Autor Tópico: Cálculo de longa exposição em filme 35mm  (Lida 12173 vezes)

Lucas Estêvão

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Online: 14 de Junho de 2013, 11:52:54
Buenas!

Sempre gostei de longas exposições e mais propriamente de star trails, mas nunca fiz uma. Sei que na digital o processo passa por fazer várias longas exposições de alguns poucos minutos e unir elas na pós-produção, porém no filme sei que isso pode ser feito em apenas um frame.

Gostaria de saber como se faz o cálculo desse tempo dessa exposição visto que observei alguns relatos de imagens com 1 hora de exposição e outras de 4 horas.

Abraços!
« Última modificação: 14 de Junho de 2013, 11:54:06 por lestevaos »


Luciano.Queiroz

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Resposta #1 Online: 14 de Junho de 2013, 16:08:09
Particularmente não acho nada fácil calcular tempos de longa exposição no digital quando a luz é tão baixa que o fotômetro da câmera já está sem função. Em alguns casos tento subir o ISO e diminuir abertura só pra calcular uma exposição mais correta, e depois manualmente vou ajustando baseado na medida que fiz... Na maioria das vezes vou meio na tentativa e erro mesmo..

Não sou expert em filmes, mas pelo que sei cada filme precisa de uma compensação diferente para longa exposições... Então, além de calcular o tempo necessário precisa usar uma tabela própria do filme que tá usando pra compensar a exposição longa.

por exemplo, tem essa tabela de compensação no link, na página 02: http://www.ilfordphoto.com/Webfiles/20106281054152313.pdf

Veja nesse caso que pra 30 segundos real, deve compensar pra 175 segundos.. como na maioria das vezes o gráfico é exponencial, se a longa exposição que pretende é de por exemplo 1 hora real, a exposição compensada deve ser altíssima!!!!

« Última modificação: 14 de Junho de 2013, 16:10:21 por Luciano.Queiroz »


Lucas Estêvão

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Resposta #2 Online: 14 de Junho de 2013, 17:00:30
Pois é, na digital eu faço que nem tu, Luciano, abro toda a lente e toco em ISO 6400 e vou descendo ponto a ponto e compensando no tempo da exposição.

Bem interessante o que trouxe sobre a tabela de compensação. Vou pesquisar mais a respeito disso. :ok:

Queria ver o Braga.SP nesse tópico. :)


Mr. Hyde

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Resposta #3 Online: 14 de Junho de 2013, 18:42:45
Movendo tópico...

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Lucas Estêvão

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Resposta #4 Online: 14 de Junho de 2013, 18:46:53
Movendo tópico...

Não entendi a movida. Ao meu ver não se trata de equipamento, mas sim sobre fotografia pura.
Se a sala se chamasse "Fotografia com filme" (pra evitar o termo "analógica") faria mais sentido, pois com o nome atual dá a ideia de se tratar apenas sobre hardware.


Braga.SP

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Resposta #5 Online: 14 de Junho de 2013, 20:38:01
Não há nada de complicado nisso, nem se deve usar fórmulas mirabolantes para fazer a exposição correta do filme.

Os filmes fotográficos são concebidos para "responder" a uma (pré) determinada intensidade de luz em um (pré) determinado tempo de exposição. Isso vale pra cima e pra baixo, isto é, tanto em velocidades muito lentas (longa exposição) quanto as exposições muito rápidas. As exposições que excederem, irem além desses limites, então  o filme não vai responder mais. Quero dizer: não mais vai registrar a coisa corretamente. A isso chamamos FALHA DE RECIPROCIDADE.

Pesquise no Google por "Falha de Reciprocidade" e "Reciprocity Failure" e você vai ver que retorna uma caralhada de informação, bem, quero dizer..., um calhamaço de informação  :assobi: a respeito desse tema.

