Autor Tópico: A era das compactas  (Lida 3751 vezes)

Francisco

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Online: 24 de Janeiro de 2013, 01:34:08
Não sei se sou só eu ando pensando a respeito, mas cada vez menos sinto vontade de adquirir uma DSLR ou uma mirrorless de lentes intercambiáveis. Graças aos smartphones, fabricar compactas interessantes tornou-se um grande desafio para as principais marcas, o que deu uma boa arejada no mercado.

Antes dos celulares possuírem câmeras razoáveis, cada lançamento no segmento de compactas era entediante: ou era uma superzoom com sensor minúsculo ou uma compacta de bolso com pouco zoom e sensor igualmente minúsculo.

O momento atual me agrada bastante, pois essas duas pragas que dominaram o mercado por quase dez anos parecem estar tornando-se cameras-commodity, o que as torna desinteressantes financeiramente, pois as margens de lucro são menores. Por exemplo, hoje em dia é possível adquirir uma compacta very-low-end da Nikon por cerca de R$200,00. Para traçar um paralelo, minha primeira compacta digital, uma Sony P72, custou cerca de R$1300,00, e equivaleria em qualidade a essa point-and-shot Nikon dos dias atuais.

Temos que dar crédito a algumas fabricantes que apostaram nesse segmento, algumas obtendo sucesso e outras nem tanto. A Ricoh fabricava câmeras de um nicho que parece nunca ter dado muito certo: compactas com construção impecável, mas sensores minúsculos; já a Sigma parecia lançar a DP1 apenas para mostrar o potencial dos sensores Foveon, mas sem acrescentar o tempero necessário para que se popularizassem.

Acho que a Panasonic foi talvez a primeira a acertar a mão nessa nova tendência de compactas do final da década de 2000 ao lançar a LX3 (na verdade, já andavam experimentando nas LX1 e LX2, mas a LX3 foi um marco no setor). A Fujifilm também chegou perto em 2005 com a Finepix f10, mas a falta de controles manuais e - principalmente - a óptica com muita aberração cromática e wide-end modesto em torno de 35mm/38mm acabou comprometendo a série, embora tivesse obtido relativo sucesso em modelos subsequentes. Mais tarde, lá por 2009, a Olympus foi mais adiante e lançou a EP1 - algo com o qual todos já andavam sonhando: qualidade próxima de uma SLR, tamanho de compacta, lentes intercambiáveis.

Depois da excitação provocada pelas mirrorless da Olympus e da Panasonic - e as fabricantes do mainstream (Canon, Nikon e Sony) copiarem a ideia -, o conceito acabou ficando meio saturado e hoje as mirrorless tornaram-se meio que commodity-cameras, tudo o que uma empresa não quer que aconteça com seus produtos. Eu acho que a saída para as mirrorless é avançar para o full-frame, mas isso é outro papo. O momento atual é das compactas com sensor menor que o APS-C ou o m43.

Essas compactas caracterizam-se por uma qualidade de construção parecida com a de uma mirrorless ou mesmo uma SLR de entrada e sensores maiores que os de qualquer smartphone ou superzoom compacta. As objetivas embutidas partem de f/2, f/1.8 e até f/1.4, como é o caso da Panasonic LX7. O design geralmente remete à era das rangefinders (ninguém melhor do que a Fujifilm materializa essa ideia atualmente com as X100/X100s/X10/X20/XF1), que conviveram pacificamente com as reflex até os anos 70, mas nem todas são assim: a Sony tenta apostar num desenho contemporâneo, enquanto as DPx da Sigma lembram protótipos dos anos 80.

Enfim, estou empolgado com o momento atual das câmeras compactas, pois parecem muito em termos conceituais àquelas câmeras que herdamos de nossos pais e avós: são resistentes o suficiente para aguentarem a ação do tempo e possuem qualidades atemporais, que as tornam câmeras interessantes mesmo quando a tecnologia de lentes e sensores evolui. No momento, quem me parece mais sintonizado com essa tendência é a Fuji, capaz de unir beleza, qualidade e funcionalidade, tudo no mesmo produto.

