Nossa, a galera aqui é bem mais conservadora do que pensava.
Encima das fotos eu jogo algumas questões pra vocês. O que tem lá são fotos de pessoas deficientes e com outros problemas, e que vocês julgam como um freak show, mas NINGUÉM aqui enxergou elas como seres humanos. NINGUÉM entendeu aquelas fotos como algo que é NATURAL apesar de ser trágico, ok, é a leitura de vocês, mas aí pergunto... um deficiente físico não tem direito de expor seu corpo, ou pior, um corpo com deficiência não pode ser dotado de beleza, erotismo ou até mesmo de uma imagem pornográfica? E não tô falando de uma tentativa de se parecer "comum" (pois muitos são pessoas normais como eu e você aí que tá lendo isso, só que portadores de outras eficiências e problemas) e sim de ser o que se é. Apesar das deformações (que foi o que todos enxergaram, e parece que só enxergaram elas), os modelos (que aparentemente tem a razão no lugar) estão hiper a vontade com sua exposição para a câmera, e em alguns casos, sorrindo felizes.
Independentemente de ser esteticamente agradável, é belo, pois transforma, provoca, e o pior (ou o melhor), revela uma série de preconceitos e idéias tidos como naturais da alma de muitos humanos.
Abaixo vai um texto que peguei no site dele. Traduzi uma parte no language tools e fui tentando arrumar com meu inglês imbromation. Quem quiser corrigir ou acessar o original, o link é
http://www.ask.ne.jp/~yamanaka/jyoudo-e.html
Jyoudo - (A casa de um Bodhisattva, ou santo budista)
Eu sempre pensei que as pessoas deste mundo que nascem com deformidades, ou que perdem a liberdade de movimento em acidentes e contratempos, estivesse vivendo uma vida de sofrimento contínuo, talvez devido a más ações numa vida anterior, ou porque são pateticamente infelizes.
Em uma casa de repouso eu conheci uma menina. Ela era só pele e ossos, quase não respirava quando ela se deitava. Ela nasceu assim, e que o devemos aprender com isso? Para entender o significado de suas existências, decidi fotografá-las.
Pessoas que gradualmente se tornam menores à medida que o corpo gasta toda a sua água. Pessoas cujos corpos apodrecem em cascas até a pele saltar, transformando-se em figuras inchadas e vermelhas. Pessoas cujas cabeças expandem gradualmente a partir de água que dentro dela se acumulam. Pessoas com partes de suas mãos ou pés invulgarmente grandes.
Eu conheci e fotografei muitas pessoas assim, viver com aflições que não são explicáveis, e para quem a cura é dito ser impossível.
No entanto, mesmo nesse estado, quando olhei para deles, sem servilismo, eu vi como é natural e verdadeira a vida de cada um deles. Eu vim para sentir a presença de Bodhisattva dentro de seus corpos. Essas pessoas eram a encarnação Bodhisattva, o filho de Deus.