Autor Tópico: RAW X DNG  (Lida 16099 vezes)

Luciano.Queiroz

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Resposta #30 Online: 07 de Maio de 2015, 15:26:21
Outros programas que não são da Adobe podem abrir o DNG gerado pelo (ACR ou LR)??? E mais ainda, esse DNG pode ser lido com os ajustes que eu fiz no LR. Alguém que usa outros programas pode responder isso ai???

No caso de disputa por direitos autorais, perante a justiça, o DNG tem a mesma representatividade que o RAW original da câmera??? Amigos advogados, por favor...


Até onde sei, sim pras duas perguntas..

Sobre seu texto, só usei DNG até hoje justamente nesse intuito de enviar uma foto já tratada/ interpretada por mim para outra pessoa, com possibilidade de reedição no arquivo.

Por tudo que já li do DNG parece ser uma ideia bem bacana converter tudo pra ele.. vantagem pra mim existe, o que não consegui descobrir ainda é se existem e quais são as desvantagens...

É bem difícil esse negócio de tentar adivinhar o futuro...
« Última modificação: 07 de Maio de 2015, 15:27:38 por Luciano.Queiroz »


AFShalders

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Resposta #31 Online: 07 de Maio de 2015, 16:10:00
1) Alguns programas abrem certos DNGs. Peraí como é isso ? É que o DNG é um mero encapsulador e nem todos os dados necessários para um determinado programa podem estar presentes nos metadados do DNG. Por exemplo, o DxO precisa de certos metadados óticos que nem todos os DNGs contém, então algumas funções ficam capengas.

2) Alguns programas leem o DNG de um jeito e escrevem de outro. Um DNG gerado pelo programa X pode não conseguir ser lido pelo programa Y. O DNG só funciona direito mesmo nos programas da Adobe e olhe lá.

3) Legalmente não tem absolutamente nada a ver ser RAW, JPEG ou DNG para a justiça. O que você tem que provar é que produziu primeiro a imagem, o que pode ser feito de várias maneiras:

3.1 - Mostrar uma imagem em maior resolução do que a contestada é um bom caminho inicial.

3.2 - Mostrar em um site que tenha timestamp mesmo que em menor resolução, tipo um Flickr. É muito difícil contestar uma imagem que foi postada no Flickr antes, já que a data de postagem não é manipulável pelo usuário. Isso já é bem mais difícil de contestar.

3.3 - Metadados, tanto o EXIF quanto o IPTC são editáveis, e não são provas definitivas. Então de nada adianta ser de um determinado formato, assim como CRC, Checksum, MD9 também não são prova devinitiva de nada. Existe como adulterar um arquivo e manter os mesmos checadores. Coisa de profissional mas existe.
 
« Última modificação: 07 de Maio de 2015, 16:11:48 por AFShalders »


Lindsay

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Resposta #32 Online: 07 de Maio de 2015, 16:10:18
Tecnicamente a proposta do DNG é interessante, mas fico com o pé atrás porque ja encontrei pessoas reclamando do DNG por ai. Pelo que sei existem alguns tipos de DNG, o que contem o RAW limpo da câmera (como os da leica, Hassel e algumas Pentax) e um outro que contem as alterações no padrão de ferramentas do ACR/LR.

Por exemplo, ja encontrei relatos pela web que o Capture One não consegue ler com fidelidade a versão mais completa do DNG, mas são verdades da web, tipo assim, eu não uso, mas ouvi dizer!!!
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Lindsay

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Resposta #33 Online: 07 de Maio de 2015, 16:12:10
1) Alguns programas abrem certos DNGs. Peraí como é isso ? É que o DNG é um mero encapsulador e nem todos os dados necessários para um determinado programa podem estar presentes nos metadados do DNG. Por exemplo, o DxO precisa de certos metadados óticos que nem todos os DNGs contém, então algumas funções ficam capengas.

2) Alguns programas leem o DNG de um jeito e escrevem de outro. Um DNG gerado pelo programa X pode não conseguir ser lido pelo programa Y. O DNG só funciona direito mesmo nos programas da Adobe e olhe lá.

3) Legalmente não tem absolutamente nada a ver ser RAW, JPEG ou DNG para a justiça. O que você tem que provar é que produziu primeiro a imagem, o que pode ser feito de várias maneiras:

3.1 - Mostrar uma imagem em maior resolução do que a contestada é um bom caminho inicial.

3.2 - Mostrar em um site que tenha timestamp mesmo que em menor resolução, tipo um Flickr. É muito difícil contestar uma imagem que foi postada no Flickr antes, já que a data de postagem não é manipulável pelo usuário. Isso já é bem mais difícil de contestar.

3.3 - Metadados, tanto o EXIF quanto o IPTC são editáveis, e não são provas definitivas. Então de nada adianta ser de um determinado formato, assim como CRC, Checksum, MD9 também não são prova devinitiva de nada. Existe como adulterar um arquivo e manter os mesmos checadores. Coisa de profissional mas existe.

hummmm interessante...
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Resposta #34 Online: 07 de Maio de 2015, 16:20:31
Assim de estalo os programas que lembro que abrem DNG, mesmo que limitadamente. Os marcados com * eu tenho.

