Autor Tópico: Fotografia de Moda  (Lida 43825 vezes)

Leo Terra

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Resposta #90 Online: 20 de Julho de 2007, 00:06:15
Se eu consigo a foto eu mando sim, se preciso de 2 ou 3 por look vou até conseguir as duas ou 3. Minhas fotos costumam ser planejadinhas... Raramente saio muito do planejado, só quando estou trabalhando de forma experimental, ai faço várias, muitas apenas com pequenas variações.
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FábioVenhorst

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Resposta #91 Online: 20 de Julho de 2007, 08:31:38
Eu procuro obter a quantidade de fotos de cada look suficiente para ter uma média de todos os looks dentro da quantidade final de fotos. Se forem 3 looks e dez fotos finais, procuro garantir pelo menos 3 fotos boas de cada look.
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LeandroFabricio

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Resposta #92 Online: 23 de Julho de 2007, 16:26:33
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Se eu consigo a foto eu mando sim, se preciso de 2 ou 3 por look vou até conseguir as duas ou 3. Minhas fotos costumam ser planejadinhas... Raramente saio muito do planejado, só quando estou trabalhando de forma experimental, ai faço várias, muitas apenas com pequenas variações.
É sempre você quem escolhe as fotos que serão utilizadas?

 
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Leo Terra

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Resposta #93 Online: 23 de Julho de 2007, 18:52:22
Leandro, normalmente sou eu ou a agência.
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renatoprocesso

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Resposta #94 Online: 24 de Julho de 2007, 10:52:20
Existe um site legal que divulga esse tipo de serviço. http://www.freela.com.br


FábioVenhorst

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Resposta #95 Online: 24 de Julho de 2007, 15:03:49
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Existe um site legal que divulga esse tipo de serviço. http://www.freela.com.br
interessante o site, fiz um cadastro, não custa tentar.... :thmbup:  
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Gaitero

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Resposta #96 Online: 31 de Julho de 2007, 14:40:26
Muito interessante esta discussão sobre books, eu estou iniciando nesta área como muitos aki, e acho extremamente importante esta troca de informações...

no caso apareceu uma oportunidade de fazer fotos de gravidez, seriam 6 fotos no total, já tenho lido bastante a respeito e estudo a mais de 1 ano questões sobre iluminação, poses e a foto propriamente dita, então algum conhecimento eu já adquirí, mas sei que é apenas uma ponta do iceberg...

estas 6 fotos vão ser entregues apenas em arquivo digital para o cliente, estas mesmas poderiam ser consideradas um book?

é o primeiro trabalho com book propriamente dito..  um dia quem sabe trabalhar com moda.. mas por hora pés no chão eheh e muita estrada... hehehe


Leo Terra

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Resposta #97 Online: 31 de Julho de 2007, 15:03:49
Gaitero, Book é um material de apresentação, não acredito que um CD possa ser considerado um Book, pois não acredito que alguém consiga se apresentar usando um CD.
Leo Terra

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hakkinen

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Resposta #98 Online: 31 de Julho de 2007, 16:59:58
Gaitero, lembra que a primeira impressão é a que fica.

Se você conseguir demonstrar organização, capricho e qualidade nos 5 minutos iniciais da apresentação do teu trabalho pro cliente, ja é meio caminho andado pra um contrato assinado...

 
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LeandroFabricio

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Resposta #99 Online: 04 de Agosto de 2007, 13:12:43
Estava lendo o outro tópico sobre resolução e fiquei pensando nos fatores tecnicos ligadoa à fotografia de moda.
 
 Levando em considerações os catálogos que acompanho existem vários deles que prezam a nitidez, textura, reprodução tonal, etc. Já outros "abusam" mais de fatores mais artísticos com balanço de branco puxando para alguma cor, foto mais granulada, com saturação reduzida, dodge&burn ou aquele efeito que se consegue quando se duplica a camada no PS e deixa a de cima em Hard Light.

 Até aí tudo bem, quem define isso pode ser a própria marca para criar uma identidade visual ou para acompanhar tendências e tudo mais.
 
 Já em editoriais de revista eu vejo que não há muito do lado da fotografia "artistica" e fica meio que travado na idéia "fidelidade máxima".

