Autor Tópico: Fotometria emprestada funciona?  (Lida 14791 vezes)

Zyk

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Online: 15 de Junho de 2006, 15:27:25
Será que se eu fotometrar com uma câmera digital e usar os mesmos parâmetros em uma máquina de filme poderei obter um resultado razoável?

Um exemplo:

Máquina digital com com sensor 12/3 e objetiva 58mm 1:2.0
Máquina de filme 35mm e objetiva 52mm 1:2.8

Nestas configurações, a máquina digital mostra que a fotometria zerada é f/5.6 a 1/250. Se eu usar esses parâmetros na máquina de filme, obterei uma exposição próxima a da máquina digital?

Não sei se fui claro.  


Xiru

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Resposta #1 Online: 15 de Junho de 2006, 15:40:59
Próxima, aproximada...

Obs: cuidado com a medição em spot. Dai o ponto central da objetive de ambas tem que ser absolutamente o mesmo.
Xirú Sander Scherer - Ivoti / RS


GMarigo

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Resposta #2 Online: 15 de Junho de 2006, 17:14:21
Aproximada sim.. mas depende muito do modo.. os modos evaluativos dependem de muitos outros fatores como foco, distância etc.

Teoricamente deveria funcionar, mas as cameras não são perfeitas assim. As Canon por exemplo são 1/3 de ponto mais sensíveis do que o padrão. Então se vc fotometrar com uma Nikon que é bem calibrada com o padrão e fotografar com uma Canon, vai acabar tendo uma imagem levemente estourada.
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Ivan de Almeida

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Resposta #3 Online: 15 de Junho de 2006, 18:02:37
Funciona. Eu já fiz um cromo usando uma Fuji s7000 de guia para fotometria pontual e funcionou perfeitamente. O cromo exige fotometria pontual, e eu estava fotografando com uma rangefinder sem fotômetro TTL. Aí fotometrava com a Fuji, dava a compensação de diferença de ISO e pronto.

Ivan


Roberto O. Almeida

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Resposta #4 Online: 15 de Junho de 2006, 18:53:12
Editado.
« Última modificação: 15 de Junho de 2006, 18:53:31 por Roberto O. Almeida »


Leo Terra

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Resposta #5 Online: 15 de Junho de 2006, 19:11:32
Funciona PERFEITAMENTE, a imagem será exposta na máxima saturação independente da câmera usada.

Gabriel os modos matriciais só trabalham com distância para regular a potência do flash, o princípio dos modos matriciais é conseguir ajustar a exposição avaliada em todo o quadro para maximizar os resultados, a maioria trabalha pelo cálculo de média ponderada da exposição e é aplicável sem o menor problema a mídias similares, a diferença é que vc não terá controle da câmera, mas exposição é exposição, não muda com o tipo de fotômetro o que muda é como cada mídia vai reagir a cada condição de luz, mídias diferentes expostas corretamente terão resultados diferentes e não por uma falha de exposição (que é definida claramente e SEMPRE indicará o ponto onde haverá máxima saturação para QUALQUER mídia daquela sensibilidade).

Não existe esse negócio de Canon ser mais ou menos sensível que o padrão, o padrão é ISO, normatizado internacionalmente, o que muda são apenas características que geram imagens mais claras ou mais escuras e TODAS expostas corretamente.
Leia meu artigo sobre os fatores que afetam a qualidade da imagem, sobre o ponto de 0 da latitude que vc vai entender porque câmeras com mídias diferentes reagem diferente mesmo com a mesma exposição, que não tem absolutamente nada a ver com as normatizações ISO que regem a exposição.
« Última modificação: 15 de Junho de 2006, 19:14:06 por Leo Terra »
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GMarigo

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Resposta #6 Online: 15 de Junho de 2006, 19:37:01
Citar
Não existe esse negócio de Canon ser mais ou menos sensível que o padrão, o padrão é ISO, normatizado internacionalmente, o que muda são apenas características que geram imagens mais claras ou mais escuras e TODAS expostas corretamente.
Por isso q disse que a Canon não é perfeitamente ajustado com o padrão ISO.
Faça o teste. Pelo menos alguns modelos da Canon são sim mais sensíveis do que o padrão ISO.
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Paulinho Cé

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Resposta #7 Online: 15 de Junho de 2006, 19:58:19
Zyk, eu tinha uma pergunta bastante similar para fazer aos "experts" do fórum:
Como sou muito inexperiente em fotometria, normalmente uso 0EV e acho que está bom mas nem sempre o resultado é igual, quando vou fazer algumas fotos onde não posso errar, ou perder algumas por tratar-se de situações únicas, costumo colocar no modo automático, fazer a fotometria e usar os parametros no modo M.
Como não tenho um fotômetro, uso o da camera no modo automático para determinar os parametros e passo para o modo manual setando a mesma abertura e velocidade. Tem funcionado pois as fotos ficam boas.
Em macro, não consigo usar a regra da velocidade ser igual ou maior do que a distancia focal, quase sempre as pequenas aberturas exigem baixa velocidade.



