Prezados Amigos;
Uma das coisas que nunca escondi é meu desejo de fazer fotografias que possas ter estatura de objeto artístico. Sei o quanto estou longe disso, mas é meu Norte, e como já disse, quando perder a esperança de conseguir, volto a fotografar apenas a família.
Também nunca escondi que isso para mim não se resume a fotografia ser bonita ou vistosa, mas a algo além em seu conteúdo abrangendo composição, poética, etc.
Mas mesmo se um dia atingir esse nível ainda faltará algo, pois o objeto artístico tem uma existência física. Ele não é apenas um arquivo no micro ou na rede, que pode ser visto de infinitas maneiras conforme a regulagem do monitor, seu tipo, sua resolução. Essa variabilidade tira um grau essencial de controle sobre a aparência, e isso já desqualifica o objeto.
Então, resumindo a ópera, apesar de trocarmos idéias sobre fotografia através da rede, a rede nos ilude quanto às fotografias, pois há fotos mais favoráveis ao meio tanto pelo tamanho quanto pelo conteúdo, e há fotos especialmente desfavorecidas pelo meio sendo quase impossível transmitir a idéia do que sejam. Há fotos que somente são apreciáveis em seu tamanho real.
Recentemente, como relatei aqui, tive a sorte de ver um extrato da obra do Flávio Damm em uma galeria interna de uma negociante de arte. Dou muito valor à determinada classe de experiências, sou muito atento à sua diferença. Pois bem, paralelamente à excelente fotografia dele, o objeto-fotografia, a cópia em papel PB foi talvez o mais perfeito objeto fotográfico que já vi. Comparar o que vi ali com qualquer impressão de Noritsu ou de Frontier é ridículo. São universos diferentes, são coisas de outro patamar e valor. Talvez pela primeira vez vi fotografias que em nenhum aspecto podiam deixar de ser consideradas objetos artísticos. Talvez pela primeira vez vi fotografias que penduradas na parede manteriam o meu interesse por 20 anos incessantemente pelo conjunto de suas qualidades.
Sei bem por experiência própria a diferença entre a obra que é gostada por um dia, por seis meses e a que é gostada por 20 anos.
Pois bem, dito isso se desdobra para mim uma questão. Deixando de lado a parte referente à captura mesma e ao desenvolvimento da imagem, essa uma outra classe de luta, chegamos inevitavelmente ao ponto em que precisamos transpô-la para o papel.... Contudo a imagem digital tem severas limitações na transposição pela inexistência de um negativo. Não é possível ampliar imagens digitais em papel PB, por exemplo.
Então, menos do que respostas, eu gostaria de lançar aqui essa discussão: como produzir com fotografia digital ou digitalizada, aproveitando dessas as possibilidades de tratamento, cópias, seja por que meio for, de alta qualidade?
Repito. Como produzir cópias com absoluto controle de aparência, alta qualidade visual (textura e definição de tons), durabilidade de no mínimo 50 anos?
Parto de um premissa... cópias de minilab não contam.
Gostaria de ouvir a opinião de vocês.
Em tempo: falo de cópias de no mínimo 30X45.