 Agora fiquei com dúvida em relação aos books, a agência quer saber sobre a desenvoltura da modelo certo? Mas de modo geral não se usa muito esses tratamentos mais agressivos ou até mesmo fotografia com ISO alto o que pra mim parece ser bem interessante principalmente quando se fotografa em locações, poder utilizar sem medo ISO 800 - 1600 aproveitando luz ambiente de locais fechados entregaria fotos muito agradáveis em termo de iluminação, mas não tão boas em termos de nitidez e ruido. Se a idéia é apresentar a deselvoltura da modelo porque é um padrão tão forte imagens mais "limpas" em books?

 Falei besteira demais???
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joseazevedo

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Resposta #100 Online: 04 de Agosto de 2007, 22:59:54
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Falei besteira demais???
Absolutamente, Leandro!

Muitas vezes o pessoal do "mundo da moda fashion" se contradiz três vezes numa única frase  :laughing:

Acho que depende da agência, da relação que você tem com a agência - a ponto dela aceitar suas propostas -, do quanto isso vai mostrar a modelo ou a roupa - lembre-se que o produto dela é a modelo, mas a modelo vai estar vendendo roupa muitas vezes. E, por fim, depende do dia, da Lua, se o seu contato está naqueles dias...  :laughing:

Já vi MUITO book na vida, alguns têm fotos mais artísticas, geralmente de fotógrafos consagrados. Isso é outra questão da conjunção astral: muitas vezes o que você não pode um consagrado faz e é o máximo. É quando você ouve: "Ah, mas foi o Fulano que fez!" São 3000 pesos e 3000 medidas mesmo...  :laughing:

Mas tem gente legal, que vai ouvir sua proposta, pode apostar. Você pode até fazer exercícios do que realmente gostaria de fazer e propor a eles. Uma hora, dá certo, especialmente se você fizer eles sentirem que isso vai deferenciar as modelos deles.

Agora, pra ver fotografia mais artística em editoriais, procure as revistas européias, de preferência as francesas e italianas. Ali é a fonte de onde a maioria bebe. A Vogue Italia, em especial. Você vai achar ali excelentes trabalhos de muitos nomes consagrados que você achava que já tinham chutado o balde. Engano. Estão a mil num veículo que valoriza o lado artístico deles.

Abraços,

José Azevedo


LeandroFabricio

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Resposta #101 Online: 05 de Agosto de 2007, 03:43:22
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Absolutamente, Leandro!

Muitas vezes o pessoal do "mundo da moda fashion" se contradiz três vezes numa única frase

 Se eles se contradizem muito não falei uma besteira absoluta. Logo você fez uma contradição?!  :denken:  rsrsrs
 Sendo assim você faz parte do pessoal do "mundo da moda fashion"??  :denken:   :doh:

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Acho que depende da agência, da relação que você tem com a agência - a ponto dela aceitar suas propostas -, do quanto isso vai mostrar a modelo ou a roupa - lembre-se que o produto dela é a modelo, mas a modelo vai estar vendendo roupa muitas vezes. E, por fim, depende do dia, da Lua, se o seu contato está naqueles dias... laughing.gif

Já vi MUITO book na vida, alguns têm fotos mais artísticas, geralmente de fotógrafos consagrados. Isso é outra questão da conjunção astral: muitas vezes o que você não pode um consagrado faz e é o máximo. É quando você ouve: "Ah, mas foi o Fulano que fez!" São 3000 pesos e 3000 medidas mesmo...

 Eu sinceramente nunca ví algo diferenciado, já ví bastante book, mas tudo igual.  :mf_tongue:


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Agora, pra ver fotografia mais artística em editoriais, procure as revistas européias, de preferência as francesas e italianas. Ali é a fonte de onde a maioria bebe. A Vogue Italia, em especial. Você vai achar ali excelentes trabalhos de muitos nomes consagrados que você achava que já tinham chutado o balde. Engano. Estão a mil num veículo que valoriza o lado artístico deles.