 
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Roberto O. Almeida

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Resposta #8 Online: 15 de Junho de 2006, 21:11:34
Citar
Zyk, eu tinha uma pergunta bastante similar para fazer aos "experts" do fórum:
Como sou muito inexperiente em fotometria, normalmente uso 0EV e acho que está bom mas nem sempre o resultado é igual, quando vou fazer algumas fotos onde não posso errar, ou perder algumas por tratar-se de situações únicas, costumo colocar no modo automático, fazer a fotometria e usar os parametros no modo M.
Como não tenho um fotômetro, uso o da camera no modo automático para determinar os parametros e passo para o modo manual setando a mesma abertura e velocidade. Tem funcionado pois as fotos ficam boas.
Em macro, não consigo usar a regra da velocidade ser igual ou maior do que a distancia focal, quase sempre as pequenas aberturas exigem baixa velocidade.
Bem, Paulinho, acaba não fazendo diferença do automático pro manual então. :S


Leo Terra

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Resposta #9 Online: 15 de Junho de 2006, 21:24:46
Gabriel a Canon é PERFEITAMENTE ajustada ao padrão ISO.
Ela é signatária e usa o padrão ISO como referência de sensibilidade, pesquise um pouco mais sobre normatização antes de entrar nessa onda, porque em engenharia não existe esse papo de falar que segue uma norma e não seguir, isso pode caçar o diploma do engenheiro que assina o projeto.

A norma ISO define que o ponto de sensibilidade é o de máxima saturação da mídia... sensibilidade não tem ABSOLUTAMENTE NADA a ver com quão clara é a imagem, sei que é difícil para o leigo entender isso, mas o padrão ISO é definido matematicamente pela curva de saturação, a curva de saturação é o que define quão clara será uma imagem crua, além disso o pós-processo ou "revelação" são responsáveis por elevar ou não (a critério do fabricante) o quão brilhante será uma imagem. Câmeras digitais tem tendência a gerar imagens mais escuras pelo desequilíbrio do sensor para o lado da sombra, no caso a latitude da Canon colabora para geração de imagens mais claras. Isso tem um mundarel de implicações, uma delas é que a preservação de luzes altas se torna mais complexa, mas isso tudo tem tudo a ver com o equilíbrio e a qualidade da curva de saturação e não com sensibilidade que é bem definida matematicamente e tem a ver apenas com o ponto de máxima qualidade do sensor, que pode ocorrer de forma diferente dentro das curvas de saturação.

Esta é (inclusive) uma das maiores diferenças do filme para o digital, o filme tende a ter uma curva de latitude que favorece imagens bem mais claras, enquanto o digital favorece a formação de imagens mais escuras, o que modifica totalmente o comportamento da mídia em relação à câmera...

O padrão ISO está disponível na Internacional Standart Organization que é responsável por gerar padrões industriais internacionais.

É importante aprender a analisar a fotografia de forma mais técnica e principalmente matemática, infelizmente discutir equipamento a fundo é coisa para que domina bem a matemática, porque é tudo padronizado por equações matemáticas que tem que ser lidas e acima de tudo entendidas para sabermos as implicações que possuem na formação da imagem.
Por fim lembre-se sempre que no digital em JPG temos uma questão interessante, que é o fato de a "revelação" ser feita na própria câmera, ou seja, os processos que antes não eram vistos pelos fotógrafos normais (digo os normais porque poucos faziam a própria revelação, isso era coisa para os feras) continuam mascaradas na câmera, com a diferença de que agora em vez de dois padrões de correção (Fuji e Kodak) temos um padrão para cada fabricante.

Eu acredito (pela curva de latitude) que o maior brilho da Canon se deve à processamento da imagem (com um deslocamento forçado do 0 da latitude, como o feito no levels), mas para confirmar isso preciso de um teste de RAW puro, se o Renato quiser podemos fazer algo aqui em Ribs mesmo rapidinho.
 
