui são! Sempre vejo a discussão do que é e do que não é ser profissional, mas nunca vi uma discussão se fulano é artista ou não. Pra mim, qualquer um que se expresse através da sua arte é um artista, e me pareceu que vc esta muito mais interessado em se expressar e ser reconhecido pela sua visão, do que apenas ter a fotografia como fonte de renda.

Quis escrever aqui, pq vejo muitas discussões rolando, e como não poderia deixar de ser, existe sempre um viés muito claro do ponto de vista do fotógrafo, mas como qualquer situação da vida, existe sempre o outro lado da história. Me desculpem se escrevi algo que não foi legal.
Daniel

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Resposta #59 Online: 25 de Janeiro de 2012, 23:56:28
Spider, acho que esse é um assunto interessante de pesquisar. Lembro de um texto do Ivan de Almeida que falava um pouco sobre isso de fotografia comercial e autoral. Eu realmente acho que é possível unir as duas coisas. Claro que o público é menor. Não terá tantos clientes, mas poderá cobrar mais por conta do trabalho mais dedicado e que tenha mais a sua cara. Acho que isso também depende da área em que se trabalha. Tem algumas áreas que acho que não tem muito como sair do comum não, do que o cliente costuma esperar. Por exemplo: acho que não tem muito o que inventar em fotografia de corridas, eventos, produtos, arquitetura. Já na área de retratos eu vejo uma possibilidade maior para unir o comercial ao autoral. Acho que dá pra inventar bem mais coisas. Talvez eu pense isso porque goste mais de retratos também. Posso estar errada.
Concordo com vc sobre o exemplo que dei. São fotos mais bonitas, feitas pra agradar mesmo. A diferença está na qualidade e acho que não é um trabalho que muitos fotógrafos realizam. Em um trabalho mais autoral, acredito que o fotógrafo não está tão preocupado assim em agradar os outros. Mas de uma forma ou de outra, ele tem sim uma necessidade de comunicar algo e ser compreendido. Não por todos, mas ao menos por aqueles com os quais se identifica mais. Não acredito nisso de ser isento de vaidade. Se não desejássemos que os outros vissem nossas fotos e que pudessem entendê-las ou gostar delas, nem publicaríamos. Já no caso da fotografia comercial, acho que já é preciso pensar mais em agradar o cliente, porque não se faz cliente sem satisfazê-los. Acho que o lance de unir o comercial ao autoral é tentar agradar não só o cliente, mas a si também, tentando manter o seu estilo nas fotos. Acho que se eu fosse começar a trabalhar com fotografia, também teria essa teimosia que vc diz ter. Se for para fazer um trabalho que não me agrada e com o qual não me identifico, fico onde estou mesmo...rsrs. Mas voltando à ideia da pesquisa. Acho legal buscar textos sobre isso e, muito mais que isso, experiências sobre isso. Nada melhor do que exemplos pra mostrar que é possível e nos indicar os possíveis caminhos. Eu até penso que teria alguns exemplos, mas corresponderia muito à minha visão mesmo. Acho que é importante vc procurar exemplos com os quais se identifique também. Mas conhecendo o pouquinho que pude ver de vc até agora, acho até que deve ter começado algo assim.  :D
Aria, acho que voce tocou num ponto bem interessante...sobre a isenção de vaidade. Concordo totalmente com voce e esse eh um dos ponto de que discordo do Ivan de Almeida (apesar de concordar com grande parte das coisas que ele diz). Em seus textos, ele sempre passa essa sensação de que a fotografia de autor nao sofre interferencia. Eu nao acredito nisso. Acho que sempre buscamos alguma afirmação. Pode ate nao ser de uma grande massa, mas de alguns. O problema eh que esse "alguns" normalmente sao aqueles que pensam parecido com a gente ou que gosta das mesmas fotografias que a gente.
Em relacao, aos trabalhos de fotografia infantil, vejo muitos sitios estrangeiros. Confesso que o que vejo por aqui raramente me agrada. Aqui nesse site tem uma lista de fotografos de varios paises que trabalham  com crianças http://www.napcp.com/blog.php/category/photography/page/2/
Já no que diz respeito as gravidas, realmente eh algo mais dificil de achar. Normalmente eh estudio ou fotos bonitas pela riqueza $$$ do cenario.
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