[Lordakner]

Uma foto não deve ser analisada isoladamente, muito embora o possa ser. Fotógrafo amadores ou de ocasião podem se dar ao luxo de ter uma análise solitária de sua obra. Um fotógrafo engajado não. Como analisar isoladamente um frame de uma Farkas, Salgado, Avedon ou Cartier-Bresson??? É impossível.
 

Oops! Não concordo. Fica parecendo um Non Sequitur, onde "Todo fotógrafo bom só faz boas fotos".
Bons fotógrafos fazem fotos "B***as"", assim como músicos bons fazem músicas péssimas e cineastas bons fazem filmes sofríveis.
Se a  foto "x" do Salgado (e eu sou fã dele) for boa, é boa. Se for fraca, é fraca.
Eles descartam fotos certamente, como qualquer mortal.
A foto "x" pode ser uma que ele esqueceu de descartar. 

[Humberto Yoji]

Oops! Não concordo. Fica parecendo um Non Sequitur, onde "Todo fotógrafo bom só faz boas fotos".
Bons fotógrafos fazem fotos "B***as"", assim como músicos bons fazem músicas péssimas e cineastas bons fazem filmes sofríveis.
Se a  foto "x" do Salgado (e eu sou fã dele) for boa, é boa. Se for fraca, é fraca.
Eles descartam fotos certamente, como qualquer mortal.
A foto "x" pode ser uma que ele esqueceu de descartar. 

Mas não é isso, Lord. Não é analisar já achando que é boa, nada disso. Eu sou um grande fã do Bresson, mas tem muita foto dele que eu não gosto em nada. Se pra mim a foto é ruim, ela é ruim, independente de quem tenha feito.


Mas é que quando a pessoa já tem uma obra conhecida, um estilo de fotografar, uma linguagem definida, não tem como não incluir esse conhecimento prévio em uma crítica. Mas não partindo do pressuposto que já é uma foto boa, nada disso, mas sim já imaginando o que o autor quis passar.

[Lordakner]

Mas não é isso, Lord. Não é analisar já achando que é boa, nada disso. Eu sou um grande fã do Bresson, mas tem muita foto dele que eu não gosto em nada. Se pra mim a foto é ruim, ela é ruim, independente de quem tenha feito.


Mas é que quando a pessoa já tem uma obra conhecida, um estilo de fotografar, uma linguagem definida, não tem como não incluir esse conhecimento prévio em uma crítica. Mas não partindo do pressuposto que já é uma foto boa, nada disso, mas sim já imaginando o que o autor quis passar.

Entendo e até posso concordar com alguns aspectos do "conhecimento prévio".
Mas eu vejo uma foto como uma música de um artista.
Eu tenho meus músicos prediletos, eu conheço a obra deles.
Mas algumas músicas simplesmente são "péssimas para caramba".
Mesmo dando um desconto ao "tentar imaginar o que o cara quis passar", de gostar do estilo geral dele... existem trabalhos de determinados artistas que são simplesmente péssimos mesmo.
Em qualquer categoria.
O problema é que o "conhecimento prévio" deveria ser um fator de "cobrança maior", não um atenuante.
Se eu gosto de Pink Floyd e eles lançam um uma música MUITO PIOR que Time, eu deveria estar usando Time para notar que essa nova música é fraca mesmo.
Senão fico parecendo Beatlemaníaco, que gostava até de espirro gravado de John Lennon. 

[mad666]

Pior q Beatlemaniaco sao os fãs de Renato Russo ( q apreciam musicas toscas do Aborto Eletrico em gravaçao caseira de 1982! ) e o Iron Maidem ( Bruce Dickinson arrotou eh musica ao ouvido dessa galera! ).

[Lordakner]

Pior q Beatlemaniaco sao os fãs de Renato Russo ( q apreciam musicas toscas do Aborto Eletrico em gravaçao caseira de 1982! ) e o Iron Maidem ( Bruce Dickinson arrotou eh musica ao ouvido dessa galera! ).

