Algumas pessoas nao tem ideia de valor, custo/beneficio.
Eu curto muito essas historia de pessoas que reclamam do preco falando que o fulano do outro lado da rua faz mais barato. Eh bom de mais poder dizer "boa sorte entao".
Pois é, Marcio...
Pode ser que alguém aqui tenha lido meu post e me achado arrogante, convencido e tals...
MAs o fato é que chega um momento, que a gente cansa de ser saco de pancada. Cansa de ser feito de trouxa.
Imagina no caso que citei, se eu emprestasse o estudio pro sujeito, ou cobrasse baratinho?
-A mulher ia usufriur da minha estrutura, pagando o preço do lambe lambe;
-O lambe lambe, que deveter dito alguma asneira pra fechar o contratinho, ia usufruir da minha estrutura, sem ter que efetivamente pagar por isso;
-O estudio, a estrutura de atendimento, que é um dos meus diferenciais em relação ao sujeito, (e a gente sabe que serve pra chamar cliente), ia pelo ralo.
Agindo como eu agi, a mulher deve ter pensado assim:
PQP, o que eu ganhei de desconto com esse cara enrolado eu perdi alugando estudio, na próxima me esperto e contrato alguém que tenha."
Se eu tivesse deixado baratinho, ela ia pensar assim:
Ah, contratei o fulano, muito mais barato que o Mike, e ainda usei o estudio do cara. Como sou esperta"
Já fui em um dentista que tinha um consultório velho, com equipamentos antiquados, em um prédio feio caindo aos pedaços. O cara pode ser o mestre supremo jedi ninja da odontologia, mas eu não senti firmeza. Pode ser que tenha doutorado em Harvard, mas não tinha nada na parede. Não seu que cursos fez, onde estudou, se já teve premiações ou processos na justiça, então decidi com o que eu tinha em mãos e procurei outro. Tudo faz parte do marketing: boas fotos, boas recomendações, site, local, apresentação, roupa, equipamentos etc. Um fotógrafo pode ser reconhecidamente o melhor do ramo, se não conseguir transmitir isso para o cliente, pode perder um trabalho para um não tão bom mas que passe ao cliente a sensação de maior valor. Num mundo ideal, apenas o resultado final seria levado em conta, mas somos pessoas e não máquinas, gostamos de um bom papo, um cafezinho, um ambiente agradável...
Quando fui contratar um profissional para meu casamento, gostei do trabalho de 2 pessoas, ambas bem recomendadas. A primeira tinha uma sala comercial barulhenta e atulhada de coisas, com 5 mesas para atendimento, gente entrando e saindo, parecia o Poupatempo. Quem nos atendeu foi uma das atendentes, não o fotógrafo. Nos mostrou toneladas de álbuns excelentes, e o preço estava dentro de nosso orçamento.
A segunda profissional nos atendeu em sua casa/estúdio, sozinhos, esquema do Mike com suco, café, sonzinho ambiente. Era super extrovertida, rolou um bom papo, demos risada... Mas gastou mais de uma hora explicando super detalhadamente o serviço, seu modo de trabalho, fez questão de não deixar qualquer dúvida ou ponto em aberto. Também tinha um portifólio excelente e um preço dentro do nosso orçamento.
Escolhemos a segunda opção. Não tínhamos a menor ideia de qual equipamento nenhum dos dois tinha, que cursos tinham feito, quanto tempo de mercado tinham, nada disso. À época eu não tinha o menor interesse por fotografia, então nem me importei. Depois de alguns anos ela mandou uma mala direta oferecendo a todos clientes as fotos em alta resolução em DVD. Como eu já estava mais interessado, perguntei se eram os arquivos RAW. Adivinham só, ela respondeu que fotografa só em JPG! Fiquei bem assustado, mas depois pensei melhor: se o álbum ficou ótimo, e a noiva ficou contente, que diferença faz??
Fica então o relato de um cliente, que necessariamente não representa a maioria, mas se posso dar um conselho, é: Busque saber o que os potenciais cliente valorizam, e sabendo isso, pode ter duas atitudes (ou até uma combinação das duas):
- Adequar-se e oferecer o que os clientes buscam, ou
- Buscar clientes que valorizem o que você oferece.
Nâo existe certo e errado nem receita de sucesso, posso ser o cara que tira foto no resort e vende a 10 reais, posso ser o que vende uma cobertura de casamento a 10 mil, o importante é eu saber o que tenho para oferecer e quem está disposto a comprar.
Cara, exato!
Esse seu relato explica a imensa maioria dos consumidores de fotografia.
Em MAringá, tem aproximadamente 30 casamentos por semana, no mínimo dos mínimos. Nem todos os noivos são membros do MF, pra entender de Full frame, lente L e o escambau. O povo quer conforto, bom atendimento, etc... Lógico, não vão chamar o cara ruinzão, porque foto ruim demais até cego enxerga, hehehehe...