Autor Tópico: Onde estao os inquietos?  (Lida 4839 vezes)

Portela 2011

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Resposta #30 Online: 28 de Março de 2012, 10:14:45
Finalmente um post que vale a pena ler.  :clap:

Obrigado Shalders, minha intensao postando este texto foi justamente estimulara discussao e troca de ideias. Gostaria de mais foristas postassem textos e participassem deste tipo de embate. Correndo de forma impessoal e em bom nivel. Pena que o pessoal frequenta pouco esta area do MF.


Quanto as colocaçoes acima, foram muitas. Vou me ater a uma pequena parte.
Concordo com boa parte do que o Natao postou. Mas discordo do ponto em que diz que a fotografia deve ser vista somente como forma de registro, que foi criada para isso. Concordo que foi criada para registros, assim como a pintura. porem, desenvolver um ladfo estetico tambem faz parte da evoluçao e como tal, um dia ira perder a funçao de registro para uma nova tecnologia que ainda vira. Isso nao ira tirar seu valor.

Outra coisa e, nem sempre uma foto artistica e a esfumaçada e desfocada (como firia meu amigo Magro). O proprio Adams tem fotos de paisagem que vale muito. Alias, fotos Nat Geo, o fotografo ganha muito bem tambem. Todas as areas da fotografia podem remunerar bem, nao e uma questao de valoraçao.

Porfim, retiri este trecho do post do Natao.

"Acho que temos é que tentar erradicar uma segmentação fotográfica, como um lado o bom o outro o convencional vendável. Cada um escreve a sua história fotográfica do jeito que for possível, já a partir daí decidir o rumo estético de cada história é um trabalho muito mais complexo. "

Nada mais correto.  :ok:


Agradeço a todos a participaçao e o tempo gasto neste post. Consegui atingir meu objetivo. Leio os textos e me força a pensar.


Natão

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Resposta #31 Online: 28 de Março de 2012, 10:40:29
Obrigado Shalders, minha intensao postando este texto foi justamente estimulara discussao e troca de ideias. Gostaria de mais foristas postassem textos e participassem deste tipo de embate. Correndo de forma impessoal e em bom nivel. Pena que o pessoal frequenta pouco esta area do MF.


Quanto as colocaçoes acima, foram muitas. Vou me ater a uma pequena parte.
Concordo com boa parte do que o Natao postou. Mas discordo do ponto em que diz que a fotografia deve ser vista somente como forma de registro, que foi criada para isso. Concordo que foi criada para registros, assim como a pintura. porem, desenvolver um ladfo estetico tambem faz parte da evoluçao e como tal, um dia ira perder a funçao de registro para uma nova tecnologia que ainda vira. Isso nao ira tirar seu valor.

Outra coisa e, nem sempre uma foto artistica e a esfumaçada e desfocada (como firia meu amigo Magro). O proprio Adams tem fotos de paisagem que vale muito. Alias, fotos Nat Geo, o fotografo ganha muito bem tambem. Todas as areas da fotografia podem remunerar bem, nao e uma questao de valoraçao.

Porfim, retiri este trecho do post do Natao.

"Acho que temos é que tentar erradicar uma segmentação fotográfica, como um lado o bom o outro o convencional vendável. Cada um escreve a sua história fotográfica do jeito que for possível, já a partir daí decidir o rumo estético de cada história é um trabalho muito mais complexo. "

Nada mais correto.  :ok:


Agradeço a todos a participaçao e o tempo gasto neste post. Consegui atingir meu objetivo. Leio os textos e me força a pensar.

Hahaha, fui interpretado mal, não que ela tenha que ter esse cunho somente de registro, mas que esse, ao meu ver sempre foi o principal, e me parece que o autor critica implicitamente isso, o fato de uma foto não ter um compromisso de identidade e estético, o que ao meu ver é o problema que coloco aqui.

Ele me pareceu querer aculturar a fotografia como se só a fotografia culta tivesse um valor, e esqueceu que a foto tem um valor de registro enorme, antes mesmo de ser artístico, não importando se ela é bonita ou feia.

Espero ter ficado mais claro agora.


Portela 2011

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Resposta #32 Online: 28 de Março de 2012, 10:46:41
Nisso concorod 100%. E inegavel o valor de registro de uma fotografia. seja ele historico, pessoal, cientifico.