E você, o que acha? Estamos ou não na era das compactas?
Francisco Amorim
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mad666

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Resposta #1 Online: 24 de Janeiro de 2013, 10:03:58
Acho q estamos na era das mirrorless: compactas com sensor decente e boas lentes intercambiaveis. Claro q as empresas estao aplicando conceitos das mirrorless nas compactas, como a RX100 da Sony com sensor de CX ( de 1' ) e lente clara de range 28 a 100mm equivalente a 35mm. A G1X tb seria uma especie de "mirrorless q nao troca a lente".

Tenho uma Oly ZX-1 e sinto de falta de 2 coisas: uma resoluçao maior ( ela soh tem 10mp, q pra fazrr um crop, eh a morte da foto! ) e menos ruido em ISO alto ( em 800 ela jah começa a pedir soda... :( ).

Quando sairem compactas com sensor M4/3 e lentes zoom q comecem em f/1.8 no inicio do range, nao sejam escuronas no final range( como a RX100 q eh 1.8-4.9 ), tela touch... Enfim, uma mirrorless do sistema M4/3 mas com uma unica lente clara e de boa optica, aih acho q a era das compactas estarah começando...

Compacta com detector de sorrisos, com LCD frontal para auto-retratos, com wifi, com Android,... para mim, isso eh mera perfumaria!
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Resposta #2 Online: 24 de Janeiro de 2013, 10:47:54
Há quem diga que é justamente o contrário, que é o fim das compactas e estão apelando para todo tipo de penduricalho para arrebanhar os fãs de smartphones. Eu acho que é o fim das compactas mais simples assim como hoje não existe mais telefone celular que só fale e mande mensagem. E recentemente vimos empresas como Pentax e Sony entrarem no mercado das compactas premium além de uma enorme evolução nelas, até 201o não tinha nenhuma novidade e eram sempre os mesmos modelos de Canon e Panasonic, agora a coisa mudou bastante.

Acho que é o fim das compactas "bobinhas", essas perderam mercado para os smartphones.
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Resposta #3 Online: 24 de Janeiro de 2013, 10:51:47
Acho que as "compactas premium" vão crescer cada vez mais no mercado. Eu ando coçando a mão por uma Sony RX100, mas se tivesse grana certamente investiria em uma RX1 ou em uma Fuji X100...


mad666

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Resposta #4 Online: 24 de Janeiro de 2013, 15:51:40
Essas compactas q vc citou, Humberto, substituem as mirrorless com louvor em termos de sensor e optica.
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Humberto Yoji

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Resposta #5 Online: 24 de Janeiro de 2013, 19:27:32
Essas compactas q vc citou, Humberto, substituem as mirrorless com louvor em termos de sensor e optica.

Também acho. Mas com a desvantagem de não poder trocar de objetivas e ainda assim serem mais caras...


Francisco

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Resposta #6 Online: 24 de Janeiro de 2013, 19:39:39
Eu gostaria de ter hoje a recém-lançada X20. A X100S também é muito legal.

A verdade é que a LX3 me atende muito bem. Uma das coisas que gosto de fazer é sair fotografando com a LX e depois transferir as fotos diretamente para o meu celular com um leitor de cartões + cabo usb otg. A seguir, compartilho as fotos no Facebook, Estragram (Instagram), etc. O fato da LX3 suportar o formato quadrado (no firmware mais recente) ajuda a brincar com a linguagem pop do Instagram.
Francisco Amorim
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mad666

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Resposta #7 Online: 25 de Janeiro de 2013, 17:00:53
Q celular vc usa pra isso? Um iphone?
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Resposta #8 Online: 26 de Janeiro de 2013, 00:38:20
Q celular vc usa pra isso? Um iphone?

