Oi, pessoal!
Acompanho o fórum faz um bom tempo, mas só agora me dignei a participar ativamente desse vasto campo de idéias :P Geralmente me deparo com comentários interessantíssimos do pessoal e acabo julgando que os meus seriam só mais-do-mesmo. Mas uma hora temos que encarar, né, dar a cara ao tapa :P
Resolvi me manifestar especificamente nesse tópico porque simplesmente adoro essas conversas sobre o olhar e sobre as suas infinitas formas. Já andei bisbilhotando e encontrei posts sobre o Saramago, que é alguém que fala brilhantemente disso.
Bom, eu acho que existem, no mínimo, duas considerações a se fazer a respeito da frase do Lewis Hine. Uma foi a consideração importante já feita aqui de que a fotografia pode gerar ilusões na ótica de quem a vê, pelas suas possibilidades de composição e tratamento, referente à qual o Ivan bem exemplificou com uma foto à longa distância que aproxima objetos distantes.
A outra, que me parece mais filosófica e viajante (e de repente, mais simples de se conceber) é a existência incorrigível de um contexto. Acredito que o exemplo da foto de meia dúzia de crianças bem vestidas na escola, como se elas dessem conta da totalidade dos alunos daquela escola, por mais que a saibamos parcial, ilustra bem isso.
A fotografia, bem ou mal, prende um momento. E esse momento está sempre envolto por um contexto, ou real, das coisas que têm a nossa volta, ou imaginário, dependendo das coisas a que a foto nos remete, da nossa própria história, vivência, conhecimento disso ou daquilo.
Acredito que cada um tenha o seu próprio filtro da realidade. Ela sempre é carregada da opacidade ou brilho de cada um. Então os contextos que a gente formula são infinitos! E o fascínio da fotografia talvez seja esse: fixar uma imagem que pode ter infinitos significados, dependendo de quem vê e do momento em que se vê. Uma pequena imagem é capaz de provocar mil sensações diferentes e criar contextos fantásticos, que a gente pode inventar. E essa nossa possibilidade de viajar, criar em cima realidade posta pode servir tanto pro bem quanto pro mal.
A questão da ilusão de ótica é um exemplo. Acho que é algo bem delicado, principalmente quanto se fala do uso desse recurso em foto documental. Envolve uma questão forte de ética....
Mas pra isso já deve haver outro tópico! :P
Bom, escrevi demais, mas espero que seja só o começo

(E sei que foi um post típico de mulherzinha... nada técnico, heheeh).
Beijocas.