Eu sempre fui um adorador de lentes rápidas. Sou do tempo em que filme rápido era de 400 ASA. O normal era 100 e os de grão fino tinham 25 ASA. Sem lentes rápidas ou você tinha fotos tremidas ou carregava um flash, um tripé ou tinha mão de ferro. Eu sempre preferi as lentes rápidas. O grande mérito delas é podermos fotografar o que, sem elas, seria complicado.
Nos anos 80/90 eu usava Canon e tive a sorte de comprar uma 55/1.2 SSC muito boa. Aberta, ela tinha contraste reduzido mas, no plano de foco - que a 1.2 deve ser um fio de cabelo -, ela era sharp. Não tanto como fechada dois pontos, ou a 8.0, por exemplo. Mas não era "embaçada" como outras lentes de grande abertura.
Exemplos com a Canon 55/1.2 SSC:
http://www.flickr.com/photos/jerazevedo/4070960566/sizes/o/http://www.flickr.com/photos/jerazevedo/4070199779/sizes/o/http://www.usefilm.com/Image.asp?ID=1277985http://www.usefilm.com/Image.asp?ID=470462Depois acabei vendendo tudo, me afastando da fotografia. Mas o vírus me pegou novamente. E quando voltei, vim de Nikon, satisfazendo uma paixão antiga pelas F2. Não demorou muito, o que me aparece na frente??? Uma 85/1.4 AF IF. Pra quem gosta de fotografar gente, luz ambiente, filme de ASA 100, é o paraíso. E sharp, sharp, sharp mesmo a 1.4. Confiram:
http://www.flickr.com/photos/jerazevedo/sets/72157622573915806/A Nikon 85/1.4 AF IF foi projetada para ser ótima em aberturas máximas. Afinal, pra que alguém compra uma lente tão luminosa? Não é para usar num dia de sol na praia. Tanto é que a partir de 5.6 ela é igual ou inferior à versão AIS, de foco manual, mais antiga. Os resultados dela são surpreendentes mesmo em abertura máxima, chega a parecer médio formato tamanha a nitidez. E o bokeh é fantástico. O que é natural pois foram anos de avanço na tecnologia ótica.
Mas o que importa é que toda lente luminosa tem o seu charme. Por mais que, tecnicamente algumas tenham um desempenho "sofrível" abertas, como o Abuja mencionou acima, essas fotos têm o seu charme exatamente por essa característica. E as Zuiko sempre foram excelentes lentes. Usei bastante uma OM1 com uma 50/1.4 de um amigo na década de 70, era uma delícia. Por uma questão de filosofia de projeto, as lentes da década de 60/70 tinham seu pico de qualidade por volta de 8.0 e o que fosse possível na abertura máxima. Com o tempo essa filosofia mudou e as lentes rápidas melhoraram muito abertas - afinal é a sua razão de existir.
Faço votos que a sua 55/1.2 esteja afinadinha e lhe traga tão boas lembranças quanto a minha ex-Canon me trouxe e a Nikon me traz.
Abraço,
José Azevedo