É o risco que eu procuro evitar.
Para mim não tem esse papo de "Ah, mas foi fulano de tal que fez." A exposição excessiva das obras de um artista determina, em muito, a aceitação das obras desse mesmo artista.
Se o cabra é bom mesmo, o critério com ele deve ser mais SEVERO, não mais condescendente.
Igual no Xadrez = Kasparov jogou mal, não estava no seu melhor dia e perdeu? Então AQUELA partida ele jogou mal e pronto. Pouco importa se é um Campeão Mundial com partidas belíssimas. E ainda vão falar que ele está esclerosando, porque jogou "Partida deCapivara".   
E ele vai ter de chupar a manga e jogar melhor a próxima.

[mad666]

O q eh uma Partida de Capivara!?

[Lordakner]

O q eh uma Partida de Capivara!?

Partida de Capivara é onde você joga como um Capivara.
Na gíria de Xadrez Capivara = Iniciante, Jogador muito fraco, que comete erros básicos. 

[Humberto Yoji]

Entendo e até posso concordar com alguns aspectos do "conhecimento prévio".
Mas eu vejo uma foto como uma música de um artista.
Eu tenho meus músicos prediletos, eu conheço a obra deles.
Mas algumas músicas simplesmente são "péssimas para caramba".
Mesmo dando um desconto ao "tentar imaginar o que o cara quis passar", de gostar do estilo geral dele... existem trabalhos de determinados artistas que são simplesmente péssimos mesmo.
Em qualquer categoria.
O problema é que o "conhecimento prévio" deveria ser um fator de "cobrança maior", não um atenuante.
Se eu gosto de Pink Floyd e eles lançam um uma música MUITO PIOR que Time, eu deveria estar usando Time para notar que essa nova música é fraca mesmo.
Senão fico parecendo Beatlemaníaco, que gostava até de espirro gravado de John Lennon. 

Mas esse que é o ponto, não estou dizendo que a foto é boa porque é do Bresson. Não estou considerando isso como um atenuante, nada disso.

Como eu disse antes, tem muita foto dele que não gosto. E quando eu falo muita, não é 3 ou 4, mas é muita mesmo! Talvez porque eu espere algo mais dele, talvez porque sejam ruins de fato.

Enfim, só estou dizendo que concordo com o Hyde, não tem como analisar uma foto (ou um quadro, uma música, um livro) dissociada do resto da obra do autor. Mas isso não quer dizer que só porque a foto é do Bresson que eu vou gostar, de jeito nenhum. Mas simplesmente não tem como ver uma foto, saber que é dele e não lembrar de todo o resto da obra.


PS: na minha opinião, o Pink Floyd lançou muita música muito pior que Time, principalmente depois que o R. Waters saiu...

[Lordakner]

PS: na minha opinião, o Pink Floyd lançou muita música muito pior que Time, principalmente depois que o R. Waters saiu...

X2.000
Pink Floyd sem RW é igual Genesis sem Peter Gabriel. Cairam para o nível de um Supertramp. Baladinhas bonitinhas. 

[Mr. Hyde]

Oops! Não concordo. Fica parecendo um Non Sequitur, onde "Todo fotógrafo bom só faz boas fotos".
Bons fotógrafos fazem fotos "B***as"", assim como músicos bons fazem músicas péssimas e cineastas bons fazem filmes sofríveis.
Se a  foto "x" do Salgado (e eu sou fã dele) for boa, é boa. Se for fraca, é fraca.
Eles descartam fotos certamente, como qualquer mortal.
A foto "x" pode ser uma que ele esqueceu de descartar. 

Ary, não é uma questão de analisar a foto a partir de dono da foto. Não é isso.
É analisar a foto em conjunto com a obra anterior dele. Muitas e muita vezes olhar um frame isolado não dá idéia do que ela trás de simbolismo com ela.