Aria

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Resposta #33 Online: 28 de Março de 2012, 11:30:48
Existe importância e valor no registro sim.
E o registro pode ser pessoal, sem necessariamente se atribuir um significado por trás dele.
Considero que as fotos do Ansel Adams são um registro. Pessoalmente, não acho suas fotos artísticas. Existe uma importância no seu trabalho, mas acredito que seu trabalho é mais autoral do que artístico. Acho que o conceito de arte não é algo bem definido. A gente acaba utilizando critérios pessoais ou o que é coletivamente construído como arte para dizer que algo é ou não arte.
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Resposta #34 Online: 28 de Março de 2012, 12:03:45
Existe importância e valor no registro sim.
E o registro pode ser pessoal, sem necessariamente se atribuir um significado por trás dele.
Considero que as fotos do Ansel Adams são um registro. Pessoalmente, não acho suas fotos artísticas. Existe uma importância no seu trabalho, mas acredito que seu trabalho é mais autoral do que artístico. Acho que o conceito de arte não é algo bem definido. A gente acaba utilizando critérios pessoais ou o que é coletivamente construído como arte para dizer que algo é ou não arte.

Bom, aí entra um grande problema, como definir um senso estético e artístico numa fotografia? O que é a arte na fotografia? E aqui é o outro ponto que me refiro durante o desenrolar do tópico. Não somos capazes de dizer o que é e o que não é como se definisse que um grupo de fotos é artística e outro não. O que faz com que a foto do Cartier Bresson seja Arte, e a do Adams não?

Por isso eu critiquei o cara que tem o site em inglês. Ele tenta se referir a algo que está fora de seu alcance criticando duramente isso.


Aria

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Resposta #35 Online: 28 de Março de 2012, 12:38:09
Bom, aí entra um grande problema, como definir um senso estético e artístico numa fotografia? O que é a arte na fotografia? E aqui é o outro ponto que me refiro durante o desenrolar do tópico.

Essas são as perguntas de um milhão de dólares. :D Já pesquisei um pouco sobre o assunto e não encontrei nada muito objetivo. Pra mim, o conceito de arte é subjetivo, por isso os critérios pra definir se uma foto é artística também são subjetivos e podem mudar de acordo com o tempo. Mas uma coisa que é bastante clara é que para uma obra seja considerada como arte dentro da sociedade, ela precisa ser aceita coletivamente como arte. Não há necessidade de todos aceitarem uma obra como arte, mas a arte não é individual.
Pessoalmente, acho que a estética é uma preocupação secundária em uma foto artística. O mais importante é o conceito ou discurso existente na foto. E a estética da foto pode reforçar esse conceito. Daí que a arte não precisa se encaixar no que é comumente aceito como belo. Uma foto, considerada feia por muitas pessoas, pode ser arte. E o que é considerado feio também é uma estética. A própria construção do que é feio e belo é algo social. Exemplo, hoje em dia existe uma visão comum de que mulher bonita é mulher esbelta. Mas houve uma época em que o que era belo não era a magreza excessiva. Isso pode ser percebido em várias pinturas, onde eram retratadas mulheres com gordurinhas a mais.
Mas tudo isso que estou dizendo é mais uma opinião pessoal. Confesso que não tenho muito embasamento teórico. Existe a possibilidade de estar errada.


Não somos capazes de dizer o que é e o que não é como se definisse que um grupo de fotos é artística e outro não. O que faz com que a foto do Cartier Bresson seja Arte, e a do Adams não?

Dentro da minha visão do que é uma foto artística, também não considero o trabalho do Bresson como arte.
« Última modificação: 28 de Março de 2012, 12:46:02 por Aria »
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Portela 2011

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Resposta #36 Online: 28 de Março de 2012, 12:55:50
Mas houve uma época em que o que era belo não era a magreza excessiva. Isso pode ser percebido em várias pinturas, onde eram retratadas mulheres com gordurinhas a mais.
Bondade sua, no renascimento elas eram gordas mesmo!  :shock:


Dentro da minha visão do que é uma foto artística, também não considero o trabalho do Bresson como arte.

Aria, discordo da sua visao de arte e da do Natao, no que se refere a definiçao. Ja namorei com uma pessoa que era artista e era graduada nesta area. E em varios embates sobre o que eu achava artistico ou nao, recebi uma aula de criterios e analises para chegar a isso. A ponto de me pedir para explicar porque eu nao gostava do vermelho.  :shock:

Infelizmente, meu hd esta avariado e nao consigo me lembrar da explicaçoes. Mas o fato me marcou, existe uma explicaçao tecnica para caracterizar arte. Se tiver alguem com formaçao em artes que possa nos dizer alguns destes criterios seria muito interessante.

Agora, que tem muito picareta de galeria que aproveita da falta de conhecimento da gente pra dizer que isso ou aquilo e arte... isso tem.  :ok:


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Resposta #37 Online: 28 de Março de 2012, 13:05:28
Po Portela, seria muito interessante ter acesso a esta informação...



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Portela 2011

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Resposta #38 Online: 28 de Março de 2012, 13:07:47
Po Portela, seria muito interessante ter acesso a esta informação...