- DxO *
- Aperture *
- Zoner *
- DigiKam *
- Lightroom
- FPW (visualizador)
- F-Spot
- IrfranView *
- Phase One Media Pro *

Agora exportar direito são outros 500...


Lindsay

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Resposta #35 Online: 07 de Maio de 2015, 16:20:33
Achei agora um artigo aqui, e pelo que entendi é importante o uso controlado do DNG, são 3 tipos, de DNG,

http://dpbestflow.org/DNG#when-convert

Three types of DNG files
There are, broadly speaking, three types of DNG files, in-camera, converted DNG, raw; and converted DNG, linear.

In-camera DNG – Some camera manufacturers have adopted the DNG format as their own camera raw format. When you shoot a raw file with a Leica M9, it will be DNG. The Pentax K5 offers the option of shooting in PEF raw or DNG raw. 


FIGURE 2 Some cameras can produce a DNG as their native format.



Converted DNG, raw – When you make a DNG from a raw file, you typically have the option to save the original raw image data as is, in all its rawness. These files have all the image information that the camera wrote into the original raw file. There is one camera sensor that is not supported as a converted raw DNG, and that is the Foveon sensor used in Sigma cameras. This is a fundamentally different type of raw image data than other DSLR cameras use. To save a Foveon raw file as DNG, the file must be saved as a Linear DNG.


FIGURE 3 It’s possible to convert a raw file to DNG and retain all the rawness.

Converted DNG, linear – It’s also possible to save a DNG with some of the rawness processed out of the file. This is called a Linear DNG. These can be useful for enhanced compatibility. It’s also possible to convert a JPEG or TIFF to DNG, and that will produce a Linear DNG file. 


FIGURE 4 A Linear DNG has some of the image decoding “baked-in”. DNGs made from TIFF or JPEG originals are also Linear.
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Resposta #36 Online: 07 de Maio de 2015, 16:21:55
Sim. O que da menos aporrinhação é o in-camera.
O Linear é o pior de todos. Não faz o menor sentido você ter uma imagem já interpolada se você tem o raw. Na verdade o convertido também pode ser problemático. Tenho várias câmeras Foveon e isso é um problemão.
« Última modificação: 07 de Maio de 2015, 16:24:40 por AFShalders »


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Resposta #37 Online: 07 de Maio de 2015, 16:26:24
Outra coisa. O In-Camera na verdade pega os mesmos dados do raw mas só encapsula diferente, de uma maneira mais padronizada. É o menos ruim.


Lindsay

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Resposta #38 Online: 07 de Maio de 2015, 16:27:54
Sim. O que da menos aporrinhação é o in-camera.
O Linear é o pior de todos. Não faz o menor sentido você ter uma imagem já interpolada se você tem o raw. Na verdade o convertido também pode ser problemático. Tenho várias câmeras Foveon e isso é um problemão.
Sim, bom, preciso estudar mais tudo isso ai pra entender melhor, e pra quem gosta de se afundar no assunto esse mesmo artigo esta vendendo bem o DNG, mas como o seu relato, na pratica tem outras questões.

Achei interessante essa tabela aqui que mostra destrinchado o DNG:




fonte:
http://dpbestflow.org/DNG#when-convert

Outro artigo:
http://photographyconcentrate.com/should-you-convert-dng/
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Resposta #39 Online: 07 de Maio de 2015, 16:31:35
Mas note bem, esses probleminhas podem ser resolvidos um dia, então pode até ser que o DNG pegue a força que a Adobe acha que ele tem que ter.

O dpbestflow tem a Adobe como um dos patrocinadores, então a coisa já fica tendenciosa...


Tem uma outra questão também. Se ficar embutindo previews para todos os ajustes o arquivo cresce assustadoramente... Imagine que você tem uma imagem original de 10 MP e que os snapshots estejam comprimidos pra caramba, em 10:1 por exemplo, o que dá uma média de 1MP por snapshot. Com 10 deles teu arquivo ja mais do que dobra de tamanho. Considerando que o normal é uma compressão de 5:1 ou 3:1 já viu né...


Coisas interessantes:

O programa da Pentax que abre o DNG da k5-II não abre os DNGs da Adobe mas o LR abre o DNG da Pentax.
« Última modificação: 07 de Maio de 2015, 16:47:05 por AFShalders »


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Resposta #40 Online: 07 de Maio de 2015, 17:08:14
Mas quer saber qual o problema SERIO do DNG ?

Suponha que você tratou seu raw original no programa A e em um dos passos fez um determinado processamento, específico do programa em questão, por exemplo, um tipo especial de sharpen tipo o "pure detail" do Silkypix e de quebra uma redução de ruído exótica mas excepcional para aquela imagem.

Ok, você salvou em DNG, e lá diz faça o sharpen tal e a redução de ruido tal. Aí você abre esse DNG no programa B que não tem a menor idéia do que sejam esses processamentos. Pronto, você acaba de perder alguns passos do tratamento que você deu na imagem, que pode ter demorado horas.