Por exemplo:

Exceto por ser um bonito P&B de grão fino (o que qualquer fotógrafo com um bom laboratório pode obter) e com uma desfoque e nitidez muito boas (que o equipamento e a opção correta de f-number podem proporcionar ((portanto longeeee de ser uma coisa de outro mundo))), a foto é simples. Bem simples. Uma menina, com um caderno, olhando diretamente para a lente.

No entanto, se olharmos no conjunto da obra anterior à essa publicação (Trabalhadores, Terra, Serra Pelada e Outras Américas) a foto bate forte. Ganha uma outra narrativa. As roupas puídas, o rostinho sujo, o caderno simples, a cadeira meio deteriorada e, especialmente, o brilho nos olhos angelicais nos faz, a cada um de maneiras diferentes, pensar muito sobre a situação do país, da educação, do futuro de nossas crianças, etc...

Então, não adianta olhar isoladamente uma foto de alguém que trás ou tenta trazer um discurso nela. Muitas vezes, sem o conhecimento complementar de quem é o autor e de sua obra pretérita, não se consegue fazer um julgamento completo daquele fotograma.

Outro exemplo de um fotógrafo pouco conhecido:

http://payload56.cargocollective.com/1/1/40579/3427728/FabioStachi_Reza_I.jpg

Estranhíssimo, né??
Desconforto, repulsa, ojerriza, medo, negativa, incômodo, etc..., tudo isso essa foto provoca. A reação natural é nós, ao observarmos ela e sentirmos alguns desses sentimentos, acharmos a foto ruim.
Mas olhando com olhos técnicos de fotógrafo que todos somos, começamos a perceber o bom controle de luz, o contraste bem trabalhado, a cena bem produzida, as sombras que tão narrativa estética, etc...
Aí, de repente, vamos procurar saber quem é e nos deparamos com um fotógrafo com uma linguagem estética e de discurso bem formada. E paramos para analisar a foto no conjunto da obra do cara e percebemos que a foto tem tudo a ver com o que ele produziu antes e depois e ela passa a, mesmo despertando todos aqueles sentimentos anteriormente descritos, fazer muito mais sentido que antes e nossa subjetividade passa a aceitar melhor esse fotograma, mesmo ele ainda sendo incômodo.

É nesse sentido aí que fiz minha colocação anterior.

[Lordakner]

Ary, não é uma questão de analisar a foto a partir de dono da foto. Não é isso.
É analisar a foto em conjunto com a obra anterior dele. Muitas e muita vezes olhar um frame isolado não dá idéia do que ela trás de simbolismo com ela.

Por exemplo:

Exceto por ser um bonito P&B de grão fino (o que qualquer fotógrafo com um bom laboratório pode obter) e com uma desfoque e nitidez muito boas (que o equipamento e a opção correta de f-number podem proporcionar ((portanto longeeee de ser uma coisa de outro mundo))), a foto é simples. Bem simples. Uma menina, com um caderno, olhando diretamente para a lente.

No entanto, se olharmos no conjunto da obra anterior à essa publicação (Trabalhadores, Terra, Serra Pelada e Outras Américas) a foto bate forte. Ganha uma outra narrativa. As roupas puídas, o rostinho sujo, o caderno simples, a cadeira meio deteriorada e, especialmente, o brilho nos olhos angelicais nos faz, a cada um de maneiras diferentes, pensar muito sobre a situação do país, da educação, do futuro de nossas crianças, etc...

Então, não adianta olhar isoladamente uma foto de alguém que trás ou tenta trazer um discurso nela. Muitas vezes, sem o conhecimento complementar de quem é o autor e de sua obra pretérita, não se consegue fazer um julgamento completo daquele fotograma.