 Ah sim... Claro, acompanho alguns trabalhos dessas revistas bem como o trabalho de alguns fotógrafos que eu gosto, principalmente David Lachapele e David Hamilton.  Porque isso praticamente não existe no Brasil? Acredito ser falta de costume e cultura do mercado em geral.
 Quanto disse não ver fotos mais artisticas em editoriais falei exclusivamente sobre o mercado nacional que é qual me interessa mais no momento apesar de sempre querer acompanhar o que acontece pelo mundo afora. Quando isso acontece com catálogos de loja isso é facilmente interpretado como sendo a opção da empresa visando obter sua id Visual ou até mesmo medo de inovar etc. Mas quando se vê esse tipo de foto "limpinha" em revistas especializadas em moda com grande parte das páginas sendo ocupadas por ensaios editorias e ver o mesmo tipo de foto clean na minha opinião é que isso é bem estranho.  
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joseazevedo

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Resposta #102 Online: 05 de Agosto de 2007, 19:28:19
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Absolutamente, Leandro!

Muitas vezes o pessoal do "mundo da moda fashion" se contradiz três vezes numa única frase

 Se eles se contradizem muito não falei uma besteira absoluta. Logo você fez uma contradição?!  :denken:  rsrsrs
 Sendo assim você faz parte do pessoal do "mundo da moda fashion"??  :denken:   :doh:

Estava me referindo às exigências deles, você não falou besteira nenhuma. Não faço parte do "mundo da moda fashion", mas teve uma época em que fiz muita foto (sou diretor de arte) com fotógrafos bacanas que fazem parte dele, fora os maquiadores, cabeleireiros e pessoal de produção que faz. Foi bem divertido, a fofoca rola solta e você fica sabendo de um monte de coisa.

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  Eu sinceramente nunca ví algo diferenciado, já ví bastante book, mas tudo igual.  :mf_tongue: 

O que eu já vi de diferente era de modelos que vão para fora e têm a chance de trabalhar com fotógrafos de ponta ou de vanguarda. Quando voltam, elas colocam essas páginas editoriais nos books e deixam ali até que percam a cor. No mais, fazer Casting é um problema. As agências mandam pilhas de books, todos com fotos iguais e, depois do décimo, todos os modelos começam a ficar com a mesma cara. Acho isso um tiro no pé. Uma tarefa que deveria demorar meia hora no máximo acaba se estendendo até uma e maia, duas, por causa dessa mesmice, dessa igualdade. Haja Post-It. Aí você acaba trabalhando com modelos com as/os quais já fez trabalhos e conhece o que elas/eles rendem.
Quando você está do outro lado da mesa, você acaba sentindo na pele o quanto a diferenciação é necessária. Por quê isso não acontece? Um book diferenciado custa mais caro do que um feito em série para várias modelos. E quando se mexe no bolso a coisa SEMPRE pega.
E diferenciação não é necessariamente vanguarda. Por exemplo, não me lembro de ter visto em algum book uma foto de uma modelo cozinhando, por exemplo. Ou abrindo a geladeira. São cenas bestinhas mas que podem ter o clima e a expressão que você está procurando e você não acha. Tem um monte de caras e bocas, sentadinha ou passeando no jardim, quebrando a cintura no fundo infinito, mas slices of life, não. Acho isso uma falta de visão das agências, que focam muito as meninas para o editorial e esquecem a propaganda, que é justamente onde elas ganham dinheiro.

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...acompanho alguns trabalhos dessas revistas bem como o trabalho de alguns fotógrafos que eu gosto, principalmente David Lachapele e David Hamilton.  Porque isso praticamente não existe no Brasil? Acredito ser falta de costume e cultura do mercado em geral.
 Quanto disse não ver fotos mais artisticas em editoriais falei exclusivamente sobre o mercado nacional que é qual me interessa mais no momento apesar de sempre querer acompanhar o que acontece pelo mundo afora. Quando isso acontece com catálogos de loja isso é facilmente interpretado como sendo a opção da empresa visando obter sua id Visual ou até mesmo medo de inovar etc. Mas quando se vê esse tipo de foto "limpinha" em revistas especializadas em moda com grande parte das páginas sendo ocupadas por ensaios editorias e ver o mesmo tipo de foto clean na minha opinião é que isso é bem estranho.

Leandro, imagine quanto fica só o cenário de uma foto David LaChapelle, já que a tabela de editorial lá fora também deve ser irrisória. Alguém tem que pagar por isso e só vai ser o fotógrafo se ele tiver MUITO interesse em divulgar seu trabalho ou novo conceito visual naquele editorial. Brasileiro já não compra muita revista - a Veja, nossa revista de maior CIRCULAÇÃO (não confundir com VENDA...), mal chega a 1.100.000 exemplares, atingindo 7.500.000 de leitores, sendo que o país tem mais de 170 milhões de habitantes.

