Não conheço esta técnica, aliás todo dia chego a conclusão que de não sei nada mesmo
Se puder explicar a calibração com o cinza x exposição x calculo, agradeço
Sim, vamos lá. Primeiramente coloquei a câmera sobre o tripé para que todas a exposições (20 no total) tivessem o mesmo alinhamento, ou seja, para que o cartão cinza pegasse exatamente a mesma área do sensor. O balanço de branco da câmera foi feita no cartão cinza. Usei uma fonte de iluminação constante, sem variações ou cintilações. Usei um "Light Pad", usado para analisar slides e negativos. Este:
http://www.bhphotovideo.com/c/product/179861-REG/Logan_Electric_750219_4_x_5_Slim.htmlA exposição zero no cartão cinza foi de f/8 e 4 segundos. Fotografei o cartão com exposições variando de 60 a 1/8000 s e com a mesma abertura. Todas as imagens foram feitas em RAW e em ISO 100.
Após isso, configurei o Camera Raw com exposure -1 (para capturar 1 ponto de "folga" que a D7000 tem nas altas luzes, que seria cortado se o exposure fosse 0); Brightness de +50; Curve: linear; Camera Profile: Adobe Standard, Process 2010; ProPhoto RGB; 16 bit. Todos os outro parâmetros são de valor "0". Salvei esse padrão do Camera Raw.
Depois criei uma Action no Photoshop para abrir cada Raw, fazer todas as alterações acima, depois abrir no PS, elevar as curvas com o Gamma Correction (inserido valor 2,2), cortar a imagem numa área 200x200 pixels do cartão cinza e salvar em TIFF 16 bits. Após esse processo, criei uma planilha no Excel para jogar os dados dos níveis, por canal, de cada uma dessas imagens 200x200 pixels (os níveis foram medidos na janela HISTOGRAM do PS, selecionando cada canal RGB, resultado aparece em "Mean").
Os dados são estes abaixo:
A coluna EXPOSIÇÃO mostra o EV de cada imagem, sendo o valor zero a de 4 segundos. Alguns valores não são inteiros pelo fato de a exposição não variar exatamente em 1 ponto de um nível para outro. Exemplo: de 4s para 15s de exposição não são 2 pontos de diferença, é 1,9069. 2 pontos seriam se fosse de 4s para 16s.
Os valores das colunas B, C e D são os níveis de cada canal do crop 200x200 de cada imagem medidos no PS.
A coluna E mostra os níveis de saída para que a relação entre a exposição e os níveis seja logarítmica. Como a exposição em EV já usa uma escala logarítmica, a relação entre os valores nas colunas A e E é linear. A coluna E foi calculada. A cada variação de 1 ponto de exposição a saída deve ser de 14,22416 níveis (não me pergunte como cheguei nesse valor de 14,22416 níveis, pois não lembro de cabeça agora, rsrs. Mas a ideia é a seguinte: Se você dividir a amplitude de 255 níveis por 14,224 níveis/EV irá encontrar 17,92EV. Obviamente a D7000 não tem toda essa faixa dinâmica. Você pode ver isso pelo primeiro gráfico que postei lá em cima. O trecho linear vai de aproximadamente entre -9 e -10 até +4. DR entre 13 e 14EV.)
Com esses dados eu tracei 3 curvas de entrada e saída de níveis (1 para cada canal). Abaixo curva para o canal verde:
Fiz a impressão desses gráficos em papel A4 para achar os pontos de intersecção com valores inteiros entre os níveis de entrada e saída (para maior precisão, afinal as Cuvas do PS só aceitam valores inteiros).
Depois só foi jogar esses pontos nas "Curves" do PS. Estão aí os pontos jogados:
Pronto, já tenho uma imagem calibrada. Agora é só criar uma Action para aplicar todos esses ajustes nos Raws das fotos que faço das imagens dos filmes negativos. Normalmente faço 9 fotos digitais por imagem do filme para aumentar a retenção de detalhes. O resultado fica melhor que a maioria dos scanners dedicados a filme do mercado (pelo menos os mais baratos). rsrs.
Abaixo imagem do negativo fotografado com 9 imagens digitais (composição matriz 3x3). Essa é uma digitalização mais recente, não é a mesma lá em cima.
Nikon F100, lente 28-300mm na posição 28mm, 30 minutos de exposição, abertura não lembro, filme Kodak Portra 160.
Agora um crop 100% da imagem acima (resolução da original 7200x4800px):
É isso aí.