Se você só usa um único programa e vai ficar com ele o resto da vida, pode até ser que sirva, mas o mundo real é outra estória.

« Última modificação: 07 de Maio de 2015, 17:09:28 por AFShalders »


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Resposta #41 Online: 07 de Maio de 2015, 18:13:07
Mas quer saber qual o problema SERIO do DNG ?

Suponha que você tratou seu raw original no programa A e em um dos passos fez um determinado processamento, específico do programa em questão, por exemplo, um tipo especial de sharpen tipo o "pure detail" do Silkypix e de quebra uma redução de ruído exótica mas excepcional para aquela imagem.

Ok, você salvou em DNG, e lá diz faça o sharpen tal e a redução de ruido tal. Aí você abre esse DNG no programa B que não tem a menor idéia do que sejam esses processamentos. Pronto, você acaba de perder alguns passos do tratamento que você deu na imagem, que pode ter demorado horas.

Se você só usa um único programa e vai ficar com ele o resto da vida, pode até ser que sirva, mas o mundo real é outra estória.
Então, é isso, não existe compatibilidade entre programas e acho que jamais vai existir. Toda essa camada de processamento e tratamento que cada programa faz com uma ferramenta própria e exclusiva, e que se sobrepõe ao arquivo RAW básico e original da foto, não vai ter como o outro programa abrir. Inclusive desconfio que até mesmo mesmo uma versão mais moderna do LR por exemplo o ACR 9, não pode ser lido com precisão por um ACR mais antigo.

Se é assim, prefiro ficar com o RAW original da câmera mesmo, porque a única coisa garantida do DNG é o RAW básico da câmera, todo o resto do processamento pode ficar comprometido. Pra que converter tudo e jogar o RAW original fora se eu estou trocando 6 por meia dúzia??? Pra mim é trabalho perdido...

Então eu não jogo fora os RAWs originais de minha câmera, mas isso é uma decisão bem pessoal, cada um é cada um e faz da maneira como achar melhor, é decisão pessoal e eu respeito!!!
« Última modificação: 07 de Maio de 2015, 18:17:55 por Lindsay »
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Resposta #42 Online: 07 de Maio de 2015, 18:18:44
QUE BRIGA BOAAAAAA


Mas quer saber qual o problema SERIO do DNG ?

Suponha que você tratou seu raw original no programa A e em um dos passos fez um determinado processamento, específico do programa em questão, por exemplo, um tipo especial de sharpen tipo o "pure detail" do Silkypix e de quebra uma redução de ruído exótica mas excepcional para aquela imagem.

Ok, você salvou em DNG, e lá diz faça o sharpen tal e a redução de ruido tal. Aí você abre esse DNG no programa B que não tem a menor idéia do que sejam esses processamentos. Pronto, você acaba de perder alguns passos do tratamento que você deu na imagem, que pode ter demorado horas.

Se você só usa um único programa e vai ficar com ele o resto da vida, pode até ser que sirva, mas o mundo real é outra estória.



Mas aí não é a função do tif? tipo, eu só faço ajustes de cor, contraste, bla bla bla no raw. Sharpen por exemplo só aplico na imagem finalizada, quando já está redimensionado pra mídia que vai ir....


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Resposta #43 Online: 07 de Maio de 2015, 18:23:32
Lindsay,

A Adobe enfeita muito o pavão e se você ler o EULA do DNG verá que eles já muniram-se to todas as artimanhas legais para não serem processados no futuro por eventuais problemas. Até aí tudo bem, no lugar deles qualquer um faria o mesmo.

Só que essa coisa de um formato universal que todos os programas possam abrir e interpretar corretamente tudo que for especificado nele, inclusive os passos é pura fantasia ! Principalmente no "embutimento" dos metapassos.

Tem uma discussão muito interessante sobre isso no site do OpenRAW

http://www.openraw.org/index.html

http://www.openraw.org/node/1482/

Tem que ler com calma e ser bem imparcial. Mas tem pontos muito importantes.


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Resposta #44 Online: 07 de Maio de 2015, 18:31:58
Mas aí não é a função do tif? tipo, eu só faço ajustes de cor, contraste, bla bla bla no raw. Sharpen por exemplo só aplico na imagem finalizada, quando já está redimensionado pra mídia que vai ir....

Vai falar isso pra Adobe... Um dos maiores argumentos que a Adobe faz do DNG são exatamente os snapshots e os previews (versions).

Outra situação:

Suponha que eu escolhi por um motivo justo, que o algoritmo de demosaic melhor para uma de terminada imagem foi um VNG4 com 6 passos de supressão de cores falsas seguido de um sharpen por deconvolução RL com 8 subparâmetros e a imagem assim ficou fantástica. Isso por exemplo é usado em certas imagens com muito ruido em ISO alto, e suponha tambem que o programa usado encapsula isso tudo direitinho em um DNG muito bem escrito.

Aí você abre no LR e ele não tem a menor idéia do que seja um VNG4 ou deconvolução RL. Como é que fica ? O DNG nesse caso não serviu para nada. A tal interoperabilidade tão clamada foi pro espaço.