"Grandes poderes, requerem grandes responsabilidades"

Tambem acho... vou pesquisar um pouco sobre o assunto e buscar junto a alguem esta parte mais conceitual.  :ponder:


AFShalders

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Resposta #39 Online: 28 de Março de 2012, 13:11:45
Esse negócio de "conceito" é polêmico, e uma imensa maioria gosta de usar o termo para justificar trabalhos ruins.

Uma vez fui ao MAM aqui no Rio e tinha uma exposição, com duas instalações... Uma era composta por um bando de vergalhões e cabos de aço largados amontoadamente em um canto, com um blocos de concreto. 100% das pessoas que passaram por ali acharam (aliás tiveram certeza) que era entulho da reforma que estava sendo feita.

O outro caso foi o de um "trabalho" que era simplesmente um varal com um monte de lixo plástico pendurado (sacos de leite, sacolas de supermecado) e no chão um monte de jornais amassados dispostos, novamente, de forma aleatória. Eu estava com um amigo e comentamos "que m.... de trabalho" e para a nossa surpresa o autor estava ali e ouviu, então ele veio e disse que "o importante é o conceito". Beleza, perguntei qual era o conceito e a criatura pensou uns 3 minutos, gaguejou e não soube explicar. Porra se o autor não sabe explicar o conceito tem alguma coisa muito errada. Pegue um monte de lixo, ponha nas mãos do Kresjberg e garanto que sai alguma coisa que presta.

O mesmo se dá com fotografia. Mas fotografia não tem a menor obrigação ser ser arte ou mesmo de ser tratada como tal. Fotojornalismo que o diga. Tem fotografia técnica, forense, documental... e artística !

Muitas imagens não artisticas são tremedamente belas, sem terem a menor pretensão. Por exemplo, um por do sol daqueles fantásticos no Grand Canyon, ou algumas fotos do meu amigo (do Flickr) Luis Argerich.





As fotos do meu amigo Andre Porto são belíssimas mas também não considero arte, e sim registros magistralmente executados.



Já as do Fukui já estão muito mais para arte do que para um mero registro





Esta do Eric também vai pelo mesmo caminho





Resumindo, arte é para quem pode, não para quem quer.


--- Adicionando ---

Esqueci de falar... Até o ano que vem agora.  :assobi:
« Última modificação: 28 de Março de 2012, 13:17:12 por Antonio Fernando Shalders »


Portela 2011

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Resposta #40 Online: 28 de Março de 2012, 13:18:17
Concordo com o Shalders. Nao e para qualquer um. E como disse antes, um segmento fotografico nao tira o valor ou o merito da outra.

Porem, muito do que se ve nas chamadas "instalaçoes", atualmente, vem de padrinhos "artisticos". gente que apadrinha um certo "artista" e com seus contatos sua influencia no meio, ajuda a torna-los valoraveis, ou vendaveis. por questoes comerciais ou de amizade. Quem fez muito isso na decada de 90, foi dona Lili Marinho.

PS: Nao estou aqui questionando ou criticando o caracter de ninguem. Apenas constatando um fato que era abertamente falado no meio de artes plasticas em que convivia na epoca.  :ok:
« Última modificação: 28 de Março de 2012, 13:22:10 por Portela 2011 »


Aria

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Resposta #41 Online: 28 de Março de 2012, 15:02:36
Bondade sua, no renascimento elas eram gordas mesmo!  :shock:


Aria, discordo da sua visao de arte e da do Natao, no que se refere a definiçao. Ja namorei com uma pessoa que era artista e era graduada nesta area. E em varios embates sobre o que eu achava artistico ou nao, recebi uma aula de criterios e analises para chegar a isso. A ponto de me pedir para explicar porque eu nao gostava do vermelho.  :shock:

Infelizmente, meu hd esta avariado e nao consigo me lembrar da explicaçoes. Mas o fato me marcou, existe uma explicaçao tecnica para caracterizar arte. Se tiver alguem com formaçao em artes que possa nos dizer alguns destes criterios seria muito interessante.

Agora, que tem muito picareta de galeria que aproveita da falta de conhecimento da gente pra dizer que isso ou aquilo e arte... isso tem.  :ok:

O negócio é que esses critérios podem mudar com o tempo, Portela. Não tenho conhecimento de História da Arte, mas a visão do que é arte muda e se ajusta a sua época. Consequentemente, os critérios para definir o que é arte também mudam. Arte não é uma ciência exata e esses critérios não são permanentes. Por que Van Gogh só foi reconhecido depois que morreu? Desconfio que a resposta não seja simplesmente porque ele não foi descoberto enquanto estava vivo. Enquanto vivo, inclusive conviveu com outros artistas. Outro exemplo: o impressionismo foi criticado no seu surgimento, pois, na época, rompia com a visão vigente de pintura. A aceitação veio com o tempo e, hoje em dia, o impressionismo é inquestionavelmente considerado uma corrente artística. Então a visão do que é arte e seus critérios mudam sim. Isso torna a sua discussão algo bem complicado. Estou aqui tentando discutir porque sou uma abelhuda, mas, na verdade, não me sinto capaz pra discutir isso. Apesar disso, desconfio que nem todas as fotos que são consideradas como artísticas por aí, são artísticas. Acho muitas fotos do Bresson e do Ansel Adams lindas, mas acredito que se aproximam mais de um registro pessoal do que da arte. Vejo o trabalho deles como autoral, não artístico. E o trabalho deles ganhou importância por ser algo inovador na época também. Eu poderia estudar muito e me esforçar bastante pra tentar fazer fotos como o Bresson. E talvez até conseguisse fazer fotos parecidas com as dele. Mas o meu trabalho dificilmente ganharia a dimensão que o trabalho dele ganhou, porque o momento é outro.
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Aria

