Pessoal, obrigado pelos feedbacks.
Eu não coloquei a minha foto de capim lá em cima para que ela seja analisada. Eu só a coloquei pra contar a história do por que desse tópico.
Eu nem gostei da segunda foto, mas olha a original sem nenhum tratamento e crop, que coisa sem graça:
Alcure, realmente a sua foto ganhou personalidade com o corte novo e transformada em P&B. Há um certo tempo atrás, fiz por curiosidade um cursinho de fotografia. O foco do curso era basicamente linguagem fotográfica, com pouquíssimo tempo de técnica, diafragma, flash e esse tipo de coisa. Daí, o professor falou da técnica do Pica-Pau. Dizia ele que o Pica-Pau, personagem de desenho animado, fazia a mala de qualquer jeito, fechava-a e depois cortava com tesoura o que ficasse pra fora. Segundo ele, cortar uma foto de papel (na época) era fazer como o Pica-Pau. Hoje, com o advento da foto digital, faz-se isso com muita facilidade, o que abre um leque muito grande de opções. É sempre uma possibilidade.
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Um bom fotógrafo consegue transformar algo comum em algo espetacular, mas não existe um manual para isso.
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Como o Alcure mesmo disse, quem consegue clicar algo comum ( ou abstrato, que seja ) e fazer uma foto no mínimo interessante, já está um passo adiante, mas clicar elementos ou cenas sem nexo com o propósito simplesmente de chamar a atenção ou dizer que está fazendo algo novo, creio que seja até uma afronta a inteligência alheia.
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A Pris por exemplo, aqui do fórum ( espero que ela não se chateie de te-la mencionado ) faz um trabalho incrível, minimalista, simples e extremamente técnico e inteligênte.
Olá, Raphael Sombrio,
Eu acho que, de fato, existe o valor "pobreza" ou "riqueza" de um tema a ser fotografado. O que não existe é tema ruim ou bom. E, ainda, um bom fotógrafo consegue de verdade tirar leite de pedra. Uma certa vez vi uma foto de uma flor totalmente murcha no campo. O fotógrafo a capturou com uma Mamiya, se não me engano. Era uma foto em que se foi ignorada todas as regrinhas básicas dos terços, dos pontos, etc. Mas era, pro meu gosto, uma foto espetacular, pois passava uma sensação de desolação, de solidão muito grande. De cada 1.000.000 de fotógrafos, só um olharia para aquela flor.
No meu caso, eu fotografo somente por prazer. Não quero ganhar um tostão com fotografia... Acho que a picaretagem e o charlatanismo só existem quando se tem dinheiro envolvido, ou, às vezes, por vaidade intelectual. Realmente, acho que deve ser possível vender caro algo ruim só por ser diferente. No meu caso, sou só um aprendiz e jamais um picareta.
Seria bom ouvir a "Pris". O que ela teria a dizer?
Se preocupe em melhorar sua técnica e seu feeling para o tipo de fotografia que lhe agrada.
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Se importe menos com a opinião alheia, e entenda que em fórum existem aqueles que só gostam de criticar, aqueles que só elogiam para puxar saco e os que tentam fazer uma critica positiva.
Fora isso, só pense de maneira diferente se vai trabalhar com fotografia.
Eu fotografo muito menos do que eu gostaria, por isso meu progresso é um pouco lento. Mas eu gosto mesmo é desse tipo de foto, as minimalistas, as de padrão, ou textura, lugares vazios, etc. Mas a opinião alheia me é muito importante porque eu não faço fotografia só pra eu admirar. Eu gostaria que outras pessoas a vissem e encontrassem nela alguma beleza. Um bom jeito de melhorar é sendo criticado, ouvindo opiniões desde as mais técnicas até as mais emotivas. Claro, contanto que não descambe pra avacalhação e baixaria.
Eu não quero trabalhar com fotografia, isso é apenas um prazer, um passatempo. Mas é bom pensar diferente!
Não desista do capim, pelo contrário, fique neste assunto até sair uma foto interessante.