A tal Falha de Reciprocidade deve ser corrigida em conformidade com o que vai ser usado. Por exemplo: se um filme aguenta a exposição até 10 segundos, acima disso se o seu fotômetro acusar uma exposição de 20s, então haverá a necessidade de se acrescentar um tempo a mais em cima disso para que o filme "entenda" que aquilo é, ou deveria ser, 20 segundos. Nesse aspecto, o próprio fabricante do filme já disponibiliza os números que são conhecidos desde sempre. Desde o produto começou a ser vendido.

Importante: eu disse agora há pouco "...Isso vale pra cima e pra baixo...". Certo?! Sim, é assim mesmo! Existem câmeras cuja velocidade do obturador alcançam até 1/8000s. Nesse outro extremo também há necessidade de se compensar a porra da Falha de Reciprocidade.

Cada filme tem seu próprio limite. Alguns, em longas exposições, toleram no máximo até 30 segundos e depois disso precisa compensar. Tem filme, no entanto, que aguenta firme e forte até 4 minutos de exposição sem nenhuma, repito, nenhuma necessidade de compensação. Este que falo agora é o Acros P&B.

Tomemos, como exemplo, esse sujeito que eu gosto muito: o filme, Neopan Acros 120, ISO 100 (falei 120, mas também existe em 35mm e grande formato). Pois bem, a Fuji oferece o Data Sheet do produto com tudo o que a gente precisa saber a respeito dele. Vejam: http://www.freestylephoto.biz/static/pdf/product_pdfs/fujifilm/NeopanAcros100.pdf

Outra coisa legal de se comentar é o fato de que exposições muito longas também tem que se compensar no tempo de revelação. E aí as variantes são muitas: tipo de revelador, revelação N, N+1, N-1, N+2,N-2, se se pretende revelar pra escanear ou pra ampliar (no ampliador, claro!), enfim, há mais detalhes a serem considerados.

Resumo da ópera: o cálculo que se faz para longa exposição é, e sempre será, o mesmo que se usa para as exposições ditas normais; acrescente-se a isso a necessidade (ou não) de se compensar aquilo que o filme não aguenta fazer sozinho.

E, por fim, mesmo com as bulas do fabricante, mesmo com as milhares de tabelas que a gente encontra na web, acaba-se aprendendo com o tempo e com a experiência que os "nossos números" serão mesmo "nossos", isto é, cada um ajusta a receita conforme o próprio paladar. Você parte um referencial, mas depois você vai, sim, sentir necessidade de fazer ajustes.
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pauloh

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Resposta #6 Online: 14 de Junho de 2013, 21:05:39
O que eu costumo fazer em longas exposições em filme é usar a câmera digital antes em tentativa e erro. Depois disso uso essa exposição como base na câmera analógica, e claro, corrigindo a exposição por causa do erro de reciprocidade.
Fiz algumas fotos noturnas com o Provia 100F (exposições de até 15 minutos) e com o Velvia 50 (até 30 segundos de exposição) e obtive bons resultados.
Sobre o erro de reciprocidade usei as tabelas disponíveis nos PDF's dos filmes no site da FujiFilm.


Lucas Estêvão

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Resposta #7 Online: 14 de Junho de 2013, 23:12:02
Excelente, Braga. Como eu imaginava que seria, uma aula.

Paulo, boa saída. Pensei nisso também, pois senão tu passa a noite fotografando sem saber se vai sair alguma coisa decente, porém quanto à reciprocidade eu não saberia compensar antes dessa resposta do Braga e tua.

Muito obrigado a todos até aqui, mas o papo não terminou ainda. Quem quiser colaborar é muito bem vindo.


Braga.SP

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Resposta #8 Online: 15 de Junho de 2013, 00:09:33
Vou tentar me antecipar a um puxão de orelha.  :assobi:

Sobre a reciprocidade do Acros, eu disse até 4 minutos, né?! Aí a gente vai ler o Data Sheet daquele filme e lá vamos encontrar:

Reciprocity Characteristics
No exposure compesation is required for exposures at shutter speeds of less than 120 seconds. However, for exposures of 120 seconds or longer, provide the compensation indicated below


Bem, os tais 4 minutos não fui eu quem inventou. Isso já foi exaustivamente testado por gente renomada no ramo; fotógrafos respeitadíssimos no mundo inteiro. Portanto, trata-se de uma informação já difundida como verdade e, mais do que isso, tem sido usado por muita gente. E, funciona!

