deixa eu fazer um apanhado geral…..eheh
bom….olhando as fotos que vc postou aqui
da a impressão que vc utiliza uma linguagem em primeira pessoa,
esse conceito criado por Robert Frank em 1955 com o livro "The Americans"
cria uma cisão na fotografia, (do outro lado está a fotografia clássica Bressoniana)
onde a maioria dos fotógrafos americanos apartir do anos 60 toma parte
como: Lee Friedlander, Gary Winogrand, Diane Arbus e Joel Meyerowitz, entre outros….
essa linguagem é a idéia de passar uma opinião pessoal sobre tudo o que vc ve,
é o olhar subjetivo sobre as coisas, e a presença do fotografo
é percebida por nos, que olhamos essa fotos,
a posição que vc toma ao tirar uma foto fica evidente através do seu olhar…..
por exemplo, essa foto "Pedrinhas"
a posição que vc estava em relação ao menino e ao chão,
o desfoque proposital
(me lembra essa foto
http://farm7.staticflickr.com/6026/5976531691_85451c737b_o.jpg),
a utilização de grande angular(pelo menos me parece)
toda essa intencionalidade reforça sua opinião sobre a cena que vc viu…..
no "Retratos de uma amizade" como no " La dolce vitá" o olhar das meninas denuncia a sua presença
vc faz parte da foto como uma terceira pessoa, apesar de vc apresentar o trabalho
como se fosse um dueto, principalmente na duplicidade de imagens QUASE idênticas,
como se fossem dípticos (referencia a Duane Michals) pequenas histórias de um enredo
maior que foi esse passeio e registro….
"Nas praias do Báltico" eu vejo um força muito maior nas fotos coloridas
que nas p&b, em cor faz mais sentido a idéia de que nada na vida é banal
e um singelo passeio pela praia pode ser um grande acontecimento
para alguém que esta descobrindo o mundo……
no "Rolezinho" eu acho o conjunto o mais fraco….
mas com algumas das melhores fotos, como o da banca de jornal
e os reflexos(daria um excelente tríptico)
Gostei do que vc disse sobre...
(Hoje me sinto mais liberto por ter entendido que não é muito viável se limitar aos desejos alheios. Os nossos gostos, percepções, sensações mudam num ritmo diferente ao do mercado. E o mercado não é uma massa homogenea e de percepções convergentes o tempo todo. O que faz com que fica inviável segui-lo e manter-se satisfeito com os resultados obtidos.)
eu sempre falo que nos não fotografamos com os olhos, fotografamos com o cérebro
e é preciso alimenta-lo com muita imagem de outros fotógrafos, pintura, escultura,
literatura, música, cinema, etc, etc tudo que possa mudar constantemente
a nossa referencia de mundo, nossa percepção sobre a realidade.
entender o que vc ve e como ve……
abs
Paulo