É muito dificil colocar um valor no serviço dos outros. O custo é algo concreto, matemático, mas o valor é subjetivo. Uma história real para ilustrar: Meu pai certa vez colocou um imóvel para vender. Um corretor disse que valia 1000 patacas (não sei a cotação da pataca, faz muitos anos). Ele ficou com esse número na cabeça. O imóvel ficou a venda por mais de 3 anos. Ofereceram 700 patacas, ofereceram 450 e mais um carro, ofereceram um imóvel de menor valor e mais 100 patacas, mas meu pai ficou irredutível: o imóvel vale 1000 patacas, não aceito menos que isso. Um dia cheguei para ele e disse "Pai, sei que para nós este imóvel vale muito, crescemos aqui, temos ótimas lembranças, é um lugar super agradável e gostaria que seus netos se divertissem aqui como nós nos divertimos. Mas este valor é emocional. Não importa a avaliação do corretor, o 'verdadeiro' valor da propriedade é quanto alguém está disposto a pagar por ela." Depois de alguns meses, ele vendeu por 600 patacas. Ou seja, naquele momento, o valor do imóvel era 600, pois era o valor que tinha alguém disposto a pagar e outro alguém disposto a receber.
Vale a mesma coisa para o serviço de um fotógrafo. Se eu, que não sou fotógrafo, apenas um curioso com uma câmera, pedir 5 mil reais para fotografar um parto, está caro? Se eu encontrar uma clientela disposta a pagar esse valor, não está caro, está no preço. Se o Sebastião Salgado for anunciar seu serviço de fotografar partos por 300 reais em um hospital de baixa renda, e ninguém se dispuser a pagar essa quantia, está barato? Não, está caro. O valor percebido é menor do que o preço pedido.
Tudo depende.