Leo Terra

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Resposta #10 Online: 15 de Junho de 2006, 21:26:18
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Zyk, eu tinha uma pergunta bastante similar para fazer aos "experts" do fórum:
Como sou muito inexperiente em fotometria, normalmente uso 0EV e acho que está bom mas nem sempre o resultado é igual, quando vou fazer algumas fotos onde não posso errar, ou perder algumas por tratar-se de situações únicas, costumo colocar no modo automático, fazer a fotometria e usar os parametros no modo M.
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Em macro, não consigo usar a regra da velocidade ser igual ou maior do que a distancia focal, quase sempre as pequenas aberturas exigem baixa velocidade.
Paulinho, ai é mais negócio usar o automático direto que é mais rápido.
Já que vc não está pensando o resultado e está deixando por conta da câmera deixe de vez, use os modos prioridade e boa. :)
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Resposta #11 Online: 15 de Junho de 2006, 21:38:05
Paulo:

Quando o fotógrafo "obedece ao fotômetro" e principalmente quando ele usa modos de medição não pontuais (ou quase), aí o Roberto tem razão, ele está funcionando como o automático da cãmera, e seria equivalente usar um dos sistemas como prioridade de Abertura ou de Velocidade, conforme a situação.

Minha maneira de fotometrar hoje em dia é um arremedo do sistema de zonas. Eu pego um tom da cena, geralmente um tom claro ou um tom médio que seja importante, e meço tendo apretado o * antes (na 300d, a mesma câmera que a sua). Faço isso já com o diafragma escolhido em função do DOF que desejo. Dirijo o centro da lente para o ponto de meu interesse e então ponho esse ponto na Zona em que deve ficar na foto.

Fazendo isso os outros tons se arrumam em relação a esse e a fotometria tem ficado bastante do meu gosto, isto é, com certa naturalidade dos tons. Além disso é preciso vigiar as altas luzes também para evitar estourarem.


Xiru

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Resposta #12 Online: 15 de Junho de 2006, 23:41:58
Tá. E se...

... Imagine uma cena com a sombra duma árvore e com a parte "fora da sombra" bastante clara. O cara vai lá com uma reflex de filme e fotometra pra sombra. Deixa numa velocidade/diafragma que pra sombra marca o 0EV.E a área iluminada, fora da sobra, fica no limite de estourar, quase branco.

Aí ele com uma digital de 7 pontos de latitude (p. ex. -5EV / +2EV) ele faz a mesma foto, mesma velocidade e diafragma (que faziam o 0EV pra sombra na outra câmera). A parte iluminada estoura?
« Última modificação: 15 de Junho de 2006, 23:55:08 por Xiru »
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Roberto O. Almeida

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Resposta #13 Online: 16 de Junho de 2006, 01:07:16
Cara, Xiru, eu tava pensando exatamente nisso. A pessoa tem que tomar cuidado com a mídia e a latitude, realmente...

Provavelmente estouraria se a fotometria fosse a mesma. Me parece que nesse caso a slr é melhor nas baixas luzes, entao seria mais aconselhável fotometrar 1, 1/3 a 2/3 EV para menos e depois se tiver algum problema arruma no RAW. Mas aí vai de cada sensor realmente.

O bom do negativo é ele chegar próximo do branco, sem estourar e ainda manter uma saturação interessante. Em digital (maioria), bateu o branco ja era.

Mas no caso eu acho que tem um pouco de diferença do que o problema proposto pelo Zyk, por que no caso dele a fotometria seria feita com a digital e a foto com a 35mm. Raramente alguem vai fotometrar com uma 35mm e usar na digital, ja que todas vêm com fotometro.

No mais, acredito que pegar fotometria emprestada requer um cuidado especial com mídias de baixa latitude, como o cromo.
« Última modificação: 16 de Junho de 2006, 01:11:37 por Roberto O. Almeida »


Paulinho Cé

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Resposta #14 Online: 16 de Junho de 2006, 08:12:45
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Paulinho, ai é mais negócio usar o automático direto que é mais rápido.
Já que vc não está pensando o resultado e está deixando por conta da câmera deixe de vez, use os modos prioridade e boa. :)
Léo , eu uso o parametro do automatico como base de calculo, talvez eu não tenha me expressado bem.
O caso a que me referi, é quando faço imagens aéreas, e o vôo a R$ 1.000,00 a hora não permite erros. A primeira vez que fiz, tive que optar pela abertura determinada pelo fotometro da camera, e nas aéreas continuo fazendo da mesma forma,  garanto o DOF necessário para não perder as fotos.
Como sempre fiz macros, suponho saber aumentar a DOF diminuindo a abertura, velocidade, compensar a luz, etc.
Esses recursos me são dados pelo modo M, e voltar ao automatico seria um desperdício de tantas leituras sobre fotografia.



 
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