E por quê a Fuji diria, oficialmente, a metade desse tempo? Eu respondo: sei lá, vá perguntar pra eles!  :D Talvez uma margem de segurança? Talvez uma...? Ah! deixa pra lá, não sei e pronto! Só sei que a gente bota lá até 4 minutos e... FUNCIONA!!!

Algo semelhante acontece com a especificação da sensibilidade (o ISO) de muitos e muitos filmes por aí. O próprio Acros, de novo ele como exemplo, na embalagem o ISO NOMINAL é 100. Mas dependendo do revelador a ser usado, já se provou que ISO 100 é o nominal, mas o REAL pode ser ISO 80 ou ISO 64. Tem gente que usa como 80; tem gente que usa como 64.

Nesse ponto, a essa altura da conversa, a gente começa a trabalhar com mais um elemento: além do ISO que tanto se fala, na tabelas de tempo de revelação vamos nos deparar com um tal de EI (Exposure Index). Esse troço aí nada mais é que o ajuste do ISO que se fez na hora de expor o filme. Algo como: pega-se um filme Acro ISO 100 e ajusta-se a câmera para usá-lo como ISO 80. Então: ISO 100; EI 80. E, revela-se pelo EI, lógico!
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Luciano.Queiroz

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Resposta #9 Online: 15 de Junho de 2013, 11:14:48
interessante seus comentário Braga... sabia de algumas poucas coisas disso e você acrescentou bastante.

Mas uma dúvida.. é possível uma exposição de 1, 2, 3, 5 horas com filme? Como calcular isso?? E outra, no caso de um rolo de filme, é possível fazer uma exposição longa como essa no meio de exposições "normais" e revelar tudo junto no filme? tem experiência com isso? A maioria dos folhetos de filmes só diz até cerca de 30 segundos..

« Última modificação: 15 de Junho de 2013, 11:16:40 por Luciano.Queiroz »


Braga.SP

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Resposta #10 Online: 17 de Junho de 2013, 16:33:44
interessante seus comentário Braga... sabia de algumas poucas coisas disso e você acrescentou bastante.

Mas uma dúvida.. é possível uma exposição de 1, 2, 3, 5 horas com filme? Como calcular isso?? E outra, no caso de um rolo de filme, é possível fazer uma exposição longa como essa no meio de exposições "normais" e revelar tudo junto no filme? tem experiência com isso? A maioria dos folhetos de filmes só diz até cerca de 30 segundos..

Luciano,

Me perdoe, cara. Eu não sei muito sobre longas exposições, nem nunca tentei. Pelo menos essas de 3 ou 4 horas. Eu tenho um amigo que as faz, em chapas 8x10, ele próprio revela seus filmes e depois escaneia e dá saída digital em papel de fibra de algodão, quase sempre no Hahnemühle. Da última que estive na casa dele, vi uma fotos prontas desse jeito, com altura de 80 cm e largura acho 1,20 ou perto disso.

Im-pre-ssi-o-nan-te!!!!! Que coisa linda.

Ele faz aquilo que recomenda o Ken Lee: "tirar o que de melhor existe nos dois mundos". Nesse ponto o Ken tá falando de captura com filme e processamento/saída no digital.

Vou falar com esse amigo, vou aprender um pouco mais sobre o assunto e depois comento aqui. Enquanto isso...

http://www.hahnemuehle.com/site/en/169/home.html

http://www.kenleegallery.com/index.php

Prometo voltar aqui com algum comentário lá do meu amigo filósofo (por formação acadêmica) e artista (por sua natureza intrínseca), o Zé Luís.
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AFShalders

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Resposta #11 Online: 17 de Junho de 2013, 17:15:15
Braga,

Fazia tempo que não ouvia ninguém falar em reciprocidade hehe... Boa explicação, não faltou nada.

