BBear não há nada de absurdo em quantificar, pelo contrário são equipamentos físicos, quantificar não só é totalmente possível, como é feito até mesmo durante o processo de engenharia dos mesmos. Existem medições precisas sobre a nitidez de lentes, tonalidades, micro contrastes, sinal de equipamentos e tudo mais (inclusive trabalhei com 5 anos fazendo este tipo de mensuarção para 3 grandes marcas). Tudo, absolutamente TUDO em uma lente pode ser medido e quantificado e posso te dar relações precisas de qualidade ótica, construção e tudo mais, entre uma lente e outra.
O que não se pode dizer é a percepção que cada pessoa tem destas diferenças, alguns não percebem diferenças a partir de um ponto, já outros percebem e não consideram relevantes, já outros dão mais valor a um atributo do que a outros e assim por diante. Mas as diferenças são perfeitamente mensuráveis, são físicas, e representativas em formato numérico. Posso te dizer com precisão o quanto um equipamento é melhor que o outro em cada atributo, mas o peso que vocÊ vai dar para estas diferenças isso sim é subjetivo e é com isso que se joga a questão de valor do cliente. Você tem que gerar um valor percebido maior do que o que se paga, nada além disso. Uma boa marca é aquela que faz com que o cliente se sinta levando algo que tenha exatamente o valor que ele se propõe a pagar, nem mais nem menos. Se você entrega menos que o cliente espera você tem insatisfação, se entrega mais tem goldpplating (ou seja, você está jogando dinheiro fora). Simples assim. A Pentax, por exemplo, é uma marca com claro foco popular e que percebeu algo interessante sobre as lentes, que a maioria esmagadora dos consumidores percebe muito mais facilmente os atributos ligados à construção da lente do que diferenças nos atributos óticos que ultrapassam um determinado ponto. A consequencia é que o escopo é passado para o desenvolvimento de lentes que tenha exatamente a qualidade ótica daquele ponto, onde a maioria das pessoas não percebem mais diferenças, e para a construção de corpos rubustos e bonitos. Resultado, boas vendas, pois não se gasta mais para produzir resultados que a maioria das pessoas não consegue perceber.

Veja que não tenho nada contra isso, pelo contrário, defendi que a Pentax voltasse a fazer isso por muito tempo, exatamente para se tornar competitiva, porque eu, como consumidor, quero mesmo é receber o suficiente pagando o menos possível.

Você também está invertendo as coisas, a Pentax não tem poder algum sobre a Tokina, até porque a Pentax é uma das divisões da Hoya. A maioria das lentes que a Pentax usa hoje são projetos Tokina (salvo algumas lentes que são projetos próprios), inclusive algumas lentes já existiam mesmo antes da primeira parceria entre Pentax e Tokina, quando a Pentax ainda tinha lentes próprias. Até a compra da Pentax pela Hoya (que é indiretamente dona da tokina) as lentes Tokina eram, inclusive, lançadas antes das lentes Pentax, isso só ficou mais favorável para a Pentax depois que a Hoya comprou a Pentax e decidiu que, em termos estratégicos, era melhor proteger a marca Pentax. Depois da incorporação uma das divisões da Pentax, que foi desmantelada, foi exatamente a divisão de ótica, porque a Hoya não tinha motivo para manter a divisão de ótica da Pentax, já que possui divisões de ótica infinitamente superiores à que era mantida pela antiga Pentax, isso fora as parcerias desenvolvidas para comprar lentes desenvolvidas por terceiros. Para você ter uma idéia na época da incorporação a Pentax era uma das únicas fabricantes grandes que ainda engatinhava em projetos por computador (isso tudo consta dos itens de relações com investidores da época da aquisição), enquanto a Hoya havia sido uma das pioneiras na área. Esta prática também atinge outras marcas como a antiga Minolta (atual Sony), que já naquela época também transferiu grande parte de seu desenvolvimento para outra gigante da área ótica (a Tamron) e mais recentemente uma parte dos projetos para a CZ.
A ótica da 10-17 também não é patenteada Pentax, o que pertence à Pentax é uma patente de 2006 que versa sobre a estrutura ótica de lentes Fish Eye (tanto zoom como primes) para reduzir aberrações em uso de lentes fish eye em câmeras com sensores menores do que 135. Eu tenho o PDF desta patente, mas devido às figuras ele ficou meio grande e não deu para baixar para o imageshack, mas se facilitar a busca a patente à qual você provavelmente se refere é a US 7317581. Esta patente de fato é usada pela Tokina, mas é apenas uma idéia frente a várias outras patentes hoya usadas nesta lente. Também é importante lembrar que esta idéia não consiste em um projeto e sim em uma idéia que diz para usar um elemento de índice de refração negativo no primeiro elemento, nada além disso. Mas quem desenvolveu toda a ótica foi a Tokina, com patentes de diversos fabricantes, dentre elas essa solução Pentax. Tanto a 10-17 como a 16-50 e 50-135 (que estão entre as melhores lentes zoom da Pentax) foram apresentadas pela Tokina na PIE2006 em um anúncio no qual a tokina informava, inclusive, as considerações de como seriam as relações com a Pentax (eu tinha este link salvo aqui, mas não funciona mais: http://www.tokina.co.jp/news/pie2006news.html, ainda dá para pegar no cache do google). Na época este era um assunto de interesse já que a compra da Pentax estava sendo encaminhada e já era discutida. No caso o link informava que a Pentax entrou com algumas sugestões, mas o desenvolvimento era tokina e que a tokina não forneceria estas lentes para mount Pentax sob sua marca, pois estas seriam lançadas sob a marca Pentax. Tanto que, enquanto as tokina foram lançadas em 2006 as Pentax só foram anunciadas em Fevereiro de 2007, curiosamente 3 meses antes da compra da Pentax pela Hoya ser finalmente anunciada (
http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=20601080&sid=a0lC3pnw0sQM&refer=asia).

As únicas coisas que interessavam para a Hoya na Pentax (já falado publicamente na época da aquisição) eram a marca, o mount difundido e o know-how na fabricação de corpos, que a Hoya não detinha até a compra. A hoya não comprou a Pentax pelo know-how de lentes (mesmo porque ela é infinitamente melhor e maior do que a Pentax nisso) e sim porque queria entrar no ramo de câmeras e sabia que estes atributos eram importantes, já que as demais divisões dela sempre foram boas nos quesitos óticos. Tanto que a maioria das divisões que a Pentax tinha duplicada com a Hoya foram desmanteladas após a compra (a Pentax atualmente não fabrica mais vidros para você ter uma idéia, isso está sob a bandeira hoya optics).
De qualquer forma o que importa na brincadeira continua não sendo o valor percebido pelo preço pago e agora sim a Pentax acertou o rumo. Pode não ser o melhor equipamento e a melhor ótica, mas sem dúvida o preço está bem justo.
