Autor Tópico: Fotografos não são benvindos.  (Lida 4927 vezes)

Xico Putini

  • Trade Count: (0)
  • Conhecendo
  • *
  • Mensagens: 92
Resposta #30 Online: 24 de Abril de 2006, 20:45:00
O Ibama tem uma portaria que proíbe fotos com finalidades comerciais em unidades de conservação, nesse caso tem que pagar uma taxa que, se não me engano, é de R$600,00 por dia.
Um amigo meu estava fotogrando no Parque Nacional de Aparados da Serra e teve um funcionário que ficou no pé dele o tempo todo dizendo:
- Você sabe que não pode vender essa foto, né?
O engraçado foi o cara dizer isso quando ele estava apontando a câmera para fora do parque.


FábioVenhorst

  • Trade Count: (3)
  • Conhecendo
  • *
  • Mensagens: 184
    • Fábio Venhorst Fotografias
Resposta #31 Online: 30 de Abril de 2006, 13:14:05
Citar
Bom senso versus direito de imagem.

Antes de ter fotografia como hobbie, gosto de visitar museus. E conheci algumas coisas interessantes.

Em 1995 quando morei nos EUA, tive a oportunidade de visitar o Museu Aeronaútico da Base Aerea de Patterson Ohio EUA  Como todo mundo entrei com uma câmera e me esbaldei. Fotografei inclusive aeronaves militares fora do museu. Note, fotografei as dependências operancionais de uma área "levemente" sensível da maior potencia militar do planeta e ninguém veio avisar que não poderia fotografar.

Pouco tempo depois, visitei o Museu da Ford Motor Company em Detroit MI EUA. Ao entrar mantive o seguinte diálogo com um funcionário na recepção:

- Posso fotografar? - Peguntei
- Não pode. Você deve fotografar - foi a resposta do sorridente funcionário.

Novamente fiz a festa, principalmente fotografando o Lincon em que o JFK foi morto.

Em 1997, visitei o Palacio de Versalhes, perto de Paris. Novamente fotografia era benvinda, desde que não se fossem disparados flashes, que poderiam comprometer integridade do material exposto. Naturalmente.

Hoje dia, 21-04-06, fui visitar o Museu do Café de Ribeirão Preto - SP. Um lugar arborizado com alguns casarões do final do século 19. Supostamente um lugar interessante para boas fotos.

Nem de longe era minha intenção fotografar qualquer parte ou artefato das dependências internas. Afinal entendo que luz e antiguidades não são compatíveis.

Primeiro choque, apesar de ser recomendado como ponto turístico da cidade, está claramente abandonado. Na entrada, uma placa indicando "Acesso pelos portões dos fundos". Claramente, o abandono.

Entrei pelos fundos, não vi nada nem viva alma, tirei a câmera da bolsa. Nem tinha feito foco numa quina de um casarão quando escuto:

- Moço, moço, você não pode fotografar aqui.

Educadamente, guardei a câmera, e fui conversar com a zeladora que estava me repreendendo.

- Mas nem do lado de fora?
- Não moço, é ordem da administração.
- Porque?
- Porque teve gente que veio aqui fotografou e usou a imagem.

Ela ememdou - se o senhor quiser. O senhor volta e conversa com a administração.

Obvio, a administração, que como qualquer bom funcionário público está descansando em outra dimensão. Afinal é feriado e ninguém visita museu em feriado.

Sorri, pedi desculpas, peguei meu carro e saí.

Frustrado, pelo tempo e viagem perdida, pensei: pelo que me consta, até que me mostrem juridicamente o contrário, desde que não coloque em risco ou danifique o patrimônio, a imagem de uma espaço público é de domínio público.

Não se trata de uma área privativa, é a área externa de um espaço publico. Isso seria equivalente a alguem dizer que é proibido fotografar, por exemplo, a estátua do laçador em Porto Alegre, a Igreja da Pampulha em Belo Horizonte ou monumento do Ipiranga em São Paulo.

Mas acho curioso que um museu, mantido e gerido com fundos públicos, ou seja impostos, esteja preocupado com uso púlbico da imagem.

Na minha ótica, imagem é divulgação. E espaços públicos culturais precisam de divulgação. Mesmo que a imagem venha a ser usada comercialmente, ela é divulgação de um espaço voltado ao público. E portanto agente de atrativo para mais púlblico.

Alguem aí versado em propriedade de imagem pode me explicar essa falta de bom senso?

Alguem aí versado em propriedade de imagem pode me explicar essa falta de bom senso?
acho que se está em estado de abandono, eles temem imagens e comentários na imprensa....naun será isso??
Fábio Venhorst - AFB

Fábio Venhorst Fotografias


FábioVenhorst

  • Trade Count: (3)
  • Conhecendo
  • *
  • Mensagens: 184
    • Fábio Venhorst Fotografias
Resposta #32 Online: 30 de Abril de 2006, 13:19:58
Citar
Citar
Citar
Comigo aconteceu no pátio de Museu de Arte Contemporânea em Niterói. Estava escurecendo e eu abri o tripé para fazer uma exposição mais longa e o segurança disse que não podia usar tripé. Eu falei que no pátio não deveria ter problema, mas só falando com o admininstrador.
Difícil de acreditar.
Paulo,

Esse caso deve ter sido ignorância do funcionário, pois já fotografei várias vezes no MAC inclusive com tripé, com flash e  também na parte interior e nunca tive problema. (de repente os outros funcionários e que não cumprem as ordens e me deixaram fotografar, se bem que eu perguntei se podia).