Muito antigamente eu fiz uma foto de uma folhagem, o assunto acabou sendo a textura e o volume.
https://farm1.staticflickr.com/52/138803353_fb0ce202a5_z.jpg
Pois é, sua foto é realmente boa. Gosto muito do estilo e das cores vívidas.
Não me aterei ao capim propriamente dito, mas continuarei a tentar um olhar diferente sobre os objetos fotografados.
A foto esta muito pequena para realmente ver algo.
Mas em geral o que importa eh sentir algo. Nao precisa ser emotivo. Na verdade assuntos emotivos sao em sua maioria apelacoes clichezadas para agradar um publico.
E esse algo pode ser simplesmente harmonia no arranjo e composicao, ou nas cores. O que nao significa nescessariamente uma imagem bonitinha, emocional, cativante, mas apenas fazer sentido visualmente. Ou pode ate ser a desarmonia, para incomodar, se vc seguir a linguagem mais contemporanea das artes.
Resumidamente o que importa eh a intencao. E o trabalho sera bom ou ruim se a sua intencao for bem transmitida ou capitada pelo publico. Ou pelo menos bem transmitida, o que nao significa nescessariamente bem capitada pelo publico. E ai eh que entra a sua habilidade com a linguagem visual e o manuseio de ferramentas para trabalhar tal linguagem e transmitir a mensagem.
Dulchamp tinha a intencao de fazer uma critica negativa sobre a arte moderna ao expor um mictorio como obra de arte. A mensagem foi muito bem transmitida pq ficou claro para todos que ele queria dizer que qualquer coisa, ate um mictorio, poderia ser arte. Mesmo a mensagem nao ter sido bem captada pelo publico em geral ao nao perceber que a critica era negativa e nao positiva.
Mas o oposto tambem acontece, do artista querer transmitir uma mensagem, e mesmo bem trabalhada e transmitida pode ser nao muito bem capitada pelo publico em geral, que passa a fazer criticas negativas.
Se vc se sente seguro com a intencao ja eh meio caminho. Se vc sente seguro com o trabalho da linguagem visual e a transmissao a menira que vc transmite a sua ideia, a critica do publico em geral eh que menos importa.
O que o publico em geral quer eh ver aquilo que traga memoria, saudozismo de ate coisas que nao viveram dos seculos passados, o tradicional, o que consideram profissional, ou em outras palavras, o que se assemelha a qualidade e linguagem comercial.
Por isso eh preciso explicacao do contexto da obra. Esse papo de foto ou arte que precisa ser explicada nao eh boa, eh mentira. Toda obra precisa ser contextualizada para realmente ser apreciada de maneira apropriada. Por isso que tambem nao adianta ouvir criticas sem tal contextualizacao da obra, pq as pessoas vao comecar a falar baseadas questoes aleatorias que com frequencia nao tera nada a ver com a obra. Igual as pessoas que perdem totalmente o ponto ao dizer que nao entende como Picasso pode ter se tornado o artista mais rico desenhando igual uma crianca de 6 anos. Tal comentario evidencia a falta de conhecimento do contexto do movimento cubisto/abistrato de Picasso.
Entao, conte sobre o que se trata, apresente a obra, e assim podemos dizer se captamos a sua mensagem, visao, aspiracao. E mesmo assim vc deve analisar aqueles que vao comentar confundindo a percepcao da mensagem e o gosto pessoal sobre o assunto.
Por exemplo. E posso achar pop art uma merda, realmente nao gostar do genero, mas nao posso negar que Andy Warhol soube se expressar e transmitir muito bem o que intencionava. E o publico em geral tendem a confundirem as duas coisas.
Olá, Croix, tudo bem?
De fato, o que existe muito hoje são clichês, dos quais eu gostaria de fugir. Só me falta um pouco mais de experiência para que minhas fotos "não-convencionais" tenha alguma capacidade de sedução, algum valor artístico. Eu tenho algumas fotos que, ACHO, se eu pusesse lá no corredor, as avaliações seriam muito mais positivas do que negativas. Mas são fotos que muitas outras pessoas fariam se estivessem com máquina naquele lugar e naquela hora.