Luciano,

É possível sim, já fiz exposições de 6 horas, mas a partir de 30 minutos já entra no reino da tentativa e erro. A resposta dos filmes varia muito de acordo com o tipo.


Braga.SP

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Resposta #12 Online: 19 de Junho de 2013, 09:45:32
Braga,

Fazia tempo que não ouvia ninguém falar em reciprocidade hehe... Boa explicação, não faltou nada.


Rsrsrsrs... pois é, reciprocidade... ninguém mais fala nisso, né!!!!  :(

Engraçado é olhar pra trás e me lembrar da primeira vez que vi a fotografia de modo mais sério. Bem no início da década de 90 – talvez 91 ou 92, não lembro – foi quando fiz um curso básico e comprei a minha 1ª câmera: uma Pentax K-1000 com lente 50mm f/2. Eu a tenho aqui comigo até hoje. Isso foi na AP Optical, aqui em SP, mas naquela época eu morava em Valinhos-SP. E, lógico, a câmera era novinha, zero côco, com nota fiscal e tudo, primeiro dono.

E por quê "engraçado"?! Porque lá se vão mais de vinte anos e eu ainda me vejo dizendo coisas assim: "Não sei como faz"; "Preciso aprender o que é isso"; "Vou pesquisar para saber mais"; "Eu nunca..."; e, por aí vai. Tudo isso pra falar de Fotografia Química, com filme. Se eu partir pro digital... xiiiiiii... aí fudeu tudo. Nessa área eu sou um analfabeto.  :assobi:
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Braga.SP

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Resposta #13 Online: 19 de Junho de 2013, 11:08:04
Luciano,

Me perdoe, cara. Eu não sei muito sobre longas exposições...


Luciano,

Falei com o Zé. Como sempre, um cara pronto pra ensinar a qualquer momento; ele tem uma humildade ímpar nesse mundo; uma pessoa a quem dedico muito respeito.

Ele me falou detalhadamente sobre sua rotina de trabalho e fotos com exposição exageradamente longas (três, quatro... seis horas). Disse que não é nada diferente do que se faz com as "longas normais" e que nós já conhecemos: aquelas de 1s, 10s, 30s, 1 minuto.

O cálculo pra seis horas de exposição é exatamente o mesmo que se faz para uma de um minuto. Simples, né?! Convém lembrar que a compensação é exponencial e, por isso, é bom também lembrar que a maioria das nossas objetivas p/ câmeras 35mm fecham até f/16 ou f/22. Em médio formato é comum ver lentes que fecham até f/32. Já em Grande Formato isso vai até f/45, f/64, ou mais (eu já vi lente com f/128). Não sei se existe, eu não conheço, mas, hipoteticamente, vamos imaginar uma lente pra 35mm que vá até f/64 e o fotômetro acusou o tempo de 30 segundos para f/11. Vamos fechar o obturador?
  • f/11: 30 segundos
  • f/16: 1 minuto
  • f/22: 2 minutos
  • f/32: 4 minutos
  • f/45: 8 minutos
  • f/64: 16 minutos

Mete um filtro laranja nessa lente, dispara o obturador no modo B (com trava no cabo) ou no modo T e você pode ir na padaria da esquina tomar um café. Relaxa, dá tempo!!!!! Tem UMA HORA ou mais pra fazer isso.

O que torna uma exposição longa ou loooooonga é o acréscimo das compensações necessárias por elementos que são inseridos, que são implementados, no ato da captura da imagem.

Desse modo, falemos então de alguns deles (claro, ainda existem muitos outros).

Filtro

Você vai fazer uma foto P&B e quer usar um filtro laranja. Varia conforme a marca/modelo do filtro, mas ele rouba (escure) mais ou menos dois f/stop's de luz (o tal dos "dois pontos" de luz que normalmente usamos dizer). Então vamos lá: se uma leitura de fotômetro, inicialmente, for de 60 segundos, acrescentar + 2 f/stop para um filtro laranja, isso já vai para 4 minutos de exposição.