Imagine revista de moda, então. Aqui, elas vendem MUITO pouco. Por incrível que pareça, não há aqui a cultura de se informar sobre moda através de revistas. As revistas vendem até um certo número de exemplares, mas há anos não aumentam sua tiragem. É muito mais o boca-a-boca, uma compra a revista e passa pra outra, fala que viu não sei aonde que vai se usar não sei o quê, viu no desfile da SPFW que agora vão usar isso ou aquilo e assim vai. A SPFW, a propósito, é ótima no quesito negócios, mas não é ela quem faz a cabeça da sua vizinha sobre o que ela irá usar no verão.

E se elas não vendem muito, não podem gastar muito em editoriais como acontece lá fora. Daí você abrir revistas de moda na banca e ver muito fundo branco, cinza, preto, foto no parque, em prédios abandonados ou públicos ou na rua mesmo. Tudo muito igual, independente do fotógrafo. Essa reclamação não sou eu que faço, foi registrada na semana Epson/FNAC do ano passado por fotógrafos top que já estavam cansados de fotografar em fundo branco. Ou cinza. Ou preto. O problema aqui é custo, a eterna briga interna editorial x financeiro. Como as vendas não aumentaram, vá até a banca mais próxima e abra as revistas de moda nacionais. Imagine como estão os editoriais...

Por quê isso não acontece com os catálogos das etiquetas? Porque elas têm interesse em investir em imagem e uma verba definida, além de você lidar com menos pessoas - geralmente é com o dono ou uma pessoa mais cabeça aberta no marketing.

E as agências de modelos? Acho que muitas vezes eles falam e se comportam como vanguarda, mas na hora do vamos ver, são bem reacionárias: "vamos no certo, vamos no que todo mundo está fazendo que deve ser o que dá certo, afinal é o que todo mundo tá fazendo". E assim, cada vez mais, fica tudo igual... C'est la vie... Por isso eu acho que é preciso proximidade, jeitinho, tato, conversa, exemplos, para se influenciar alguém da agência a aceitar fotos mais interessantes.

Abraços,

José Azevedo
« Última modificação: 05 de Agosto de 2007, 19:31:42 por joseazevedo »


LeandroFabricio

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Resposta #103 Online: 06 de Agosto de 2007, 01:26:52
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  O que eu já vi de diferente era de modelos que vão para fora e têm a chance de trabalhar com fotógrafos de ponta ou de vanguarda. Quando voltam, elas colocam essas páginas editoriais nos books e deixam ali até que percam a cor. No mais, fazer Casting é um problema. As agências mandam pilhas de books, todos com fotos iguais e, depois do décimo, todos os modelos começam a ficar com a mesma cara. Acho isso um tiro no pé.Uma tarefa que deveria demorar meia hora no máximo acaba se estendendo até uma e maia, duas, por causa dessa mesmice, dessa igualdade. Haja Post-It. Aí você acaba trabalhando com modelos com as/os quais já fez trabalhos e conhece o que elas/eles rendem.
 Quando você está do outro lado da mesa, você acaba sentindo na pele o quanto a diferenciação é necessária. Por quê isso não acontece? Um book diferenciado custa mais caro do que um feito em série para várias modelos. E quando se mexe no bolso a coisa SEMPRE pega.

 Pois é, nunca vi book de modelo bem experiente já. Por isso sempre ví os iguais. Talvés seria interesante se tivesse início uma cobrança a mais por parte das pessoas que fazem Casting. Podem pensar que eu estou viajando querendo um mundo perfeito, mas se quem faz casting cobrar da agência fotos "fora de série" talvez ajudaria todo mundo, até mesmo a modelo que acabaria gastando mais do que o comum praticado hoje em dia, mas em contrapartida teria chances muito maiores de trabalho.
 Claro que isso não é tão simples e mexe com a "cultura" do Brasil de preferir o mais barato mesmo se isso signifique ter menos qualidade. Afinal... "Foto é tudo igual né".
 