Ter um olhar sofisticado sobre um assunto simples, deveras, não é fácil. E sofisticação não quer dizer, necessariamente, rebuscamento ou, até, acurácia técnica. A intenção ao qual vc se refere é o sucesso na mensagem a ser transmitida. Muitas vezes essas fotos não têm um sentimento, só uma sensação. E sentimento e sensação são coisas distintas. Acho que vc toca num ponto muito interessante. Muitas vezes o artista falha na transmissão de sua mensagem, mesmo que a realização técnica da foto seja inspirada e tecnicamente impecável. Não é o meu caso, pelamordedeus! Mas acho que, de certa forma, o pessoal se identifica muito mais com as fotos facilmente digeríveis e que não seja necessário lidar com sentimentos e sensações comumente tomados como negativos, tais como tristeza, monotonia, inquietação, etc.
Sobre contexto, de fato, toda obra artística tem de ter contexto, ter um arcabouço cultural que a sustente. Isso não quer dizer, necessariamente, que a obra precise de uma explicação. Desculpe-me, não sei se entendi direito, mas eu estou entre aqueles que acha que uma obra de arte, qualquer uma, não precisa de explicação, mas muita interpretação. Nas fotos minimalistas, a grande dificuldade é dar um contexto à imagem. A imagem pode ser bonita simplesmente, sem que seja necessário nenhuma interpretação mais sofisticada, assim como uma flor é sempre bonita. Se a imagem, porém, estiver contida num certo contexto, o da realidade social, por exemplo, aí, na minha opinião, é o ápice da arte. Transmitir essa mensagem é realmente um trabalho de valor artítisco superior.
Obrigado pela aula... aprendendo, aprendendo...
não querendo ser crítico mas sendo,em relação a sua foto,vejo apenas capim,exposição mal feita,não tem primeiro plano,nem sequer faz alusão a algo além de capim.
entendo que seu gosto por fotos "diferentes" deva ser respeitada,mas não da pra esperar que todos gostem do seu estilo.
faça oque te agrada e busque aperfeiçoar sua técnica.
as fotos que vc usou do google sim são muito diferentes,uma é contemplativa e a outra pattern,muito bem executadas.
Valeu, sasaitsuricumiashi.
Minha intenção não era obter feedback sobre minha foto. Era apenas uma imagem ilustrativa da origem dos meus questionamentos, ou seja, dá pra associar valores tais como “rico” ou “pobre” a assuntos fotográficos? Na minha opinião, sim, é possível. Mas não “ruim” ou “bom”.
Não quero, nem de longe, que todos gostem do meu estilo, já que eu não gosto do estilo de todos. Uma vez, uma pianista me disse (e eu desconfio um pouco) que não existe nada mais difícil que Erik Satie. Pois é... É muito difícil expressar-se através de um material simples. O jeito é continuar tentando...
Buzz.jp.. acho que entendi seu ponto de vista, mas a foto que você postou, pra mim, é realmente ruim. Tecnicamente e emocionalmente falando. Talvez, como o CROIX comentou, dentro de um certo contexto possa se tornar atraente, mas pra mim não é o caso agora.
Mesmo uma foto sem sentido específico, totalmente abstrata, pode ser muito interessante se for bem feita.
O importante na realidade é o que já disseram acima. você tem que se identificar com o que faz, saber passar pros outros o que você pensa da sua fotografia. Se ela é ruim pra muitas pessoas mas você conseguir convencer outras de que é boa, é isso que importa..
Olá, Luciano, tudo bem?
Pois é... Pode parecer um sacrilégio, mas eu gosto desta foto por questões particulares. Sei que a foto é ruim tecnicamente e eu não a tomo como exemplo de arte fina.
Às vezes acho que estou dando um passo maior do que as pernas. Eu nem faço fotos comuns tão boas assim, por que haveria eu de me aventurar pela seara das fotos minimalistas, de padrão, texturas, etc? Mas, fazer o quê? Eu gosto desse tipo de foto!
Abraços a todos!