Outro exemplo de um fotógrafo pouco conhecido:

http://payload56.cargocollective.com/1/1/40579/3427728/FabioStachi_Reza_I.jpg

Estranhíssimo, né??
Desconforto, repulsa, ojerriza, medo, negativa, incômodo, etc..., tudo isso essa foto provoca. A reação natural é nós, ao observarmos ela e sentirmos alguns desses sentimentos, acharmos a foto ruim.
Mas olhando com olhos técnicos de fotógrafo que todos somos, começamos a perceber o bom controle de luz, o contraste bem trabalhado, a cena bem produzida, as sombras que tão narrativa estética, etc...
Aí, de repente, vamos procurar saber quem é e nos deparamos com um fotógrafo com uma linguagem estética e de discurso bem formada. E paramos para analisar a foto no conjunto da obra do cara e percebemos que a foto tem tudo a ver com o que ele produziu antes e depois e ela passa a, mesmo despertando todos aqueles sentimentos anteriormente descritos, fazer muito mais sentido que antes e nossa subjetividade passa a aceitar melhor esse fotograma, mesmo ele ainda sendo incômodo.

É nesse sentido aí que fiz minha colocação anterior.

Concordo com seus argumentos.
Só que a foto da menina é uma BOA foto.
(Eu nem sabia que era do Salgado, é dele?)
Me lembrou "A Menina Afegã".
O problema é que quem não teve acesso à obra anterior do Salgado provavelmente vai achá-la boa também.
A Obra do Salgado é Magnífica.
Essa foto é boa.
Acho até que merece estar presente no conjunto da obra dele.
Mas, que ele deve ter umas fotos horríveis esquecidas no pendrive, deve.
E, se eu achar o pendrive do Salgado com uma das fotos descartadas dele?
 

[Mr. Hyde]

Ah, e foto ruim é foto ruim e ponto.

Já que estamos no HCB: http://images.londonstreetphoto.org/wp-content/uploads/2011/10/cartier-bresson-behind-saint-lazare-train-station-1932-699x1024.jpg

Tecnicamente a foto é muito ruim. e eu já disse isso aqui no MF algumas vezes.
No entanto ela se tornou icônica, não por ser do HCB, mas por ser a ponta de lança de um novo postulado em fotografia (derivado do budismo): O momento decisivo.

[Mr. Hyde]

Concordo com seus argumentos.
Só que a foto da menina é uma BOA foto.
(Eu nem sabia que era do Salgado, é dele?)
Me lembrou "A Menina Afegã".
O problema é que quem não teve acesso à obra anterior do Salgado provavelmente vai achá-la boa também.
A Obra do Salgado é Magnífica.
Essa foto é boa.
Acho até que merece estar presente no conjunto da obra dele.
Mas, que ele deve ter umas fotos horríveis esquecidas no pendrive, deve.
E, se eu achar o pendrive do Salgado com uma das fotos descartadas dele?
 

Vende e faz uma grana preta, queimando o cara...rs

É claro que o S.S. tem fotos ruins. Deve ter umas trocentas. Mas o fato é que ele não publica.
Nem o HCB o fazia.
É bem conhecida a história dele ter recortado todos os fotogramas dele no começo da 2º Guerra Mundial e jogado tudo que não era bom fora. E enterrado as melhores.
E ele fez isso 9descartar o ruim e só manter o bom) durante toda a vida.
Isso também é o diferencial um bom fotógrafo de um ruim. ssaber o que publicar.

[Lordakner]

Ah, e foto ruim é foto ruim e ponto.

Já que estamos no HCB: http://images.londonstreetphoto.org/wp-content/uploads/2011/10/cartier-bresson-behind-saint-lazare-train-station-1932-699x1024.jpg

Tecnicamente a foto é muito ruim. e eu já disse isso aqui no MF algumas vezes.
No entanto ela se tornou icônica, não por ser do HCB, mas por ser a ponta de lança de um novo postulado em fotografia (derivado do budismo): O momento decisivo.

Talvez porque "Ruim" e "Boa" possam variar.
É uma foto que talvez mexa com alguma arquétipo das pessoas, sei lá.
Entre ela e a da menina, eu ficaria com a da menina. Disparado. Mas aí é gosto.

[Mr. Hyde]

Ah, e sim!
A foto da menina é do Sebastião Salgado!