O que eu entendo é que a idéia do EV era criar uma medida única para facilita a classificação dos diversos tipos de cenas que você venha a fotografar. Tendo o EV da cena era só escolher que direção você queria dar, por exemplo, muita ou pouca profundidade de campo ou congelar uma cena de ação e a partir dai você escolhe a combinação de abertura e velocidade do obturador que corresponda ao EV da cena.
Será que falei besteira?
Me parece que sim rsrs. Me parece que o EV é justamente pra não precisar mexer com essas duas variáveis. Ou tb estou enganado rsrs.
Olha aqui o que achei:
Tive meu primeiro contato com uma Hasselblad na faculdade. Na época uma 500CM era uma pequena fortuna e infelizmente
por causa disso tivemos direito a pouquíssimos clicks com ela.
Como não sou bobo, quando surgiu a oportunidade e o preço desabou, comprei e pude aprender no dia-a-dia como ela
deve ser realmente utilizada.
A boa parte da história:
1-De primeiro impacto, o que tive que re-aprender é tirar a fixação desse lance de Velocidade/Abertura. A grande
jogada é usar o índice EV embutida em cada lente. Acertado o EV, um guia mecânico móvel te mostra a profundidade de
campo em metros ou cm e uma outra guia fixa, te mostra se a velocidade está em “risco de tremer”.
Tudo isso, é claro sem esconder nenhum ajuste de velocidade ou abertura. Está sempre lá, se vc precisar.
O que a gente ganha com isso? Mais tempo para se concentrar no que interessa: a foto.
2-Outro lance do índice EV é a facilidade que vc tem para usar a fotometria em sistema de zonas. Escolha a
fotometria para a Zona V, dê um giro para ajustar a posição dele e pronto: sua fotometria está impecável. Seja
slide, PB ou colorido. Só estoura a luz quando vc quiser.. (e as vezes isso pode ser uma ferramenta criativa que
adiciona um drama muito bonito na foto)
3-A máquina em si, é um cubo. Tudo encaixa nela.. por isso mesmo ela deve ser entendida como um sistema e não como
uma máquina. Vc pode transformar ela no que vc quiser… desde pinhole até supermacros, desde filme 120 até
polaroid.
4-Achei que ia precisar de um viewfinder prismático. Não mesmo. O visor convencional é ótimo e te possibilita
fotografar de um jeito bem mais livre do que com o seu olho encerrado numa borracha. Dá pra fotografar de óculos, de
lupa, de ponta cabeça, na cintura, acima de um muro… enfim, ajuda.
5-Ocupa menos espaço que uma Nikon D3100 na mochila! Sim, ela é um retângulo e não um “T”. na bolsa que eu carrego
uma D3100, eu levaria 3 Hasselblads com lentes colocadas. (Embora eu nao recomende fazer-lo sem ter porte físico
para transportar esse peso todo.)
6-Sem baterias. Posso deixar ela guardada por anos e de repente sair e tirar uma snapshot com ela.
7-Fotômetro? Só leve se precisa para as fotos mais complicadas. O índice EV te ajuda a memorizar a luz que vc
precisa saber não importa qual ajuste de velocidade que vc queira. Usando filtro ND? só subtrair os pontos na
própria lente.
8-Escolha o filme dependendo da foto. Tire uma PB, logo em seguida um slide e passe para um colorido e esnobe com
uma chapa polaroid. Só precisa trocar os backs, não precisa ficar queimando filme só para trocar o tipo de mídia.
9-Formato 6×6. Preciso dizer mais?
10-Ansel Adams curtiu o suficiente para trocar toda a tralha e andar só com uma 500C/M. Se tava tão bom para ele do
que posso reclamar? Pena que foi numa época menos inspirada, cheio de problemas pessoais.
11-Só lente Zeiss “Top de Linha”. As mais “fuleiras”* são Schneider Kreuznach originais.. imagina isso.
12-Flashs sincronizam na velocidade máxima, seja ela 1/500 ou 1/6000. Quer fazer uma macro/rápida/escura? Já vem
pronta pra isso.
13-
**Parte ruim da história**
1- Equipamentos e lentes caríssimas, pelo menos no Brasil. Mas ainda nem chega perto das Leicas neste quesito.
2- Todo mundo vai querer mexer na sua câmera.
3- Trocar as lentes e recarregar os filmes no back enquanto caminha requerem um curso de mecânica aeronáutica e um Phd em Física.
4- É mais pesada que a sua Nikon… (a não ser que seja uma F4S.)
5- Esqueça passar desapercebido para a sua street photography. É o tipo de equipamento para quem quer fazer uma foto que já está lá esperando para ser tirada e o fotógrafo tá nem aí pra platéia.
6- Todo mundo acha que é uma câmera d cinema por causa da manivela e do Hood Shade.
7- O clique dela vicia. Na verdade “clik” não é a onomatopéia certa para ela, mas escrever “sssschllaaahhhpppokkk” e em seguida “shvveeeeelacclak” ia ficar estranho nesse caso. Faz qualquer outra câmera que já testei ficar parecendo câmera de celular.
Enfim. Recomendo fortemente a experiência à qualquer um. É a minha principal câmera agora e não vejo sucessoras no horizonte para tamanho fun-factor que tenho tido.
http://www.queimandofilme.com/2013/10/18/uma-breve-historia-da-hasselblad/Está no primeiro comentário.