No tópico sobre comprar ou não um scanner (
http://forum.mundofotografico.com.br/index.php?topic=95760.new;topicseen#new), há diversas opiniões sobre o assunto. Mas o fato é que digitalizar o filme pode ser apenas o primeiro passo de uma longa série para se chegar a um resultado decente.
Vejam por exemplo uma das imagens com que me deparei olhando os arquivos da família:
Como se pode ver, essa imagem está com vários problemas. Tem a questão da sujeira e dos fungos, que, como falei, ICE nenhum dá jeito. A imagem também está com as cores esmaecidas - algo muito comum com certas emulsões que eram usadas antigamente. E também há uma falta geral de contraste (embora eu não saiba dizer se isso é decorrente da passagem do tempo ou de exposição errada causada pelo flash). Detalhe: neste passo, o ICE já havia sido utilizado! O que fazer com uma imagem dessas?
Bem, uma regra minha é que a imagem a ser tratada não é um objeto imaculado, e assim não tenho problemas em cortar aquilo que eu achar desnecessário e que dificulte meu trabalho, desde que isso não prejudique a intenção original da foto - neste caso, retratar meus tios (no centro da foto) e suas amigas. Assim, comcei fazendo um pequeno corte na imagem, eliminando os azulejos brancos no lado esquerdo da foto.
Em seguida, a correção das cores. O VueScan tem métodos de correção automáticos de cores, que ajudam a restaurar a vivacidade das imagens automagicamente. Além disso, é sempre possível também usar a opção de níveis para tentar encontrar o balanço de branco adequado.
Quanto a tirar os riscos e sujeiras, eu uso o filtro "Genéricos->Erodir"do Gimp, que encolhe as áreas mais escuras da imagem. Deve-se usá-lo com parcimônia, pois ele altera a estrutura microscópica da imagem, e seu uso repetido pode levar a estranhos resultados. Após esse passo, para o que sobrar, não tem jeito. O negócio é ir clonando. Para tirar os problemas do fundo, pode-se também limpar uma pequena área e usar a textura resultante para fazer o preenchimento, preservando as áreas que não se deseja afetar.
Finalmente, pode-se também fazer uma incrementada no contraste e na nitidez. O resultado final foi este:
Vejam que ainda existem algumas imperfeições: o contorno da beca do formando é "nítido demais" em relação ao fundo, por exemplo; além disso, não tive paciência para tirar todas as manchas amarelas das roupas brancas. De qualquer maneira, esta imagem agora é uma imagem perfeitamente aproveitável, ao contrário da original.
Portanto, fica o recado: só comprar o scanner não basta. Prepare-se para estudar bem as opções de seu programa favorito de tratamento de imagens.