Alcool na gasolina não é problema, na realidade é uma solução bem moderna. O alcool age como antidetonante, aumentando a octanagem da gasolina. A gasolina pura - pelo menos a brasileira e mesmo a comercial comum em outros países - tem uma octanagem relativamente baixa e o uso dela sem a adição do alcool iria causar problemas sérios em uma parte dos motores mais modernos, que tem taxas de compressão muito altas, as vezes chegando a 12:1 como é o caso do motor 2.0 de 178 cv do novo Focus e o 1.6 de 130cv (com alcool) do New Fiesta.
Um dos indicativos de gasolina adulterada é a famosa "batida de pino". Isso acontece em função da pré-ignição causada pela taxa de compressão alta dentro do cilindro, e acontece quando o combustível tem uma octanagem muito baixa para aquele nível de compressão. Normalmente, significa que o álcool foi substituído por algum outro tipo de mistura, normalmente solventes. Quando o carro é abastecido com alcool puro, o problema normalmente some.
O álcool vem então substituir outros antidetonantes que normalmente são importados, caros, e muito mais tóxicos.
O Rio Grande do Sul (e se não me engano o Paraná também) por muitos anos usou MTBE (Metil-Tércio-Butil-Éter), produzido aqui no Sul, como antidetonante alternativo ao alcool. Mas depois de algumas polêmicas se determinou que o MTBE era mais tóxico ao meio ambiente e foi substituído também pelo alcool, que de quebra ajuda o processo de combustão a ser menos poluente.
Já a gasolina Pódium é uma gasolina com aditivos detergentes, como a aditivada, mas com uma octanagem um pouco maior. O índice, conforme a Petrobrás (que fabrica toda a gasolina no Brasil) é
Comum (IAD = 87);
Premium (IAD = 91);
Podium (IAD = 95).
Para se ter uma idéia, a gasolina Podium brasileira é mais "forte" que a Premium vendida nos EUA e Europa, que por padrão tem IAD = 91. A diferença é que por lá se usam outros químicos para se chegar nesta octanagem, e não o alcool. O chumbo não é mais usado acho que em nenhum lugar do mundo, por ser altamente poluente e detonar catalizadores, sistemas de injeção, criar resíduos em sede de válvulas e vários outros problemas.
Na Argentina parece que existe uma gasolina com 100 octanas, mas para tirar proveito disso, apenas carros com motores com alta taxa de compressão.