Bem, "hora de parar de comprar". Sim senhor, heim, assunto complicado!!!
Eu não sei dizer exatamente QUANDO, mas vou dizer exatamente COMO eu descobri essa minha hora de parar de comprar. Vagamente me lembro porém sem muita certeza, acho que foi no início desse ano. Estava eu a fuçar nas minhas coisas, procurando nada porque eu nada tinha pra fazer naquele momento. Eis que me deparo com uma câmera estranha, mal me lembrava dela e só a vi porque a danada pulou no meu colo. Quase que me dizendo; "me pega", "me usa", "vamos sair juntos hoje?" (hehehe.... conotação sexualmente apimentada de um cara que já não pega mais nada, além de gripe).
Mas o fato é que aquela pobre câmera estranha, estava entre as minhas outras câmeras, muitas câmeras, e logo eu tive a certeza de tê-la comprado um dia mas... nunca, repito, NUNCA ter feito uma única, de uma merda de uma foto, com aquela pobre coitada. Ou, coitado de mim, sei lá!
Então fui buscar a pastinha de documentos e.... papel pra lá, papel pra cá, finalmente achei a documentação que me gerou aquela aquisição. Hã? O quê?! Não é possível!!!! Já fazia três anos que eu tinha comprado a tal câmera e nunca sequer havia colocado um filminho nela.
Daí, obturador já meio preguiçoso, lente com alguma poeirinha e muita poeirona por fora, no corpo. Diante daquela situação, naquele instante, veio bateu um estado de letargia mental cuja percepção mais parecia com aquela que tive um dia, num passado já distante, quando tomei um porre com a pior vodca que pode existir no mundo. Coisa de adolescente.
Além disso de tudo, lógico, também me veio um sentimento ruim de arrependimento e de culpa; aquela cobrança que me vinha da consciência e aquilo me fez parar pra pensar: "Que insanidade é essa?!".
De lá pra cá as coisas estão sendo diferentes. Claro que não serei hipócrita em afirmar que nunca mais vou comprar mais nada. Estaria mentindo pra mim mesmo. Mas combinei comigo mesmo que pra cada coisa nova adquirida, não uma mas duas ou mais semelhantes teriam de ir embora.
Consegui fazer até melhor do que isso. Consegui vender numa proporção acima daquela inicialmente prevista e acordada comigo mesmo. Confesso me sentir muito melhor agindo assim.
Meu objetivo é ficar com o mínimo necessário porque prefiro – somente agora, eu sei – gostar mais de fotografia do que de câmeras. Estas últimas são ferramentas de e para obtenção da primeira.
Que o Papai Do Céu me permita continuar empenhado nesse propósito, nessa luta, que só me fará bem.