Bom, como estou com um tempinho livre, vamos lá
Normalmente, existem 4 tipos de medição nas câmeras Canon modernas, Evaluative, Ponderada ao Centro, Parcial e Spot.
Nos modos Evaluative e ponderado ao centro, a câmera divide o quadro em 35 (até a 50D e T1i) ou 63 (60D em diante, T2i em diante) zonas diferentes e analisa sua luminosidade (até a 50D e T1i) ou luminosidade e cores (60D em diante, T2i em diante) e bate esta análise com um banco de dados interno. A partir daí, ela informa ao fotômetro qual a luminosidade geral da cena. Normalmente esta rotina funciona dando bons resultados, mesmo assim em algumas condições (um contraluz forte por exemplo) é necessário usar a compensação de exposição. A diferença entre os dois é que o modo evaluative leva em consideração todo o quadro de forma homogênea, e o ponderado ao centro dá mais peso às condições encontradas no centro do frame.
Por isso, quem usa modo M e estes modos na realidade não está fazendo nada mais do substituindo o trabalho da câmera por um trabalho manual, e está longe de usar modo "Manual" de verdade já que o controle da exposição continua sendo feito pelas rotinas internas da câmera. É como ter um carro com câmbio automático ou manual em que cada vez que ele vai fazer um câmbio, acende uma luz no painel. Se vc usar o modo manual de marchas, mas fazer o câmbio sempre que a luz acender no painel, estará fazendo a mesma coisa que o carro faria no modo automático, só que levando mais tempo e tendo mais trabalho.
Jà os modos parcial e spot são diferentes, eles ignoram as rotinas de fotometria da câmera e usam um sistema universal, que é a medição em relação ao cinza 18%. A área de medição é normalmente o pequeno círculo em roda do ponto central para spot e a área interna dos pontos de foco (aproximadamente) para o modo parcial, com um pouco mais de peso para a área central. Neste modo o fotômetro tenta deixar a luminosidade do que encontra dentro da área escolhida próxima ao cinza 18%. Um teste simples de fazer é fotografar um céu sem nuvens em modo spot, muito provavelmente o céu sairá subexposto porque o céu tem uma luminosidade maior que o cinza 18% e a câmera irá instruir o fotômetro de forma com que a exposição baixe para o nível do cinza 18%. Um conhecedor do sistema de zonas sabe que o céu está na zona 6 ou 7 e portanto precisará deixar o fotômetro algo em torno de 1 a 2 pontos EV superexposto (dependendo da resposta do sensor) para deixar a foto exposta corretamente.
Aí fica a pergunta, qual a vantagem deste tipo de medição?? Quando se quer expor corretamente uma parte da foto, em detrimento das outras, e se o fotógrafo conhecer o sistema de zonas, fica muito mais fácil. Basta enquadrar a área que se quer bem exposta e corrigir o fotômetro de acordo com o sistema de zonas. A câmera fará a foto deixando aquela área bem exposta, em detrimento do restante do quadro.
Mas isto é para quem tem bom conhecimento e experiência, e na realidade é o verdadeiro modo manual. Para quem não tem, o ideal é usar Evaluative ou Ponderado e deixar a câmera fazer o cálculo, corrigindo eventualmente quando necessário.
No exemplo do do d_acqua, sobre a foto do filho no contraluz, o motivo é óbvio. Na medição spot a câmera avaliou uma grande luminosidade e ajustou a câmera para que esta área viesse para o cinza 18%, deixando o resto subexposto. O modo correto de medição aqui seria ponderado ao centro ou evaluative, e mesmo assim talvez fosse necessário um flash de preenchimento. Ou então o uso de medição spot com o fotômetro indicando supexposição de 1EV ou mais, dependendo da área avaliada (apenas a pele o rosto ou parte do contraluz também)