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Resposta #42 Online: 28 de Março de 2012, 15:09:15
Esse negócio de "conceito" é polêmico, e uma imensa maioria gosta de usar o termo para justificar trabalhos ruins.

Uma vez fui ao MAM aqui no Rio e tinha uma exposição, com duas instalações... Uma era composta por um bando de vergalhões e cabos de aço largados amontoadamente em um canto, com um blocos de concreto. 100% das pessoas que passaram por ali acharam (aliás tiveram certeza) que era entulho da reforma que estava sendo feita.

O outro caso foi o de um "trabalho" que era simplesmente um varal com um monte de lixo plástico pendurado (sacos de leite, sacolas de supermecado) e no chão um monte de jornais amassados dispostos, novamente, de forma aleatória. Eu estava com um amigo e comentamos "que m.... de trabalho" e para a nossa surpresa o autor estava ali e ouviu, então ele veio e disse que "o importante é o conceito". Beleza, perguntei qual era o conceito e a criatura pensou uns 3 minutos, gaguejou e não soube explicar. Porra se o autor não sabe explicar o conceito tem alguma coisa muito errada. Pegue um monte de lixo, ponha nas mãos do Kresjberg e garanto que sai alguma coisa que presta.

O mesmo se dá com fotografia. Mas fotografia não tem a menor obrigação ser ser arte ou mesmo de ser tratada como tal. Fotojornalismo que o diga. Tem fotografia técnica, forense, documental... e artística !

Realmente é polêmico. E acho que, assim como os poetas, há outros artistas que também são fingidores. :D
No exemplo que vc deu, com certeza eu também não gostaria do trabalho do cara que pendurou lixo no varal. E se ele não soube explicar o conceito, então é porque não tinha conceito mesmo não. Acho que pode ocorrer sim das pessoas inventarem coisas pra tentar fazer o seu trabalho ser aceito.
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Zaca Oliveira

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Resposta #43 Online: 28 de Março de 2012, 16:10:29
Na faculdade eu tive aulas de história da Arte, que aliás eram sensacionais, mas também não sou grande estudioso do tema. O que me lembro bem quando discutíamos sobre as escolas artísticas é que primeiro: no mundo OCIDENTAL, a maioria das escolas ou movimentos artísticos aconteciam em detrimento da anterior, negavam as condições, pensamentos e conceitos dos mais "velhos", foi assim desde a Época clássica em Roma.

Muitas vezes a impressão que eu tinha é que existia um grupo de intelectuais e artistas que eram jovens, ricos e revoltados e que se encontravam num boteco. Enchiam a cara, tomavam algumas drogas, debatiam, e desciam o sarrafo nos velhinhos que tentavam impor sua arte e regras.

Eu concordo com o Natão sobre a imposição do que é arte por um determinado grupo. O problema é consagrá-la.

Gostaria muito de ouvir uma pessoa de artes, ou mesmo um crítico pra argumentar.
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Resposta #44 Online: 28 de Março de 2012, 17:13:15
Carissimos, realmente a maior dificuldade do ser humano é a mudança de paradigmas.
Outro dia conversava com um amigo, tb iniciante na fotografia, e ele dizia que sua maior dificuldade era justamente olhar os assuntos com outros olhos que não aqueles "adestrados" pelos anos. O que ele, trocando em miudos, quis dizer, é que estava acostumado a ver as flores que gostaria de fotografar, como as de calendário de padaria, e que ele p/ acabar com isso, deitava no chão e fotografava de baixo para cima. Eu ri muito com a história, mas é como o spider sabiamente mencionou no 1º comentário, sobre a interpretação analitica (não sei se foram essas as palavras).
Mas, acredito que a caminhada realmente começa com o 1ª passo, e talvez fotografar   de cabeça p/ baixo oxigene a mente, e ajude a reflexão.

Já ia me esquecendo de agradecer ao Portela por compartilhar o texto, que se olharmos com lupa veremos que sua aplicação é muito ampla, não se restringindo tão somente à fotografia.
Muito obrigado, Portela, por compartilhar o texto. :ok: :ok: