DNG pra mim é uma coisa muito boa. Se pegar, vai ser mais um padrão que a Adobe conseguiu emplacar (junto com PostScript, PDF, o Flash que era da Macromedia...).
Ele nada mais é do que um formato abstrato de arquivo RAW, isto é, foi proposto antes de ser utilizado em qualquer câmera. E é aberto, no sentido que você pode pegar as especificações no site da Adobe (sem pagar nada) e implementar um programa que lê arquivos DNG.
Porém, atualmente, já existem algumas câmeras que usam o DNG como formato para seu arquivo RAW. Notavelmente, os backs digitais da Hasselblad, o Digital Modul-R da Leica, a Leica M8 e agora, a Pentax K10D. Sendo que dessas câmeras, a Pentax também oferece um formato RAW proprietário, o PEF.
Até onde entendo, para sensores com matriz de Bayer tradicional, tanto faz DNG ou um formato de RAW proprietário, pois ambos podem armazenar exatamente os mesmos bits recebidos do sensor, gerando a mesma saída.
Pro sensor Foveon também dá na mesma, porque o DNG pode armazenar informação RGB.
Então, até agora, o problema que vejo é no SuperCCD da Fuji. Acho que nenhum conversor que leia DNG supõe que a imagem armazenada num arquivo DNG venha de um sensor com a matriz rotacionada como os da Fuji. Não sei como acontece, mas parece que se você rodar o conversor DNG da Adobe em RAW da Fuji, aí sim ele faz uma conversão pra uma imagem não-rotacionada. O caso da Fuji realmente será um problema. Ainda mais com aquele SuperCCD SR, que adiciona mais uma complicação.
Pra todas as outras câmeras, converter arquivos RAW proprietários pra DNG às vezes até pode ser uma boa, porque ele faz uma compressão sem perdas que muitas vezes é mais poderosa do que aquela feita pela câmera, resultando em arquivos menores e que geram a mesma saída após a conversão.
Nessa conversão, o que se perde são alguns metadados presentes em arquivos RAW proprietários, como é o caso das curvas de tom em arquivos NEF (Nikon). O interessante é que o DNG
prevê esse tipo de coisa, isso é, existem campos no arquivo DNG que servem pra colocar esse tipo de metadados, mas como eles não são necessários para gerar uma imagem de saída (através do ACR, por exemplo), são descartados. Mas nada impede um fabricante de colocar esses campos num arquivo DNG gerado na própria câmera (e que possivelmente só seriam relevantes para o conversor RAW do fabricante).
Mas enfim, o fantástico do DNG, caso passe a ser adotado universalmente, é ter um mesmo formato de arquivo RAW pra todas as câmeras. Isso acaba com os problemas de compatibilidade entre conversores RAW e câmeras. A Pentax K10D, por exemplo, mal foi lançada, seus arquivos PEF não são suportados pelo ACR ou Lightroom (até onde sei), mas se você fotografar usando DNG, poderá usar esses softwares sem problema.
Bem, espero ter esclarecido algumas das dúvidas.
Quando der mais tempo, vou ler a especificação formal do formato DNG, e posto aqui o que achei.
Abraços!
-- thiago