Bem, vamos lá......
Quando fotografamos, não interessa se em filme ou digital, apenas um plano está perfeitamente em foco, o chamado plano focal. Qualquer coisa imediatamente antes ou após o plano focal está relativamente fora de foco. Como a passagem da área em foco para a área fora de foco se dá de forma gradual, é necessário definir um ponto de transição. Para isso é utilizado outro conceito, chamado círculo de confusão, que define o quanto um ponto precisa estar borrado para ser visto como desfocado. A região onde o círculo de confusão se torna perceptivel é considerado como fora da área de foco, a região onde o círculo de confusão é imperceptível, é considerado como tendo "nitidez aceitável". Hoje, o tamanho do círculo de confusão utilizado como padrão por todos os fabricamente é 0.2mm (fonte: Cambridge in Colour) e é este valor que é utilizado para compor a escala de profundidade de campo que existe na grande maioria das lentes de maior custo, como a Nikon 24mm f/1.4
Então, a profundidade de campo é determinada unicamente pelo tamanho do círculo de confusão, e o tamanho do círculo de confusão é determinado pela abertura e pela distância focal, apenas isso. O fato de câmeras cropadas apresentarem maior DOF do que câmeras FF deve-se ao fato de que nas câmeras cropadas a distância focal da lente permanece a mesma (como já foi amplamente discutido aqui), mas o ângulo de visão se altera, fazendo com que a distância de foco também seja alterada.
Algumas lentes especiais como as Nikon DC (Defocus Control) ou Canon Soft-focus tem elementos especiais capazes de, através da introdução controlada de aberrações, alterar as da transição da área de DOF. Mas não existe como diminuir o tamanho do círculo de confusão para que áreas fora da zona de foco fiquem dentro da zona de foco. Portanto, via de regra lentes de mesma distância focal apresentam mesma profundidade de campo, independente de serem Nikon, Canon, Pentax, Zeiss ou Leica.
Evidentemente que lentes GA como uma 24mm apresentam uma área de DOF larga, mesmo em aberturas grandes. Isso vale para qualquer fabricante.
Mesmo assim, em f/1.4 a profundidade de campo é bem rasa, fato inclusive citado pelo Mansurovs na sua análise da Nikon 24mm f/1.4.
Nikon 24mm f1.4, f/1.4, 1/80 @ ISO 200
Crédito: Nasin Mansurov
Nikon 24mm f1.4, f/1.4, 1/2000 @ ISO 200
Crédito: Nasin Mansurov
Claro que determinadas técnicas podem ser utilizadas para minimizar o efeito do DOF curto. Na foto a seguir (a foto não permite compartilhamento, então vai somente o link)
http://www.flickr.com/photos/8450532@N04/5853969885/o autor posicionou-se a boa distância e em diagonal, conseguindo colocar uma série de pessoas em foco aceitavel, em uma fila não linear que converge para perto do plano focal. Talvez utilizando a mesma técnica a foto citada pudesse ser feita.
Mas isso obviamente independe da marca da lente e dizer que só a NIKON consegue fazer este tipo de foto é um comentário para lá de infeliz e que demonstra a total falta de conhecimento do forista.
Aliás, quero deixar bem claro, falta de conhecimento não é demérito para ninguém, ninguém nasce sabendo e todos, por mais que saibamos, aprendemos algo todos os dias. Posso até mudar de opinião sobre o que disse acima se alguém me mostrar um artigo de fonte confiável dizendo que é possível através da introdução de elementos físicos, alterar algumas leis básicas da óptica fazendo que lentes de grande abertura se tornem hiperfocais.
O que é demérito é defender opiniões como se fossem verdades absoluta, ainda mais quando isso se alia a uma defesa, mesmo que velada, de um determinado fabricante. E sem apresentar nada que corrobore sua opinião.
Boa tarde.