 
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E diferenciação não é necessariamente vanguarda. Por exemplo, não me lembro de ter visto em algum book uma foto de uma modelo cozinhando, por exemplo. Ou abrindo a geladeira. São cenas bestinhas mas que podem ter o clima e a expressão que você está procurando e você não acha. Tem um monte de caras e bocas, sentadinha ou passeando no jardim, quebrando a cintura no fundo infinito, mas slices of life, não. Acho isso uma falta de visão das agências, que focam muito as meninas para o editorial e esquecem a propaganda, que é justamente onde elas ganham dinheiro.
 Realmente, isso é tipico da comum idéia de que em time que está ganhando não se mexe. O problema é que ninguém percebe que o time mesmo ganhando não está rendendo tudo o que poderia. Se contentar com 1x0 num jogo do Brasil contra Guiné-Bissau é no mínimo burrice. Quem trabalha com Adm sabe que a idéia é sempre buscar melhorar, mas como você mesmo disse isso não acontece no mercado da moda do Brasil.

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Leandro, imagine quanto fica só o cenário de uma foto David LaChapelle, já que a tabela de editorial lá fora também deve ser irrisória. Alguém tem que pagar por isso e só vai ser o fotógrafo se ele tiver MUITO interesse em divulgar seu trabalho ou novo conceito visual naquele editorial. Brasileiro já não compra muita revista - a Veja, nossa revista de maior CIRCULAÇÃO (não confundir com VENDA...), mal chega a 1.100.000 exemplares, atingindo 7.500.000 de leitores, sendo que o país tem mais de 170 milhões de habitantes.

 Não sei direito como calcular, mas talvés não seja tão dificil assim quando se tem realemten vontade. Agora mesmo estava foleando uma Key Magazine, revista com 160 páginas e preço de capa R$20,00 impressa em papel couché fosco 115g e com várias apliacações de veniz localizado e tiragem de apenas 10.000 exemplares. Acho que posso afirmar com toda a segurança que a Key tem uma receita infinitamente menor que a Veja e muitas outras revistas. Mesmo assim no exemplar que eu tenho aqui 46 das 160 páginas são com algum tipo de editorial e tem poucos anunciantes, mesmo assim a revista vêm sobrevivendo. Utilizando material de 1ª para imprimir e com fotos muito bonitas em seu editorial.

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E se elas não vendem muito, não podem gastar muito em editoriais como acontece lá fora. Daí você abrir revistas de moda na banca e ver muito fundo branco, cinza, preto, foto no parque, em prédios abandonados ou públicos ou na rua mesmo. Tudo muito igual, independente do fotógrafo. Essa reclamação não sou eu que faço, foi registrada na semana Epson/FNAC do ano passado por fotógrafos top que já estavam cansados de fotografar em fundo branco. Ou cinza. Ou preto. O problema aqui é custo, a eterna briga interna editorial x financeiro. Como as vendas não aumentaram, vá até a banca mais próxima e abra as revistas de moda nacionais. Imagine como estão os editoriais...
 
Por quê isso não acontece com os catálogos das etiquetas? Porque elas têm interesse em investir em imagem e uma verba definida, além de você lidar com menos pessoas - geralmente é com o dono ou uma pessoa mais cabeça aberta no marketing.

 Tá, mas e esse caso da Key? Vende pouco e produz um material de qualidade. Claro que tem uma certe economia na produção do editorial, mas com certeza há uma grande preocupação com a qualidade.
 Também levo em consideração que é bem complicado sempre estar inovando e que uma hora ou outra você acaba tendo que fazer coisas repetidas, sem dúvida no Brasil e em qualquer outro lugar só produzir fotos com a mesma quantidade de procução usada pelo Lachapele e parques, predios, ruas acabam sendo uma ótima opção desde que bem explorados de acordo com assunto.

 Já li esse bate papo da Fnac, o Bob Wolfenson participou né?!
 
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E as agências de modelos? Acho que muitas vezes eles falam e se comportam como vanguarda, mas na hora do vamos ver, são bem reacionárias: "vamos no certo, vamos no que todo mundo está fazendo que deve ser o que dá certo, afinal é o que todo mundo tá fazendo". E assim, cada vez mais, fica tudo igual... C'est la vie... Por isso eu acho que é preciso proximidade, jeitinho, tato, conversa, exemplos, para se influenciar alguém da agência a aceitar fotos mais interessantes.

