Estava lendo o post do Ivan, sobre a cópia de qualidade.
Que bobagem a minha, né, redundância essa de falar o óbvio.
Mas prestem bem atenção nessa pergunta, e eu respondo o seguinte: não há como.
Dei uma olhada na
Stylus Pro 9800 da Epson, os dados técnicos dela são realmente aquela história de outro mundo, fiquei com uma intensa vontade de adotar essa impressora e guardar em casa.
Bati um pouco a cabeça e cheguei numa página chamada
inkjetart.com, que mencionou a extensiva longevidade da impressão da Stylus, já citada acima como 108 anos para colorida e 200 anos para preto e branco, e mais embaixo, no rodapé, mencionou a preocupação do
Wilheim Imaging Research. Fui lá, né?
Tem um livro gratuito em PDF, que eu pretendo ler, chamado "The Permanence and Care of Color Photographs: Traditional and Digital Color Prints, Color Negatives, Slides, and Motion Pictures", parece ser bastante completo acerca desse assunto.
Mas, porque foi mesmo que eu disse que não há como?
Ainda não li o livro, mas logo na primeira página do site da Wilheim, dá pra se ver um comentário sobre o armazenamento em alta segurança, congelado abaixo de zero do acervo fotográfico de Corbis-Bettmann, infelizmente não sei quem é. Ou quem são.
O que eu quis dizer foi que a nossa necessidade de durabilidade com qualidade é uma meta virtualmente inacessível, pois desejamos que nossas fotos, assim como todas as pertinentes manifestações da nossa existência, durem para além da humanidade.
Não acredito é claro, que seja a real pergunta do Ivan, pelo que eu soube é homem sério e mais ainda, sisudíssimo. Ele quer uma resposta prática, assim como a maioria de nós traduz estes impulsos no cotidiano. Essa resposta ainda está em pesquisa, mas nas atuais definições de mercado para "durabilidade", a impressora da Epson realmente é o mais próximo disso que podemos pagar. Cada ano após os prazos de durabilidade mencionados nos seus testes custam exponencialmente mais.
É claro, pelo que podemos observar, que aquela nossa tia que nos tempos de hoje teria um Transtorno Obsessivo Compulsivo, mas na época era só maníaca por arrumação, e guardava as fotos do marido na guerra com folhas de salvaguarda em papel de arroz chinês coletado por virgens de uma perna só, essa tia, consegue calar a boca de qualquer centro de pesquisas, porque inexplicavelmente o tal marido só falta pular do papel e atirar a todos os lados como um Tom Mix, de tão preservado.
Inclusive, eu acho que essas tias usavam magia negra para manter uma parte da alma do marido presa ali. Mas isso são minhas teorias colaterais.
O que importa é que aqueles materiais tão rudimentares em certos aspectos, foram surpreendentes no aspecto conservação. Não acredito que hoje em dia tenhamos melhores materiais para impressão/revelação de fotos do que naqueles idos tempos.
Inclusive cabe ressaltar o comentário de um conhecido meu, João Horta: "antigamente, usávamos pigmentos de origem mineral direta, hoje usamos apenas corantes". Isso quer dizer que, um dia, qualquer que seja a técnica, o corante se livra da mídia onde foi aprisionado e vai ganhar o mundo. Mesmo o tal corante de "0.1 um" da treconologia UltraChrome K3, revestido gotícula por gotícula em resina, um dia se livra desta cela e parte em busca de atmosferas mais dinâmicas...
Mas Ivan, se você leu até aqui esta verborragia toda, a resposta está
neste PDF da Wilheim, em inglês: a
Epson PictureMate Personal Photo Lab resolve a questão de durabilidade definitivamente, por um preço (só lá fora) acessibilíssimo, (U$S 199,00 com um desconto doido), e nem precisa de computador.
Mas isso é pra durabilidade. Afinal, ela imprime à base de pigmento e leite de cabra.
Para qualidade em grande formato, a já citada Stylus, dos outros posts, resolve o caso; e para fidelidade, uma cruza transgênica das duas deve resolver.
Mas em nenhum lugar encontrei um balanço para cima que dê tudo o que se pediu no seu post. Por isso, falei logo no início: não há como.
Falei, falei e não disse um detalhe: e a laser?
Trabalho com ela, e gosto, acho que tem uma senhoríssima qualidade e ninguém parece saber o quanto dura uma impressão com ela. A Wikipédia explica porque: o toner dela é um pó plástico com corantes, aplicado eletrotermicamente na mídia, qual seja (papel especial, sulfite, adesivo). O problema é que a maioria dos sistemas de armazenamento são com pressão, geralmente em vidro ou plástico. Ora, o toner na verdade é um traidor: se prende onde apertam ele mais. Se estiver rolando um calorzinho, melhor ainda, ele se divide voluptuosamente entre os materiais no qual está prensado. Já vi até virar tipo uma cola.
Vou ficando por aqui.