Um Galaxy Note da Samsung.
Francisco Amorim
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Resposta #9 Online: 26 de Janeiro de 2013, 11:23:41
Francisco, poste aqui o link desse acessorio q nem sabia q existia para Android. Tenho um Galaxy Nexus.
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Helena Bsb

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Resposta #10 Online: 26 de Janeiro de 2013, 12:51:48
eu acho que estamos na era é da tecnologia acessível e descartável, em praticamente qualquer segmento.
Câmeras fotográficas são lançadas a rodo, sendo uma característica incluída a cada lançamento posterior (nem sempre características boas, como a questão dos megapixels). Falando-se em compacta, seria possível lançar UMA câmera MUITO boa, como por exemplo uma superzoom com sei lá, seus 500-600mm de equivalência, zoom e foco de anel, lente com abertura fixa, no máximo 10 megapixels, LCD móvel e sensores mais interessantes do que esses minúsculos. E ficar nessa câmera, pois usuário amador não precisa de mais do que isso (digo com relação às SZ, havendo algo tão significativo quanto nas compactas de tamanho). Mas pra que? a intenção é se fazer de grande com tantos números, empurrar porcarias fazendo com que cada usuário acredite que seu equipamento atual não vale mais, e incentivar a troca desnecessária. Sem contar com a dificuldade de conserto. E com isso tudo, cagar, ops, mandar pra o ralo a natureza.
E é a raça humana conduzindo a própria extinção...
Essa é a atual era.
« Última modificação: 26 de Janeiro de 2013, 12:56:16 por Helena Bsb »


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Resposta #11 Online: 26 de Janeiro de 2013, 12:56:31
E ainda tem as baterias que são lançadas 2 ou 3 novas todo ano por todas as fabricantes, e as de 5 anos atrás começam a cair em desuso. Aí você procura uma pra comprar...

Por isso que eu acho importante quem usa câmera a bateria comprar logo duas extras, pra evitar de passar por isso, e burlar a "descartabilidade" das baterias.
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Helena Bsb

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Resposta #12 Online: 26 de Janeiro de 2013, 13:00:13
pois é... mais uma característica da triste era da descartabilidade.


Francisco

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Resposta #13 Online: 27 de Janeiro de 2013, 02:39:33
Francisco, poste aqui o link desse acessorio q nem sabia q existia para Android. Tenho um Galaxy Nexus.

No Mercado Livre procure por cabo micro usb otg ou cabo host micro usb. O meu eu comprei no camelódromo por 10 reais. Aí vc liga um leitor de cartões nele e tá feito.
Francisco Amorim
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Francisco

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Resposta #14 Online: 27 de Janeiro de 2013, 02:57:02
eu acho que estamos na era é da tecnologia acessível e descartável, em praticamente qualquer segmento.
Câmeras fotográficas são lançadas a rodo, sendo uma característica incluída a cada lançamento posterior (nem sempre características boas, como a questão dos megapixels). Falando-se em compacta, seria possível lançar UMA câmera MUITO boa, como por exemplo uma superzoom com sei lá, seus 500-600mm de equivalência, zoom e foco de anel, lente com abertura fixa, no máximo 10 megapixels, LCD móvel e sensores mais interessantes do que esses minúsculos. E ficar nessa câmera, pois usuário amador não precisa de mais do que isso (digo com relação às SZ, havendo algo tão significativo quanto nas compactas de tamanho). Mas pra que? a intenção é se fazer de grande com tantos números, empurrar porcarias fazendo com que cada usuário acredite que seu equipamento atual não vale mais, e incentivar a troca desnecessária. Sem contar com a dificuldade de conserto. E com isso tudo, cagar, ops, mandar pra o ralo a natureza.
E é a raça humana conduzindo a própria extinção...
Essa é a atual era.

A Ricoh fez algo assim, uma câmera com sensor e lente intercambiáveis, mas o sensor e a objetiva eram uma peça só. Se a lente era superzoom, o sensor era pequeno; se era uma uma prime, o sensor era grande. O problema é que o bicho não era muito prático... a economia de espaço e dinheiro em relação a ter duas câmeras não era muito empolgante.

O problema das baterias é complicado, mas com o tempo surgem hacks. Lembro que fiquei decepcionado quando descobri que a Canon F1 usava baterias de mercúrio que não existem mais. Aí descobri um holandês que vendia um adaptador para usar baterias de óxido de prata, que seria o mais parecido disponível atualmente. O fotômetro das Canon F1 era sensível ao decaimento de voltagem da bateria, daí a impossibilidade de usar alcalinas comuns, que decaem muito durante a vida útil.

Enfim... junto com a obsolescência, às vezes surgem as soluções feitas em casa.
Francisco Amorim
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