 O x da questão é convencer que assim todos ganham mais. Que temos que condordar que não é a coisa mais fácil do mundo para se fazer. Até porque não se pode ter certeza dos resultados o que é bem óbvio, caso contrário todos já estariam fazendo dessa "nova forma".
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joseazevedo

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Resposta #104 Online: 06 de Agosto de 2007, 13:45:01
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  Talvés seria interesante se tivesse início uma cobrança a mais por parte das pessoas que fazem Casting. Podem pensar que eu estou viajando querendo um mundo perfeito, mas se quem faz casting cobrar da agência fotos "fora de série" talvez ajudaria todo mundo, até mesmo a modelo que acabaria gastando mais do que o comum praticado hoje em dia, mas em contrapartida teria chances muito maiores de trabalho.
 Claro que isso não é tão simples e mexe com a "cultura" do Brasil de preferir o mais barato mesmo se isso signifique ter menos qualidade. Afinal... "Foto é tudo igual né".

Acho que você está vendo a coisa por um lado "romântico" que eu, aliás, concordo. Mas quando você está escolhendo uma modelo para um anúncio não interessa se a foto é do grande K7 ou foi feita pelo vizinho com o celular. Você está atrás das expressões da pessoa, não apenas da sua beleza. isso que as agências nnao entendem e só socam fotos tipo editorial de moda nos books.

Um book, na minha opinião, deveria ser mais ou menos assim:
Começar com uma ou duas páginas 20x30 só com expressões do rosto da modelo, variando penteado e maquiagem. Plano fechado, fundo branco mesmo, close de rosto. Eu quero ver o sorriso, se ela passa verdade no olhar ou se é só bonita - a maioria das vezes beleza só não resolve nada.
Na sequência, umas quatro páginas de como ela se expressa com o corpo. Pode ser fundo infinito, ela de collant (aqueles de bailarina), saltando, andando, girando, sentada no chão, numa cadeira, deitada num sofá, numa cama. Fotos dela segurando coisas - pra ver a mão, como ela lida com objetos. O básico do básico.

A partir daí, fotos SOLTAS/ARTÍSTICAS dela com produções de roupa casual, biquini, noite, etc. e, também, dia-a-dia. Nesse ponto, produção de ambiente não conta, o que vale mais é a expressão da modelo, se ela sabe vestir uma roupa, usar o corpo, segurar uma xícara ou um copo, se não roe as unhas. POR ISSO O FOTÓGRAFO É IMPORTANTE!! Você pode ter uma boa foto sem uma produção cara. E aí entra forte o lado artístico, a competência de cada um. pode ser na cozinha da sua casa. Se a foto captar o que a modelo pode render, tá valendo.

Mas pra isso, a modelo tem que levar jeito pra coisa e, aí, está um ponto que vai contra a massificação. Se a agência selecionar muito, fica sem aquelas que "pagam para entrar", o que é uma fonte de renda também. Aí, nivela-se por baixo para todas ficarem no mesmo nível e, as que realmente se destacarem passam a ter um tratamento especial e um comando maior sobre o que vai ou não no seu book. Seleção natural?

Esse tipo de book que se baseia em produção ou mesmice é a maior roubada. Primeiro, porque todo mundo fica com a mesma cara e você não sabe quem é quem. Depois, por causa disso, você entra em cada fria que dá vontade de jogar o pessoal da agência pela janela. Você acha que a modelo vai fazer uma coisa e a coitada parece manequim de vitrine, você praticamente tem que colocar ela na posição que quer e, mesmo assim, não consegue uma expressão.

Eu também acho que pode e deve ser diferente, cansei de falar isso com os fotógrafos, que são quem se comunicam com as agências, mas elas não estão nem aí. Eles matam o mercado deles. Teve uma época em que os cachês, mesmo para as que estavam começando, eram absurdos, inviabilizavam qualquer produção. O que aconteceu? Os bancos de imagem sacara isso e aprimoraram MUITO as suas imagens de pessoas. As agências sífu legal, mas aprenderam. Hoje são mais flexíveis e os cachês menores. É melhor ter gente trabalhando por mil reais do que esperando alguém que pague cinco mil. Mesmo assim, o espaço que elas - e os fotógrafos e todo pessoal de produção - perderam para os bancos de imagem é irrecuperável a menos que os cachês sejam revistos mais uma vez. Tinha produção que o cachê da modelo (nenhuma top...) era maior que o do fotógrafo (bom) e da sua equipe! Parece a indústria fonográfica: o CD da trilha sonora custa mais caro que o DVD duplo do filme, sendo que a trilha sonora está no filme e tem muito mais gente envolvida na produção do filme que na da trilha!!! Vai entender!!!

