Hmm, digamos que vc fosse eleito pra presidente.
Ai vc fala: vou dar um jeito. Vou diminuir os ministérios pra menos de 10. Vou mandar reativar as ferrovias. Vou acabar com os empregos públicos inflados. Vou mandar revisar todas as concessões de rádios e tvs, pra democratizar a mídia. Vou desmilitarizar as PMs. Vou mudar as cadeias, fazendo presos trabalharem...
O congresso irá barrar as suas intenções, a mando dos incomodados. Dependendo da abrangência do seu ímpeto revolucionário, vc será desmoralizado pela mídia de massa, e sofrerá impeachment.
Talvez vc tente governar por decreto.... E o fim será o mesmo: impeachment.
O congresso, é eleito de maneira caótica, e é onde os interesses mais escusos se reúnem, isso ficou escancarado atualmente. E alguém vai dizer: então a solução é votar em bons candidatos a deputado.
Não!
Pois provavelmente o seu voto elegerá OUTROS deputados que podem não ter nada a ver com o seu voto. Tentem procurar no Google como funciona a eleição. É bizarro, e é um sistema alimentado pela ignorância.
Sobre ser presidente, não desejo esse mal pra ninguém! Não na situação política de hoje.
Eu sei, sem conhecer os bastidores (mas imaginando em partes), como funciona a eleição de deputados. Desde o financiamento de campanha com interesses diversos (e futura retribuição por parte do candidato - a contrapartida) até o "efeito Tiririca", onde uma votação expressiva puxa mais candidatos da legenda.
É impraticável a governabilidade hoje sem leilão de cargos e ministérios, sem alianças por cima e por baixo dos panos. Por isso eu disse que é necessário um 'reboot' no sistema como um todo, não essa mini-reforma política/demagógica onde se finge que muda e o povo finge que acredita em mudança.
Na minha opinião, um começo seria o fim absoluto das coligações, onde cada partido teria seus próprios candidatos em todas as esferas do governo. Caso um partido deseje muito apoiar o outro, inicia-se um processo de fusão e esta primeira legenda fica impedida de ser recriada por um período longo de tempo (umas 4 ou 5 eleições). A curto e médio prazo, haveria um pequeno caos na divisão do horário eleitoral gratuito (que talvez pudesse ser extinto), mas a longo prazo, teríamos umas 5 ou 6 legendas partidárias, com ideologias políticas distintas e bem definidas. Atualmente elegemos um deputado que defende, por exemplo, a redução da maioridade penal e ele está num bloco que vota contra a redução; já foi por água abaixo a minha representatividade na câmara.
Sem essa fidelidade coligacional, o presidente teria mais liberdade para governar, pois sem esse jogo político de situação/oposição ou base aliada/oposição, descaradamente declarado, teria-se autonomia para governar pelos interesses do país de fato, não a fim de gerar capital político para ganhar vantagem em relação à oposição (e vice-versa) visando mais votos em futuras eleições como vemos hoje. Está chato essa briga onde tudo que um faz é para prejudicar o outro, dos dois lados, situação e oposição. Parece até briguinha de criança.
Existem mais mudanças que eu acredito serem necessárias, mas esse já é um bom começo. Depois disso mudado, se eu fosse presidente, lutaria pela melhora do país visando o benefício do povo como um todo, não de classes específicas nem de interesses pessoais ou de empresas, muito menos internacionais.
Caí da cama e acordei do sonho...