Assim:
  • Sem filtro: 1 minuto (ou 60s)
  • Filtro amarelo: acrescente 1 f/stop e isso dobra para 2 minutos
  • Filtro laranja (do exemplo acima): acrescente 2 f/stop e isso dobra para 4 minutos

Imagine que se queira usar um filtro amarelo + um filtro ND4 (densidade neutra). A compensação é cumulativa, isto é, soma-se a compensação de cada um deles.

Reciprocidade

O teu fotômetro indicou 60 segundos de exposição. Vai fotografar com um Acros ISO 100 ou prefere usar um Fomapan ISO 100? Se for de Acros então "táca" lá na câmera os 60s e manda bala, vai ficar tudo certo. Se for de Foma... peraí um pouco porque vc vai precisar compensar a reciprocidade do filme porque esse filme não conhece esse tempo, a gente precisa dar mais um tempinho pra ele captar a luz equivalente a um minuto.


Macrofotografia

Importante: vamos levar em conta aqui a fotografia em grande formato; seja uma View monotrilho ou seja uma Field, levemos em consideração uma câmera que tenha fole.

Pois bem, tomemos como exemplo o uso de uma câmera GF 4x5 com uma lente 210mm. Com ela vai se fazer uma macro, em estúdio com luz contínua (portanto, luz controlada). Inevitavelmente, nesse caso, a se fazer a macro será necessário estender (esticar) o fole de modo a se obter a magnificação desejada, ou seja, a proporção que se quer, 1:1 (um pra um), por exemplo.

Aqui ocorre outro tipo de compensação: a do fole.

Se é uma lente 210mm e o fole está esticado a 30cm, ou 35cm, a distância do ponto nodal da lente até o plano do filme vai além da distância focal da objetiva usada (por isso é macro) e há aí um fenômeno que envolve a ótica (na verdade, a Física). O que acontece é que parte de luz que atravessa a lente acaba se perdendo dentro do fole, no caminho até o plano do filme. Claro, que isto que estou dizendo é simplificado demais, mas eu não tenho conhecimento técnico pra explicar mais ou melhor que isso. Então é assunto para os especialistas, não para um zé mané como eu.

Assim, há uma regra, uma formulinha pronta, para calcular essa perda da intensidade de luz. Então, "táca" um tempo adicional também para ajustar esse troço aí.

Luz Natural

A situação anterior, a da macrofotografia com camera GF, foi citada considerando a luz (artifical) contínua e controlada de um estúdio.

Imaginemos uma longa exposição com luz natural. Caramba! A luz muda!!!! Basta pensar que uma longa exposição de 5 horas, por exemplo, que comece às 13h00. Às 14h00 é uma coisa mas às 17h50 é completamente diferente. Isso sem falar que se passar uma nuvem na frente do sol... bem, já dá pra imaginar o drama, né?!

Essa situação nos obriga, sem nenhuma dúvida, a ficar monitorando o tempo todo essa luz, com um fotômetro de mão, para que se faça as correções necessárias.

Nesse sentido, o Shalders está ABSOLUTAMENTE CERTO quando ele diz: "...mas a partir de 30 minutos já entra no reino da tentativa e erro.". E nem é preciso explicar porque.

Convite

Depois disso tudo, eu gostaria de deixar aqui um Convite à Reflexão:

  • O acessório MAIS IMPORTANTE nesse tipo de fotografia é um bloco de papel e uma caneta.
  • O Edward Weston fazia looooongas exposições de até uma semana. Sim, isso mesmo: cinco, seis ou até sete dias. Ele abria o obturador no início da manhã e fechava no final da tarde.
  • Fico pensando... Uma foto com exposição de 6 horas da janela da minha casa. Depois de 5½ horas passa na rua um caminhão bem pesado e aquela vibração no solo chega até o tripé que estou usando.

Legal, né?!!!

 >:(  :aua:




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« Última modificação: 19 de Junho de 2013, 11:20:03 por Braga.SP »
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fkuhne

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Resposta #14 Online: 19 de Junho de 2013, 11:38:49
nossa, que aula esse tópico...  :clap: :ok:
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