 
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...Key Magazine, revista com 160 páginas e preço de capa R$20,00 impressa em papel couché fosco 115g e com várias apliacações de veniz localizado e tiragem de apenas 10.000 exemplares. Acho que posso afirmar com toda a segurança que a Key tem uma receita infinitamente menor que a Veja e muitas outras revistas. Mesmo assim no exemplar que eu tenho aqui 46 das 160 páginas são com algum tipo de editorial e tem poucos anunciantes, mesmo assim a revista vêm sobrevivendo. Utilizando material de 1ª para imprimir e com fotos muito bonitas em seu editorial.

O lance aqui é o tamanho. A Key tem uma receita infinitamente inferior à da Veja, mas não é isso que pesa. O que pesa é a estrutura dela, que certamente é infinitamente inferior também, por isso ela pode ser mais rentável proporcionalmente. Se eu ganho 1000 mas gasto 900, eu sou menos rentável do que quem ganha 250 mas gasta 100.
Os dados que eu vou passar agora não são os mais atualizados, mas são os que eu tenho de uns três anos atrás. Uma revista desse tipo custa, na parte de impressão, entre 15 e 20 mil reais. Não tenho um valor para distribuição. Coloque sobre isso o quanto você quer ganhar e monte sua equipe com a tabela do sindicato ( http://www.sjsp.org.br/index.php?option=co...id=29&Itemid=48 ) para fotos (mesmo as de banco de imagens são mais baratas para editorial), dois jornalistas, 1 diretor de arte e um assistente, uma pessoa para tráfego, uma como art-buyer, boy, aluguel de sala e já tem gente demais para fazer uma revista mensal tipo essa e várias outras semelhantes. Muitas das matérias podem ser compradas de agências de conteúdo ou mesmo de outras publicações.

Vamos dizer que eles cobrem 10 mil reais por página simples (baratinho, já com desconto) e 18 por página dupla e verso de capa. Os outros formatos você calcula a partir de frações do preço da página simples. Pegue o exemplar que você estava folheando e faça o dever de casa para ter uma idéia da receita deles. Fora que muitas dessas revistas são montadas por pessoas bem relacionadas que querem mais é se beneficiar com as permutas...

A verdade é que aqui no Brasil todo mundo quer ir para o céu, mas ninguém quer morrer. O meu bolso vem antes do seu e eu te empurro qualquer coisa, eu me especializo mais em vender porcaria do que produzir qualidade - que seria mais fácil de vender pois se vende sozinha, mas eu não lucraria tanto... É triste.

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Já li esse bate papo da Fnac, o Bob Wolfenson participou né?!

Exatamente. Acho que o Crispino e o Klaus também, mas não me lembro com certeza absoluta.

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  O x da questão é convencer que assim todos ganham mais. Que temos que condordar que não é a coisa mais fácil do mundo para se fazer. Até porque não se pode ter certeza dos resultados o que é bem óbvio, caso contrário todos já estariam fazendo dessa "nova forma".

Eu acho que o tempo vai cuidar disso, Leandro. Acho que estamos no meio de uma transição cultural, entre a fase do "só eu ganho muito" para a fase do "vamos ganhar todos, mas menos". Acho que o nosso papel é o de SEMPRE valorizar a qualidade do que fazemos mas com a consciência de que estamos REALMENTE fazendo um trabalho de qualidade. É necessário desenvolver e aprimorar o discernimento sobre o nosso trabalho, forçar a capacidade de produzir, estudar, exercitar o que aprendemos e elevar o nosso padrão de exigências para com o nosso trabalho. Só assim a gente cresce, a qualidade do nosso trabalho cresce e podemos passar a cobrar por isso um valor justo para os dois lados.

Abraços,

José Azevedo