Alguém me contou que também foi em um lugar onde era proibido fotografar com tripé (acho que era uma igreja), proibir flash ainda se entende, mas tripé...

Infelizmente no Brasil a naioria dos Museus proibem fotografar, alguns em todo o prédio, outros "apenas" onde ocorrem as exposições.

As desculpas que eles usam não me convencem, pois acho que no Louvre, onde existem peças muito mais valiosas, pode se fotografar 9segundo ouvi falar, infelizmente nunca fui lá).
Não sei em fotografia e nem sei se isto vale para todo o país, mas aqui no Rio se vc fizer uma filmagem na cidade com a camera no ombro tudo bem, mas se colocar em um tripé tem que pagar uma taxa na prefeitura para poder filmar. A justificativa é que o uso amador da imagem é gratuito e o uso profissional é taxado, e para eles o que diferencia um do outro é o tripé....
bande toscos. :wallbash: . :boos2: . :doh: huahuahhuaa... :risada2: ...entaun se a Globo ou o SBT chegar lah com a cameram no ombro pode?? huauhuahuhauhuahuhahua :risada2:  :risada2:  
Fábio Venhorst - AFB

Fábio Venhorst Fotografias


epjunior

  • Trade Count: (1)
  • Conhecendo
  • *
  • Mensagens: 37
    • http://
Resposta #33 Online: 30 de Abril de 2006, 20:22:45
eduardo,a respeito do Centro de distribuiçao da Toyota,que os seguranças da empresa quase me agrediram.... eu estava fotografando o retrovisor externo do carro a uns 100 m da empresa!!!


Marcel MM

  • Trade Count: (0)
  • Colaborador(a)
  • ****
  • Mensagens: 1.205
    • http://mmartinez.multiply.com
Resposta #34 Online: 30 de Abril de 2006, 23:40:46
Os museus de Ouro Preto não permitem fotos internas, inclusive de celulares, mas me pareceu que o principal motivo é que eles vendem postais com as fotos dos objetos. Ficou muito claro que a proibição não é para evitar danos, uma vez que proibem fotos de celulares, mas para forçar a venda dos postais.
Com certeza os museus tem participação na venda deles.
Marcel Martinez - Rio/RJ
br]http://mmartinez.multiply.com


Amador

  • Trade Count: (0)
  • Novato(a)
  • Mensagens: 1
Resposta #35 Online: 03 de Maio de 2006, 18:27:49
Penso que o que ocorre, no Brasil, é que chamo de "síndrome do pequeno poder": a pessoa é um reles segurança, parrudo até por vezes, e se acha no direito de ditar as regras do que entende "seu pedaço".

Visitando a Itália, encontrei, na maioria das cidades, ampla liberdade de fotografar, dependendo, é claro, do uso ou não de flash.

Fiz muitas fotos em Roma, no Vaticano e na Basílica de São Pedro, livremente. Curiosamente, em Florença pouquíssimas igrejas são abertas "livremente" - sem ter que pagar € 4,50, 6 ou 7 euros, mas mesmo assim, sem fotos.

Infelizmente, encotrei também muita gente que, mesmo avisado que não se poderia usar flash, usavam, gerando, o impossibilidade total de fotografar como na Basílica de São Marcos, em Veneza. Pagam os bons!

Como advogado, digo que não encontrei qualquer referência à "direito de imagem" de imóveis, monumentos etc, vez que este instituto é aplicado unicamente para preservar a dignidade da pessoa humana. Ao menos, foi neste sentido que o instituto nasceu...
Facilmente se confunde com a "fraude" trabalhista dos jogadores, onde estes recebem muito mais pela sua imagem que pelo seu trabalho, onde, contratualmente, o indivíduo cede/confere/atribui/vincula a sua imagem a determinada marca/brasão, não podendo ser fotografado sem ela.

Não podemos confundir isto com os créditos da imagem: fotógrafo e local, basicamente. Mas aí o direito a ser preservado é a produção intelectual, tanto do fotógrago, quanto do arquiteto/engenheiro etc. Observe-se que a fotografia é a eternização de um segundo ou milionésima fração deste na História; é interromper o tempo de algo que está a disposição, visivel, durante os 86400 segundos do dia. Destes segundos, vc escolheu uma fração para levar para casa ou expor no jornal ou revista.

Impedir a fotografia, pelo simples gesto de impedir, é o mesmo que dizer: É PROIBIDO OLHAR!

Na prática a teoria é outra, haja vista que, que vai acontecer aquela situação narrada pelo colega: vai pegar o carro e ir embora. Na eventual publicação da foto ou veiculação poderia se discutir em juízo, mas fora isso, quem está impedindo vai impedir, chamar a segurança, pode danificar o equipamento, essas coisas!!

É a "síndrome do pequeno poder".