Daniel Azulay, amava saber que podia fazer mil coisas com uma simples caixa de ovos.
Guto, parece que eu vejo você na infância com o kichute amarrado na canela, ótimo. Também o vejo na adolescência
de dockside SanMarino, com uma calça jean delavê (é assim que escreve?), côs alto e com aquela parte mais branca na frente e atrás, com uma camisa xadrez (se era inverno, de flanela), com dois ou três botões abertos e uma camiseta branca por baixo. Se fosse a uma festa, um "som" no bairro, ia pentear o cabelo de lado e passar gel, aqueles de potes coloridos, tinha rosa, azul etc. Acertei?Já que falaram na imbelialização da TV, nesse segmento a Globo não detém a soberania, embora esteja na dianteira, lembrei de uma música ótima:
É que a televisão
Me deixou burro
Muito burro demaisE agora eu vivo
Dentro dessa jaula
Junto dos animais...
Oh! Cride, fala prá mãeQue tudo que a antena captar
Meu coração captura
Vê se me entende
Pelo menos uma vez
Criatura!
Oh! Cride, fala prá mãe!...
Veja o vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=UCiENaCmq00Passei por um processo de rememorização às avessas, por isso tantas referências às novelas, depois de ler todas as
cartas encaminhadas ao órgão da censura por "cidadãos de bem". Nos anos 1980, a preocupação maior era com a TV e, sobretudo, com as telenovelas. Ninguém mais se preocupava com a "expansão do comunismo internacional" nem com seus "agentes internos infiltrados" como acontecia nos anos 1960 e parte dos 1970. O fantasma do comunismo se esvaía, embora ainda esteja presente em muitos textos, e criava-se outros fantasmas em torno da moral e dos bons costumes. Um beijo mais caloroso, pronto já escreviam pra censura. Uma cena de traição extra-conjugal não era um bom exemplo a ser apresentado à Família brasileira por canais de televisão. Mostrar dois seios na TV não podia, um podia, a censura autorizada. Parece-lhe incongruente? Homossexualismo ou bissexualismo, nem se fale, chocava qualquer "cristão de boa índole". Disquite, divórcio, coisa do demônio. Uma vez, pra complementar minhas pesquisas, fui consultar os anuários do IBGE desde os anos 1940, quando eles começaram a ser impressos, e não é que "divórcio" era considerado, nos anos 1960 e 1970, "anomalia social".
Curiosos? Vejas as cartas aqui, tem tudo a ver com os anos 1980:
http://www.gedm.ifcs.ufrj.br/documentos_lista.php?page=2&ncat=24Lembrei de outra, ótima,
Kid Vinil é anos 1980 puro:
"Acordo sete horas tomo ônibus lotado
Entro oito e meia eu chego sempre atrasado
Sou boy, eu sou boy, sou boy, boy, eu sou boy"Veja o vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=5mjx8xGXNzMEssa é atual, mas faz um trocadilho com o Kid Vinil, do Zeca Baleiro, adoro!!!
"Kid Vinil quando é que tu vai gravar cd
Kid Vinil quando é que tu vai gravar cdTecnologia existe
Pra salvar o homem do fim
Se você estiver triste
Delete a tristeza assim
E se quiser conversar
Passe um fax pra mim
Time is money god is dead
Have you a nice dream
Acessando a internet
Você chega ao coração
Da humanidade inteira
Sem tirar os pés do chão
reza o pai-nosso em hebraico
filosofa em alemão
Descobre porque que o michal
Deu chilique na televisão
Milhares de megabytes
Abatendo a solidão
Com a graça de Bill Gates
Salve a globolização
Se homem já foi a lua
Vai pegar o sol com a mão
Basta comprar um pc
E aprender o abc da informatização"
Ouça a música:
http://www.youtube.com/watch?v=ZvGdCcXVjjc